O Hospital Manoel Novaes, em Itabuna, no sul da Bahia, está participando do Hora Dourada, projeto de aliança global desenvolvido pelo Centro de Estudos do St. Jude Children’s Research, hospital dos Estados Unidos (EUA) especializado em tratamento de câncer. A iniciativa tem o objetivo a redução da mortalidade de crianças e adolescentes pacientes em tratamento oncológico no mundo. No Brasil, a ação conta com a participação da Santa Casa de Itabuna e outras 11 instituições.
Pela parceria com o hospital Norte-Americano, os participantes em todo o mundo recebem orientações para implementação e desenvolvimento do Projeto Hora Dourada. O objetivo é prevenir e tratar o câncer, que é a doença que mais mata crianças e adolescentes no mundo. “Em países com menos recursos financeiros para investimento na saúde, a principal causa da mortalidade é a infecção, que muitas vezes poderia ser evitada”, afirma Teresa Cristina Cardoso, médica responsável técnica pelo Serviço de Onco-Hemoterapia Pediátrica do Hospital Manoel Novaes.
A médica afirma que mais tem matado crianças e adolescentes portadoras de câncer no mundo são as infecções. “Quando foi analisado de o porquê dessa alta mortalidade por infecção, descobriu que ela estava relacionada à demora no atendimento ao paciente. Verificou-se que, ao apresentar os sintomas febris, o paciente não recebia a medicação adequada, no momento correto”, observa a especialista.
DEFESAS DIMINUÍDAS
Teresa Cristina Cardoso orienta que o paciente deve tomar, sempre com acompanhamento e orientação médica, o antibiótico na primeira hora da febre. “Porque quem faz quimioterapia tem suas defesas diminuídas. Então, as bactérias se replicam muito mais rápido que em uma criança ou adolescente que não apresenta essa alteração. Por isso, a medicação deve ocorrer no momento em que essas bactérias ainda não estão no índice tão elevado. A ação ajuda a evitar que o paciente tenha uma infecção mais grave, como assepsia, pneumonia e meningite”.
Com base em estudos apontando que a maior causa para morte de crianças e adolescentes em tratamento oncológico, o projeto foi elaborado e expandido dos EUA para outros países. Para mudar esse quadro de mortes evitáveis, os idealizadores do projeto estão implementado, nos hospitais da aliança global, essa consciência do uso de antibióticos na primeira hora de febre.
Teresa Cristina Cardoso explica que, além dos hospitais, a redução no número de mortes depende da participação da família do paciente, que precisa compreender a importância e diferença no atendimento e medicação no momento indicado. “Para facilitar essa comunicação e participação das equipes assistenciais, aqui, no Hospital Manoel Novaes, foi iniciada uma série de atividades, como treinamentos e conversas sobre a importância do processo de acompanhamento e cuidados”.