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Daniel Thame | www.danielthame.blogspot.com

Colo Colo: 11 jogos, 3 vitórias, 1 empate e 7 derrotas. 14 gols marcados e 25 sofridos. Último colocado do seu grupo.

Itabuna: 11 jogos, 2 vitórias, 1 empate e 8 derrotas. 7 gols marcados e 16 sofridos. Último colocado do seu grupo.

Esse é o melancólico saldo da participação das duas equipes sulbaianas no Campeonato Baiano de 2010. Mesmo faltando uma rodada para o encerramento da fase de classificação, ambos já estão condenados ao “Torneio da Morte”, que terá quatro equipes lutando não pelo glorioso (nem tanto, nem tanto!) título de campeão, mas para não despencar à mambembe 2ª. Divisão.

Colo Colo e Itabuna, rescaldo de uma rivalidade que hoje nem faz tanto sentido, afundaram abraçados, para desespero de torcedores apaixonados, que costumam lotar o Estádio Mario Pessoa e o Estádio Luiz Viana Filho, na eterna ilusão de que o titulo baiano não é apenas miragem, mas algo possível.

Em 2010, bastaram algumas rodadas para que essa conquista se configurasse como algo absolutamente impossível.

Dessa vez, não houve milagre nem arrancada para a classificação na reta final.

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Norman Mailer

Dilma, Lula, produtor, Wagner… Cadê GV?

De branco, rosto limpo, sem óculos escuros, apenas a irreparável barba grisalha, o governador Jaques Wagner chegou cedo nesta sexta-feira (5) ao Aeroporto de Petrolina para recepcionar o presidente Lula e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Concedeu uma entrevista para uma emissora de rádio local e fez comentários sobre a aliança com o senador César Borges e o clima de aproximação provocado pelo presidente Lula com o PMDB baiano.

De azul claro, rosto queimado e óculos, o ministro da Integração também chegou cedo, na segunda-feira (1), a fim de organizar os preparativos da visita do presidente Lula. Por um desses despautérios da vida, Geddel só perdeu o horário desta sexta-feira. O vacilo custou caro, porque a assessoria de imprensa do governador baiano divulgava para os quatro cantos a entrevista de Wagner, que logo seria intercalada por outra do presidente Lula.

Na descida do avião, Wagner é puxado pelo companheiro de partido e acompanhado de perto pelo recém-aliado da pré-candidatura de Dilma no âmbito nacional, César Borges, do PR. Já na entrevista, Lula teceu comentário sobre os dois palanques na Bahia, e deixou claro que o desejo dele é a continuidade da aliança vitoriosa que elegeu Wagner e reelegeu o presidente em 2006.

Ainda no pátio do aeroporto, Wagner estende a mão ao ministro, que ergue a mão direta, enquanto o governador olha para o alto, como quem pede paciência aos céus e já ouviu do presidente novas recomendações para aceitar o peemedebista novamente na chapa para senador.

Conversa vai, conversa vem, ao longe, o ministro Geddel assiste atônito o presidente convidar o governador da Bahia para entrar no carro da presidência. Só Lula e Wagner. Nem Dilma acompanhou Geddel em outro veículo. O isolamento é evidente.

Sempre ao lado do presidente, Wagner visita as instalações da Codevasf. O sorriso largo não esconde a satisfação de quem arquiteta de maneira minuciosa a aproximação do PR e do senador César Borges, a corrosão do nicho do principal adversário, o ex-governador Paulo Souto, que a cada dia lamenta a saída de um corregilionário, e o isolamento de um ex-aliado refém de uma decisão precipitada e audaciosa, o ministro da integração, que não encontra sustentação nem musculatura política capazes de alavancarem uma candidatura que nasceu órfão.

A inclemência do tempo, apesar de ter tido a oportunidade de preparar o terreno da visita do presidente in loco, sorrateiramente tapeou o ministro Geddel. Os minutos e as horas desta sexta-feira (5), aparentemente correram a favor de um enredo cronologicamente definido pela equipe do governador Jaques Wagner, que transformou uma obra tocada pelo Ministério da Integração Nacional, numa iniciativa da mãe do PAC, a ministra Dilma Rousseff, a partir de uma proximidade que o governador baiano possui com o presidente Lula. Xeque.

