GRAMÁTICA NÃO É INSTRUMENTO DE JUSTIÇA
ESTILO QUE DEIXA AS CARÊNCIAS À MOSTRA
Convém não confundir texto econômico com texto pobre. O econômico é rico sem ser perdulário, tem tudo de que precisa, sem nada lhe sobrar; o pobre deixa à vista carências básicas, até de grafia. Mesmo com risco de vida, digo que a internet é o túmulo da linguagem – cada vez mais descuidada, maltratada e “econômica”, transforma “que” em “q”, ”também” em “tb”, e por aí vai a carruagem. “Acabou-se o nosso carnaval” – o verso de Vinícius, numa canção com Carlos Lyra, serve como ícone do fim da alegria na construção do texto, o enterro do metafórico, o império do estereótipo da cultura pequeno-burguesa apressada e “pragmática”. Quase não mais se escreve com purpurina, lantejoulas, serpentinas, confetes, paetês, sangue, coração e alma.
A BOA LINGUAGEM EXIGE COR, RITMO E SOM
EDITORIAL É TEXTO DE PALETO E GRAVATA
NÃO SOU LINGUISTA, SOU APENAS LEITOR
LEITURA PARA SABER COMO NÃO ESCREVER
Mesmo assim, por mera curiosidade, leio, em busca da solução do mistério. A primeira frase (“Palavra dita é palavra que não volta atrás”) introduz um pleonasmo “defensável” (ah, os linguistas!) que me deixa em expectativa nada positiva. A segunda “explica” a primeira: “Pelo menos é isso o que aprendemos desde pequeno”. Como é mesmo? Aprendemos desde pequeno”? Ih!.. Em seguida, doutoral, o artigo cita que “um homem deve ter palavra” e que “isso é o que costuma nos afirmar nossos pais…”. Chega. Curioso, sim, masoquista, não, suspendi a leitura. Mas a recomendo a todos quantos quiserem saber como não escrever. Por certo, o editorial não é mais o mesmo.
“PAU DE ARARA”: DA TRAGÉDIA À COMÉDIA
RISADAS “ESTRIPITOSAS” DE ELIS REGINA
NÃO HÁ LUGAR MELHOR DO QUE NOSSA CASA
O.C.
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Ousarme.
Ouso temeroso, postar genuflexo ao seu texto, um breve comentário sobre o que li com estrepitosa admissibilidade e avidez bulímica.
Dizem que a inveja mata! Se assim fosse eu já estaria defunto. Invejo no bom sentido não ser o autor de tão harmônica e degustável temática descrita com a sensibilidade e verve dum poeta.
Confesso que você nos faz sentir longas e intermináveis as semanas que precedem os Domingos, flambadas de tediosas de mesmices “jornalisticas”, com raríssimas exceções; do “control ‘C’ control ‘V'” na imprensa regional.
Você consegue nos fazer lembrar com saudades, o nosso extinto Semanário, editado no Rio pré-apocalíptico.
Obrigado… Muito grato pelo privilégio de poder lê-lo aos Domingos e lavar a alma com a beleza harmoniosa que nos passa a impedância dos seus escritos cuja leitura de cunho profundamente literário, nos causa acmes circuitos de saudades.
Agora vou recolher-me em Anton Tchékhov e outros contos de humor, enquanto aguardo o próximo Domingo para ler O Universo Paralelo.
Fica explicito que sou um grande admirador da sua literatura.
Mohammad Padilha