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helenilson-chaves1Helenilson Chaves

Tanto no caso das dívidas do cacau como da invasão de propriedades rurais por supostos indígenas, falta-nos capacidade de organização e a chama que marcou os nossos pioneiros, sempre prontos a encarar as adversidades.

Hoje eu me vi comemorando o perdão das dívidas da lavoura cacaueira, tão injustas quanto impagáveis, já que são frutos de erros absurdos e de orientações equivocadas quando do surgimento da vassoura de bruxa e seus efeitos devastadores.
No sonho, evidentemente eu era africano e não sul-baiano e brasileiro.
Quando acordei, brasileiro e sul-baiano, amante dessa terra, me dei conta de que o mesmo governo brasileiro que perdoou dívidas de países africanos, tem sido implacável com uma região que tanto contribuiu com a economia da Bahia e do Brasil e que há duas décadas atravessa a pior crise de sua história.
Longe do confortável mundo dos sonhos, vivemos uma triste realidade em que nos faltam lideranças efetivamente comprometidas nos falta capacidade de mobilização, a ponto de sensibilizar as autoridades. Décadas de individualismo, um dos mais perversos subprodutos do cacau, parecem ter tirado a nossa capacidade de união.
E, sem união, não se vai a lugar nenhum.
Vejamos o caso dos produtores do Mato Grosso, que tiveram suas propriedades, adquiridas de forma legítima, invadidas por indígenas. Eles se mobilizaram, protestaram, reivindicaram e com isso a presidenta Dilma Rousseff teve que conter a política da Funai, claramente favorável a demarcações de terras que não respeitam critérios técnicos e desafiam o bom senso.
No Sul da Bahia, o que vem ocorrendo é um verdadeiro absurdo, com famílias que ocupavam legalmente suas terras e delas tiram o sustento, sendo expulsas por supostos tupinambás, que não raro usam da violência para invadir propriedades, amparados por um relatório da Funai.
Trata-se de um documento típico de burocratas que desconhecem a realidade regional e teimam em impor uma reserva que, se demarcada, trará enormes prejuízos socioeconômicos para a região, além de criar um clima hostil, de consequências imprevisíveis.
Tanto no caso das dívidas do cacau como da invasão de propriedades rurais por supostos indígenas, falta-nos capacidade de organização e a chama que marcou os nossos pioneiros, sempre prontos a encarar as adversidades.
Uma letargia que está cobrando a conta. E ela vem na forma de desesperança e estagnação.
Talvez tenhamos alguma coisa a aprender com os africanos…
Helenilson Chaves é presidente do Grupo Chaves.

21 respostas

  1. Helenilson Chaves,
    Seu texto merece apenas pequenos retoques:
    1 – Não houve “surgimento” da vassoura de bruxa. A doença foi implantada por criminosos. O Inquérito da nossa Polícia Federal é incontestável.
    2 – Através da nossa imprensa livre, a sociedade brasileira já está se insurgindo contra a sanha destes militantes indigenistas (e, também, ambientalistas), claramente financiados por organizações Internacionais, que pretendem dividir o nosso País.
    3 – O resultado da demarcação da reserva de Itajú do Colônia e Pau Brasil foi um desastre. A economia dos dois municípios foi destruída, se é que isto é possível em nossa região.
    No mais, parabéns pelo belo texto.

  2. Senhores,
    Concordo com o texto, entretanto faço uma observação que entendo importante, o nosso problema principal não esta na vasoura de bruxa ou na falta de interesse politico mas na nossa “DESUNIÃO”.

