PF realiza operação no sul da Bahia e outros três estados|| Fotos Divulgação
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A Polícia Federal, numa operação em conjunto com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), cumpriu, nesta terça-feira (8), em Camacan, no sul da Bahia, três mandados de busca e apreensão contra uma organização criminosa internacional de exploração ilegal de Pau-Brasil. Além do município baiano, a operação foi deflagada nos estados do Espírito Santo, Alagoas e Rio de Janeiro.

A ação policial foi para combater uma associação criminosa especializada na exploração ilegal de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção, em especial, o Pau-Brasil. O objetivo das ações desta terça-feira, além do cumprimento das ordens judiciais, é obter novos elementos de prova para desmantelar por completo o grupo criminoso dedicado ao cometimento de crimes ambientais.

De acordo com a Polícia Federal, nos quatro estados foram cumpridos 37 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Vara Federal Criminal de Linhares, no Espírito Santo. Além de Camacan, na Bahia; os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos municípios capixabas de Domingos Martins (2), Santa Teresa (1), Linhares (2), João Neiva (5) e Aracruz (21). A operação foi realizada também em São Gonçalo (RJ) e Coruripe (AL).

OPERAÇÃO INICIADA EM 2021

As investigações se iniciaram após ações realizadas pelo Ibama no âmbito da Operação “DÓ RÉ MI”, que resultaram em apreensões de mais de 42 mil varetas de Pau-Brasil, além de mais de 150 toretes. No ano passado, quando da deflagração da primeira fase, foram apreendidas outras 32 mil varetas e 85 toretes.

Naquele momento, foram encontrados indícios que apontavam para a existência de uma associação criminosa envolvendo extratores, transportadores, intermediários, atravessadores, arqueiros e empresas de produção e exportação de acessórios de instrumentos musicais de corda.

PF realiza operação para combater crime ambiental

A atuação criminosa consistia em beneficiar o Pau-Brasil extraído clandestinamente de Unidades de Conservação Federal, especialmente do Parque Nacional do Pau-Brasil, visando à comercialização do produto acabado em formato de arcos de violino/contrabaixo, ou mesmo na forma de varetas (produto não finalizado) para o exterior, sem qualquer controle das autoridades brasileiras, mediante a burla nos canais de fiscalização da Receita e do Ibama.

O arco é o produto final produzido a partir da vareta. No Brasil as varetas são adquiridas por valores que giram entre 20 e 40 reais, ao passo que os arcos podem ser comercializados no exterior por até 2.600 dólares (R$ 14.600).

PARCERIA INTERNACIONAL

Como os arcos produzidos com Pau-Brasil ilegalmente extraído são destinados ao exterior, em grande parte, aos Estados Unidos, U.S. Fish and Wildlife Service, agência do governo Norte-Americano, foi acionada, na primeira fase da operação, para apoiar as ações da PF naquele país visando verificar a legalidade das importações e a existência de ramificações do esquema criminoso em território norte-americano.

Os investigados poderão responder pela prática de associação criminosa, contrabando, crimes contra a flora, por outros crimes ambientais e contra a administração ambiental, com penas combinadas que podem ultrapassar 15 anos de prisão. Por parte do produto do crime ter sido enviado ao exterior e por se tratar de espécie em extinção, a pena poderá ser agravada.

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