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QUEM ESCREVE PERDE E PROCURA PALAVRAS

Ousarme Citoaian | ousarmecitoaian@yahoo.com.br

A pergunta pode parecer ociosa, mas não é (as aparências, às vezes, enganam!): a gentil leitora alguma vez perdeu uma palavra? Claro que senhoras descuidadas perdem brincos, bolsas, documentos, talão de cheques, além de peças íntimas de vestuário e (ai meu Deus!) o caminho de casa. Mas, palavras? Pois saibam quantos e quantas (é assim que falam agora) destas linhas tomarem conhecimento que quem escreve perde e procura palavras. E, pior, não pode valer-se das seções de achados e perdidos para localizar a desaparecida: “Perdeu-se uma palavra azul-turquesa, vestida de minissaia e blusa, com 135 anos de uso, mas ainda em bom estado…” – não pode. Há de buscar-se a fujona nos escaninhos da memória.

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Puxar pela memória também não resolve

Dia desses, perdi a palavra “contrafação”. Aqui, pouco importa seu significado, importa é, digamos, o nome. Consultar o dicionário seria equivalente a procurar numa grande cidade uma pessoa que você não conhece nem sabe como se chama. Puxar pela memória não resolve (se ela fosse boa não perdia palavras). Da minha experiência de escrever todos os dias e todos os dias perder palavras, nasceu um truque infalível: esqueça. Como, minha senhora? A memória já vasqueira e eu receitando mais esquecimento? Pois é, minha amiga: faça-se de tola, diga pra si mesma que não precisa daquela palavra e, quando menos você esperar, ela ressurge, desconfiada feito cachorro que quebrou o jarro.

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AFRODITE E SUA RELAÇÃO COM O AMENDOIM

Eu ia escrever “almanaque antigo”, mas correria o risco de ser redundante – creio que não há almanaques novos. O que é uma pena, pois eles são a tábua de salvação deste e de outros colunistas “de cultura”. Ai de mim se não fosse a “cultura de almanaque” (o Google quase o substitui) que dizem para nada servir, mas que a mim me diverte, e isto já não é pouco. Pois li num deles que a palavra afrodisíaco (a tal vitamina do amendoim!) vem, quem diria, de Afrodite, deusa grega (a Vênus dos romanos). É a deusa do amor, da beleza e da fertilidade, o que explica um pouco as lendas em torno da questão.

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O Monte Olimpo não era o Jardim do Éden

Afrodite nasceu da espuma das ondas, depois de Cronos ter castrado o pai dela e jogado as genitais no mar (os deuses do Olimpo pegavam pesado!). Ela saiu da água numa concha de ostra – e essa confusão deu na crença de que os frutos do mar são afrodisíacos, sendo a ostra a verdadeira joia da coroa, se vocês me creem. E se não creem, culpem o Dicionário dos afrodisíacos, de H. E. Wedeck, pesquisador de estranhas coisas (publicou livros sobre feitiçaria, astrologia, o diabo e delícias assemelhadas). Os detalhes sobre o culto a Afrodite, nos bons tempos da Grécia (hoje estão péssimos), não publico, pois traumatizariam as mentes mais sensíveis.

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Fogo morto em tragédia de Shakespeare

É prudente parar por aqui, antes que minha gentil leitora e o criativo leitor comecem a pensar bobagem e por isso me culpem. Mas não resisto a uma citação de Shakespeare, especialmente indicada para o fim de semana (toda vida quis citar Shakespeare, para parecer “erudito”, e nunca tive oportunidade). Então, vamos: em Macbeth, creio ser logo na cena II, o tragediógrafo inglês destaca que o álcool “provoca o desejo, mas liquida o desempenho” e explica que “muita bebida equivoca a luxúria, a ajuda e a estraga, empurra para cima e empurra para baixo”. Shakespeare sabia dos falsos afrodisíacos.

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JORNALISTA É SINÔNIMO DE PALPITEIRO

Longe de mim a intenção de que isto aqui seja visto como aula de português (ou de qualquer outra coisa igualmente explosiva), já o tenho dito. São apenas comentários de alguém que trabalha com a linguagem, escrevendo ganha o leite e o uísque. Sou jornalista, embora já tropeçando na idade e pressionado pelo frenesi “diplomático” da Fenaj. Jornalista é também sinônimo de palpiteiro – somos (a maioria, na qual me situo) pessoas capazes de abordar os mais variados assuntos, sempre de forma perfunctória, superficial, tangencial. Se aprofundam a discussão, saio de fininho e vou procurar minha turma.

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O mar de gente balança o chão da praça

Tais prolegômenos servem para dizer que tenho o lugar-comum como a pior doença das tantas que acometem a língua escrita e falada. É um vício comparável às drogas pesadas, que nos fazem sentir bem e nos destroem a longo prazo. E com que frequência esse fenômeno ocorre, até em meios ditos “cultos”! Quem não ouviu recentemente um “para se ter uma ideia”, ou “faz a diferença” – isto para não falar nos clássicos “ver a luz no fim do túnel”, “poupar o precioso líquido”,  “mar de gente” e, particularmente no Carnaval, “ninguém ficar parado”, “tirar os pés do chão” e “balançar o chão da praça”. Argh! Acabou o espaço – e o assunto há de voltar outra hora.

