Tempo de leitura: < 1 minuto

ACM Neto deixou muita gente com uma pulga atrás da orelha ontem, durante seu pronunciamento na mobilização dos prefeitos na sede da UPB, em Salvador. Foi quando o deputado do DEM largou essa pérola:

– Estamos entre políticos e não farei discurso. Falarei a verdade.

A afirmação soou estranha, pois ficou a impressão de que o jovem parlamentar só fala a verdade quando está entre políticos. Se for no meio do povo, pode mentir à vontade…

Pelo menos, foi isso que quase todo mundo entendeu.

Leia mais no www.politicaetc.com.br

Tempo de leitura: 3 minutos

Gustavo Atallah Haun | g_a_haun@hotmail.com

.

É certo, e ninguém duvida disso, que todos os trabalhadores têm direito à greve, segundo a própria CLT. É mais do que correta toda forma de manifestação que extermine de vez a opressão, o autoritarismo, a falta de liberdade, o arrocho salarial, as péssimas condições de trabalho, etc.

O que nos deixa de orelhas em pé é saber que existem certas classes de trabalhadores que desfrutam de um status quo privilegiado dentro da engrenagem capitalista da batida mais valia e, mesmo assim, agridem a população inviabilizando seus trabalhos em paralisações enfadonhas e intermináveis. Os bancários fazem parte dessa ala exclusivíssima.

O que se pode dizer dessa classe? Se pudéssemos estratificar os empregos, certamente os bancários desfrutariam do topo da pirâmide, poderíamos até chamá-los de “burguesia” dos trabalhadores, pois desfrutam de tantas benesses que a grande massa proletária sonha dormindo e acordada!

Leia Mais

Tempo de leitura: < 1 minuto

O caminhoneiro Renê Ceccon, 30 anos, morreu no capotamento de um Mercedes Benz 1620 (placas MRX-7679, de Vitória-ES). O acidente ocorreu às 17h deste sábado, no quilômetro 386 da BR-101, trecho Itamarati-Gandu.

Renê perdeu o controle da direção do veículo, que estava carregado de granito. O acidente ocorreu próximo à Natureza Viva. Segundo testemunhas, o veículo saiu da pista e capotou. As informações são do repórter Costa Filho, da Rádio Jornal.

Tempo de leitura: < 1 minuto
Lago em papel do cômico Fabiano.
Lago no papel do cômico Fabiano.

Leitor do Pimenta e amigo do casal Alice e Fábio Lago informa que o ator ilheense e interprete do personagem Fabiano, da novela global Caras e Bocas, passa bem após cirurgia para reconstituição de três ligamentos que se romperam após o acidente de ontem à tarde (confira).

Lago passeava em Botafogo, no rio de Janeiro, quando foi atropelado por um VW Gol. O ator foi submetido a uma cirurgia no ombro na manhã deste sábado, no Hospital Copa D´Or. O ator pode receber alta neste domingo.

Fábio Lago é uma das grandes atrações da novela Caras e Bocas. Ele interpreta o divertido Fabiano, um baiano que desconfia da relação da sua mulher, Ivonete, com o suposto primo Adenor. Para tirar a dúvida, ele já se vestiu de oriental, freira, baiana e, por último, uma mulata de olhos azuis que segue os passos da mulher…

Tempo de leitura: 2 minutos
Ilhéus faz beicinho e Itabuna quer heliponto.
Ilhéus faz beicinho e Itabuna quer heliponto.

Itabuna entrou na disputa e pode tirar de Ilhéus investimento de seis milhões de reais e contar com uma base para pousos e decolagens de helicópteros (heliponto). O empresário Helenilson Chaves está entre os interessados no projeto de um grupo mineiro ligado à área de táxi aéreo.

O alvo principal da empresa é o município de Ilhéus, pela sua localização, mas esbarrou na falta de interesse do Palácio Paranaguá pelo projeto. Wagner Osório, um dos investidores da empresa, teve reunião com o Executivo. As negociações, no entanto, não avançaram. Não passaram da primeira conversa, aliás.

O projeto significa a garantia de 20 empregos diretos e outros 30 indiretos para o município onde for instalado o heliponto.

A melhor localização para o empreendimento é a área central de Ilhéus. Uma das propostas era a avenida Soares Lopes, o que foi prontamente descartado pelos homens do Palácio Paranaguá, que indicaram áreas no lado norte do município.

Wagner, no entanto, observa que este tipo de empreendimento deve ser instalado em área central para facilitar o deslocamento e atrair o interesse privado. Inicialmente, o investimento contará com um helicóptero para serviço de táxi aéreo. O impacto seria mínimo.

