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André Saback Movimento Passe Livre entrevista

Marival Guedes, de Salvador

O Movimento Passe Livre Salvador, que ocupa a Câmara de Vereadores desde o dia 22 deste mês, criou uma Tribuna Popular na porta no legislativo, onde serão realizadas diversas atividades. A Câmara está ocupada por 14 integrantes, sendo 11 fixos e três flutuantes, para a troca de informações.

Nesta entrevista, um dos ocupantes, André Saback, formado em Marketing pela Estácio/ Fibe, fala sobre o esvaziamento do MPL, a nova postura do movimento, que agora convoca partidos, a desoneração de PIS/Cofins e o acordo que impede ACM Neto de aumentar a tarifa até 2014. Saback também comenta como seria a implantação do passe livre universal.

BLOG PIMENTA- O presidente da Câmara marcou audiência, mas cancelou. Por quê?

ANDRÉ SABACK – Ele havia marcado na sexta-feira (26) uma audiência para ontem (29), pra buscar caminhos para a solução, inclusive poderia ter a presença do secretário Aleluia. Ele desmarcou a reunião por conta da nossa agenda de atividades e para entender melhor nossas ações e conversar depois.

PIMENTA – Quais as atividades?

SABACK – Nós começamos ontem (segunda-feira) e até a sexta teremos uma tribuna popular aberta a todas as pessoas para que, durante o dia,  se manifestem sobre a questão. À noite, palestras com professores e filmes de movimentos sociais e outras revoltas populares.

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Todo movimento popular tem um pico. Nós chegamos a botar 30 mil pessoas. Há um refluxo e o retorno à base inicial.

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PIMENTA – Nas últimas manifestações, houve uma grande redução do número de participantes. O que provocou este esvaziamento?

SABACK – Todo movimento popular tem um pico. Nós chegamos a botar 30 mil pessoas. Há um refluxo e o retorno à base inicial. No momento, temos nas ruas para participar dos atos nossos membros mais orgânicos e os movimentos sociais mais próximos. Há um poder menor de convocação por que a sociedade já teve esta participação e percebe – talvez por conta da mídia – que o movimento chegou num ápice e declínio. Acaba numa certa acomodação.

PIMENTA – Além da tribuna popular, o que será feito para revitalizar o movimento?

SABACK – A gente está com articulações com os movimentos sociais que não fizeram parte [no primeiro momento], a exemplo dos partidos políticos, sindicatos e movimentos estudantis, porque havia um consenso de que seria “aparelhar”. Mas estamos convocando estes movimentos pra agente poder ter vitalidade pra ir pra rua. Então, pra este ato de quinta-feira, 1º de agosto, nós vamos convocar a população em geral e estes movimentos.

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O MPL nunca foi antipartidário. O apartidarismo se mantém, a gente tem um mecanismo nas nossas assembleias que detecta quais as correntes que estão atuando.

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PIMENTA – Então, acabou o antipartidarismo no MPL Salvador?

SABACK – Na verdade, o MPL nunca foi antipartidário. O apartidarismo se mantém, a gente tem um mecanismo nas nossas assembleias que detecta quais as correntes que estão atuando e consegue com horizontalidade, seguindo nossa Carta de Princípios, bloquear alguma tentativa de aparelhar o movimento.

PIMENTA – Qual o comportamento da mídia durante todo este processo?

SABACK – Teve um comportamento de gangorra. Em alguns momentos, teve um viés interessante que favorecia o interesse pelo movimento. Em outros tentava esfriar, não sei exatamente por qual motivo. Teve altos e baixos no mês de junho e após a ocupação a gente teve a presença da mídia dando certo apoio. Depois começou a se desinteressar,  fazer as entrevistas e não publicá-las ou publicá-las com viés negativo. Talvez isto também seja um agente desmobilizador.

PIMENTA – Quais os dois pontos principais do MPL neste momento?

