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Uma mulher de 52 anos morreu vítima de bala perdida no bairro Nova Califórnia, em Itabuna. Tereza Batista de Jesus, 52, estava na porta de casa quando começou um tiroteio entre traficantes na rua B, por volta das 20h.

Atendida por uma equipe do Samu 192, Tereza morreu a caminho do Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães (Hblem). O corpo da vítima foi levado para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) para necropsia. Familiares encontram-se em estado de choque, neste momento, no Complexo Policial. Este foi o quarto homicídio deste domingo em Itabuna, que também registrou um suicídio no início desta noite ,na região do Serrado.

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O governador Jaques Wagner intensifica nesta semana as negociações em torno do novo secretariado para o seu segundo mandato, mas tem uma certeza na cabeça: o assessor-geral de Comunicação, Robinson Almeida, fica no cargo.

Numa conversa com prefeitos sul-baianos, Wagner confirmou a manutenção do assessor no cargo que tem status de secretaria. “Não abro mão [dele]“, afirmou.

O governador avalia que a comunicação foi uma das áreas mais eficientes da administração, daí a disposição em mantê-lo no posto.

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Anízio "seduziu" Orlando com moqueca de pitu e, depois, apresentou "listão" de pedidos.

O ministro do Esporte, Orlando Silva, passou uma semana em férias na paradisíaca Itacaré, no sul da Bahia. Chegou na segunda-feira, 3, e partiu neste domingo. Não faltaram donos de hotéis querendo oferecer cortesia ao ministro. Gato escaldado por uns pedacinhos de tapioca, Orlando preferiu tirar do bolso. E pagou a sua estada no Txai Resort.

Os sete dias foram gastos em visitas a pontos turísticos e um compromisso político com o prefeito de Itacaré, Tonho de Anízio (PCdoB), de quem recebeu uma “caqueirada” de pedidos, a exemplo de estádio de futebol simplificado, pista de atletismo e ginásio de esportes. Antes do “listão”, Anízio amoleceu o ministro com suvenir e uma legítima moqueca de pitu. Ficou mais fácil…

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Amâncio Barbosa: lista de vetos é extensa.

Blogueiros convidados do programa Fórum de Debates foram barrados pela direção da TVItabuna, ontem. A atração apresentada pelo jornalista Ederivaldo Benedito iria ao ar às 10h, mas acabou cancelada.

Os blogueiros João Matheus Feitosa (Políticos do Sul da Bahia) e Domingos Matos (d´O Trombone e editor do jornal Agora) iriam comentar sobre a imprensa e perspectivas para 2011.

O diretor-geral da TV Itabuna, José Amâncio Barbosa Filho, cancelou o programa e disse, textualmente, ao apresentador Ederivaldo Benedito: “não quero blogueiro na minha televisão”.

Tanto João Matheus quanto Domingos Matos foram convidados pela emissora para participar do programa e seriam entrevistadores do novo presidente da Câmara de Vereadores Itabuna, Ruy Machado. Como o vereador desistiu de ir ao Fórum de Debates, os blogueiros e o apresentador falariam sobre imprensa e cenários político e econômico para este ano.

O diretor da emissora não voltou atrás nem quando argumentado que um dos convidados, Domingos Matos, não era apenas blogueiro, mas também editor do jornal Agora. “Não”, respondeu Barbosa.

A zanga de José Amâncio Barbosa Filho com blogueiros vem desde o tempo em que foram denunciadas irregularidades trabalhistas na emissora de televisão e na rádio Nacional de Itabuna, ambas administradas pelo publicitário e jornalista.

A lista de barrados ou proibidos de dar as caras na emissora vai de blogueiros a deputados, prefeitos e secretários municipais. No caso dos políticos, a proibição tem a ver com o departamento financeiro da emissora. “Fica difícil praticar jornalismo ali”, afirma um estagiário.

Um dos casos mais rumorosos da emissora aconteceu no segundo semestre do ano passado. A apresentadora do programa Hoje em Foco , Viviane Carvalho, entrevistava o coordenador de programas sociais em Itabuna, Márcio Abreu,  e Barbosa tirou a emissora do ar, só retornando quando o entrevistado deixou a emissora.

Abreu comentava os resultados do Minha Casa, Minha Vida em Itabuna e saiu do ar porque era um representante do governo municipal. “Não houve quem conseguisse demover Barbosinha da ação que depõe contra a própria emissora”. Outro episódio foi a proibição de entrevistar a ialorixá Mãe Wanda (relembre aqui), que se encontrava no estúdio da emissora.

