Gerson foi um dos destaques da partida || Foto Marcelo Cortes e Gilvan de Souza/CRF
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O Flamengo conquistou, neste domingo (10), pela quinta vez a Copa do Brasil, com a vitória por 1 a 0 contra o Atlético-MG, na Arena MRV, em Belo Horizonte. O gol de Gonzalo Plata, que balançou as redes aos 37 minutos do segundo tempo, foi decisivo para a segunda vitória flamenguista na final. No jogo de ida, o Rubro-Negro venceu por 3 a 1, no Maracanã. Campeão, faturou R$ 73,5 milhões e perto de R$ 100 milhões em toda a competição.

Diante de um estádio lotado (quase 45 mil presentes) e pulsante pelos cânticos de “Eu Acredito”, os flamenguistas, campeões em 1990, 2006, 2013 e 2022, levantaram a taça da Copa do Brasil pela quinta vez e se igualaram ao Grêmio como o segundo maior vencedor da competição. Estão atrás apenas do Cruzeiro, dono de seis edições (1993, 1996, 2000, 2003, 2017 e 2018).

Na campanha do Penta, o Flamengo somou oito vitórias, um empate e uma derrota, com 11 gols marcados e dois sofridos. Pelo vice-campeonato, o Galo tem direito a R$ 31,5 milhões e encerra o torneio com quatro vitórias, três empates e três derrotas. Anotou 12 gols e foi vazado nove vezes.

O primeiro tempo da partida foi movimentado, com boas chances de gol para os dois finalistas. Apesar das oportunidades, o placar permaneceu inalterado.

Logo aos dois minutos, Arrascaeta achou Gerson, que ficou cara a cara com Everson, mas chutou em cima do goleiro atleticano. O Galo respondeu pouco depois, em chute de fora da área de Zaracho.

No minuto 13, o capitão do Atlético-MG, Hulk, cobrou falta e exigiu defesa em dois tempos do goleiro flamenguista, Rossi. Cinco minutos depois, novamente Hulk arriscou de fora da área. Rossi não espalmou para longe e precisou afastar a bola de carrinho.

Aos 24 minutos, o Flamengo teve boa troca de passes entre Gerson e Wesley. O lateral-direito cruzou para Arrascaeta, cujo cabeceio tirou tinta do travessão. Em jogada similar no minuto 27, o cruzamento de Wesley sobrou para Evertton Araújo, que finalizou com perigo. Everson espalmou para escanteio.

Rossi vacilou em saída de bola aos 35 minutos. A bola parou em Paulinho, que teria aberto o placar, se não fosse a redenção do goleiro argentino, que cortou com os pés.

MUDANÇAS

Para o segundo tempo, os treinadores Gabriel Milito, do Atlético-MG, e Filipe Luís, do Flamengo, promoveram substituições. Pelo Galo, Saravia e Alan Kardec entraram nos lugares de Lyanco e Otávio, enquanto Bruno Henrique ocupou a vaga de Gabi, pelo Mengão.

Bruno Henrique disparou em velocidade e por pouco não abriu o placar, devido à grande defesa de Everson, aos seis minutos. Em seguida, Gustavo Scarpa respondeu para o Atlético-MG, em finalização desviada de fora da área. Aos 13 minutos, Arrascaeta saiu para a entrada de Fabrício Bruno.

Após um chute de Hulk, o Flamengo teve uma sequência de ótimas oportunidades. Aos 17 minutos, Bruno Henrique roubou a bola e tentou encobrir Everson, que defendeu. No minuto 20, o ataque do Mengão sobrou perto da pequena área para Michael, que tentou driblar o goleiro, mas não teve sucesso. No minuto seguinte, um cruzamento de Wesley quase chegou a Michael, que por pouco não desviou.

GOLAÇO

As equipes foram alteradas novamente aos 23 minutos. No Flamengo, Plata substituiu Michael. Bernard e Alisson substituíram Gustavo Scarpa e Zaracho. Aos 31 minutos, Rubens entrou na vaga de Guilherme Arana.

Depois de grande chance de Alex Sandro, que, dentro da área, chutou em cima de Everson, e de uma furada na pequena área de Alan Kardec, Gonzalo Plata marcou para o Flamengo, aos 37 minutos. Ele avançou dentro da área e abriu o placar com um golaço de cavadinha.

Nos acréscimos, o contra-ataque flamenguista liderado por Bruno Henrique fez a bola chegar a Wesley, que demandou nova defesa de Everson. David Luiz ainda ficou perto de aumentar a vitória. Com uma grande atuação, o Flamengo conquistou a Copa do Brasil.

Dorival Jr divulga lista de convocados para jogos da Eliminatórias || Foto Rafael Ribeiro /CBF
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Dois jogadores nascidos no sul da Bahia foram convocados para as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 . O zagueiro Bremer foi um dos chamados, nesta sexta-feira (27), pelo treinador Dorival Jr para os jogos da Seleção Brasileiro contra Chile e Peru, em outubro.