SABACK – Tiramos da carta de 21 pontos, sete pontos voltados para o município, mas que não precisa basicamente do legislativo. O prefeito [ACM Neto] tendo boa vontade política, pode realizar. E a gente radicalizou num ponto inegociável que é a redução da tarifa. Além disso, ônibus 24 horas, que favorece a população, a ter acesso no dia a dia e à cultura e lazer nos finais de semana quando há atividade à noite e as pessoas são impedidas por falta de transporte.

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A desoneração foi transformada em nova parcela de lucro para os empresários, o que acaba virando uma espécie de reajuste. Então, nada que gere lucro para os empresários até 2014 pode imperar.

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PIMENTA – Qual a proposta de redução?

SABACK – A gente pediu de R$ 2,80 para R$ 2,50 com base na desoneração do PIS/Cofins, que dá mais ou menos 20 centavos.

PIMENTA – O prefeito ACM Neto alega que há dois anos não tem aumento…

SABACK – O último governo tentou aumentar, mas o Ministério Público agiu e houve um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) definindo que não haverá aumento até 2014. Então, ele não pode aumentar porque está bloqueado.

PIMENTA – E a desoneração não beneficiou as pessoas…

SABACK – A desoneração foi transformada em nova parcela de lucro para os empresários, o que acaba virando uma espécie de reajuste. Então, nada que gere lucro para os empresários até 2014 pode imperar. Vale dizer que o lucro dos empresários do transporte de Salvador é demasiado. Temos uma das maiores tarifas do Nordeste.

PIMENTA – Quando você fala em Passe Livre, é apenas para o estudante ou toda a população?

SABACK – Nossa proposta é gradual. Primeiro a redução, depois o passe livre para estudante, idoso, deficiente.  Uma série de leis que tramitam na Câmara de Salvador nos leva a um segundo passo. Quando o empresário começar a se familiarizar com estas propostas, a gente começa a caminhar em direção ao Passe Livre Universal. Então, que seja o Passe Livre Estudantil o primeiro passo.

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Nós temos municípios que adotaram esta medida, sendo o mais recente exemplo o de  Paulínia (SP) onde a tarifa era R$ 1,00 e neste mês foi decretado o Passe Livre Universal, o fim das catracas.

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PIMENTA – E como será viabilizado?  De onde sairiam os recursos?

SABACK – Uma das possibilidades é o IPTU progressivo, taxando uma alíquota maior dos imóveis com maior porte e destinando esta diferença para um fundo de transporte. Nós temos municípios que adotaram esta medida, sendo o mais recente exemplo o de  Paulínia (SP) onde a tarifa era R$ 1,00 e neste mês foi decretado o Passe Livre Universal, o fim das catracas.

PIMENTA – Qual a outra forma?

SABACK – Temos uma série de estudos que podem criar um novo imposto sobre combustíveis, penalizando o usuário do veículo individual que gera o congestionamento atual, já que há uma lógica errada no sistema de transporte. A gente pensa na inversão, colocando sistema de transporte de massa para toda a população e quem tem carro deve usar para o lazer ou em momentos específicos.

PIMENTA – Haverá uma sessão especial no próximo dia oito na Assembleia Legislativa.  Qual o resultado concreto  que esta reunião pode gerar?

SABACK – Um dos pontos principais, no que se refere ao Estado, é Passe Livre para a Região Metropolitana ou a redução da tarifa coligada à integração com os modais da região e os de Salvador. Porque os ônibus da RM têm tarifa diferente, não aceitam smart card e não estão integrados. O metrô que virá também deverá ser integrado à tarifa daqui. O governo tem que conversar sobre isto, inclusive com outros municípios.

7 respostas

  1. Paulínia tem um das maiores receitas de ICMS do estado de São Paulo, lá fazer demagogia pelo menos tem dinheiro no caixa pra bancar o transporte que precisa de diesel, pneu e motorista
    O prefeito de salvador está certo, tem que enfrentar esta turma do UJS, um bando de aloprados que desejam o paraíso mas acham que alguém ( outros claro ) tem que trabalhar duro para lhes oferecer.

  2. O esvaziamento do movimento comprova que esse grupo não possui nenhuma liderança frente a população. A partir do momento que fica claro a falta de logica para o atendimento de forma generalizada das reivindicações, a população passa a perceber que esse não é o caminho.

