Uma mulher acusada de matar dois namorados por envenenamento em Itabuna, no sul da Bahia, começa a ser julgada nesta terça-feira (31), no fórum local. Wane Brenda Gonçalves de Oliveira, que ficou conhecida como “Viúva Negra”, é suspeita de assassinar Evandro Bomfim de Sousa e Edvaldo Araújo Alves. Ela está presa desde 11 de junho de 2018.
De acordo com a polícia, os dois homens foram mortos por envenenamento por “chumbinho”. As investigações apontaram Brenda Gonçalves como autora dos crimes. A primeira vítima da “Viúva Negra” foi Edvaldo Araújo, que se sentiu mal no final da noite de 16 de abril de 2017.
Pálido, contorcendo-se e suando muito, Edvaldo chegou ao Hospital de Base de Itabuna em um táxi, levado pela namorada com quem vivia há um ano, acompanhada por um sobrinho e um cunhado da vítima. Edvaldo ainda foi reanimado, mas morreu pouco tempo depois no Hospital de Base.
CIUMENTA E POSSESSIVA
A polícia informou que a família da vítima tinha dúvidas sobre a causa da morte, pois a namorada era ciumenta e possessiva. Edvaldo queria o fim do namoro. A família, conforme a polícia, não tinha provas de que a morte tinha sido provocada por Brenda. Por suspeita neste crime que a “Viúva Negra” começa a ser julgada nesta terça-feira.
As investigações apontam que logo após a morte Edvaldo Araújo, Wane Brenda engatou outro namoro. O escolhido da vez foi Evandro Bomfim de Sousa, que viria a ser a segunda vítima da “Viúva Negra”. Evandro passou mal ao ingerir medicamento dado por Brenda em 12 de novembro de 2017, sete meses depois da morte de Edvaldo, conforme a polícia.
Evandro passou mal e foi encaminhado para o pronto-atendimento do Hospital Calixto Midlej Filho, também em Itabuna. Chegou vomitando e suando muito, segundo testemunhas. O médico disse que Evandro apresentava sintomas de envenenamento. A vítima passou por lavagem estomacal.
TESTE TOXICOLÓGICO CONFIRMOU ENVENENAMENTO
Evandro deixou o Centro de Terapia Intensiva (CTI) quatro dias depois, quando foi transferido para apartamento. Próximo de receber alta médica, ele teve uma parada cardíaca. A equipe médica tentou reanimação e colocou uma sonda gástrica, “por onde saía um material escuro parecido com chumbinho”.
Ele retornou para o CTI e teve morte cerebral confirmada no dia 28 de novembro de 2017, tendo parada cardíaca em 3 de dezembro daquele ano. O teste toxicológico confirmou o que se suspeitava. Evandro havia sido vítima de envenenamento por chumbinho.
Depois da comprovação de que Evandro faleceu por envenenamento, informa a polícia, as famílias das duas vítimas se juntaram para investigações, sendo instaurados dois inquéritos policiais para apurar as circunstâncias das mortes de Edvaldo e Evandro. Após exumação do corpo de Edvaldo e coleta de amostra, os exames deram positivo para envenenamento.