Dos mais conhecidos em Itabuna e proibidos de aparecer na emissora estão o prefeito Capitão Azevedo (DEM), o vice-prefeito e ex-secretário Antônio Vieira, o jornalista Ramiro Aquino e o deputado federal Geraldo Simões. O veto do diretor se estende a todo o secretariado municipal, segundo a equipe.

Os jornalistas e apresentadores da emissora, no entanto, são proibidos de divulgar notícias negativas contra a Empresa Municipal de Água e Saneamento (Emasa) e a Construtora Marquise, que opera a coleta de lixo no município, por serem anunciantes da empresa.

Sobre o episódio de ontem, o PIMENTA não conseguiu falar com os blogueiros Domingos Matos e João Matheus, mas Domingos comentou em seu blog que não entende “a ojeriza de Barbosa a blogueiros”. Também assinala que o diretor da emissora foi descortês:

– Temos em mãos comunicado oficial da TVI, em papel timbrado, nos convidando para o programa e descrevendo a sua dinâmica.

O blogueiro João Matheus disse ter desistido de ir à TV quando o apresentador informou da desistência de Ruy Machado e não sabia que seria barrado. Ele ainda não sabia da ordem para barrar blogueiros.

Atualizado às 22h45min

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Os frequentes atrasos de salários nos hospitais da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna levaram o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde de Itabuna e Região (Sintesi) a denunciar a instituição à Superintendência do Trabalho e Emprego. O sindicato também pretende solicitar a intermediação do Ministério Público do Trabalho, com o objetivo de formalizar um Termo de Ajustamento de Conduta que organize o calendário de pagamentos.

Além dessas medidas, o Sintesi programou uma série de manifestações para esta semana. A primeira será na terça-feira, 11,  a partir das 13 horas, em frente ao Hospital Calixto Midlej Filho. Nos dias 12 e 13, no mesmo horário, haverá protestos, respectivamente, em frente aos hospitais Manoel Novaes e São Lucas.

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Detento foi espancado, segundo polícia.

A polícia conseguiu frustrar uma tentativa de fuga na cadeia pública de Itapitanga, no sul da Bahia nesta madrugada. A cadeia tem 14 detentos e um dos presos acabou espancado. Os colegas de cela suspeitaram que ele teria informado à polícia sobre a tentativa de fuga.

Segundo o repórter Costa Filho, da rádio Jornal, a polícia militar conseguiu controlar os presos e garantir atendimento médico ao agredido, que foi encaminhado para o hospital municipal de Itapitanga com grande corte no supercílio e hematomas em várias partes do corpo.

Os presos usaram objetos metálicos para iniciar a escavação de um túnel pela tubulação da rede de esgoto, segundo os policias militares sargento Pereira e soldado Silva.

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O felino do nosso amigo Luiz Carlos Júnior desapareceu na noite deste sábado, 08, quando se encontrava na rua Waldemar Muniz, Alto Mirante. O gato fujão se chama Alex Boy e qualquer informação sobre o seu paradeiro deve ser encaminhada para o email lcjr65@hotmail.com ou pelo telefone 8855-3139.

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Do Política Etc:

Que governo é esse do Capitão Azevedo, que parece ser de todo mundo e ao mesmo tempo de ninguém? Nesses últimos dois anos e pouco, a Prefeitura de Itabuna transformou-se em verdadeira “Casa de Noca”, onde um prefeito-fantoche acha que governar é proferir chavões e desfilar pela cidade como se tudo estivesse às mil maravilhas.

Azevedo é um militar que desconhece princípios elementares de hierarquia. Não comanda e é adepto do “deixa como está pra ver como é que fica”. Governante sem atitude e sem pulso, que não delega o poder como meio de administrar, mas permite que a gestão seja loteada por pura incompetência.

Sem querer desmerecer a secretária particular, uma funcionária de carreira da administração municipal, mas é inconcebível que a servidora responsável por atividades secundárias tenha acumulado um poder que faz dela uma das figuras mais respeitadas (e temidas) no governo local. Perante ela, ocupantes do primeiro escalão tremem, encolhem, baixam a cabeça, por saber que estão diante de quem realmente manda e desmanda.

O prefeito, que tem mil preocupações antes daquelas que resultam do voto popular, vai deixando o barco correr. Enquanto isso, finge que governa e atribui as debilidades de sua gestão acéfala a traidores reais e imaginários, aos petistas e à vilã da novela das oito. Seria de grande proveito se fizesse uma auto-análise, pois assim descobriria onde está o verdadeiro problema.

Também seria de grande valia para Azevedo observar os fluxos de poder paralelo que vêm se formando ao longo de sua gestão. No núcleo duro do governo surgiu um enorme e purulento furúnculo e é preciso remover o carnegão para recuperar a área atingida. A operação dói um pouco e exige coragem.

