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A loja Zara fechou um acordo extrajudicial com o estudante Luís Fernandes Júnior, de 28 anos, para que ele não leve adiante um processo milionário por racismo. O estudante foi acusado injustamente de furto na loja do Shopping da Bahia, em Salvador, em 28 de dezembro do ano passado. Ele provou que comprou e pagou R$ 329 por uma mochila.

Estudante de mestrado na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), em São Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador, Luís Fernandes Júnior nasceu em Guiné-Bissau. No final do ano passado, ele foi perseguido por um segurança depois de comprar uma mochila na loja da Zara.

O estudante relata que pagou pelo produto e pediu a nota fiscal, mas deixou de receber o troco de R$ 1,00 porque estava com pressa para não perder o ônibus de volta para São Francisco do Conde. Como estava “apertado” para fazer xixi, conta, correu até um banheiro próximo à saída de acesso ao metrô da rodoviária. Quando estava urinando, relata, apareceu um segurança gritando.

O segurança conseguiu arrancar a mochila do estudante Luís Fernandes Júnior e levou de volta para a loja. O jovem seguiu o segurança até o estabelecimento, onde o vendedor confirmou que a vítima tinha comprado e pago pelo produto. Mesmo com a situação esclarecida, o segurança se recusou a devolver a mochila ao rapaz.

A loja Zara e o Shopping da Bahia reconheceram o erro e decidiram pelo pagamento da indenização. Os valores não foram informados por causa do termo de confidencialidade assinado entre as partes.

O advogado do estudante afirmou ter ficado surpreso porque, pela primeira vez em 20 anos de profissão, viu uma empresa tomar a iniciativa de fazer um acordo extrajudicial. E o fez em tempo recorde e com valores acima dos que normalmente a justiça brasileira costuma estabelecer para a parte ofendida.

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