Nascido em Itapitanga, Bremer atua na Juventus. Um dos destaques da equipe italiana, o zagueiro havia ficado de fora das últimas listas de convocados. Outro chamado hoje por Dorival Jr foi o volante André, que recentemente trocou o Fluminense pelo Wolverhampton, da Inglaterra.

André nasceu no distrito de Algodão, em Ibirataia, e tornou-se a maior venda da história do Fluminense. A transferência de André rendeu mais de R$ 150 milhões ao clube carioca. O atleta chegou ao Fluminense em agosto de 2013, com apenas 12 anos de idade.

O volante estreou pela equipe profissional em agosto de 2020. Desde então, se firmou como um dos principais jogadores do país e acumulou convocações para a Seleção Brasileira e diversos prêmios individuais. Ele tem sido nome frequente na lista do treinador Dorival Jr.

CONFRONTOS DA SELEÇÃO EM OUTUBRO

Nesta sexta-feira, Dorival convocou os 23 atletas para os jogos no dia 10 de outubro, diante dos chilenos, no Nacional de Santiago, em Santiago, e no dia 15, contra os peruanos, no Mané Garrincha, em Brasília. A apresentação dos jogadores e da comissão técnica será o dia 7 de outubro, em São Paulo (SP).

O Brasil ocupa a quinta posição da tabela de classificação para o Mundial, com 10 pontos. O Chile é o nono colocado, com cinco pontos, seguido do Peru, em décimo lugar, com três pontos. Veja em Leia Mais a lista completa de convocados.Leia Mais

Lincoln, do Goiás, e Maurício Duarte, do Vila Nova, disputam bola no Serra Dourada || Arquivo/Walmir Rosário
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Certa feita, ao jogar na Gávea contra o Flamengo, ao tentar tirar a bola do craque Zico, que a adiantou com um toque, passou reto com o carrinho, numa jogada que terminou em gol.

 

Walmir Rosário

Nem todos os meninos peladeiros conseguem tirar a sorte grande jogando os babas apenas nas praias ou nos campinhos de bairro. Muitos são levados para os times consagrados, nos quais aprendem a se especializar no futebol. Os que conseguem unir a habilidade individual às técnicas e táticas, teoricamente terão um futuro garantido e nome gravado entre os astros do futebol.

Por ironia do destino, um garoto peladeiro deixa sua cidade natal, Porto Velho, em Rondônia, e vai para o Rio de Janeiro, acompanhar sua mãe em tratamento médico. Era tudo que queria. Se já se encantava com o futebol jogado na cidade maravilhosa pelas ondas do rádio, agora se imaginava ser um daqueles craques que tanto assistia no rádio e na TV. Finalmente era chegada a hora e a vez do garoto Maurício Duarte.

E tudo se encaminhava conforme seus pensamentos. Em pouco tempo já disputava bola nas areias da praia de Copacabana com a desenvoltura de um atacante, atuando pelas equipes praianas do Radar e do Copa Leme. Mas queria o destino um futuro mais brilhante para a promessa de craque rondoniense. Foi descoberto pelo maior e mais excêntrico “olheiro” de futebol carioca, Antônio Franco de Oliveira, o Neném Prancha.

Botafoguense de quatro costados, Neném Prancha, considerado o maior dos filósofos do futebol, o levou para o seu time de coração, o Botafogo. Aos 12 anos o garoto se deslumbra com a plêiade de craques que ouvia e via jogar no rádio e na TV. Mais que isso, iria participar de uma peneira e, se aprovado, poderia ser um deles, afinal, tinha como padrinho Neném Prancha, o descobridor de Heleno de Freitas e Júnior “Capacete”.

Diante da enorme concorrência, lhe ocorreu uma estratégia de defesa que o fez sobreviver nos gramados de General Severiano. Assim que o treinador e antigo lateral-direito Joel Mendes dividia as promessas de atletas pelas posições que jogavam, Maurício Duarte se assombrou pela quantidade de atacantes e meios-campistas. Os pensamentos rodaram com extrema velocidade em sua cabeça e decidiu: a partir daquele momento seria zagueiro. E para jogar no Botafogo!

E a sorte lhe sorriu, tanto assim que após ver de perto “os cobras” do Glorioso, a exemplo de Gérson, Fischer, Jairzinho, Brito, Manga, dentre outros craques, foi aprovado para a famosa Escolinha de Seu Neca, pela qual passaram as estrelas do Botafogo dos anos 1970, inclusive ele. Descoberto por Neném Prancha, agora teria a felicidade de aprender com seu Neca todas as técnicas e artimanhas do melhor futebol do mundo.