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Marco Wense

Uma conversa com o irreverente Juvenal Maynart, correligionário muito próximo do ministro Geddel Vieira Lima, pré-candidato do PMDB ao Palácio de Ondina, é sempre proveitosa. Não há espaço para o futebol ou qualquer outro assunto que não seja política.

Em relação ao rompimento de Geddel com o governador Jaques Wagner ou vice-versa, Juvenal diz que “não adianta chorar o leite derramado”, descartando qualquer possibilidade de reaproximação entre o peemedebista e o petista.

O “leite derramado” significa, pelo menos na minha modesta opinião, que o racha não foi bom para os dois políticos, principalmente para Geddel, que corre o risco de não disputar um eventual segundo turno e, como consequência, ficar sem mandato durante quatro anos.

Como o movediço e emaranhado processo político permite a formulação de hipóteses, muitos eleitores começam a fazer, até para si mesmo, a seguinte pergunta: Como estaria a sucessão estadual se não houvesse o rompimento entre Wagner e Geddel?

Em dois pontos, os peemedebistas e petistas concordam: 1) Wagner, que busca o segundo mandato, estaria em uma posição mais confortável nas pesquisas de intenção de voto. 2) Geddel seria um fortíssimo candidato ao senado da República.

O governador, se reelegendo, fica impedido de disputar a re-reeleição em 2014. O candidato natural seria o ministro Geddel. Qualquer tentativa do PT para lançar candidatura própria não teria o apoio de Luiz Inácio Lula da Silva e, quem sabe, do próprio Wagner.

Com Wagner e Geddel unidos, respectivamente no comando do governo do Estado e do ministério da Integração Nacional, o DEM teria dificuldades para arrumar um candidato a governador.

E Paulo Souto? Ora, o ex-governador, diante de uma provável reeleição de Wagner já no primeiro turno, não iria trocar uma garantida eleição para a Câmara Federal para ser protagonista de uma aventura.  O espírito de Tarzan ficaria com ACM Neto.

Sem o imbróglio de dois palanques, com a presença do presidente Lula e de Dilma Rousseff, tendo ao lado Geddel, vários partidos aliados e uma enxurrada de prefeitos, o “galego” só iria precisar de “meio turno” para liquidar a fatura.
O leite, para a felicidade dos democratas (DEM), foi derramado.

NA ESPERA

Capitão Fábio.

O deputado Capitão Fábio, que já desistiu de ser candidato a prefeito de Itabuna em três oportunidades, acredita no apoio da petista Juçara Feitosa ao seu projeto de reeleição para o Parlamento estadual.

De olho nos mais de 40 mil votos que a ex-primeira dama obteve na última sucessão municipal, Fábio Santana espera uma declaração pública de apoio da ex-primeira dama de Itabuna.

Para os correligionários mais próximos do parlamentar, a manifestação de apoio pode acontecer na entrevista de Juçara para anunciar que não é mais pré-candidata à Assembleia Legislativa do Estado.

Os fabistas, pelo menos os mais lúcidos, ainda desconfiam desse tão badalado, comentado e propalado apoio.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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– COMANDATUBA COMEÇA A OPERAR VOOS COMERCIAIS

– NOVA SITUAÇÃO É DERROTA POLÍTICA PARA WAGNER

Matéria da Revista Exame, deste final de semana, assinada pelo jornalista André Faust, informa que a TAM começou a operar na quinta-feira (4/3) voos comerciais regulares entre Congonhas e o aeroporto de Comandatuba, em Una, litoral sul da Bahia.

Segundo a matéria, “mais do que apenas um novo capítulo da história recente da expansão do serviço aéreo, o evento veio carregado de simbolismo. Trata-se da primeira e única operação da TAM, em um aeroporto privado do país”.

O interesse comercial do aeroporto de Comandatuba – que pertence ao Hotel Transamérica – foi denunciado, ano passado, em primeira mão, pelo site Jornal Bahia Online.

A publicação informou que as duas mais importantes empresas aéreas que operam no Aeroporto Jorge Amado, em Ilhéus, haviam entrado com o “Pedido de Slot” (definição técnica para permissão para pousos e decolagens) afirmando que pretendiam transferir pelo menos quatro vôos semanais de Ilhéus para o Aeroporto de Comandatuba.