A empresa mineira está de olho no mercado que se abre para o sul-baiano com a atração de grandes investimentos para a região, notadamente o Porto Sul e a demanda gerada pela Petrobras nos últimos meses – e principalmente com a perspectiva de exploração de petróleo da camada pré-sal na região de Canavieiras e Una.

A Infraero cobra taxas pesadas e comunicação com antecedência de 24h para pouso e decolagem de helicópteros em aeroportos. A própria Petrobras enfrenta dificuldades para deslocamentos na região cacaueira devido à falta deste tipo de aeronave. O investimento é mais que necessário.

A área necessária para o empreendimento, segundo conta Wagner, é de dois mil metros quadrados, que pode ser cedida em regime de comodato. Hoje, aeronaves deste tipo mais próximas, e disponíveis, estão em Porto Seguro, observa. O deslocamento até Ilhéus custa cerca de R$ 3 mil.

Afora o interesse por Ilhéus, Wagner afirma que pelo menos uma base funcional seria instalada em Itabuna para atender ao mercado local.

Tempo de leitura: < 1 minuto

Graças ao 16º gol de Diego Tardelli no Brasileirão, o Atlético-MG conseguiu cumprir o objetivo de encostar no Palmeiras. Com seu maior público no campeonato (57.901), fez 1 a 0 no Vitória no Mineirão e chegou a 53 pontos, um a menos do que o líder, que abriu a 31ª rodada sendo derrotado pelo Santo André na quarta-feira.

Tardelli assumiu a artilharia isolada na competição, deixando para trás o flamenguista Adriano e o colorado Alecsandro, que têm 15. A vantagem poderia ser maior, caso Tardelli não tivesse desperdiçado um pênalti no segundo tempo. A vitória marcou ainda a estreia do atacante Marques na temporada, substituindo Rentería no decorrer da partida.

O Vitória, estacionado nos 44 pontos e na nona colocação, vê diminuir a esperança de alcançar o G-4. Na próxima rodada, o Atlético-MG vai ao Rio de Janeiro para encarar o Fluminense, às 21h de quinta-feira, no Maracanã. Um dia antes, os baianos recebem o Corinthians no Barradão, às 21h50m. As informações são do G1.

Tempo de leitura: < 1 minuto
.

O jornalista Maurício Maron, do Jornal Bahia Online, entrevistou o ex-jogador de basquete Oscar Shimidt, que participou como palestrante da Feira de Informática de Ilhéus, a Infoilhéus. No bate-papo, o “Mão-santa” fala de sua nova profissão – palestrante –, de Olimpíadas no Brasil, política, corrupção…

Quando provocado sobre corrupção, não alivia. “O verdadeiro bandido é esse, que desvia dinheiro. Esse é o pior bandido, porque esse, no estalar de dedos fica rico para a vida toda sem ter feito absolutamente nada.”

Sobre a nova profissão, porém, é o velho Oscar de sempre, como o gênio do basquete, obstinado, perfeccionista: “Trabalho para que as minhas palestras sejam sempre melhores. Por isso não abro mão: preciso de uma reciclagem de tempos em tempos. Ninguém pode parar no tempo. Você tem que estar sempre melhor”.

Leia aqui a íntegra.

Tempo de leitura: < 1 minuto
.

O comércio de Itabuna cortou 152 postos de trabalho nos oito primeiros meses do ano, segundo levantamento do Sindicom no Ministério do Trabalho e Emprego. Dirigente do sindicato patronal do comércio, José Adauto Vieira disse que o dado preocupa.

O setor é um dos que mais empregam em Itabuna, cidade polo do sul da Bahia. José Adauto lembra da força do comércio local para aceditar numa reversão de quadro. “Esta preocupação não deve ser encarada com pessimismo”.

A julgar pelo crescimento nas vendas em outubro, em torno de 20%, dá para apostar em reversão, desde que boa parte das contratações temporárias de final de ano se convertam em emprego consolidado.

Tempo de leitura: < 1 minuto

Um dos mais fiéis aliados do deputado federal Geraldo Simões e petista de carteirinha, Lecival Santos cansou. Lecival, quem é Lecival? É, pelo nome, assim… talvez poucos saibam de quem estamos falando. O cabra é pau pra todo obra e conhecido na área do Pontalzinho, loteamento São João e Corbiniano Freire como uma das maiores lideres comunitários de Itabuna. Liderança na essência do termo. Mas considera-se abandonado. Cansou mesmo.

