VINÍCIUS E O MONOSSÍLABO IMPUBLICÁVEL
UMA “TRADUÇÃO” SEM NADA DE CIENTÍFICO
Vinícius dizia que o título não tinha sentido, mas apoiou a versão aqui referida, e até parece ter se divertido com isso: certa vez, afirmou sentir-se seguro, pois “na Escola Superior de Guerra não tem um milico que saiba falar nagô”. Pior é que Toquinho, o parceiro, também defende essa “tradução”, que nada tem de científico. O professor Cláudio Moreno, do site Sua língua (também na tevê), diz que “não significa nada” a tal expressão: “Era a época da ditadura, no entanto, e muitos preferiram acreditar que o poeta tinha escondido atrás dessas palavras africanas uma ofensa ao governo militar” – explica o mestre. Quis consultar o Novo dicionário banto do Brasil, de Nei Lopes, mas foi impossível.
EXPRESSÃO MISTURA QUICONGO E QUIMBUNDO
EM SARAMAGO, A RELAÇÃO PEIXE E LEITOR
ÀS MARGENS DO TEJO, UM MENINO PESCANDO
“ESCREVER É JOGAR UMA GARRAFA NO MAR”
É curioso que tal clareza lhe venha de um encontro em que o bicho saiu vencedor. Mas ao menino restou uma certeza: “De uma maneira ou de outra, porém, com o meu anzol enganchado nas guelras, tinha [o peixe] a minha marca, era meu”. Aqui, a analogia, bem explicada pela poeta Myriam Fraga: “É essa marca transformadora que pode sanar em parte a frustração de não se conseguir fisgar o leitor por inteiro”. É ainda a autora de O risco na pele quem esclarece a relação autor-leitor: “O autor mostra o sentimento de quem escreve, que é como jogar uma garrafa no mar, sem saber quem vai achá-la e como vai concebê-la”. Penso que é isto que procuro transmitir a quem, menos experiente do que eu, escreve: cuidado, atenção e respeito a leitor. É o meu anzol.
ENTRE O BOLERO DERRAMADO E A ANTOLOGIA
INCORPORAÇÃO DE NOSSA HERANÇA AFRICANA
DISCO CHEGA AO MERCADO 20 ANOS DEPOIS
COMENTE! » |
O.C.