Pioneira no telejornalismo, Glória Maria morre aos 73 anos || Reprodução Rede Globo
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Dos principais nomes do telejornalismo brasileiro, Glória Maria morreu aos 73 anos, nesta quinta-feira (2), NO Hospital Copa Star, no Rio de Janeiro, informou a Rede Globo por meio de nota. A causa da morte não foi informada, mas a jornalista já fazia tratamento contra o câncer há 3 anos e estava afastada do Globo Repórter, programa semanal que estava apresentando junto com Sandra Annenberg.

– Em meados do ano passado, Glória Maria começou uma nova fase do tratamento para combater novas metástases cerebrais que, infelizmente, deixou de fazer efeito nos últimos dias, e Glória morreu esta manhã, no Hospital Copa Star, na Zona Sul do Rio – informa a nota da Globo.

Glória Maria Matta da Silva nasceu no Rio de Janeiro. Filha do alfaiate Cosme Braga da Silva e da dona de casa Edna Alves Matta, estudou em colégios públicos e sempre se destacou. “Aprendi inglês, francês, latim e vencia todos os concursos de redação da escola”, lembrou, ao Memória Globo.

Glória também chegou a conciliar os estudos na faculdade de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) com o emprego de telefonista da Embratel.

Em 1970, foi levada por uma amiga para ser radioescuta da Globo do Rio. Naquele tempo sem internet, ela descobria o que acontecia na cidade ouvindo as frequências de rádio da polícia e fazendo rondas ao telefone, ligando para batalhões e delegacias.

Na Globo, tornou-se repórter numa época em que os jornalistas ainda não apareciam no vídeo. A estreia como repórter foi em 1971, na cobertura do desabamento do Elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro. “Quem me ensinou tudo, a segurar o microfone, a falar, foi o Orlando Moreira, o primeiro repórter cinematográfico com quem trabalhei”.

Glória Maria trabalhou no Jornal Hoje, no RJTV e no Bom Dia Rio. Coube a ela a primeira reportagem do matinal local, há 40 anos, sobre a febre das corridas de rua.

PIONEIRISMO

No Jornal Nacional, foi a primeira repórter a aparecer ao vivo. Cobriu a posse de Jimmy Carter em Washington e, no Brasil, durante o período militar, entrevistou chefes de estado, como o ex-presidente João Baptista Figueiredo.

“Foi quando ele [João Figueiredo] fez aquele discurso ‘eu prendo e arrebento’ – para defender a abertura [1979]. Na hora, o filme [para fazer a gravação da entrevista] acabou e não tínhamos conseguido gravar. Aí eu pedi: ‘Presidente, é a TV Globo, o Jornal Nacional, será que o senhor poderia repetir?’. ‘Problema seu, eu não vou repetir’, disse Figueiredo. O ex-presidente dizia para a segurança: ‘Não deixa aquela neguinha chegar perto de mim’”, relembrou. Redação com G1.

Uma resposta

  1. Itabuna, 02 de fevereiro de 2023

    Venho através dessa missiva escrever para você.
    Desde criança eu te via na televisão, naquelas entrevistas interessantes, com astros da música mundial. Menina, você era danada!
    E quando sem notar, olha você subindo uma montanha congelada, mergulhando em rios com temperaturas abaixo de zero, garota você era uma heroína da Marvel!
    Eu criança vendo aquilo tudo, as coisas inumanas que você desafiava fazer. O tempo passando. Freddie Mercury diante do microfone segurada por você, que entrevista galáctica, e com Michael Jackson no Rio. Difícil listar tantos momentos primorosos que você constitui na TV brasileira.
    E hoje neste dia de Iemanjá, você deixou a gente triste, magoado com a vida, com o mundo. Sua forma graciosa de conduzir uma reportagem, sua história no jornalismo brasileiro, poxa Maria, por quê? Por que você nos deixou assim?
    Sabe, estou com 47 anos, e não consigo entender porque a gente tem que perder pessoas que são admiráveis e inspiram. Por que não podem ser imortais?
    Irei parar por aqui, as lágrimas estão desfocando minha visão e agora aquela imagem escura do luto diante de uma folha de papel, uma pena e a inscrição LEX, presumindo o símbolo do seu amor profissional: o jornalismo.
    Adeus Glória, Adeus Maria!

    Luciano Cordier Hirs

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