– Ó, cansei. Vou é trabalhar com Paulo Souto [para governador] e Coronel Santana [para deputado estadual].

Agora, leitor, pense num cara honesto e que defendia o antigo grupo até debaixo d´água. É ele, o velho Babau. Cansou de destinar grande parte da sua vida a um grupo. E não lhe ofereceram oportunidade de crescer, mas só de tornar-se dependente. Ele trilhou novo caminho.

Tempo de leitura: < 1 minuto

Dois vacilos na zaga que é uma mãe renderam ao Bahia mais uma derrota na Série B do Campeonato Brasileiro. O tricolor levou 2×1 do Vasco, no estádio Maracanã (RJ), permanece na 17ª posição na competição e sofre o pesadelo do descenso para a terceirona. Continua firme e forte na zona de rebaixamento.

O Bahia começou assustando o Vasco ao obrigar o goleiro Fernando Prass a uma difícil defesa em chute do tricolor Ananias. Nádson furou ao tentar aproveitar rebote do goleiro vascaíno. O time carioca abriu o placar com Fágner, que triangulou na defesa baiana e chutou no cantinho de Marcelo, aos 36 do primeiro tempo.

O placar continuou assim até os 15 minutos finais do segundo tempo. Aos 33, Elton, da entrada da área e de voleio, fez um golaço para o Vasco: 2×0. Dois minutos depois, Paulo Isidoro aproveitou passe na entrada da área e chutou sem chances para Fernando Prass.

O time carioca está cada vez mais perto do título da segundona e do seu retorno à Série A, com 66 pontos. E o ‘Jahia’… permanece em 17º lugar (só 35 pontos) e pertinho de voltar à… Série C.

Confira o gol de honra do Bahia:

Tempo de leitura: < 1 minuto
.

Os diabéticos itabunenses sofrem. Depois de cortar o fornecimento de fitas de glicemia que indicam o nível de açúcar no sangue, a unidade especializada no atendimento a quem sofre de diabetes não está fornecendo seringa para aplicação da insulina. Piorando uma situação que já era dramática.

Pacientes lembram que a unidade já limitava o número de seringas – no máximo cinco ao mês por diabético atendido na unidade. Como as seringas são descartáveis, o seu reuso é proibido pelo Ministério da Saúde.

A reutilização provoca inflamações na área do corpo onde a injeção é aplicada. Isso, porque a agulha sofre pequenas dobras na ponta, a cada aplicação, e torna-se uma espécie de “anzol”, provocando lesões e inflamações nas áreaas do corpo onde são aplicadas as doses de insulina.

O que mais irrita quem precisa de atendimento é que tanto a seringa como a fita para os testes de níveis de glicemia são custeados pelo Ministério da Saúde. “Não sabemos onde a prefeitura aplica esse dinheiro”. O município licitou a compra de fitas de glicemia há quase dois meses. Nada chegou aos sofridos pacientes.

Tempo de leitura: < 1 minuto
Souto: vaias em Ibicaraí, sul da Bahia.
Souto: vaias em Ibicaraí, sul da Bahia.

Oportunismo na política nem sempre é estratégia das mais interessantes – principalmente quando se trata de evento público. Veja o exemplo do ex-governador Paulo Souto. Na última quinta-feira, 22, ele foi a Ibicaraí para palestra no Hotel Tropical. Logo após, resolveu fazer aparição num show beneficente da banda Trio da Huana, do vocalista Luizinho, que é pré-candidato a prefeito em 2012.

Ciceroneado por Luizinho, Souto chegou ao Clube dos Comerciários acompanhado ainda do prefeito Capitão Azevedo, de Itabuna, além de Antônio Imbassahy e Gilberto Santana, ambos pré-candidatos a vagas na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa, respectivamente.

Luizinho, o vocalista da banda que faz sucesso no sul da Bahia cantando arrocha, anunciou o nome de Souto como o futuro governador da Bahia. O público do show beneficente não gostou da mistura política e vaiou o ex-governador e atual presidente do DEM baiano. O democrata saiu desanimado do clube.

Atualizado às 20h de 25/10

Tempo de leitura: < 1 minuto

Um médico de 65 anos foi preso após examinar um paciente e ‘bater’ a sua carteira dentro do consultório do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo, em Jundiaí, no interior de São Paulo. A carteira foi encontrada próximo a uma área restrita do hospital sem os R$ 177,00.

A polícia entrou no circuito e encontrou a carteira de Cristian Caetano da Silva numa área restrita a funcionários. O médico ‘batedor’ se chama Newton Nery Feldripe de Souza Filho. Ele deixou a prisão depois de pagar fiança de R$ 10 mil.

