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HÍFEN É PUNIÇÃO CRUEL PARA A INOCÊNCIA

Ousarme Citoaian | ousarmecitoaian@yahoo.com.br

Já citei Dad Squarisi e o “castigo divino” que Deus lançou sobre as línguas como punição aos homens por causa da Torre de Babel: o francês ficou com uma carga de acentos, o inglês escreve de um jeito e pronuncia de outro (exemplo: a pronúncia de here, é ria!), o alemão emenda as palavras, e nós de língua portuguesa fomos punidos com o hífen. Por isso eu digo que hífen não é sinal de escrita, é cruel punição para a inocência. As coisas estavam nesse eterno “tem hífen, não tem hífen”, quando veio o Acordo Ortográfico de 2009 e embananou tudo de uma vez por todas. Na semana passada, por imposição da regra, escrevi aqui “dor de cotovelo” (assim, sem hífen), sob protesto.

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Fica complicado o que nunca foi simples

Antes do Acordo, a regra era clara. Quando dois termos se unem e perdem o sentido, mete-se entre eles um tracinho ou dois e pronto. Assim, pé de moleque é o pé do moleque, enquanto pé-de-moleque é um doce; mesa redonda é uma mesa redonda (óbvio), mesa-redonda é uma negociação, uma discussão. Seguindo esse princípio, dor de cotovelo não é o que eu quis dizer (disse-o sob pressão, pois assim mandou o livro consultado). Qualquer pessoa escolarizada sabe que dor-de-cotovelo resulta de saudades e amores descarrilhados, não de bater os braços por aí. Mas parece que estamos condenados a essa barafunda hifeniana oficializada pelo Acordo, que veio complicar o que nunca foi simples.

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O GURIATÃ NOS UMBRAIS DA IMORTALIDADE

A Academia de Letras de Itabuna (Alita) tem entre seus símbolos um simpático pássaro outrora popular na região, hoje talvez já extinto, o guriatã. Minha surpresa foi descobrir desse bichinho uma descrição feita por um certo padre Jácome Monteiro, em 1610, há, portanto, mais de 400 anos: “É pássaro pequeno, do tamanho de um pintassilgo, preto pelas costas e por baixo amarelo, com um barrete da mesma cor, que o faz mui gracioso. É o pássaro mais músico de quantos há nesta Província, porque arremeda a todos os mais, e por isso o chamaram guiranheenguetá, que quer dizer pássaro que fala todas as línguas de todos os mais pássaros. São mui prezados. Estes são os que de ordinário se conservam cá em gaiolas”. Ao guriatã, agora imortal da Alita, mais quatro séculos de vida.

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DE ITALIANO SÓ SEI UMA PALAVRA: “PIZZA”

O Brasil ainda discute se dona Dilma é presidente ou presidenta – e os saudosistas não a aceitam, seja no masculino, no feminino, no neutro ou pintada de ouro sob pedrinhas de brilhantes (mas esta é outra história). Eu sempre tratei mulher no feminino: vereadora, professora, parenta, reitora – e por aí vai. Presidenta, então. A palavra existe nas línguas irmãs francês e espanhol (em italiano, desconheço, pois na língua de Dante eu só sei dizer pizza – e outra coisa que não pode ser escrita em blog familiar). Sthendal (O vermelho e o negro), Ariano Suassuna (O romance d´A pedra do Reino) usaram presidenta . O lusitano Antônio Feliciano de Castilho, também. Mas nosso tema é poeta/poetisa.

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Finalmente, mulher é poeta ou poetisa?

A história fala de uma poetisa chamada Safo, da ilha de Lesbos, na Grécia do século VII a. C. Nas últimas décadas, o Brasil passou a chamar as mulheres de poetas, transformando o que era feminino em “comum de dois”. Para os defensores de “novidades” na língua portuguesa, quem escreve “poesia de verdade” é poeta, não importa se homem, mulher ou qualquer outro sexo desses que por aí abundam. Poetisas seriam as senhoras e moçoilas que recitam seus versos bisonhos em modorrentas tardes de saraus, rimando mão com coração, ou não rimando nada com nada. Poeta escreve poesia, poetisa escreve asneiras – parece ser a regra que fixaram. Besteira pura, acho eu.