  3. É esse desespero em se apegar às práticas nefastas do passado (Coronelismo, monocultura,utilização da maquina pública para o privado, invasão de terras dos grandes produtores contra os pequenos produtores, não respeito à legislação trabalhista, não pagamento de impostos, Arrogância dos coronéis, soberba, repressão e humilhação contra os mais humildes) é que faz essa região continuar atrasada!!!
    Aqui é a cultura da esperteza que fala mais alta… e, principalmente, Lucros privados e prejuízos que o poder público (com o dinheiro dos impostos do povo)teria que pagar!!!
    Acho que esse pensamento está ultrapassado e outras regiões já conseguiram superar (como Vitória da Conquista e sua antiga monocultura de café)!!!
    Porque o poder público vai ter que retirar dinheiro público (ou abonar dívidas que reverteriam para a sociedade) em favor de alguns poucos coronéis de cacau de calça furada???
    Até esse que escreve esse texto, Helenílson Chaves, percebeu que essa atividade econômica retrógrada de monocultura apenas favorece à desigualdade e que impossibilita a criação de um mercado consumidor!! Este conseguiu encontrar sucesso na atividade econômica de shopping e com construtoras para superar a quebra no preço do Cacau e pestes na lavoura. Na sua atividade de shopping ele sabe que mais vale 100 mil pessoas de classe baixa ganhando um ou dois salários mínimos do que 3 coronéis ganhando 300.000 sem ter mercado consumidor para vender seus produtos.
    O perdão nas dívidas africanas é mais decorrente da vontade do Brasil ganhar mais mercado para os produtos brasileiros do que uma benesse e beneficiará muito mais pessoas com a formação de mais empregos “formais e melhor remunerado” do que se esse perdão fosse dado a esses coronéis que quando tinham dinheiro investiam fora da região, mantendo essa região pobre e desigual.
    Torço muito pelo desenvolvimento da região sulbahiana e sei que isso passará por um desapego Às práticas nefastas do passado, na profissionalização das pessoas e em gestores públicos melhores que realizem ações para a maioria da população (Educação, Saúde, Transportes, Segurança através de impostos e não perdoando dívidas)… ao invés de se olhar os mesmos punhado de coronéis de pensamento mesquinho que só querem ganhar através do Estado e não por competência.

  4. Quando dá dinheiro para ricos, é investimento.
    Quando se dá dinheiro para pobre, bolsa família, é o BOLSA VAGABUNDAGEM.
    Ah, esses ricos.

  5. Ha exatamente 250 anos os Estados Unidos resolveram seu problema com os indios de lá.Conquistaram o Oeste, colocaram os indios nos lugares que lhes competiam e hoje o oeste americano contribui com 40% do pib americano.
    Mas isto foi na zona norte.
    Aqui a zona é sul.
    Fernando
    Ilhéus\a

  6. Lamentavelmente,experenciamos uma onda de horror e desolação e,como bem referenciado, desesperança. Trabalha-se duro na terra para uma colheita futura, e, de repente, um furação violento lança por terra o presente construído em tempo pretérito. Proprietários expulsos de suas terras, seus produtos sendo comercializados, e nada se faz para impedir tamanha ousadia. Agem confrontando a lei, enquanto o cidadão de bem, nada pode fazer, sob pena de responder a uma ação criminal. E o que fazer em situações tais? Defender a sua propriedade? Observem que estamos falando de invasão de terras tituladas, adquiridas, em sua grande maioria, há mais de 50 anos. Terras indígenas são àquelas efetivamente ocupadas pelos índios. Se fizermos a triagem histórica, a conclusão não será outra: as propriedades agrícolas invadidas não estão inseridas no contexto indianista haja vista que não são, nem eram,tradicionalmente ocupadas por eles. A justiça tem que coibir ações como tais e assegurar o direito de cada um a ter a sua propriedade livre e desimpedida de ações desta ordem.

  7. Tudo na vida evolui, ate o planeta terra na visão geográfica evolui de pajeia para se tornar os continentes: África, Ásia, Europa, Oceania, etc. Agora ironicamente percebemos que os nossos produtores de cacau, com raríssimas exceções, vivem só olhando para o passado,pois o presente todo mundo sabe que cacau já foi, bananeira que deu cacho, quando surge alguém falando do assunto e so para pedir…pedir..pedir…e nada de contribuir…e só observarmos pelo Brasil afora, outras culturas, tipo: plantadores de soja…cafeicultores…algodão…plantio de eucalipto…etc…portando e visível que este ciclo do cacau só ficou os fantasmas…então vejamos: quem que investir em ativos que não tem mais retorno???os atuais produtores so fala em perdão de dividas, achar culpados para vassoura de bruxa, como se culturas agrícolas fosse imune a doenças…ora bolas…na minha opinião para o governo perdoar dividas de cacau cultores tinha que pegar as fazendas e ceder para outras atividade que pudessem gerar renda, e não este bla..bla..bla de perdão…perdão…perdão…vamos investir na riqueza.

  8. -VCS ESTÃO COLHENDO O QUE SEMPRE PLANTARAM; INDIVIDUALISMO, ARROGÂNCIA, PREPOTÊNCIA, PREGUIÇA E EGOÍSMO; COM ESSAS QUALIFICADORAS QUE OS TORNARAM GIGÔLOS DO CACAU, VCS NUNCA DEIXARAM ESSA REGIÃO SAIR DO ATRASO NA QUAL ELA SEMPRE SE ENCONTROU. POIS ERA CONVENIENTE PARA UMA MINORIA BURGUESA QUE EXPLORAVAM OS TRABALHADORES ANALFABETOS COM SALÁRIOS AVILTADOS E EM REGIME DE ESCRAVIDÃO, ENQUANTO ISSO VOCÊS E SEUS FILHOS SE REFESTELAVAM NOS REDEVUS DAS BOATES DA EUROPA E CAPITAIS DESSE BRASIL AFORA.
    -TIVEMOS DUAS COOPERATIVAS AQUI EM ITABUNA, QUE FALIRAM DEVIDO A ROUBALHEIRA DOS SEUS GESTORES.