Será que o prefeito tem?

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O Palmeiras divulgou na manhã deste domingo, por um anúncio em seu site oficial, assinado por Luiz Gonzaga Belluzzo, presidente do clube, que também desistiu oficialmente da contratação do meia-atacante Ronaldinho Gaúcho, assim como o Grêmio.

Deste modo, o caminho fica livre para a negociação do jogador com o Flamengo que, segundo Adriano Galliani, diretor do Milan, está 99,99% certa.

O clube alviverde também não gostou das negociações do atleta com outros clubes e enfatizou que “jamais vai compactuar com esse tipo de comportamento”, se referindo ao leilão que se criou em torno de Ronaldinho. Leia mais no UOL.

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Itabuna atinge 12 homicídios em 2011

Os moradores da Bananeira, bairro periférico de Itabuna, assistiram a mais uma onda de violência nesta madrugada. Cinco homens fortemente armados e a pé invadiram um bar e começaram a atirar. Duas pessoas morreram na hora: Wellington Vieira de Araújo, 20, morador no bairro Odilon, e Rodrigo Mota Santos, 16 anos, que residia no Santa Clara.

Wellington, mesmo alvejado, correu dos atiradores, mas foi alcançado, sendo espancando e morto com vários tiros na cabeça. Uma mulher que também estava no bar foi atingida por disparos e levada para o Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães (Hblem). Não há informação se a vítima corre risco de morrer.

Wellington era aluno da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e a polícia acredita que ele foi morto por engano. Foram três tiros, que atingiram a vítima no rosto e no peito. A motivação e os autores dos disparos são desconhecidos.

A terceira morte ocorreu há pouco, no bairro São Lourenço. O traficante Aelson Anunciação, 23, tombou em tiroteio com rivais da Mangabinha, conforme a polícia. A vítima correu quase um quilômetro, mas foi abatida já no viaduto de acesso ao Hospital de Base, na BR-101. Os executores estavam numa moto e acertaram, pelo menos, sete tiros em Aelson.

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Gilson Nascimento, ex-secretário de Adminstração de Itabuna, concedeu entrevista ao jornal A Região e fuzilou a sua adversária no governo, Joelma Reis, secretária particular do prefeito Capitão Azevedo (DEM). Dois trechos:

1 – “Joelma é uma simples secretária e deve se colocar no lugar dela”.

2 – “Joelma é uma amadora, mal sabe fazer um documento oficial”.

Gilson parece ter encontrado um jeito de atingir o prefeito, sem citá-lo diretamente. Primeiro, foi o caso que flagrou o mestre-de-obras José Pascoal de Brito desviando material público para uma casa de praia. Agora, a secretária Joelma Reis. E tanto Joelma quanto Pascoal são umbilicalmente ligados a Azevedo.

Confira a íntegra da entrevista (clique aqui).

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ESPERO QUE OUVIDOS ANÔNIMOS ME OUÇAM

Ousarme Citoaian

Dentre as explicações para o escrever (vimos aqui algumas de escritores famosos), me sinto identificado com o mineiro Lúcio Cardoso (1912-1968): “Escrevo para que me escutem – quem? Um ouvido anônimo e amigo perdido na distância do tempo e das idades. Para que me escutem se morrer agora. E depois, é inútil procurar razões. Sou feito com estes braços, estas mãos, estes olhos e assim sendo, todo cheio de vozes que só sabem se exprimir através das vias brancas do papel, só consigo vislumbrar a minha realidade através da informe projeção deste mundo confuso que me habita. E também escrevo porque me sinto sozinho”.

O ESCREVER SE PRESTA A ACORDAR MENTES

Por não ter talento de ficcionista, sou jornalista de planície e batente, com mais tempo de trabalho do que a sensatez recomenda. Sinto que dentro de mim mora um foca adolescente – daqueles que, tomados pela insolência comum à nossa profissão, faz cada texto como se com ele fosse transformar o mundo. Então, é isto: escrevo para mudar a realidade, não apenas para que me saibam vivo. Gosto de pensar que o jornalismo é um serviço ao público, uma forma de acordar mentes, provocar pensamentos, motivar as pessoas a reagir às variadas modalidades de desprezo e agressão que nos cercam. E, eventualmente, pagar o supermercado.