    Em Ilhéus o movimento está caindo no ridículo. Todos os documentos que solicitaram foram entregues, e por falta de conhecimento, não conseguem analisar nada.

    O preenchimento de forma correto das planilhas, tabulação e a analise dos dados, observando os critérios contratuais e a questão do equilíbrio econômico-financeiro, não é tarefa para principiantes.

    A pauta de reivindicações é muito generalizada. Não considera algumas particularidades.

    Esse fato faz lembra aquela história de que “o cachorro sai correndo atrás de um carro, e quando o mesmo para, ele fica olhando sem saber o que fazer.

  3. Esse é o futuro Javier Alfaya, que se destacou na UNE nos anos 80, se elegeu várias vezes vereador pelo PC do B, mas, nunca fez um projeto para acabar com as mordomias dos políticos, pelo contrário, sempre usou e abusou de todas elas, até seus próprios eleitores se cansaram dele e não o reelegeu em 2012, hoje tá lá mamando nas tetas do governo Wagner.

  4. Oritas/Antonio,

    As mormodias q vc fala não estão em um só partido, estão: no nepostimo da CEPLAC, UESC, na falta de bom senso em pedir menos corrupção e não ir pra câmara do munícpio em que mora ver se o vereador em quem votou está fazendo as coisas éticas e está na auto-crítica em ver isso e outras coisitas. Acorda! Ou já tá acordado e que ver os outros dormirem? rs

  5. ESSE PALHAÇO AINDA GANHA ESPAÇO COM VCS!! BANDO DE MALUCOS!!
    http://www.metro1.com.br/?varSession=noticia&varId=19675
    Salvador: Candidato perde eleição e põe a culpa nos amigos do Facebook

    Formado em marketing e aspirante a uma vaga na Câmara dos Vereadores de Salvador, o candidato do Partido Socialista Brasileiro (PSB), André Saback, teve uma infeliz surpresa quando as urnas começaram a ser reveladas a partir das 17h deste domingo (7).

    Com apenas 195 votos, Saback atingiu o 773º lugar no ranking das eleições municipais em Salvador, acumulando 0,02% dos votos válidos, meta muito distante da esperada pelo ex-candidato, que acreditava poder estar entre os 43 vereadores que iriam compor a Câmara Municipal a partir de 2013.

    “Inicialmente, eu fiz uma lista com 400 amigos e pretendia que esses amigos multiplicassem o voto por 20 pessoas cada, chegando então na meta de 8 mil, que é o máximo que Fabíola Mansur, a puxadora de votos do meu partido, iria conseguir. Naturalmente, eu imaginava que iria atingir esse número e iria sair mais fortalecido na disputa”, confessou Sababk ao Metro1.

    Desabafo

    Ao ver que sua estratégia não deu certo e que menos de 50% da sua lista de amigos iniciais resolveram confiar o voto na urna, André não controlou a decepção e resolveu desabafar no Facebook, sua principal plataforma de campanha.

    “Tenho 195 amigos declarados, sendo que eu e minha mãe são um deles, então sobram 193 pessoas…….as demais estão na lista dos descartáveis……uma casa pra se construir precisa de 4 pilares e uma boa fundação…..com 195 pessoas se constrói um politico? É… eu propus a reciclagem, vou ter que fazer isso comigo mesmo, o ser humano que vai sair desse forno é ainda mais forte, porem ainda mais duro nas suas convicções, e eu acho que quem mente não pode querer chamar nenhum politico de mentiroso”, postou, em internetês.

    Imediatamente, uma série de seguidores que se sentiu ofendida pelas palavras ríspidas do ex-postulante à vereança se manifestou. Foi o caso de Sheila Alvarenga Gogoi, que retrucou o aspirante a político. “QUE CARA MAIS MIMADO, GENTE!!!! “Dããã, não ganhei, vou conferir nas seções eleitorais quem realmente votou em mim, dãããã”. Jura q vc pretende ser político com essa arrogância toda?”. A resposta de Saback veio na mesma hora: “Te conheço de onde?”.