  9. Cadê meu comentário Davidson Samuel?
    Tô ficando decepcionado.
    Da Redação: O sr faz uma acusação para as quais se exigem provas e, apesar disso, mantém-se no anonimato. Assim sendo, o blog veta comentário.

  10. Helenilson, quando voce virou credor dos pobres produtores voce tomou a fazenda por causa de migalha. Agora mais uma vez voce quer dar o calote?
    Para com isso.

  11. Eu gostei muito foi da atitude do juiz que cancelou a licitação da prefeitura, que a Empresa de Helenilson Chaves ganhou. Isso quando se fala em fazer a licitação, o povo já sabia que era a vencedora. Carta marcada. Que honestidade. Coisa de política!

  12. Senhor Helenilson Chaves; não quero aqui ser apelativo e muito menos um oportunista desfalcado de bom senso mas,em nome do Senhor seu pai Manuel Souza Chaves também em nome do meu pai Coronel Godofredo Almeida do Espírito Santo e em nome de todos cacauicultores que por demasiadas vezes são tão mal interpretados e injustiçados, isso certamente devido a uma visão “jorgeamadeana” tão maléfica a essa classe de produtores, a qual nada mais nada menos são simplesmente agricultores – como qualquer outro que labuta, que tiram da terra o seu sustento – gostaria de lhe propor aqui, agora, uma sugestão que certamente ajudaria muito a mudar essa falácia tão irreal sobre a cacauicultura e o cacauicultor da Bahia; acho que seria oportuno e até necessário, um desafio contemporâneo democrático, para aqueles que realmente querem ser justos consigo mesmo, terem a oportunidade de discutir, debater e tomar conhecimento da verdadeira realidade do cacau e do cacauicultor da Bahia no passado e no presente e na busca de melhora financeira e cultural para essa região.O desafio seria da seguinte forma: Uma exibição do documentário O NÓ,ATO HUMANO DELIBERADO,no seu cinema do Shopping Jequitibá, quando for inaugurado, seguido de um debate entre plateia X diretor e comigo que participei das pesquisas acompanhando o diretor Dílson Araújo na busca de documentos oficiais que dão base legal ao documentário e que aqui tomo a liberdade de falar em nome dele, devido ao conhecimento que tenho desse nobre brasileiro, que certamente também concordaria com esse convite e desafio. Dessa forma, tenho absoluta certeza, de que jamais ninguém iria achar entre outras falácias,que o cacauicultor esta atrás de perdão de “dívidas”, pois perdão se da a quem errou e/ou cometeu pecado.O que queremos na realidade é apenas JUSTIÇA, para o cacauicultor e toda região do sul da Bahia, que é vítima do maior crime de terrorismo biológico do nosso planeta terra, que tantas consequências continua trazendo para essa injustiçada região cacaueira da Bahia.Certo do seu retorno, agradeço e fico no aguardo de resposta.Saudações.Dorcas.

  13. Senhor Helenilson: Necessário o seu artigo. Precisamos, urgentemente de alguém pra desfraldar esta bandeira.Vivemos um período no País,em que tudo é atendido sob pressão, façamos a nossa aqui.Posso lhe garantir que serei um dos primeiros no meio da rua a gritar contra as imoralidades que se vêem cometendo em nome da DEMOCRACIA. Lidere, pelo amor de Deus a nossa política regional tão carente de sentimentos nobres como o de Vossa Senhoria. Abraços-Sucesso.

  14. Dr Helenilson. Muito interessante o comentário do Senhor, mas, nos nunca vimos o Sr tomar nenhuma atitude em prol de Itabuna, Coaraci o qualquer coisa que seja!Porque quando o Sr tinha prestígio no governo de ACM o Sr não se candidatou a nada ( Vereador, Deputado etc. etc. etc., ?)Sempre choramingando , quando na realidades , DEVERIA ESTAR SORRINDO! Olhe o comentário do Carlos augusto.

  15. Tenho cansado de falar e acham que isto é crítica destrutiva. Os “líderes” são os mesmos. Não há renovação. A letargia tomou conta da região, que não reage a esta situação. Não temos representantes e sim oportunistas de mandatos. Veja o descaso das administrações de Itabuna e Ilhéus. Foram eleitos para resolver problemas e não fazer parte deles. Alegar que a situação destes municípios é ruim? Até o mais desavisado sabia disso. A fumaça branca ainda não saiu das chaminés destas Prefeituras. Ainda não temos prefeito.

