Fernando nasceu prematuro. Duas semanas atrás, antes da inauguração do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, para ter os cuidados especiais de que necessita, ele precisaria passar pelo sistema de regulação local e aguardar um leito disponível em outro município. Hoje, isso não acontece mais. O bebê está internado na UTI Neonatal do novo hospital ilheense, acompanhado de perto pela mãe, Fabrícia de Jesus. É o primeiro recém-nascido a ocupar a UTI Neonatal da unidade inaugurada no último dia 6 pelo governador Rui Costa (PT).
O Hospital Materno-Infantil Joaquim Sampaio tem abrangência regional, para parto, nascimento e pediatria em casos de alto risco. O atendimento ao parto é de porta aberta, mas, diferente de outras instituições hospitalares existentes na cidade, o acesso à pediatria só ocorre sob regulação.
Conforme a direção do hospital, no caso do atendimento de pediatria, foi pactuado com o município de Ilhéus que a porta de entrada dos pacientes deverá ser nas unidades já existentes (UPAS e hospitais credenciados). “Sendo a nossa pediatria regulada, significa dizer que vamos receber pacientes via Central Estadual de Regulação ou Samu”, explica a diretora Aline Costa. Ainda segundo a gestora, todas as pessoas que procuraram a unidade foram acolhidas pela equipe, tiveram o seu risco classificado, e foram esclarecidas da função do hospital e direcionadas para o serviço de atendimento às urgências.
SESAB EXPLICA PROCEDIMENTOS DO HOSPITAL A GESTORES MUNICIPAIS
Eliza Conceição, de seis meses, foi a primeira criança a ser regulada para o hospital. Veio transferida do município de Una, por meio da Central de Regulação de Leitos do Estado, na companhia da mãe, Leidiane Conceição, de 25 anos.
Na semana passada, a direção do hospital recebeu técnicos e secretários municipais de Saúde da região de Ilhéus, também composta pelos municípios de Uruçuca, Itacaré, Una, Arataca, Mascote, Canavieiras e Santa Luzia. E, na modalidade virtual, dialogou com representantes de 14 municípios que compõem a região de Valença, que também será atendida pela unidade ilheense.
A proposta – afirma a diretora Aline Costa – é estabelecer este trabalho de parceria, troca de conhecimento e de informações. O desejo, assegurou Aline, é de que, mesmo situado em Ilhéus, o hospital consiga atender toda a região. “Todos os movimentos que estão sendo feitos visam fortalecer o Sistema Único de Saúde”, acrescentou a diretora-geral.
A enfermeira Domilene Borges, coordenadora do Núcleo Regional de Saúde/Sul, da Secretaria Estadual de Saúde, que participou dos encontros, lembrou que havia uma imensa lacuna na Assistência Materno-Infantil da região. “Com a inauguração do Hospital Materno-Infantil, a Sesab começou a trabalhar o fluxo de encaminhamento das gestantes para a unidade. Mas é necessário fazer com que os municípios tenham conhecimento de como funciona o hospital”, alertou.
Por isso, explica Domilene, a Sesab convidou os gestores municipais a conhecer a unidade, para que entendam os procedimentos e saibam quais serviços serão ofertados e repassados aos municípios.
INCENTIVO AO PARTO NATURAL
Ainda segundo a direção do hospital, parte significativa do trabalho na unidade tem o objetivo de reverter uma estatística nacional – a prevalência dos partos cesarianos -, que se repete no sul da Bahia, onde cerca de 60% dos partos são invasivos. A proposta é trabalhar para ofertar às mulheres o estímulo ao parto normal, cientificamente melhor para mãe e crianças.