O médico-larápio já acumulava três passavens pela polícia, uma delas por furto em um supermercado. A direção do Hospital de Caridade resolveu demiti-lo. Confira o vídeo:

Tempo de leitura: 5 minutos

70-mm

final 4

IngloriousBasterds_2_Set2009

Antes de um filme de guerra, comédia e drama – ao mesmo tempo –, Bastardos Inglórios (Inglorious Basterds – EUA/ Alemanha, 2009) é, talvez muito mais do que todos os outros, um filme de Quentin Tarantino. O que não quer dizer exatamente que o resultado não passe de uma repetição de maneirismos em defesa de uma satisfatória e segura egotrip, mas sim que, embora exista em Tarantino um ego gigantesco (e já característico), este parece tão grande quanto a vontade de, enquanto se diverte, testar mais do que nunca seu próprio talento enquanto cineasta.

A primeira cena de Bastardos Inglórios é a mais longa numa abertura dele, mais lento e contido desde a linda apresentação de créditos. A não menos bela – e educadamente tensa – conversa entre o Coronel Hans Landa (Christoph Waltz – extraterrenamente sensacional) e Perrier LaPadite (Denis Menochet – muito bom) remete ao diálogo entre Christopher Walken e Dennis Hopper no ótimo Amor à Queima-Roupa (1993) – roteiro que ele (infelizmente) vendeu para Tony Scott –, com o adendo de aqui Tarantino se arriscar mais; pela duração, pela não interferência de personagens, e por dirigir, logicamente. Numa cena em que duas pessoas conversam durante 20 minutos, é bonito perceber a plateia em silêncio hipnótico por tanto tempo sem que, para isso, a câmera tenha de dar piruetas. QT, completamente hábil em prender a atenção do público na base da escrita e em cuidadosa decupagem, se mostra um puritano do tripé, da steady cam e de gruas – nada de câmera na mão chamando atenção para os seus próprios tremeliques.

Esse mesmo puritanismo – nada novo, mas aqui elevado a enésima potência – Tarantino demonstra no que diz respeito ao cinema como ele vê. E este cinema é película – com direito a uma quase ojeriza pelo digital – e, bem diferente da maioria de Hollywood, respeito à língua e admiração pelo cinema de outros países. O que, convenhamos, é assaz coerente com alguém cuja maior influência é de diretores italianos (de Sergio Leone a Mario Bava) e cuja produtora leva o nome de um filme francês – Bande à Part, de Jean-Luc Godard.

O mesmo respeito, todavia, não é visto no que diz respeito à história – o que não é necessariamente um defeito, e o que vejo como justamente um dos maiores trunfos aqui. Não existem apenas inúmeros filmes sobre a segunda guerra, mas sim incontáveis obras marcantes e estudiosas do tema. No entanto, nenhum filme (que eu me lembre) teve a audácia de se revelar tão (re)escritor da história já conhecida – e reconhecida. E, mais do que uma afronta, essa reconfiguração histórica funciona como um deleite impossível fora do cinema.

Vingança é o pano de fundo, a lembrança de Kill Bill é várias inevitável, mas a descarga é catártica, e chega a remeter, embora de maneira bem rápida e diferente, a Vá e Veja (1985), de Elem Klimov, filme diametralmente oposto sobre (o horror bielorusso n)a mesma segunda-guerra. O diálogo com a obra-prima soviética, porém, não vai além disso, já que o que Tarantino faz é entretenimento – de onde menos se espera. É curiosa sua construção caricata (em harmonia com o espírito do filme) e por vezes lindamente infantil dos próprios conterrâneos, especialmente de Aldo Raine (Brad Pitt – não apenas hilário), natural do Tennesse, como o próprio QT. Tarantino é absurdamente hollywoodiano no seu fim (entretenimento), mas seu êxito maior é conseguir chegar a esse fim com um tom cinéfilo e zombeteiro; comprometido acima de tudo com o cinema dele – aqui mais do que nos seus outros filmes.

Esse seu tom autoral é visto inclusive no momento em que ele parece pecar por ir onde nunca foi anteriormente, ao tornar a trilha, antes (ou além) de um reforço de estilo, um potencializador de sentimento; trazendo uma aparência surpreendentemente genérica. Abruptos cortes secos (e de atmosfera) dão a certeza de que ele não quer ser piegas, mas não a de que consegue o equilíbrio entre moderação e sensibilidade sem que, para isso, se desvirtue de um filme tão absolutamente estilizado (e num mundo diferente) até ali. Talvez, e aí vai um talvez em caixa alta, seja o próprio Tarantino (re)conhecendo um (enfim) auto-limite: “ei, isso não encaixou tão bem quanto poderia, não sou tão bom aqui quanto no resto”.

