Manuela Berbert | [email protected]
Claudia Leite brilhou pela presença. Na vida, conquista seus sonhos quem é forte, e ela estava ali, linda, representando um país que tanto a critica.
Tem copa sim, e isso inclui erros e acertos como qualquer evento, como qualquer relacionamento, como qualquer ser humano que tem a oportunidade de melhorar quando encara, sem insegurança. Posso explicar melhor o meu pensamento? Pois bem. Fiquei um bom tempo olhando para a televisão sem acreditar na abertura, quando Galvão Bueno citou a autoria da produção. Não, não foi um brasileiro/brasileira quem idealizou aquilo tudo. “Inacreditável”, repeti comigo umas cinco vezes. Mas se era para mostrar ao mundo a nossa cultura, por que diabos contrataram alguém de fora?
A gente dá show nos carnavais, ornamentações de eventos típicos nordestinos, teatros, festivais folclóricos da Amazônia etc, então por que não fomos nós? Procurei alegria e emoção, e não vi. Não vi sorrisos, não vi vida. Não vi as nossas cores, nem a nossa capacidade de encantar e emocionar, tão comprada e imitada das nossas novelas. A gente poderia ter feito muito melhor.
Por outro lado, Claudia Leite brilhou pela presença. Na vida, conquista seus sonhos quem é forte, e ela estava ali, linda, representando um país que tanto a critica. A expressão de quem esteve o tempo todo tentando segurar o choro, ao lado de Jennifer Lopez, que, aparentemente, estava achando tudo muito normal, conseguiu me emocionar mais que a abertura em si.
Dar a cara à tapa, diariamente, sendo alvo de chacota de um país inteiro, é para os fortes, e a resposta foi dada. O segredo da vida é a perseverança e a segurança em si mesmo, e o sucesso do nosso país é o seu povo e suas histórias de vida. Quantos jogadores de futebol foram descobertos em campos nobres? A história de vida dessa turma que carrega a raça no olhar e a garra nas pernas é nossa, e isso não pode passar despercebido num momento histórico como esse. Como não poderia ter passado na abertura.
Aqui pra nós, parece que somos ainda mais fortes no coletivo. Depois da apresentação formal do nosso hino, por exemplo, cantarolamos unidos e seguimos juntos: os jogadores, já em campo; milhares de torcedores no estádio; nós, em nossas casas, bares etc, seguimos cantarolando o Hino Nacional sozinhos, firmes. Gigantes pela própria natureza, cantamos com esperança, mais ou menos como fizemos há meses atrás, ganhando as ruas das cidades de todo o país e bradando que as coisas não estão legais por aqui. É que NÓS SOMOS O MELHOR DO NOSSO PAÍS, mas ainda precisamos acreditar um pouquinho mais nisso. AVANTE, BRASIL!
Manuela Berbert é publicitária e colunista do Diário Bahia.