Agência do MP-BA – A Justiça decretou a prisão preventiva da médica Kátia Vargas Leal Pereira (foto ao lado), que é acusada de cometer homicídio contra os irmãos Emanuel e Emanuele Gomes Dias, na última sexta-feira (11), em Ondina, Salvador. Os promotores de Justiça Davi Gallo e Raimundo Moinhos, designados para acompanhar o caso, aguardam agora o laudo da perícia médica que solicitaram ao Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IML), para saber o real estado de saúde da oftalmologista.
Desde o acidente, ela foi encaminhada para um hospital particular, sem a presença de autoridades policiais, mesmo sendo presa em flagrante. A decisão foi decretada pelo juiz Moacir Pitta Lima Filho. A depender do resultado do laudo, os promotores de Justiça podem solicitar a condução da acusada para um hospital público, onde possa ser devidamente vigiada pela polícia ou para uma instituição prisional.
Davi Gallo e Raimundo Moinhos afirmaram que não entendem o porquê da médica presa em flagrante ter sido encaminhada para um hospital particular ao invés do Hospital Geral do Estado, como acontece normalmente. Eles explicaram que o Estado é o responsável pela integridade da acusada e a permanência dela em uma instituição privada está dificultando o acesso a informações, inclusive impossibilitando que a Polícia Civil colha seu depoimento.
O juiz determinou um prazo de 24h para que o hospital encaminhe laudos sobre as reais condições de saúde da médica e que o IML realize a perícia solicitada pelo MP ontem. Os promotores de Justiça também buscam mais detalhes para saber se está havendo favorecimento e criação de obstáculo ao trabalho policial. Abaixo, vídeo da perseguição da médica aos irmãos Emanuel e Emanuelle:
PARA MP, MÉDICA TEVE TRATAMENTO DIFERENCIADO
Para Davi Gallo e Raimundo Moinhos, não pode haver desvio de legalidade de socorristas e de médicos que se negam a prestar informações. Explicam que, desde o acidente ocorrido sexta-feira, nem a polícia nem o Ministério Público têm informações sobre a médica.
– O MP não admite que haja tratamento diferenciado, pois isso é uma afronta à lei. Se for constatado que a médica está de alta, ela irá prestar declarações na delegacia e em seguida será conduzida para o Presídio Feminino ou para uma unidade prisional adequada à disposição da Justiça – afirmou Davi Gallo.
Ele complementou que ela cometeu duplo homicídio triplamente qualificado e que a prisão se justifica para garantir a ordem pública. “O crime provocou clamor público pela forma como foi praticado e ela deixou claro o desrespeito que tem pela vida humana”, destacou.