Valmir foi chamado de "macaco" e "nariz de chapoca" por comerciante em Itamaraju
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A polêmica da instalação de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com 20 leitos em Itamaraju, no extremo-sul da Bahia, produz suas vítimas. Nascido no município e uma das principais vozes do movimento sem-terra e dos negros no estado, o deputado Valmir Assunção (PT-BA) foi chamado de “macaco”, “nariz de chapoca”, “ridículo” e “horroroso” em áudio atribuído à comerciante Jaqueline Oliveira.

A comerciante é dos contrários  à instalação de leitos de UTI para vítimas da Covid-19 no Hospital Municipal de Itamaraju, centro de uma polêmica estabelecida entre o secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas, e o prefeito do município, Marcelo Angênica, o Dr. Marcelo. O gestor de Itamaraju é médico e havia acordado a instalação das UTIs no hospital local, porém recuou da decisão depois de ser pressionado por setores da sociedade de Itamaraju e reações nas redes sociais.

QUEIXA NA DELEGACIA

Valmir foi agredido em áudio depois de ter emitido orientações à população sobre o funcionamento da UTI no município. Neste sábado (11), o parlamentar federal foi à delegacia de Polícia Civil, em Brotas, Salvador, para prestar queixa contra a comerciante. Ele recebeu a solidariedade de secretários estaduais baianos, do governador Rui Costa e de deputados.

Colega de parlamento, a deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA) prestou solidariedade ao deputado por meio do Twitter. “Que a polícia localize a responsável pelas ofensas e tome as devidas providências, pois racismo é crime inafiançável”, disse.

O governador Rui Costa lamentou o ocorrido e disse que a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP-BA) já investiga o crime. Rui se disse indignado com o crime de racismo contra o deputado e lembrou que os insultos dirigidos a Valmir ocorreram, porque o parlamentar defendeu a instalação de leitos de UTI em Itamaraju. “A Covid-19 não escolhe partido, raça e credo”, finalizou.