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NO MEU RIO NÃO NAVEGARAM AS CARAVELAS

Onde eu nasci passa um rio. É o rio Macuco, que me lembra o poema de Fernando Pessoa (musicado por Tom Jobim): não é rio tão rio quanto o Tejo, famoso e amplo. Por ele não navegaram caravelas tendo-o por caminho, por ele ninguém alcançou importantes novas terras. Na verdade, é um rio chocho, um riacho, um fio d´água que desce da serra, mas para mim ele é o melhor rio do mundo, porque é o rio da minha aldeia e da minha meninice, é o meu rio, o rio em que me banhei. O rio corre como o homem. Um morre a caminho do mar, outro a caminho do nada. Meu rio morre um pouco a cada dia, na vã tentativa de chegar ao mar de Ilhéus (talvez melhor do que eu, que por não ter destino prévio, nem sei para onde vou). Quem sabe, por isso somos um tanto magros, desidratados, tímidos e tristes.

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Enquanto o rio corre, o homem caminha

Ao ouvi-lo resmungar baixinho, intimidado, penso no destino de suas águas antigas. E concluo que apreendi a essência da filosofia de Heráclito (sec. V a. C.), antes mesmo de saber de sua existência. Heráclito para iniciantes é o da conhecida afirmação de que “não nos banhamos duas vezes no mesmo rio”, pois no instante seguinte ao banho nós e o rio já não somos os mesmos. O pensamento dele é mais complexo – e não possuo engenho e arte para tal dissertação. Portanto, me tirem da peleja físico-metafísica, do vir a ser, do sim e do não, do é e do não é. Entendamos que gente e rio estariam em constante mutação, em ritmos diferentes: enquanto um caminha, o outro corre. Mas como correu o meu rio, e como me dói tudo isso. As águas se foram, ficou o menino e sua saudade.

(O.C.)

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O Vitória jogou bem e conseguiu bater o Goiás por 3 a 1, hoje, no Estádio Barradão, sem os sustos da primeira partida na capital goiana, quando o rubro-negro perdeu por 4 a 3, após estar vencendo por 3 gols a 0.

O triunfo de hoje deixou o time cada vez mais pertinho da Série A do Brasileirão. A equipe baiana tem 57 pontos e está cinco à frente do Criciúma-SC, segundo colocado.

Pelos cálculos de matemáticos, o rubro-negro precisa conquistar mais 9 pontos para garantir o acesso à elite do futebol nacional. O próximo jogo do time baiano será contra o Avaí, no sábado,  Confira os melhores momentos do jogo de hoje.

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Carreata de Vane mobilizou militância neste sábado (Foto Pimenta).
Vane acena a eleitores em carreata.

O candidato a prefeito de Itabuna pelo PRB, Vane do Renascer, disse hoje que sua campanha é a que mais cresce e vê “a mão de Deus”. Eufórico, o candidato considerou a carreata encerrada na praça principal do bairro de Fátima, às 14h, como a maior da história do município. “Itabuna e o nosso povo não merecem ser enganados”, disse.

O candidato condenou posturas adversárias que, segundo ele, teriam espalhado a possibilidade de demissões em massa na prefeitura com a sua eleição e posse. “Não vou decepcionar vocês. Não vou demitir. Só vai sair, sim, quem não trabalha”, afirmou, sendo aplaudido pela maioria.

O ato de encerramento contou com a presença do vice-presidente estadual do PCdoB e presidente da Bahiagás, Davidson Magalhães, do médico Edson Dantas e do jornalista Tom Ribeiro, que declarou voto em Vane. O vice de Vane, Wenceslau Júnior, disse que a carreata foi resposta do povo “que está revoltado com esse pingue-pongue” entre grupos geraldistas e fernando-azevedistas.

Bigode postiço é nova onda da campanha de Vane (Fotos Pimenta).
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Levantamento do Ministério Público Federal (MPF) revela que oito políticos baianos tiveram pedidos de registro de candidatura negados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) nos julgamentos ocorridos nos dias 18 e 20 de setembro. Foram pegos pela Lei da Ficha Limpa.

Três dos candidatos são do sul da Bahia: Valtencir Pinto (Almadina), Expedito Rigaud (Ubatã) e Adailton Santos Silva (Gandu). Os dois primeiros são candidatos a prefeito e Adailton disputa vaga à Câmara. Nos três casos, o TRE acatou recursos da Procuradoria Regional Eleitoral (MPF).

Outros que tiveram registros indeferidos no tribunal eleitoral foram Elcior Piaggio de Oliveira (prefeito) e Nivaldo dos Reis Nobre, vice, de Ipecaetá, e Valdemar da Silva Prado, de Pindaí. Os candidatos a vereador atingidos, além de Adailton (Gandu), foram Sinvaldo Pereira da Silva, de Pindaí, e Marcos Antonio Ribeiro dos Santos, de Camaçari.