    Carreira política

    Esta não é a primeira vez que André Saback tenta ingressar na política. Em 2008, o profissional de marketing foi rejeitado pelo PSDB, que alegou não ter interesse na campanha. “Tentei concorrer nas eleições de 2008, mas o partido não aceitou minha candidatura na Barra, porque fatalmente eu iria atacar os votos de Paulo Câmara. Me colocaram na lista do partido e eu fiquei esses últimos quatro anos esperando. Então, eu me candidatei agora como um resgate a essa perda de direitos em 2008”, declarou.

    Ativista virtual

    Com uma campanha baseada na “Reforma Urbana e Sustentabilidade”, André recusou as formas tradicionais de campanha política e concentrou seus esforços na internet. “Não queria fazer panfletagem, nem que houvesse uma sobra de material para que aquilo não fosse para o esgoto ou colocar o carro de som que o partido me ofereceu, para que não gerasse poluição sonora. O que fiz foi criar um evento no Facebook pedindo que as pessoas afirmassem o voto”, explicou.

    Talvez esquecido de que o voto secreto é um direito constitucional, André confiou nas estatísticas apresentadas na rede social. “Nessa página tinha umas 180 pessoas dizendo “sim” ou “talvez”, e na lista pessoal eu tinha mais 400 votos. Então, eu somava isso tudo e achava que minha votação mínima seria de 680 votos”, presumia.

    Depois de ter visto que todas as suas contas e esperanças foram por água abaixo, Saback não escondeu sua decepção e revolta. “Fiquei chateado com os amigos e com a cidade também. A sinceridade pode ter sido pesada e dura naquele momento em que fiz a postagem porque eu estava chateado. Eu sei também que pode me prejudicar, mas eu não posso negar a minha condição de ser humano. Não é só porque o político se propõe a ser público que ele pode ‘passar uma vaselina’, fingindo ser agradável no que é desagradável”, analisa.

    Suspeita de fraude

    Agora, mesmo depois de ter perdido a eleição, o ex-candidato do PSB garante que vai até o fim, investigando quem de fato o apoiou nas urnas no último dia 7. “Eu vou pegar o mapa de votos do TRE para saber onde eu recebi votos. Pretendo confirmar a lista toda, até para não ficar com a dúvida de que houve fraude. Sei que há um constrangimento e uma chateação, mas meus eleitores são meus amigos pessoais e eles estão compreendendo a situação”, garante.

    Rejeitando fortemente o resultado das eleições, André insiste na tese de fraude no processo eleitoral. “Como tem muita gente confirmando depois das eleições que votou em mim, um número superior ao dos votos recebidos, ou eu vou chegar a pessoas que mesmo depois do resultado continuam mentindo, ou vou achar que teve alguma fraude. Sei que não vou poder identificar todos os votos, já que pode ter alguns desconhecidos que votaram em mim, mas vou alcançar o maior número possível”, resumiu.

    ESSE PALHAÇO AINDA GANHA ESPAÇO COM VOCÊS!! BANDO DE MALUCOS!!

  6. Fraude:
    A mídia, seja ela de grande porte ou uma página na rede social, independente de suas convicções, postam qualquer lixo, cabendo aos expectadores debater e distinguir as aberrações e tentar mostrar aos menos atoleimados quem são os aproveitadores de ocasião como é o caso do dito cujo herói Saback. Sabemos muito bem, que é quase impossível enfiar na cabeça de muita gente miolo mole o que é real e o que é utopia, mas temos que tentar, senão a vaca vai pro brejo muito mais rápido.

    Em bem pouco tempo passado, as informações só eram permitida para poucos privilegiados, hoje porém, mesmo com erros gramaticais grosseiros pode-se debater qualquer assunto com quem quer que seja, basta apenas algumas pesquisas com dados confiáveis e pimba, os farsantes são desmascarados como num passe de mágica, apenas os medíocres, acomodados e fanáticos sem argumentos para debater qualquer assunto ficam citando poemas ultrapassados e irreais.

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