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CAMACÃ E SEU FEITIO MATRIARCAL

Ousarme Citoaian

Causou inquietações mudar o nome de Camacã para Camacan (foto), dizem que por obra e graça de autoridades municipais. A palavra pertence a uma família enorme, todos os membros com nomes terminados em “ã”. Aqui estão alguns deles, citados de memória: chã, lã, terçã, arapuã, louçã, irmã, cortesã, romã, Camaquã/RS afã, itapuã, Canaã/MG, sã, xamã, fã, temporã, vilã, escrivã, tantã (doido), tantã (tambor), Aquidabã/SE, Pã, rã… Percebe-se que são poucos os indivíduos masculinos (itapuã, Pã, arapuã, tantã – no sentido de tambor), alguns são de dois gêneros (xamã, fã, tantã – significando amalucado) e a maioria é de termos femininos. Infere-se, portanto, que a palavra Camacã é de família matriarcal.

CORRUPÇÃO ATINGE A GRAMÁTICA

Estranhíssimo esse Camacan isolado, ovelha negra da família, numa solidão que emociona. A propósito, um grupo, cuja especialidade era se rebolar na boca da garrafa, batizou-se como É o tchan! – coisa igualmente canhestra, pois a grafia que encontro no Aurélio, sem me surpreender, é tchã. Parece que essa humanitária tentativa de conseguir uma companhia para Camacan falhou. Tchan, considerando o meio onde nasceu, é desculpável; Camacan, não. Agrediram as fortes raízes históricas (que reportam à extinta nação indígena camacã), quando impuseram esse Camacan – contrariando toda a família do “ã”, como vimos. É um caso raríssimo de corrupção… gramatical!

UMA VIOLÊNCIA FILOLÓGICA

Os organismos oficiais (IBGE, Detran e outros, além da Prefeitura de Camacã, é óbvio) aceitaram a grafia com a absurda invenção do  final “an”. Os jornais também. O Agora, de Itabuna, é a única exceção: parece ter-se insurgido contra o estupro filológico perpetrado contra o município e grafa Camacã, a forma historicamente correta.  Se erra, erra em ótima companhia: o citado dicionário Aurélio desconhece os filólogos municipais e registra o verbete  camacãense como sendo “de, ou pertencente ou relativo a Camacã (BA)”. Os poderes locais têm direito até de mudar o nome do município (após consulta popular, o chamado plebiscito), mas alterar a língua portuguesa, não.

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A MOÇA QUE FICOU “MEGATRISTE”

Na tevê, em matéria sobre a volta ao horário habitual, este disparate de uma jovem: “Estou megatriste, pois adoro o horário de verão” (O. C. grifou). Zonzo com a pedrada, vou ao Aurélio e confiro: mega é prefixo que, junto a uma unidade de medida a multiplica por 1 milhão. Na fala razoavelmente culta, mega substitui “grande”, não “muito”, por isso se liga a substantivos, não a adjetivos: megaempresário, megajogador, megatraficante etc. De megafeio, megatriste, megachato e semelhantes, que o bom Deus nos livre.  Se digo grande empresário todos sabem do que falo; se digo grande feio, ou grande triste, apenas puxo as orelhas da gramática. Caso a moça se dissesse “muito triste” seria comovente. Ao dizer-se megatriste, foi ridícula. O bom jornalismo evita publicar besteiras desse jaez, que nada nos trazem, além de irritação.

PARA CRIAR É PRECISO AUTORIDADE

Palavras e expressões novas, para que sejam aceitas, dependem muito da origem, do pedigree de quem as divulga. Certa feita, o sindicalista e então ministro Luiz Rogério Magri (foto), iletrado, mas com diploma de pelego, criou a palavra imexível – e virou chacota nacional pelo resto da vida. No entanto, que me perdoem os linguistas, creio que, se exposta à luz da etimologia, imexível é perfeitamente defensável, por analogia com indizível (de dizer), elegível (eleger) e incontível (conter) – para ficar em limitados exemplos. Logo, por que a celeuma? Porque quem criou o termo não tinha “autoridade” para fazê-lo e, em sendo assim, não inventou uma palavra: inventou um constrangimento.