CRIMES DE CADA UM

Os políticos perderam o registro de candidatura por terem sido condenados em decisão já transitada em julgado – da qual já não é mais possível recorrer. Foram condenados por abuso de poder econômico e captação ilícita de sufrágio (Valtencir, Expedito, Elcior e Nivaldo); abuso de poder econômico (Marcos Antonio); captação ilícita de sufrágio (Sinvaldo e Valdemar) e por crime eleitoral (Adailton).

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Vane do Renascer (PRB)
11H – Carreata com saída da Vila Olímpica

Juçara Feitosa (PT)
9h – Reunião com Lideranças Comunitárias
14h – Caminhada no Pontalzinho e Castália

Capitão Azevedo (DEM)
9h30min – Caminhada no São Pedro

Zé Roberto (PSTU)
10h – Panfletagem no Centro Comercial
14h – Reunião com a militância do PSTU

— Os demais candidatos não informaram agenda.

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Felipe de Paula | felipedepaula81@gmail.com

Se nossa nova universidade vai ser uma Universidade Nova, pode ser uma decisão política, mas a instituição vai ser construída de fato a partir da apropriação popular.

Ouvir alguém afirmar que a lógica do vestibular é perversa faz parte do cotidiano de muitos. De fato, a universidade acaba exigindo dos jovens a escolha de um caminho profissional em um momento em que isso ainda não é adequado. Além disso, o processo seletivo acaba historicamente privilegiando uma lógica de ensino/aprendizagem pautada numa reprodução de conceitos que nem sempre são plenamente dominados pelo estudante. Contudo isso está mudando. Hoje se fala em uma nova universidade.

A ideia de reformular o ensino superior brasileiro está longe de ser nova. Na década de 30, o educador baiano Anísio Teixeira propôs uma forma diferenciada de pensamento a respeito da universidade brasileira. Hoje, suas ideias inspiram um novo movimento: a Universidade Nova.

O objetivo básico da Universidade Nova, atrelada ao Reuni, é a reestruturação curricular dos programas de formação universitária. A ideia é a implantação dos Bacharelados Interdisciplinares, com três anos de duração e definidos em quatro áreas básicas: Artes, Ciência e Tecnologia, Humanidades e Saúde. Ou seja: o aluno entra na universidade em um Bacharelado Interdisciplinar da área de Artes.

Durante três anos, ele cursa disciplinas básicas, de formação generalista que o permita obter uma base universitária. Daí por diante, ele tem a opção de seguir para uma área profissionalizante mais específica. Há a chance de migração de setor de estudos já dentro da universidade. Tudo isso realizado com a base interdisciplinar, com o estudante tendo uma amplitude de informações mais variada.

Os críticos a esta proposta apontam que ela contribui para a precarização do ensino superior. O aumento da relação aluno/professor, a pressão pelo alcance de uma meta de aprovações quantitativa e o acréscimo de investimento financeiro incompatível com o aumento de matrículas são alguns dos pontos destacados nas apreciações negativas.

Aqueles que são favoráveis focam seus argumentos na necessidade de se readequar o ensino superior a uma nova realidade contemporânea, sobrepujando problemas de acesso, mobilidade e permanência. Citam também a adoção da interdisciplinaridade com algo positivo para se evitar a fragmentação do ensino e a conseqüente escolha prematura de carreiras.

O que parece ser inquestionável nesse imbróglio é a ideia de que o mundo contemporâneo é marcado pela imprevisibilidade e flexibilidade. A sociedade do conhecimento traz a necessidade de uma relação constantemente atualizada com o saber e os modelos para o ensino superior demandam debates que possibilitem a obtenção de uma prática condizente com a realidade que vivemos.

A futura implantação da Universidade Federal do Sul da Bahia irá adotar esse modelo. Diante disso, os interessados nos encaminhamentos da educação federal superior de nossa região devem buscar se apropriar dessa discussão. Os rumos do desenvolvimento regional, através da formação de milhares de jovens sul baianos, passam diretamente por esse debate. Se nossa nova universidade vai ser uma Universidade Nova, pode ser uma decisão política, mas a instituição vai ser construída de fato a partir da apropriação popular.

Felipe de Paula é professor universitário federal.

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Levantamento da Gasparetto Pesquisa aponta liderança de Jabes Ribeiro (PP) na corrida eleitoral em Ilhéus. O pepista aparece com 41% ante 20,2% de Professora Carmelita (PT). Jorge Luiz, do PSOL, aparece com 9,2%.

Na modalidade espontânea, Jabes aparece com 39,1%, Carmelita tem 18,1% e Jorge Luiz soma 8,1%. A pesquisa também aferiu a rejeição aos candidatos. 51,3% disseram que não votariam em Jorge Luiz. 43,4% rejeitam o nome de Carmelita e 27,3% o de Jabes.

A pesquisa apresenta margem de erro é de 4 pontos percentuais e está registrada no Tribunal Regional Eleitoral com número BA-00178/2012. O levantamento foi contratado pelo Jornal Agora. A pesquisa foi feita no período de 6 a 10 de setembro.