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ricardo artigosRicardo Ribeiro | ricardorib@outlook.com
 

A esperança passa a ser depositada no exercício da cidadania além do voto para forçar os gestores a sair da inércia.

 
Itabuna é uma cidade com tantas urgências, que chega a ser complicado falar de certas demandas. Muitos irão considerar adiável, por exemplo, a oferta de áreas de lazer e esporte, parques, quadras, ciclovias etc. No entanto, estas são necessidades que governo após governo têm negligenciado, enquanto a comunidade segue cada vez mais aprisionada, os filhos reféns de computadores e videogames; e os pais, dadas as circunstâncias, até aliviados pelos guris estarem em casa e não na rua.
O fenômeno dos “rolezinhos”, principalmente em São Paulo, foi sintoma de que a juventude da periferia clama por opções públicas de lazer. Esse sentimento não é peculiar à garotada de ermos bairros paulistanos. Um dia, fatalmente, tais sinais irão se manifestar em outros lugares, como Itabuna, uma cidade que, como todos estão cansados e entediados de saber, cresceu sem planejamento e qualquer preocupação com o bem-estar de seus moradores. E assim continua porque os governantes de plantão preferem olhar para trás, não por gostar de história, mas por uma crônica incapacidade de focar no futuro e planejar uma cidade decente.
O governo sempre dirá que precisa primeiro tapar os buracos, das contas públicas e das ruas, organizar as escolas e os postos de saúde, para depois, se der tempo e sobrar dinheiro, pensar no lazer da população. Seria uma forma de reproduzir a máxima de que “primeiro a obrigação, depois a diversão”, mas – à vera – o que pensar, se nem mesmo da “obrigação” se cuida a contento?!
Nesse ritmo, passam-se o tempo e os governos numa estagnação desesperadora, sem que o quadro se altere. E a cidade continua a crescer desorganizada, sufocada, travada, suja, desumana. Até a próxima campanha eleitoral, em que os prefeituráveis voltarão a prometer realizar o sonho de uma Itabuna melhor para todos.
Faz bem renovar a esperança e, de tempos em tempos, voltar a apostar no futuro. Porém, quando a frustração sucede a expectativa o resultado é a descrença. E não é outro o motivo que leva tanta gente às ruas para protestar, senão a convicção cada vez mais evidente de que os governos têm se mostrado incapazes de atender às aspirações dos governados.
A esperança passa a ser depositada no exercício da cidadania além do voto para forçar os gestores a sair da inércia.
Ricardo Ribeiro é advogado.

3 respostas

  1. O artigo é perfeito,nada comentar. Muito embora no meu âmago não deveria ser assim.
    As boas ações e intervenções deveriam acontecer naturalmente de acordo o sentimento do ser humano,nunca por pressão.
    Esta ação e ferramenta de pressão já nasce no poder central do Brasil,é uma regra o que é lamentável.
    O MST,há os 10 dias,ameaçarão invadir e agredir o Ministro Joaquim Barbosa,por prender os bandidos e mequetrefes ladrões do dinheiro público
    o mensalão.
    Outros ataques este tribunal maior do Brasil já sofrera com os bandidos e mequetrefes fardados,uma vez que a “Força Aérea” brasileira para coagir os membros desta corte quebrou as vidraças do poder judiciário do Brasil.
    Por fim, neste último ataque perpetrado pelos marginais e salteadores de propriedade privada e pública,o MST,braço armado do governo do PT,ao invadi o poder judiciário,a tropa de polícia impediu e 30 policiais foram feridos,tendo um policial perdido a visão.
    Entretanto,os meliantes e bandidos foram recebidos pela presidente do Brasil e condecorados pelo grande feito,assim que são tratados o MST.
    Para completar o deboche e falta de responsabilidade da ordem pública.
    Pasmem, sociedade brasileira,o chefe da Casa Civil da presidente do Brasil,o Sr. Gilberto Carvalho,disse “têm que pressionar mesmo”dando uma benção a baderna.

  2. Não entendi, estaria esse blogueiro convocando para Itabuna as manifestações que vem acontecendo em outro lugares? e as alegações não exatamente o contrario do que sugere o blogueiro? (não é manifestações contra dinheiro na copa e não em educação e saúde? O povo continua sendo empurrado para um e outro pelos dito formadores de opinião!

  3. Nossos desejos não mudaram,todos nós desejamos as mesmas coisas,queremos os mesmos lugares,e por mais estranho que pareça queremos ocupar os mesmos espaços ,o que nos falta é tomarmos o rumo certo. Já que são tantos,os que nos oferecem.

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