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Começamos todos os dias em um cenário e adormecemos em outro completamente diferente. Aqui fora e dentro dos hospitais também, já que os mesmos começam a receber os primeiros figurantes dessa história. Uns com sintomas mais brandos da Covid-19, outros com danos intensos comprometendo sua saúde física e mental.

Manuela Berbert || manuelaberbert@yahoo.com.br

De dentro da minha residência (#FiquemEmCasa) assisto uma grande novela brasileira: tabelas e mais tabelas compartilhadas com números em movimento crescente; cenas das mais diversas, que vão desde diálogos entre líderes a grandes centros comerciais do país fechados; e, como em todo grande enredo, diversos personagens. O mais pitoresco deles, vale ressaltar, chama-se Bolsonaro, que discursa quase sempre em um tom ainda capaz de me confundir: seria uma novela de suspense ou de humor?

Infelizmente, preciso lembrar a todos que o grande persona do momento não é o senhor político, e sim o popularmente conhecido coronavírus, embora eu ache, diante do sorriso de deboche do capitão durante o pronunciamento nacional da última terça-feira (24), que o seu sonho, realmente, é ser um grande protagonista, mas não é.

Não, ele não pode ser um grande protagonista,  porque desdenha do impacto social (vidas) e considera apenas o impacto econômico (dinheiro) de uma grande crise. Ele não pode ser um grande protagonista, porque promove justamente esta desavença em uma nação de mais de 200 milhões de habitantes, onde o poder de fala do grande é sempre mais alto.  E o do oprimido, sempre abafado. Ele não pode ser um grande protagonista, porque reage às organizações mundiais capacitadas que traçam possíveis cenas de terror no país com politicagem e infantilidade.

Estamos nos primeiros capítulos disso tudo. Começamos todos os dias em um cenário e adormecemos em outro completamente diferente. Aqui fora e dentro dos hospitais também, já que os mesmos começam a receber os primeiros figurantes dessa história. Uns com sintomas mais brandos da Covid-19, outros com danos intensos comprometendo sua saúde física e mental.

Particularmente (e acho que a maioria dos brasileiros), me sinto bastante arrependida por não ter seguido nenhuma carreira como atleta. Que sorte a sua, hein, presidente?!

Manuela Berbert é publicitária.

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