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Poetisas são “promovidas” a poeta?

Creio que em poeta/poetisa temos a sombra do preconceito: é de homem o ato de escrever poesia, de sorte que a boa poetisa tem direito ao título masculino de poeta, e a má poetisa que fique em sua primitiva condição feminina. Entendo que há bons e maus poetas, boas e más poetisas. Mas é só minha opinião. De Janete Badaró, ao entrar para a Academia de Letras de Ilhéus, Francolino Neto disse que deixou de ser poetisa, passou a poeta. Foi “promovida”, a meu ver, uma ofensa – mas o que fazer, se as próprias mulheres gostam desse jogo? Disse Cecília Meireles (foto), num poema: “Não sou alegre nem sou triste: sou poeta”. Nunca soube se Valdelice Pinheiro se achava poeta ou poetisa. Eu a chamo poetisa. E das grandes.

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A PEDRADA INADMISSÍVEL QUE NINGUÉM VIU

Tive um professor meio descuidado que, como é comum aos descuidados, volta e meia errava, falando ou escrevendo. Se, com todo respeito, lhe apontávamos o deslize, ele dava sempre a mesma explicação: errara de propósito, para verificar se seus alunos estavam atentos… Na semana passada, ao falar de “duas coisinhas”, grafei, numa pedrada homérica, “duas cozinhas”. Poderia dar várias “razões” para o episódio, mas seriam todas falsas. Foi erro mesmo (que não recebeu, estranhamente, nenhum comentário). Não há justificativa mas desculpas.

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DAVIS: DROGAS, ARROGÂNCIA, GENIALIDADE

Mesmo quem não é muito ligado ao jazz, a melhor coisa do mundo, depois do uísque com água de coco (melhor ainda os dois, de braços dados), conhece o som do trompete de Louis Armstrong (foto), por ser único. Creio que é único também o trompete de Miles Davis (Chet Baker é acusado de imitá-lo). Miles Davis, o divino, é um dos meus músicos preferidos – nunca tomei conhecimento de suas experiências inovadoras do rock (um filho espúrio do jazz), mas ele é tido como essencial aos dois gêneros. Tirânico, arrogante, autodestrutivo e com indisfarçável ódio pelos brancos, Davis era um gênio que não teria lugar neste século. Não por acaso, morreu em 1991, aos 64 anos, depois de muita confusão, drogas e influência sobre imenso número de músicos.

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Sopro particularíssimo do divino Davis

Aqui, Miles Davis mostra sua leitura de Summertime, um tema de jazz que já teve todo tipo de interpretação (Armstrong, Janis Joplin, Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Frank Sinatra, Norah Jones, Charlie Parker, Sarah Vaughan, para citar uns poucos). A meu juízo de ouvinte não técnico, este bem-comportado registro não faz nenhuma revolução no jazz (que o músico californiano costumava incendiar). Mas é uma oportunidade, para quem não é do ramo, de tomar conhecimento do sopro particularíssimo de Miles Davis, a cujo nome costuma seguir o epíteto “o divino”.

(O.C.)

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Itabuna registrou dois assassinatos em menos de 24 horas. Ontem à noite, Giliard Araújo dos Santos, 25 anos, foi executado no Bairro Daniel Gomes.

Hoje, por volta das 14h,Wagner Moraes, 27 anos, foi assassinado após discussão com um homem identificado como Fred, na favela Vila da Paz, na saída de Itabuna para Ilhéus.

Wagner levou um tiro e tentou correr, mas foi alcançado por Fred. Às martens do Rio Cachoeira, o algoz desferiu golpe fatal, de faca, contra o pescoço de Wagner. Após o crime, Fred usou a bicicleta da vítima na fuga.