E o garoto magro de Porto Velho iniciou os treinamentos na Escolinha do Neca, no Botafogo, no subúrbio de Del Castilho. Era um sacrifício danado, pois pegava dois ônibus lotados para participar do treinamento coletivo às quartas e sextas-feiras. No restante da semana treinava em General Severiano. Se firmou como zagueiro e ganhou posição nas divisões de base, até que chegou o dia de ser incorporado ao time de cima.

Era o ano de 1970. E Maurício Duarte, aos 17 anos, teria a responsabilidade de substituir o zagueiro Brito, convocado para a Seleção Brasileira tricampeã do mundo. Jogaria a Taça Guanabara, posteriormente cancelada, e os jogos amistosos, o primeiro deles contra o Bangu, vencido pelo placar de 2X0. Junto com os profissionais, lembrava dia e noite os ensinamentos do seu Neca, essenciais para a sobrevivência nos gramados da vida.

Nos treinos do Botafogo marcava grandes jogadores de ataque. Certa feita, ao jogar na Gávea contra o Flamengo, ao tentar tirar a bola do craque Zico, que a adiantou com um toque, passou reto com o carrinho, numa jogada que terminou em gol. Aí ouviu do seu Neca: “Você não teria que ter dado o carrinho e sim cercado; acompanharia a jogada e ele não teria toda a tranquilidade. Lembre-se, zagueiro caído é jogador abatido”.

De outra feita, no Maracanã contra o Vasco, quando foi marcar Roberto Dinamite, ouviu outro ensinamento do seu Neca: “O zagueiro tem que ficar com um olho no peixe e outro no gato”. E era para observar a bola e Roberto Dinamite, que ficava de “migué”, na ponta-esquerda quando a bola vinha pela direita. E esse ensinamento lhe serviu para o resto da vida, tomando ou não deixando a bola chegar aos atacantes.

Do Botafogo, Maurício Duarte se transferiu para outros clubes brasileiros, nos quais experimentou a diversidade na realidade do futebol praticado nos quatro cantos deste país. E sua saída do Glorioso se deu por motivos internos. Quando chamado de volta pelo Departamento Amador, acreditou que seria um regresso e não atendeu ao pedido. Daí passou a treinar no “time da Ave Maria”, no finalzinho da tarde, com chances remotas.

Emprestado ao Remo, do Pará, Maurício não foi muito feliz, pois teve uma distensão na virilha. Em seguida se transforma num operário da bola e joga no Santo Antônio e Rio Branco, ambos no Espírito Santo, Flamengo do Piauí, Vila Nova de Goiás, Galícia, Olaria e Itabuna. Nesses times atuou com e contra grandes craques do futebol brasileiro, muitas das vezes sem receber salários em dia, dentre outras adversidades.

No Itabuna Esporte Clube, o último time por qual jogou, Maurício Duarte se identifica bastante com a diretoria e a cidade. E por aqui constrói família, faz um curso de formação em técnico de futebol, trabalha na AABB, dirige as seleções de Itajuípe, Itabuna e Buerarema. Certificou-se em Radialismo, atuou como comentarista em emissoras de rádio e Maurício Duarte se torna um verdadeiro cidadão grapiúna.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

Ramirez e Gerson em lance de partida do último domingo || Foto Alexandre Vidal/CRF
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O Bahia anunciou nesta quinta-feira (24) a reintegração do meia-atacante Índio Ramírez ao elenco profissional. O jogador colombiano havia sido afastado temporariamente após ter sido acusado de cometer injúria racial contra o volante Gerson, do Flamengo, no jogo entre as duas equipes, no último domingo (20), no Maracanã, pela 26ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro.

Em nota oficial, o Tricolor de Aço argumenta que os laudos das perícias em língua estrangeira contratadas para investigar o caso não comprovaram as acusações. “O clube entende que, mesmo dando relevância à narrativa da vítima, não deve manter o afastamento do atleta Índio Ramírez ante a inexistência de provas e possíveis diferenças de comunicação entre interlocutores de idiomas diferentes”, afirma o comunicado.

O clube ainda menciona que o papel da agremiação “é de formação e transformação, sempre preservando os direitos fundamentais e a ampla defesa” e que o colombiano “deverá ser reincorporado ao elenco tão logo os profissionais da comissão técnica e psicólogos entendam adequado”.

O posicionamento divulgado pelo Bahia também discorre sobre racismo, cita o trabalho do Núcleo de Ações Afirmativas e diz ser “o primeiro time de futebol do mundo a lançar um programa de imersão para debater os aspectos estruturais do racismo”, chamado “Dedo na Ferida”. O clube também assumiu um compromisso de “adotar um conjunto imediato de medidas estruturais”, entre as quais incluir uma “cláusula antirracista, xenofóbica e homofóbica” nos contratos, propor um “protocolo antidiscriminatório” para jogos realizados no país e promover aos atletas uma imersão a respeito do tema durante a pré-temporada.Leia Mais