ESCREVER É TAMBÉM UMA FORMA DE SONHAR

Imagino que, às vezes, atinjo aquele leitor que, solitário e pequeno diante dos malefícios da vida, não se entrega e, em tocante tributo, debruça-se sobre meu pobre texto e reconhece: “É isto que eu queria dizer”. Não sei se, seguindo a receita de Bandeira (foto), escrevo como quem chora, ou se, na de Jorge Medauar, como quem vive. Talvez seja a igual distância da vida e da morte, da esperança e do desengano, do gozo e do sofrimento. Vivemos num tempo sem ética (e não me refiro só à ética dos governantes, mas à das pessoas “comuns”), num mundo desigual e injusto. Pensando bem, acho que escrevo como quem sonha.

VOTAR É FÁCIL; DIFÍCIL É O VERBO VOTAR

“Eu voto Serra!”; “Eu voto Dilma!” – disseram marido e mulher, antes que o ódio os juntasse em luta, em nome dos superiores interesses da Pátria. Setores da nossa sociedade costumam afirmar que brasileiro não sabe votar, repetindo a asneira criada por famoso jogador de futebol. De acordo com essa filosofia calhorda, exumada na última eleição presidencial, sabe votar quem escolhe os candidatos da preferência de quem diz que o povo não sabe votar. De minha parte, acho que mais difícil do que eleger dirigentes públicos é dominar as muitas regências do verbo votar – não estando entre elas as construções acima, criadas pela propaganda e absorvidas por parte da mídia.

“VOTAR ALGUÉM” TRAUMATIZA A LINGUAGEM

Compulso o dicionário e vejo usos vários do verbo: votar em, votar a favor, votar contra, votar por, consagrar-se (Votou-se a Deus), aprovar por meio de voto, eleger pelo voto, manifestar opinião com emprego do voto, dedicar-se (Votou ao trabalho toda sua vida), entregar-se (Votara-se a uma pobreza voluntária). Não conheço registro da estranha forma “votar Fulano”, mencionada no tópico anterior, muito usada no marketing político, sendo, portanto, traumatizante da linguagem culta. A melhor construção, neste caso, seria “votar em …” (verbo transitivo indireto), recusando-se também “votar para… ” (válida quando se refere ao cargo, não ao candidato).

O POVO É O SOBERANO CRIADOR DA LÍNGUA

Supõe-se que formulações desse tipo sejam geradas com apoio na lei do menor esforço (é mais fácil dizer “votar Fulano” do que “votar em Fulano”). Até aí, tudo bem, pois o povo é o soberano criador da língua e, em longo prazo, termina impondo sua preferência. Além do mais, num país que se esmerou durante muitos séculos em sedimentar seu número de analfabetos, é ocioso querer que a população iletrada conheça minúcias de gramática normativa. Logo, essas observações são dirigidas aos comunicadores. Se ao povo é permitido pensar que gramática é alguma coisa de comer, o mesmo não se pode perdoar aos profissionais do texto (quer seja escrito, quer seja ou oral).

REPÓRTER EXUMA “POMPA E CIRCUNSTÂNCIA”

Se querem saber, tive toda uma tarde de televisão no primeiro dia do ano, quando assisti de cabo a rabo à solenidade de  posse da presidenta Dilma. Ótimo exercício para quem, como eu, acha que há formas mais racionais de empregar o tempo do que gastá-lo diante da telinha. Mas lhes digo e provo que valeu a pena ter persistido: ouvi uma repórter dizer que a posse tinha “muita pompa e muita circunstância”, o que quase me faz desistir dessa incursão pela máquina de fazer doido (a expressão foi cunhada pelo colunista Stanislaw Ponte Preta – e tenho a impressão de que sou o único indivíduo sobre a terra que ainda a usa em relação à tevê).

PARA FALAR PORTUGUÊS, OUSADIA É PRECISO

Ouvi também uma discussão sobre presidente/presidenta, com um repórter dizendo que “ousaria” chamar a nova mandatária de presidenta, até que seu diretor de redação lhe puxasse as orelhas. Pois a outra banda da história, uma repórter, disse considerar a palavra presidenta “muito feia”, por isso preferia dizer “a presidente Dilma”. Ora, por quem me tomam? Então, é preciso “ousadia” para se falar português na tevê? Mas houve compensações, do ponto de vista da linguagem: descrevendo a multidão que enfrentava a chuva, Christina Lemos (foto), disse que o povo tomava “um banho de democracia”. Entusiasmado, quase bati palmas a trocadilho de tamanho bom gosto.

