Marival Guedes | [email protected]
Contra Caetano, criticou uma entrevista que o cantor fez com Mick Jagger. O artista reagiu disparando: “Bicha amarga e mau caráter.” A briga trouxe algo de positivo, a composição Reconvexo (“Meu som te cega, careta, quem é você?”) foi para Francis.
O nome do jornalista Paulo Francis retorna à mídia por causa da Petrobras.
Ele afirmou no Manhattan Connection, em 1996, que os diretores da estatal tinham milhões de dólares no exterior.
A diretoria entrou com um processo na corte americana cobrando 100 milhões de dólares por danos morais. Sem provas, ficou tenso e morreu de infarto.
Elio Gaspari atribuiu à Petrobras o “assassinato” do jornalista.
Francis era polêmico, preconceituoso, arrogante e não gostava de nordestinos. Uma das suas frases antológicas está no livro O melhor do mau humor, (Ruy Castro): “Os baianos invadiram o Rio para cantar ‘Ó, que saudades eu tenho da Bahia…’ Bem, se é por falta de adeus, PT saudações.”
Contra Caetano, criticou uma entrevista que o cantor fez com Mick Jagger. O artista reagiu disparando: “Bicha amarga e mau caráter.” A briga trouxe algo de positivo, a composição Reconvexo (“Meu som te cega, careta, quem é você?”) foi para Francis.
Outra polêmica foi com o diretor do Pasquim e da editora Codecri, Jaguar, que contou a história numa palestra em Itabuna.
Paulo Francis escreveu o livro Cabeça de Papel e pediu pra publicar na Codecri. Jaguar leu os originais, não gostou e devolveu.
Extremamente vaidoso, o jornalista ficou magoado. Passou a criticar o editor e vice-versa. Quando retornou de férias ao Brasil (trabalhava na Globo em NY), Jaguar telefonou pedindo um artigo para o Pasquim. Francis respondeu:
-És um cara de pau. Sei que você anda me esculhambando e agora liga pedindo artigo.
Jaguar reagiu com o humor que predominava no Jornal:
-Francis, é que sou muito vaidoso e toda vez que eu falo mal de você sou aplaudido.
Foi novamente aplaudido.
— Marival Guedes é jornalista e escreve crônicas aos domingos no Pimenta.