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Oftalmologista Laudo Júnior explica como ocorre a neurite óptica

Existem várias formas de neurite óptica e cada uma tem suas causas, segundo explica o neuro-oftalmologista Laudo Silva Costa Júnior, do Hospital DayHorc. “Reservamos o termo neurite óptica isoladamente para a forma típica da doença, que é uma inflamação causada pelo próprio organismo, restrita aos neurônios do sistema nervoso central, e que pode estar associada à manifestação em outros pontos, como o cérebro na esclerose múltipla, ou a medula na neuromielite óptica”, diz.
Há outras formas de neurite, estas atípicas, que são designadas pelas suas causas, como as infecciosas por sífilis, tuberculose, Zoster, etc; as autoimunes, como no lúpus; as infiltrativas, como linfoma, sarcoidose. Em um terço dos casos, a neurite óptica pode ser percebida por meio de um inchaço do nervo óptico, visível no exame de fundo de olho. “Na maioria dos casos, o exame anatômico ocular é normal, sendo a regra haver um defeito na
contração da pupila em resposta à luz, chamado de reflexo fotomotor”, afirma.
Segundo o oftalmologista, é preciso ser examinado em condições especiais para ser percebido. “O exame complementar de campo visual pode revelar, naqueles pacientes capazes de o realizar, um defeito na visão periférica mesmo com a visão central preservada”, explica.
A forma típica da doença ocorre com maior frequência em mulheres e na faixa etária dos 15 aos 45 anos. A dor ocular é o principal sintoma, sendo discreta, atrás do olho, e provocada pelo movimento ocular. “O embotamento das cores também, logo seguido por perda de visão tipo uma sombra piorando por uma semana e pode levar até à completa perda visual ou ser muito discreto, normalmente em apenas um dos olhos”, declara o neuro-oftalmo. Logo após, a visão começa a melhorar, mesmo sem tratamento. É comum os sintomas visuais piorarem com calor, seja ele gerado por banhos quentes ou atividade física.
O tratamento da neurite é desnecessário e não produz melhor visão final após a crise da doença. Ele é indicado apenas se houver risco de desenvolver doenças desmielinizantes, como profilaxia (método preventivo). “Nesse
caso, vale lembrar que o tratamento é feito por via endovenosa, pois o uso de comprimidos piora a chance de desenvolver a doença sistêmica em vez de preveni-la”, salienta.
O prognóstico residual da visão na neurite geralmente é bom, com restauração parcial ou até total da visão em poucos meses. Como dito antes, o tratamento não influi na recuperação visual. Também não existe prevenção à primeira ocorrência de uma crise de desmielinização, seja ela neurite óptica ou outra forma. “Uma vez diagnosticada uma forma da doença, o tratamento específico tende a diminuir a ocorrência ou recorrência da neurite óptica”, conclui.

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