FOI MUITO BOM ESTAR VIVO PARA VER ISTO

Além do mais, fiz algumas descobertas. O texto do juramento poderia ser melhorado com um conectivo (se alguém quiser, a gente discute o caso), Sarney é desafinado. E a vice-primeira dama, hein? Afinadíssima! Dilma citou dois textos como “de um poeta da minha terra”, quando nada custava ter dito o nome do autor de Sagarana, o mestre João Guimarães Rosa. Ela chorou pouco; eu, muito. Ela chora para dentro; eu, para fora, decididamente. Vê-la passar em revista os representantes das forças que, em outra época, a perseguiram, prenderam e lhe arrancaram as unhas marcou um daqueles momentos que justificam o lugar-comum “Foi bom viver para ver isto”. Senti-me, sem intenção de concorrer com Christina Lemos, de alma lavada.

CHORO PELOS QUE TOMBARAM PELO CAMINHO

Também gostei muito da menção (duas vezes) aos “companheiros que tombaram pelo caminho”, a exemplo do jornalista Vladimir Herzog (foto). “Passar as tropas em revista”, creio, é só um ato simbólico, pois a presidenta (como, em geral, todas as autoridades civis) nada entende de disciplina militar. A “revista” serve apenas para mostrar que existe uma submissão das forças armadas à autoridade constituída, que tais forças estão sob o comando desta autoridade. Dona Dilma, que sobreviveu ao pau-de-arara, ao choque elétrico e a outras infamantes formas de tortura, é a nova comandante suprema das forças armadas brasileiras. Como nosso povo sofrido gosta de dizer, nada como um dia após o outro. Mas ainda há torturadores à solta.

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NO TEMPO DO SACI E DA MULA-SEM-CABEÇA

A publicidade brasileira tem sido responsabilizada por muitos crimes contra a linguagem e Deus sabe que nenhum tribunal seria suficientemente bondoso para absolvê-la da maioria deles. As acusações: abastardou a língua portuguesa, transgrediu as regras (mormente quanto à acentuação gráfica), enredou-se no objetivo do lucro capitalista e tudo transformou em mercadoria, tudo submeteu ao mercado e, com a conivência da mídia pouco pensante, promoveu intrusos, a exemplo do Halloween, hoje um alienígena integrado à cultura brasileira. Aproveito para dizer que venho do tempo da mula-sem-cabeça e do saci-pererê. Ou: brasileiro, profissão esperança.

MILILITRO FOI DEMITIDO SEM JUSTA CAUSA

Uma das invenções mais notáveis das agências foi o eme-éle em lugar do mililitro. A coisa nasceu de uma propaganda de refrigerante, que oferecia “tantos eme-éles a mais do que o concorrente”, criando-se essa excrescência hoje absorvida. Nada haveria de condenável, se chamássemos centímetro de cê-eme, quilo (quilograma) de cá-gê, e assim por diante. Mas como nenhuma pessoa de juízo se expressa dessa forma bizarra, a exceção que manda chamar mililitro de eme-éle se torna inteiramente fora de propósito, algo a ser usado pelas “vítimas” da mídia macaqueadora. Mas a propaganda também registrou momentos que estão na memória do público.

VARIG: ESTRELA BRASILEIRA NO CÉU AZUL

Tivemos o tio da sukita (quem se lembra?), o eterno Carlos Moreno (foto), da Bombril, a palavra brastemp como sinônimo de coisa boa, o primeiro sutiã que ninguém esquece (Valisère), a escovinha que quer ter um limpador de língua quando crescer (Colgate), João Gilberto cantando para a Brahma, a “vingança” do tio e tantos outros trabalhos memoráveis. Com saudades da Varig, lembramos aqui alguns desses momentos que fizeram a propaganda brasileira ser considerada uma das mais criativa do mundo, ao lado da americana e da inglesa. É pena que, com frequência, se descuide da norma culta da língua. Clique.

(O.C.)

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Rabelo participa do Feciba neste domingo.

O 1º Festival de Cinema Baiano (Feciba) começa neste domingo (9), em Ilheús, e reúne feras da telona no estado, como Edgard Navarro, Tuna Espinheira, Marcelo Rabelo e Fernando Bélens. O evento terá oficinas, bate papo e mostras paralela e competitiva.

A abertura será no Teatro Municipal de Ilhéus, às 17h, e contará com exibição de Batatinha, poeta do samba, filme de Marcelo Rabelo. As produções serão exibidas tanto no Teatro Municipal como na Fundação Cultural de Ilhéus e no Cine Santa Clara, uma das poucas salas de cinema do interior do estado. O festival vai até o dia 13.

De acordo com a organização, neste domingo o público poderá adquirir passaporte por R$ 30,00 para assistir às produções. O ingresso avulso custará R$ 5,00. As mostras paralela e competitiva de curtas-metragens terão entrada franca.

Dê um clique e fique por dentro do Feciba.

Confira a programação completa do festival