É um malabarismo e tanto. O governo estudou, estudou… e decidiu começar o corte de despesas com a folha de pagamento pelos 65 trabalhadores que compõem a ‘equipe padrão’ da empresa que opera a limpeza pública, a Marquise. Não é muito fácil entender, mas vamos lá.
O município, em acordo com a empresa, vai reduzir o contrato da limpeza em R$ 200 mil/mês. A Marquise, por sua vez, cortará os 65 postos de trabalho da tal equipe padrão, que faz poda de árvores, limpeza de bueiros e de sarjetas. O serviço passará a ser feito por trabalhadores do próprio governo, lotados na Secretaria de Desenvolvimento Urbano.
Por que logo dos fraquinhos? Quem explica é o sargento Gilson Nascimento, secretário da Administração. “Como esses são os únicos que podem contar com a proteção do seguro-desemprego durante três meses, optamos por fazer esses cortes nesse setor. Esperamos que em março de 2010 possamos recontratá-los”.
Pois é. Essa foi a solução para não mexer nos cargos comissionados. A esperança do governo, afirma Gilson, é que até o fim do seguro-desemprego dos trabalhadores as finanças do município tenham voltado ao normal. “Estamos contando com a volta do IPI, que deve recompor nosso FPM, e assim nossa folha se distancie do limite de 54% da arrecadação”.
Talvez nem mesmo saibam o que vem a ser IPI, FPM e Lei de Responsabilidade Fiscal. Mas esses 65 ‘contemplados’ serão os maiores torcedores pela elevação da carga tributária do país nos próximos meses.