A prova de que esse talvez merece ser relativizado vem no final. Quem já leu algo do que Tarantino falou sobre Bastardos Inglórios sabe o que ele acha do filme, e – depois das mais de duas horas completamente apaixonadas – assistir a Brad Pitt dizer o que diz é imaginar as palavras saindo das mãos hiper-ativas de QT, falando em primeira e última instância de si (um tipo de personificação de um cinema) para o mundo – lembranças de Truffaut e Os Incompreendidos e Almodóvar e Má Educação foram imediatas. Com essa última frase, tudo que disse (sobre) e tudo que manifesta em Bastardos Inglórios, Tarantino nos dá a impressão de que, se não atingiu seu limite de talento – se é que isso é possível –, ele realmente fez aqui o filme que resume sua obra. Filme esse que, não por acaso, é uma ode não ao passado histórico, mas à infinita potencialidade cinematográfica de se fazer a própria história.

Numa situação hipotética, se fosse fazer um filme sobre a alarmante diminuição de água potável no mundo, Tarantino, muito provavelmente, enfocaria mesmo (o fim d)a película cinematográfica. Do que ele entende, pelo que ele se interessa, e o que ele ama o suficiente para escolher como protagonista de seus filmes mais ambiciosos – de Bastardos Inglórios à sua vida. É difícil que exista hoje, vivo, algum cineasta com tamanha combinação de audácia, talento e uma espécie de divertimento com o estado eternamente enamorado pelo próprio cinema.

P.s. 1: Ainda não sei precisar o quanto minha precária situação física influenciou no absorver do filme, mas – obviamente – irrelevante ela não foi. Muito dos Bastardos, de bom ou não, pode ter evaporado antes de ser digerido. Ou foi mal digerido…

P. s. 2: Texto escrito sem assistir ao À Prova de Morte (2007), o filme anterior de Tarantino lançado há mais de dois anos em Cannes e ainda inacreditavelmente inédito (comercialmente falando) no Brasil. A última previsão da Europa Filmes – a que tive acesso – falava em dezembro. Espero, mas não garanto.

Filme:            Bastardos Inglórios (Inglorious Basterds – EUA/Alemanha, 2009)

Direção:         Quentin Tarantino

Elenco:          Brad Pitt, Mélanie Laurent, Christoph Waltz, Eli Roth

Duração:       153 minutos

8mm

Mais Itália

E Tarantino, deixando claro que os Western Spaghetti (para ele) não se resumem a Leone-Morricone, ainda nos dá o prazer de assistir a Shosanna (Mélanie Laurent – excelente) ao som da trilha de O Dólar Furado (1965), de Giorgio Ferroni. Ah, Itália..

Sem amantes

Um filme como Amantes (2008), de James Gray e com elenco de gente da popularidade do naipe de Gwyneth Paltrow e Joaquim Phoenix, numa quinta-feira às 16h20min, em Salvador. Ou seja, uma sessão deveras acessível. Pois bem, decorridos cinco minutos de projeção, eu era o único na sala – que viu os créditos finais subirem com o dobro do público.

Filmes da semana:

  1. 1. Bastardos Inglórios (2009), de Quentin Tarantino (cinema) (****)
  2. 2. Besouro (2009), de João Daniel Tikhomiroff (cinema – pré-estreia) (**)
  3. 3. Amantes (2008), de James Gray (cinema) (***1/2)

Leandro Afonso é comunicólogo, blogueiro e diretor do documentário “Do goleiro ao ponta esquerda”

www.ohomemsemnome.blogspot.com

Tempo de leitura: < 1 minuto

Está causando estranheza entre pacientes a presença de um homem dentro do consultório médico no posto de saúde do bairro Califórnia, a UBS Alberto Teixeira Barreto. É, literalmente, um corpo estranho, já que não é médico, enfermeiro ou algum outro profissional da saúde.

O mancebo é levado para lá por uma médica clínica-geral, mas muitos pacientes estão se retraindo nas consultas à tal doutora. Segundo uma paciente, o rapaz é encarregado pela médica de preencher os pedidos de exames e outras tarefas que não envolvem atos restritos a médicos. Menos mal.

“Mas não me sinto à vontade. Mesmo que seja para uma simples consulta de rotina. Ali, só médico e paciente. Em alguns casos, enfermeiro ou outro profissional. Mas namorado(a) de médico, não aceito”, reclama a paciente.