NONADA É BROGÚNCIA E MEXINFLÓRIO

A língua portuguesa foi praticamente reescrita por João Guimarães Rosa (foto), o maior criador de neologismos e rejuvenescedor de arcaísmos da nossa ficção. É isso que eu queria dizer: se fosse o autor de  Sagarana quem grafasse um imexível, críticos, gramáticos, filólogos e linguistas estariam todos esfalfados de tanto bater palmas.  Há dias, citamos (à espera de protestos indignados, que não vieram) uma invenção roseana: nonada. É um arcaísmo recuperado (a primeira palavra de Grande sertão: veredas). Imagino alguém perguntando a JGR o que é nonada e ouvindo dele, divertido, que “nonada é tutaméia” (assim mesmo, com acento agudo), termo por ele criado a partir de tuta-e-meia, com origem no quimbundo.

POLÊMICA SOBRE OSSOS-DE-BORBOLETA

O escritor detalha sua cria como coisa pequena, sem importância, bobagem, asneira, quinquilharia, brogúncia, mexinflório, baga, chorumela, nica, quase-nada – em Tutaméia (José Olympio/1968). A língua culta não se enriquece com a mídia, quando esta tem como agentes alter egos de Rogério Magri, numa gazeta qualquer. Aí, ela, a mídia, torna-se estuário de banalidades. No texto dos bons jornalistas (Fernando Sabino, Machado de Assis, Jorge Araujo, Ruy Castro, Joaquim Nabuco, Hélio Pólvora, Florisvaldo Mattos…) nunca se viu disparate do tipo “tentar contra a vida”. Os dicionários (Aurélio, Michaelis) também não aceitam essa acepção. Logo, para que discutir ossos-de-borboleta?

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MORRE O GUARDIÃO DOS LIVROS

Cumpre-se o dever de informar que morreu José Midlin, o grande bibliófilo brasileiro. Mais do que leitor e colecionador de livros – reconhecem políticos de vários matizes – Midlin foi um grande cidadão do Brasil. Reagiu, como pôde, à ditadura militar e, particularmente, ao assassinato oficial do jornalista Wladmir Herzog. Seu acervo, cerca de 17 mil livros, foi doado à biblioteca da USP. Ele deixou claro, há tempos, que a biblioteca não lhe pertencia, era pública: “Sou o guardião dos livros”, dizia – nunca fui guardião de livros, ai de mim! O meus, bem poucos, voam livres e, ao contrário  das pombas de Raimundo Correa (que retornam ao pombal todas as tardes) não voltam mais às minhas mãos. Perdeu o Brasil um filho ilustre.

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DUQUE, REI, CONDE E PRESIDENTE

Por motivos nem sempre conhecidos, músicos americanos, sobretudo os ligados ao jazz, sempre ganharam apelidos “exagerados”. Ellington era duque (the duke), Ray Charles, gênio (the genius), Frank Sinatra era a voz (the voice), Stan Getz, o som (the sound); Basie era o conde (the count). Lester Young, trompetista preferido da grande  Billie Holiday, a Lady Day (foto),  ganhou dela o apelido de the president, que passou a  “assinar” de forma abreviada: Pres Lester Young;  Charlie Parker era the bird, Nat Cole chamava-se Nat King Cole, e Miles Davis se tornou lendário como Miles, o divino. Aliás, divina era também Sarah Vaughan e uma das mais festejadas cantoras brasileiras de todos os tempos: a divina Elizeth Cardoso.

POR VOLTA DA MEIA-NOITE

Mas há uma face trágica. O jazz formou um imenso mercado consumidor de drogas, levando muitas estrelas a ter suas careiras prejudicadas, ou a encerrá-las antes da hora, para atender ao prematuro chamado da morte. Charlie Parker, Dexter Gordon (foto), Billie Holiday, Jannis Joplin, John Coltrane, Miles Davis, Chet Baker e Coleman Hawkins, aqui referidos de memória, têm a ligá-los não só a genialidade (alguns críticos acham que Chet Baker é uma sombra de Miles Davis, mas esses detalhes técnicos escapam ao meu nível de mero ouvinte): todos, de alguma forma, tiveram a vida invadida pelo vício. O assunto permeia o ótimo filme Por volta da meia-noite (Bertrand Tavernier/2001). O tempo é 1959, na Blue Note, em Paris. Um jovem parisiense branco, do lado de fora da boate, ouve, encantado, o som eloquente do tenorista Dale Turner/Dexter Gordon – e a partir daí vai se construir entre eles uma amizade que se estenderá até a morte do músico.

