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marco wense1Marco Wense

A diferença do lamaçal petista para o tucano é na impunidade.  Os larápios petistas foram julgados e condenados. Os gatunos tucanos sequer foram a julgamento. Continuam livres e soltos.

“Como brasileiro, sinto vergonha”, diz o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre o escândalo da Petrobras. Que coisa, hein! O FHC indignado com a corrupção. Vai terminar virando uma figura folclórica.
O cartel das empreiteiras assalta os cofres da Petrobras há pelo menos 15 anos, desde que a empresa era comandada por Henri Philippe Reichstul, nomeado pelo então presidente FHC para o cobiçado cargo.
Esse Henri causou prejuízos bilionários trocando ativos da estatal com a espanhola Repsol. Ficou conhecido por tentar privatizar a Petrobras. Chegou até a propor a mudança do nome Petrobras para Petrobrax.
Durante o reinado de FHC, Paulo Roberto Costa, réu no processo que investiga o desvio de bilhões de reais na estatal, foi gerente de Produção e Exploração (1995), diretor da Gaspetro (1997) e diretor geral.
Na era FHC, os réus viravam vítimas com o bolso cheio, os delegados eram afastados e os juízes removidos. Alguém se lembra de um mangangão preso no governo FHC ou de alguma devolução de dinheiro?
E os mensalões? O Ministério Público Federal considerou o mensalão do PSDB como o embrião do mensalão do PT. Tem algum mangangão tucano preso? Nem manganguinho.
A diferença do lamaçal petista para o tucano é na impunidade.  Os larápios petistas foram julgados e condenados. Os gatunos tucanos sequer foram a julgamento. Continuam livres e soltos.
O combate à corrupção no governo Dilma Rousseff alcançou as esferas dos corruptores. A Lava Jato vai terminar fortalecendo a presidente, que quer tudo apurado, doa a quem doer.
Alguns jornalistas, defensores do “terceiro turno”, escrevem que a prisão de gente graúda se deve a instituições que funcionam com independência, citando o Ministério Público, Polícia Federal, Congresso Nacional e o STF.
Ora, ora, por que essas instituições não tiveram o mesmo procedimento no governo FHC? Não eram independentes? Agiam de acordo com os interesses do Executivo, do mandatário-mor de plantão?
A reeleita presidente Dilma Vana Rousseff tem razão quando diz que a Operação Lava Jato vai “mudar para sempre as relações entre a sociedade brasileira, o Estado e as empresas privadas”.
O lado cômico do escândalo da Petrobras é FHC se dizendo envergonhado com a corrupção. Das duas, uma: ou tomou alguma pancada na cabeça ou sofre de “memorinite”.
Ao admirar exageradamente a sua própria imagem, sua paixão por si mesmo, o príncipe da privataria tucana esquece que tem telhado de vidro e bico quebradiço.
Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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