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Defesa de Azevedo espera liberação para disputa.

Um levantamento da Folha em todo o país revela que os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) barraram 317 candidaturas de políticos ao aplicar a Lei da Ficha Limpa.

Destes barrados no baile, dez são candidatos a prefeito na Bahia. Dentre os processos que aguardam julgamento no tribunal baiano, está o prefeito de Itabuna, Capitão Azevedo (DEM), flagrado por acumular R$ 22.753.925,20 em irregularidades consideradas insanáveis.

A defesa do democrata, no entanto, acredita que ele seja liberado após julgamentos de casos similares. Outro fator favorável seria o não-julgamento das contas de Azevedo pela Câmara de Vereadores.

O prefeito de Itabuna teve as contas de 2009 e 2010 rejeitadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Ele recorreu apenas contra a condenação de 2010.

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O historiador itabunense Adelindo Kfoury Silveira morreu nesta manhã de sábado, 8, por volta das 10h, no Hospital Santa Izabel, em Salvador. Ele faleceu uma semana após ser submetido a cirurgia cardíaca bem-sucedida, mas sofrer problemas nos rins.

A causa-morte foi apontada como falência múltipla de órgãos. Kfoury era dono do maior acervo histórico de Itabuna. Grande parte dos documentos foi levada por ele para Salvador, onde residia nos últimos anos.

O sepultamento do historiador foi marcado para este domingo, no Jardim da Saudade, em Salvador.

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Juçara Feitosa debateu com empresários durante a semana.

Juçara Feitosa (PT)
13h- Corpo a corpo no São Pedro
20h- Reunião com lideranças comunitárias

Vane do Renascer (PRB)
15h – Caminhada no Novo Horizonte, saindo da praça do bairro

Capitão Azevedo (DEM)
14h30min – Caminhada no Sarinha e Gogó da Ema, saindo da Rua Campo Verde
19h30min – Reunião com candidato a vereador no Fátima
20h30min – Reunião com moradores do Parque Boa Vista

Zem Costa (PSOL)

14h – Visita ao Sarinha

Zé Roberto (PSTU)
14h – Reunião com militantes do PSTU
19h – Visita a apoiadores na Mangabinha

Pedro Eliodório (PCB)
Não informou agenda

ILHÉUS —-

Jabes terá compromissos de campanha no Vilela e em Sambaituba hoje.

Jabes Ribeiro (PP)
15h30min – Caminhada no Teotônio Vilela, saindo da Universal
18h30 – Reunião em Sambaituba

Jorge Luiz (PSOL)
Não informou agenda

Professora Carmelita (PT)
Não informa agenda

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A Justiça Eleitoral em Ubatã, no sul da Bahia, enquadrou o prefeito e candidato à reeleição, Edson Neves, dando-lhe vistoso cartão vermelho. Depois que o jogo eleitoral começou, Neves, que é do PSD, quis passar por cima das regras e entrar no Time de Lula. Só que o time no município já está completo e comandado pelo seu oponente, o ex-vice prefeito e ex-árbitro Expedito Rigaud (PSB).

Os advogados de Rigaud, Marcos Alpoim e Frederico Matos, reuniram as provas e recorreram à Justiça, argumentando que o PT de Lula, Dilma Rousseff e Jaques Wagner faz parte da coligação de Rigaud, e o uso feito por outra chapa era ilegal.

O juiz eleitoral Antônio Carlos Bertacco decidiu em favor de Rigaud. Proibiu Edson Neves de usar imagem do trio petista na campanha eleitoral, sob pena de multa diária de R$ 3 mil. Agora, o candidato à reeleição terá de se contentar com a imagem do atleta de seu time, o vice-governador Otto Alencar. E, claro, está obrigado a recolher todo material gráfico em que aparece ao lado de Dilma, Lula e Wagner.