Departamento de Polícia Técnica tem concurso com 456 vagas || Foto Camila Souza/GovBA
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As inscrições no concurso público do Departamento de Polícia Técnica (DPT) da Bahia encerram-se nesta segunda-feira (10). Estão sendo ofertadas 456 vagas de nível superior – 166 para perito criminal, 103 para perito médico legista, 10 para perito odonto-legal e 177 para perito técnico. O certame é organizado pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional Cultural e Assistencial Nacional (Idecan).

As inscrições devem ser feitas somente pela internet, no endereço www.idecan.org.br, observando as regras previstas em edital. A taxa varia de acordo com o cargo pretendido. Para as vagas de perito criminal, perito médico legista e perito odonto-legal, o valor é R$ 160. Já as inscrições para as vagas de perito técnico têm custo de R$ 140.

Será considerada válida apenas uma inscrição por CPF, efetivada pela veracidade das informações prestadas e pelo pagamento da taxa dentro do vencimento, 11 de outubro, observando o horário de Brasília. Vale ressaltar que o certame reserva 5% das vagas a candidatos deficientes e 30% para aqueles que se autodeclararem negros, de acordo com a legislação vigente.

O concurso terá validade de um ano, podendo ser prorrogado apenas uma vez, por igual período. Para informações, como requerimento de atendimento especial, conteúdo programático, atribuição dos cargos e cronograma provisório de atividades, os candidatos deverão consultar o edital de abertura de inscrições. O DPT é unidade subordinada à Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).

Estudos da Fiocruz mostram resultados de medicamento contra a Covid-19|| Foto Erasmo Salomão
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Um estudo conduzido por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indicou que o anticoagulante de uso oral Apixaban é eficaz para inibir a replicação do vírus Sars-CoV-2, causador da covid-19. Os resultados foram publicados no periódico científico Journal of Molecular Cell Biology e divulgados nesta sexta-feira (7) pela fundação.

Os pesquisadores constataram que uma enzima importantíssima no processo de replicação do coronavírus tem uma semelhança estrutural com uma substância envolvida no processo de coagulação, o que faz com que o anticoagulante interfira na multiplicação do vírus. A Fiocruz explica que esse tipo de medicamento já era recomendado para prevenir níveis altos de Dímero D, que é o produto final da cascata de coagulação e está relacionado diretamente à covid-19 severa.

“O uso de anticoagulantes ajuda a prevenir a covid severa, e tínhamos a preocupação de descobrir se havia mecanismos adicionais para esse benefício clínico”, explicou um dos autores do estudo, o pesquisador Thiago Moreno Souza, do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz).

“Esse trabalho mostra que sim e descreve como este mecanismo funciona, provando que essa atividade antiviral também pode estar contribuindo, em alguma magnitude, para o benefício clínico que esses pacientes têm”, disse.

Os cientistas envolvidos no estudo recomendam que a estrutura química do anticoagulante Apixaban seja avaliada de forma mais profunda para que se possa entender com precisão como funciona essa interferência na replicação viral. Compreender esse processo com mais precisão pode servir de ponto de partida para, no futuro, desenvolver antivirais específicos contra a covid-19. Da Agência Brasil.

Jerônimo, ao lado de Rui Costa, fará caminhadas em Ilhéus e em Itabuna neste sábado
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O candidato a governador da Bahia pelo PT, Jerônimo Rodrigues, concentrará sua agenda de campanha no sul da Bahia neste sábado (8). O petista fará caminhadas em Itabuna e em Ilhéus.

Na Terra de Gabriela, Jerônimo faz caminhada às 10h. A parte da tarde será reservada a caminhada em Itabuna. A atividade terá concentração ao lado do Colégio Ação Fraternal (AFI), partido para caminhada por ruas e avenidas dos bairros Santo Antônio e São Lourenço.

Trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) || Foto Ministério da Infraestrutura
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“Se a ferrovia lograr conexão com o oeste baiano, permitirá ao Porto Sul escoar a volumosa produção dessa fronteira agrícola”.

Henrique Campos de Oliveira || henrique.oliveira@ecossistemaanima.com.br

Dificilmente uma cidade na costa do Brasil irá dispensar a construção de um porto ligado a uma ferrovia que avança 1500 km em direção ao oeste no continente. Não há porto no país com essa capilaridade longitudinal.