  16. O cacau uma economia regional da Bahia que tanto enriqueceu o Brasil,assim como o café no Vale do Paraíba,em S.Paulo.
    O esplendor,glamour do café foi no século XIX,uma economia regional que exportava para o mundo.
    O cacau viveu o esplendor,glamour, no ´seculo XX e exportava para o mundo.
    Há 12 anos que o partido de bandidos e salteadores de estradas está no comando do Brasil,o PT,o seu irmão siamês os comunistas,fazem o pior governo que este país já teve.
    O dinheiro da nação serve para encher as cuecas e meias dos políticos e sem terra e seus camaradas, pagar mensalão bem como torrar o dinheiro em compra de refinaria de petróleo que não serve nem para ferro velho e se quer presta para vaso sanitário.
    Este “governo” serve para perdoar dívidas de bilhões que alguns países que nos devem,sem falar do dinheiro jogado no rala sem nenhum critério,ex:dos gastos feito no estaleiro do Rio de Janeiro,na construção de navios que não vai a lugar nenhum.
    O ciclo de ambas cultura não voltam mais,contundo,o cacau que tanto contribuíra com o Brasil. Porque não o Brasil dá uma contribuição aos que tanto alavancou a riqueza desta nação.
    Outrossim, a economia capitalista que é a nossa,é nociva para os comunistas,os mesmos falam que os fazendeiros de cacau escravizava os trabalhadores,que os fazendeiros de cacau eram gigolô do cacau.
    Os comunistas só têm um perfil: Governo da Coreia do Norte e Cuba. Estes mequetrefes,e partido de mensaleiros e de lula lalau,os homens honestos de valor incomensurável que são os produtores de cacau,os mesmos, eles querem deixá-los na mendicância para receber R$ 71,00 (setenta e um reais por mês)
    e tornar o Brasil uma classe de proletariado.
    O que o Brasil precisa é sair do fundo do poço que já dura 12 anos e, salvar as famílias brasileiras é salvar a nossa cultura
    e a nossa alta estima de viver,bem como resgatando a nossa economia regional,que não seja o cacau o motor da economia,mas diversificar a mesma.

  17. Zelão, diz: – “Mea Culpa Tardio”
    “Duas frases como mesmo sentido ficaram no meu consciente”. Uma, utilizada amplamente pela elite brasileira que apoiava a ditadura militar: – “A esquerda brasileira só se une na cadeia.” Outra, dita pelo agricultor Marcelo Gedeon: – “Os produtores de cacau só se unem se for para derrubar alguém.”
    Os filhos e netos dos coronéis do cacau herdaram não só as roças que custearam os seus estudos na capital e as viagens à Europa. Herdaram também a vaidade; a prepotência; o individualismo pedante e o “isolucionismo desagregador.” Por mais de dois séculos essa cultura tacanha se consolidou e nela várias gerações foram criadas.
    Dos avós; homens rudes e ignorantes que desbravaram as terras grapiúnas e implantaram as riquezas do cacau, até que se justificam, em parte, as formas de comportamento e de ações adotadas: – Eram tempos difícies em que todos lutavam – até mesmo entre eles próprios – para manterem o que construíram com abnegação e sacrifícios até mesmo da própria vida, em um ambiente hostil.
    Dos filhos e netos, semianalfabetos e doutores, não se pode ter a mesma indulgência. Foram eles que cultivaram os erros que hoje se transformaram em catastófre, levando a Região Sul da Bahia a condição de “pobre região rica.”
    A praga da vassoura de bruxa, criminosamente implantada na região, foi a forma “politicamente incorreta,” pela qual; grupos políticos utilizaram, para destruir a principal fonte econômica de financiamento político do Carl ismo dominantes do poder na Bahia.
    Na hora da grande agrura os produtores de cacau tentaram buscar o apoio dos trabalhadores. Estes, cansados da espoliação e dos maus tratos a que foram submetidos por séculos, viraram às costas para os apelos: – Se nada nunca tiveram, nada teriam por que lutar. Entre permanecer sendo explorado, nas roças, sem direito algum e levantar acampamentos às margens das rodovias, recebendo a cesta básica oferecida pelo governo, que lhes matava a fome, enquanto aguardava ganhar um pedaço de terra da reforma agrária, a segunda opção foi mais lógica.
    A “Mea Culpa” expressa nas palavras de Helenilson Chaves (o último símbolo do fausto do cacau), apenas significa o reconhecimento, embora tardio,das culpas de mais de dois séculos.

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