TRABALHO DE FÃ PARA FÃS

Mais conhecido pelo seu título original, Round midnight (um dos temas de jazz mais gravados do mundo – já apresentado aqui), Por volta da meia-noite é filme de fã de jazz para fãs de jazz. Não me perguntem quantas vezes o vi (a resposta teria um número com dois dígitos). É a história de um gênio, já em fase terminal, com a vida em queda inapelável. Diante da fantástica trilha sonora de Herbie Hancock (ganhador do Oscar), Dexter Gordon se conduz como um veterano ator de cinema, com seu sax e seu surpreendente talento (indicado para o Oscar). Este, aliás, é um dos aspectos mais interessantes do filme: ter um músico como protagonista e com todos os números musicais feitos ao vivo. Na abertura, Bobby McFerrin executa Round midnight… com a garganta; depois, Gordon nos brinda com um memorável As time goes by. Arrepiante.

O GOGÓ AFINADÍSSIMO DE MCFERRIN

O grandalhão tenorista Dexter Gordon nos passa a sensação de ser uma insólita mistura de Charlie Parker, Chet Baker e Miles Davis – todos vítimas do vício. Parker, aliás, morreu com apenas 34 anos, e é tema de Bird, filme de Clint Eastwood que não coube na coluna hoje. Além de Gordon, Round midnight apresenta vários nomes conhecidos, sendo um prazer para o aficionado do jazz  identificá-los: Herbie Hancock (foto), John McLauglin, Wayne Shorter, Ron Carter e Fred Hubbard. Clique e ouça Round midnight, de Thelonious Monk, em solo de gogó de Bobby McFerrin (ao piano, Herbie Hancock; o cara do charuto, na bateria, é Tony Williams).


(O.C.)

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(Foto Pimenta)

Polícias civil e militar participaram de blitz para reprimir a onda de assaltos em Itabuna. Barreiras foram montadas na rodovia Ilhéus-Itabuna (BR-415) e houve vistoria em carros de passeio e ônibus.

A operação, realizada por volta das 15h, mobilizou cerca de 40 policiais do TOR, Ceto, Rondesp e da Civil e foi comandada pelo delegado regional Moisés Damasceno, de Itabuna.

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Laura Diniz | Revista Veja

Depois de quase três anos de investigação, o Ministério Público de São Paulo finalmente conseguiu pôr as mãos na caixa-preta que promete desvendar um dos mais espantosos esquemas de desvio de dinheiro perpetrados pelo núcleo duro do Partido dos Trabalhadores: o esquema Bancoop.

Desde 2005, a sigla para Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo virou um pesadelo para milhares de associados. Criada com a promessa de entregar imóveis 40% mais baratos que os de mercado, ela deixou, no lugar dos apartamentos, um rastro de escombros.

Pelo menos 400 famílias movem processos contra a cooperativa, alegando que, mesmo tendo quitado o valor integral dos imóveis, não só deixaram de recebê-los como passaram a ver as prestações se multiplicar a ponto de levá-las à ruína (veja depoimentos abaixo). Agora, começa-se a entender por quê.

Na semana passada, chegaram às mãos do promotor José Carlos Blat mais de 8 000 páginas de registros de transações bancárias realizadas pela Bancoop entre 2001 e 2008.

O que elas revelam é que, nas mãos de dirigentes petistas, a cooperativa se transformou num manancial de dinheiro destinado a encher os bolsos de seus diretores e a abastecer campanhas eleitorais do partido.

“A Bancoop é hoje uma organização criminosa cuja função principal é captar recursos para o caixa dois do PT e que ajudou a financiar inclusive a campanha de Lula à Presidência em 2002.”