Não é de agora que o litoral da Bahia é cobiçado para abrigar um porto que seja via de acesso a uma ferrovia que adentre o continente em direção ao pôr do sol. Vasco Neto, nos anos 1950, já apresentava tal proposta. A ideia era conseguir a sonhada conexão entre os Oceanos Pacífico e Atlântico. O porto do nosso lado seria em Campinhos, na baía de Camamu, e o do lado de lá da cordilheira, o de Iquique, no Chile. Uma obra com a mesma ambição do canal do Panamá: ligar os dois continentes e facilitar a conexão entre Ásia e Europa, tendo a Bahia e o Brasil como entrepostos.

Aquela iniciativa não foi adiante (relembre), mas a Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol) e o Porto Sul têm o projeto de Vasco Neto como referência.

O projeto da Fiol consiste na construção de três trechos de, aproximadamente, 500 km cada. O primeiro trecho e mais avançado na execução da obra é o que liga o Porto Sul a Caetité, onde se encontra a mina Pedra de Ferro. O escoamento do minério é o principal motivador para as duas obras, bem como gerará volume de cerca de 50 milhões de toneladas/ano, que viabilizam o empreendimento.

Trecho 2 não aparece como investimento ferroviário prioritário em estudo de 2010 do Ipea

O segundo trecho definido no projeto é a ligação entre Caetité e Barreiras, na região oeste da Bahia, produtora de grãos e demais commodities agrícolas. Se a ferrovia lograr conexão com o oeste baiano, permitirá ao Porto Sul escoar a volumosa produção dessa fronteira agrícola. O preço do frete seria reduzido, tendendo a expandir a atividade e a aumentar a diversidade de operações e serviços adicionais na região onde o porto é construído.

Todavia, é o trecho que enfrenta algumas complexidades, mesmo tendo 45% das obras concluídas. O ramo entre Correntina e Barreiras tem lençol freático e sítios arqueológicos importantíssimos, que exigem significativo cuidado na execução da obra. Além disso, há a necessidade da construção de uma ponte que passe sobre o maravilhoso – e largo – leito do Rio São Franciso, na altura de Ibotirama.

O terceiro trecho seria a conexão entre Barreiras e Figueirópolis, no Tocantins, onde iria entroncar com a ferrovia Norte-Sul, que liga Santos (SP) ao Porto de Itaqui, no Maranhão. Com esses três trechos, o Porto Sul não seria somente opção para escoamento de produtos do oeste baiano, mas também do Centro-oeste brasileiro, tendo a possibilidade de ampliar sua área de influência, inclusive à parte do Sudeste e do Norte.

O trecho 1, Ilhéus-Caetité, está praticamente pronto. Aguarda apenas o porto para começar a operar. A licença de exploração foi adquirida pela Bamin, mesma empresa que é dona da mina e do terminal portuário. O trecho 3 ainda aguarda licenças ambientais.

O trecho 2, a meiota que liga Caetité ao nosso oeste e viabilizaria a ampliação de serviços e operações do Porto Sul, como já dito, apresenta sensíveis complexidades na execução da obra. Se os trechos 1 e 3 forem executados sem o 2, será o fim da possibilidade de termos tal empreendimento como alternativa para superarmos a pobreza e a desigualdade que maculam a região.

Trechos da Fiol identificados em vermelho (1), azul (2) e verde (3)

Se esse buraco na Fiol persistir, como consta no mapa do Ipea (2010), vai tonar o Porto Sul um terminal exclusivo para minério e, ao invés de escoarmos a produção do Centro-Oeste, com consolidação do trecho 3 (Barreiras-Ferrovia Norte-Sul), outros estados vão escoar os produtos do oeste baiano, tanto por portos do Sul e Sudeste como do Norte.

Portanto, além de questões de engenharia e ambientais – legítimas e fundamentais para a sustentabilidade de uma nação -, há aspectos de ordem política na disputa federativa, que afetam a integralidade da Fiol. Contornar esses obstáculos exige dos políticos baianos (Executivo e Legislativo) e, sobretudo, da sociedade civil (como associações de produtores, sindicatos e empresários) união e coordenação política para garantir a integralidade do projeto o mais rápido possível. É questão de sobrevivência!

Henrique Campos de Oliveira é ibicariense, doutor em Ciências Sociais pela UFBA e professor do Mestrado em Direito, Governança e Políticas Públicas da Unifacs.