Tempo de leitura: 2 minutosRicardo Ribeiro | redacao@pimentanamuqueca.com.br
Se o ilheense, diante do presente maravilhoso que Deus lhe deu, permanecer com uma atitude passiva, dificilmente esse tempo virtuoso chegará.
O último sábado de fevereiro foi um dia lindo em Ilhéus, propício à praia, pois o astro-rei torna ainda mais encantadoras as belezas dessa cidade. Seguia em direção a Olivença e, no Pontal, diante da baía, não resisti, parei para tirar um foto com o celular, enquanto comentava: “como Ilhéus é linda!”.
Outro dia, no Facebook, contestei alguém que dizia achar Ilhéus feia no presente, embora a visse bela no passado. Considerando aquilo um extremo absurdo, argumentei que a cidade continua linda e o povo precisa se apropriar de Ilhéus, brigar por ela, defendê-la dos maus ventos, dos maus presságios, dos maus governos. Também afirmei sentir faltar ao ilheense um pouco mais de autoestima e uma relação melhor com a cidade. Ao desprezá-la, o ilheense concorda com os desmandos, pois acaba aceitando que a cidade merece o que não presta.
Sinceramente, não consigo acreditar que qualquer governo, por mais bem intencionado que seja, consiga avançar muito na requalificação da cidade sem que haja uma conscientização geral, uma postura cidadã coletiva, com uma defesa firme e apaixonada que cobre respeito de quem a governa, assim como que cada um assuma suas responsabilidades.
Ontem mesmo, já em Olivença, outras pessoas também mostravam entusiasmo com o belo dia de sol e um amigo enveredou pela política, afirmando que Ilhéus recebeu praticamente tudo de Deus e precisaria apenas de um governo que fizesse o mínimo, cuidasse das pequenas coisas, um gestor que pelo menos não atrapalhasse.
Eu disse que falta um pouco mais, como ações de marketing bem construídas para promover a imagem da cidade fora e uma campanha para desenvolver a autoestima e o amor por Ilhéus entre os que aqui vivem. A partir daí vem uma série de outros pontos, como a organização do turismo, que ainda é explorado com um amadorismo suicida.
Se o ilheense, diante do presente maravilhoso que Deus lhe deu, permanecer com uma atitude passiva e indiferente, de eterna espera por dias melhores, dificilmente esse tempo virtuoso chegará. E a cidade continuará a viver com a tal síndrome de Gabriela (“Eu nasci assim, eu cresci assim, eu sou mesmo assim, vou ser sempre assim…”).
Ricardo Ribeiro é um dos blogueiros do PIMENTA.