Na sexta-feira, o promotor pediu à Justiça o bloqueio das contas da Bancoop e a quebra de sigilo bancário daquele que ele considera ser o principal responsável pelo esquema de desvio de dinheiro da cooperativa, seu ex-diretor financeiro e ex-presidente João Vaccari Neto.

Vaccari acaba de ser nomeado o novo tesoureiro do PT e, como tal, deve cuidar das finanças da campanha eleitoral de Dilma Rousseff à Presidência.

Um dos dados mais estarrecedores que emergem dos extratos bancários analisados pelo MP é o milionário volume de saques em dinheiro feitos por meio de cheques emitidos pela Bancoop para ela mesma ou para seu banco: 31 milhões de reais só na pequena amostragem analisada.

ACUSADO, VACCARI REBATE VEJA

A respeito de matéria publicada pela revista Veja desta semana, esclareço:

1. Presidi a Bancoop de 2005 até a semana passada, quando me desliguei da cooperativa para assumir minhas funções como Secretário de Finanças e Planejamento do PT;

2. Nunca houve nenhum tipo de acusação contra mim e não respondo a nenhum processo, civil ou criminal

3. Em relação à investigação envolvendo a Bancoop, sempre nos colocamos à disposição das autoridades, agindo com total transparência, disponibilizando documentos e fazendo os esclarecimentos necessários à Promotoria e aos cooperados.

4. Repudio o tipo de jornalismo antiético praticado por Veja, que diz ter passado seis meses “investigando” o caso e em nenhum momento procurou ouvir a mim ou a Bancoop.

João Vaccari Neto
Secretário de Finanças e Planejamento do PT

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O prefeito de Ilhéus, Newton Lima (PSB), vai precisar de um GPS político para não se perder em Salvador, nesta segunda-feira (08). O primeiro dia útil da semana foi o escolhido para sacramentar o apoio de Lima ao governador Jaques Wagner (PT).

Como se sabe, já “rolou um clima” fortíssimo entre o prefeito e o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB). E como o ilheense já mostrou ser um tanto volúvel, tem gente sugerindo um reforço na orientação para evitar qualquer mudança de rota na capital baiana.

O medo é que Newton Lima se perca no caminho e, em vez de dirigir-se à Governadoria, acabe indo para o bairro Costa Azul, onde fica a sede do diretório estadual do PMDB.

Todo cuidado é pouco!

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Trecho da obra sob responsabilidade da EMA sofreu paralisação. Polícia foi acionada (Foto Pimenta).

Fome, humilhação, atraso de salário e operários sem carteira assinada. Esse foi o cenário encontrado pelo Pimenta em um canteiro de obras do programa federal Minha Casa, Minha Vida, no bairro São Roque, em Itabuna. Os trabalhadores foram demitidos entre ontem e hoje após realizar protesto no canteiro central da prefeitura de Itabuna, na Adei (fundos do estádio Luiz Viana Filho).

Pedreiros e serventes são contratados pela Construtora EMA em pequenas cidades do sul da Bahia com a promessa de salário, hora-extra, carteira assinada, hospedagem e alimentação. Em Itabuna, a realidade encontrada foi bem diferente, o que causou a revolta dos operários. Todos ouvidos pelo Pimenta diziam que o dono da EMA, Ernani Santana, prometia ainda emprego por “um ano ou até dois”.

“Ficamos três dias sem ter o que comer, com fome”, descreve o operário Joabson Santos, que reside em Una e foi atraído para Itabuna pelas facilidades prometidas pelo dono da construtora. Joabson denunciou que o salário recebido era inferior aos dias trabalhados e a empresa não teria pago a hora-extra. Dos trabalhadores ouvidos, ninguém tinha carteira assinada. 

Foto Pimenta na Muqueca 06.03.10
Polícia é chamada para controlar tumulto no pagamento a operários da EMA (Foto Pimenta).

Hoje pela manhã, a polícia foi chamada para evitar conflito no refeitório da obra, local utilizado para quitar os salários atrasados dos peões. De acordo com funcionários ouvidos pelo blog, os operários foram contratados pela EMA, que presta serviços à FM Construtora, a responsável pela obra.

