O Festival de Cacau e Chocolate de Ilhéus chegou ao fim batendo recordes de edições anteriores ao movimentar cerca de R$ 25 milhões em negócios e atrair público de 65 mil pessoas desde a noite de quinta-feira (18) até ontem (21). Com projeção nacional e internacional e a marca Chocolat Festival, o evento reuniu mais de 200 expositores no Centro de Convenções Luís Eduardo Magalhães, na Avenida Soares Lopes.
“É motivo de orgulho constatar que, há 15 anos, começamos com duas marcas de chocolates caseiros e poucos expositores e hoje são mais de 200 marcas de chocolates de origem, cem dessas marcas no sul da Bahia, expansão do ecoturismo e impacto positivo em vários setores da economia regional – assinalou Marco Lessa, idealizador e coordenador do Chocolat Festival.
Lessa revelou conversas da organização do evento com o principal patrocinador do Festival, o Governo da Bahia, para a construção de pavilhão de feiras no Centro de Convenções de Ilhéus, onde poderá ser implantado o Museu do Cacau e do Chocolate.
DEGUSTAÇÃO E NEGÓCIOS
Nos quatro dias, o público pode adquirir e degustar produtos de cacau e derivados. Houve, ainda, cursos de capacitação para 6.500 pessoas e seis toneladas de alimentos arrecadadas para doação a famílias carentes, através de uma parceria com o Rotary Clube e o Lions Clube de Ilhéus.
Segundo Gerson Marques, presidente da Associação dos Produtores de Chocolate do Sul da Bahia (Chocosul), apesar da alta do preço do cacau neste ano, afetando os preços dos chocolates de origem, as marcas presentes estão fechando negócios no Festival.
“As nossas empresas estão fazendo negócios e consolidando o projeto do polo chocolateiro, além de elevar a autoestima da região, que se orgulha de ter um produto que além da qualidade, traz em si toda a magia que cerca o mundo do cacau”.
CONQUISTA DE NOVOS MERCADOS
Dirigente da Natucoa, Carine Assunção revela a comercialização de produtos para consumidores também de outros países, “além de abrir novos mercados na rodada de negócios com dezenas de empresários”.
Para Osaná Crisóstomo, da Bahia Cacau, primeira fábrica de chocolate da agricultura familiar do Brasil, “o sul da Bahia vive um novo momento” e o Festival abre as portas para divulgação dos produtos da região, “que hoje são comercializados em vários estados brasileiros e brevemente chegaremos ao mercado internacional”.
FÁBRICAS-ESCOLA DO CHOCOLATE
O Governo da Bahia, principal apoiador do Chocolat Festival, marcou presença com participação da secretarias de Turismo (Setur), da Cultura, de Desenvolvimento Rural, da Agricultura, da Educação e do Trabalho, Emprego e Renda em estandes como Empório da Agricultura Familiar, Centro Público de Economia Solidária, Feira de Artesanato, Espaço do Turismo e Fábricas-Escolas do Chocolate.
O estande com as quatro fábricas-escolas dos centros estaduais de Educação Profissional de Ilhéus, Arataca, Gandu e Ipiaú reuniu estudantes e professores, que mostraram a produção de um projeto do Governo do Estado que valoriza o processo de ensino-aprendizagem e incentiva o empreendedorismo.
O estudante Ruaferson Calazans, do CEEP do Chocolate Nelson Schuan, em Ilhéus, disse que “além de mostrar o nosso trabalho para milhares de visitantes, essa é oportunidade de trocar experiências com colegas de outros colégios”. Ruaferson está concluindo o ensino médio e afirma que pretende fazer curso superior e se especializar na área de chocolates “e atuar num mercado cada vez mais promissor”.
O Chocolat Festival também impacta positivamente o turismo, com a divulgação da Estrada do Chocolate, primeira estrada temática da Bahia, que inclui fazendas centenárias de cacau, fábricas de chocolate e áreas de mata atlântica preservada.
ARTESANATO
A arte e a cultura regional foram destaque, com o Palco Cacau e o Pavilhão Cultural, que incluiu apresentações de artistas regionais, teatro, literatura e artesanato. Flávia Oliveira, que integra uma das cinco associações com cerca de 200 artesãos no evento, festejou a participação e resultados. “Conseguimos realizar ótimas vendas e tivemos uma excelente vitrine para divulgar o nosso trabalho”.