A situação de humilhação imposta aos operários será investigada pela OAB-Itabuna. O presidente da Ordem, Andirlei Nascimento, disse que comunicará o caso, na segunda-feira, à procuradoria do Ministério Público Federal do Trabalho e à delegacia itabunense do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Desiludidos, humilhados, parte dos operários retorna para casa. “Ainda volto na segunda-feira para resolver minha situação”, diz Alex da Silva. Contratado em fevereiro, ele passou mais de um mês comendo farofa de ovo e pão, fornecido pela empresa. A reportagem completa você confere amanhã.

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Neste sábado, às 10h, o programa Resenha da Cidade, da rádio Jornal, vai debater os abusos cometidos pela empresa que explora o sistema de estacionamento rotativo Zona Azul. O tema será abordado pelo apresentador, Roberto de Souza, com a presença de um advogado no estúdio da emissora. O programa terá ainda a presença do deputado federal Geraldo Simões, que vai falar sobre eleições 2010 e a “queda” do seu veto ao senador César Borges (PR)

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A professora Miralva Moitinho passou à história do PT itabunense como a primeira mulher a presidir o diretório local.

Içada ao posto com o auxílio das mãos de ferro do ‘coroné’ Geraldo Simões, tido e havido como o dono da legenda nos limites de Itabuna, a diretora da Direc 7 afirma que o primeiro desafio será movimentar a base, recriar os núcleos do PT nos bairros. “Vamos botar o PT na rua, de onde ele nunca deveria ter saído”.

A solenidade de posse ocorreu no início da noite desta sexta-feira, 5, no escritório político do deputado Geraldo Simões, na Beira-Rio. “A nossa sede está em reforma”, justifica Miralva.

A nova presidenta promete tirar o PT itabunense da toca e puxar o debate interno, debate de ideias sobre a postura que se quer em relação ao governo municipal. “Não estaremos aqui para brincadeira”, diz, observando que se quer construir uma oposição de agenda positiva.

Afiada, Miralva acredita que há passividade administrativa em Itabuna. “O DEM tem o prefeito, mas quem trabalha por Itabuna é o PT”, cutuca. É uma referência aos mais de R$ 210 milhões – a conta é dos petistas – que os governos estadual e federal estão investindo no município em áreas como saneamento, reurbanização e habitação.

DEBATES DE VOLTA

O partido também sinaliza uma ofensiva em ano eleitoral. Miralva quer recuperar a imagem de partido de frente, motivar a militância. Taí um desafio daqueles. Os petistas, em boa parte, estão desmotivados com o fim dos debates e da pluralidade de ideias e comando-de-uma-nota-só. Há quem compare a nova presidenta à dirigente do DEM, Maria Alice Pereira (confira). Miralva, digamos, repele tal tentativa.

A primeira mulher na presidência do diretório terá o desafio de planejar o PT para o embate eleitoral de 2012 na terrinha. Enquanto a disputa municipal não chega, as atenções se voltam para os níveis federal e estadual. “2010 vai ser Dilmais”, brinca, usando trocadilho que será espalhado em camisas e material do próprio partido (se a legislação deixar).

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Vane sofreria retaliações.

A posse da nova presidenta do PT itabunense teve bom público, mas poucas expressões estaduais da legenda. Para ficar em exemplos caseiros, houve quem usasse binóculos na tentativa de encontrar por lá o vereador petista Claudevane Leite (Vane do Renascer).

Difícil. Ele está tiririca da vida com Miralva Moitinho e o seu mestre (o dela), o deputado federal Geraldo Simões. O edil acredita que o partido não lhe tem prestigiado à altura do seu mandato. Vane é o único petista dentre os 13 vereadores itabunenses.

O prestígio que não lhe conferem no PT sobra fora da legenda. O reconhecimento vem de todos os lados, inclusive da base governista. Equilibrado é o termo mais usado. Não à toa, dialoga com a mesma facilidade com governistas e oposição.

Internamente, petistas dizem que a tentativa de escanteá-lo tem a ver com as eleições de 2012. Desde a derrota de Juçara Feitosa, em 2008, o vereador vem sendo lembrado como nome natural do PT à sucessão local. Miralva é tida como um dos óbices ao projeto. Não que a própria pleiteie o espaço, mas porque conhece bem a cartilha de GS.