Tragédia no litoral de São Paulo deixou mais de 40 mortos || Fotomontagem G1
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Subiu para 44 o número de mortos na tragédia causada pelas chuvas no litoral norte de São Paulo. Os municípios mais atingidos pelas enchentes do final de semana são Caraguatatuba, Guarujá, Bertioga, Ilhabela, Ubatuba e São Sebastião. Do total de óbitos, 43 eram moradores de São Sebastião e um de Ubatuba. Os trabalhos de busca, resgate e salvamento seguem ininterruptamente na região. Atualmente, 1.730 desalojados e 766 desabrigados em todo Estado de São Paulo.

Os mortos identificados até o momento são Adrian José da Conceição Costa, de 11 anos;  Adriel de Sousa Costa; Ângela Benício; Ariovaldo Paes Landim, de 46 anos; Beatriz Farias Macedo, 26; Bruno Benicio, 28; Dandara Vida Cazé, 10; Donaria Santos Figueiredo; Eduardo Lionel Cristã, Ellyza Nayanne Celestino de Lima; Fabiane Freitas de Sá; Francisco Lara, Gabriela Ribeiro e Levy Santos de Oliveira.

Além de Maria Clara Benicio; Maria dos Santos Gomes da Conceição; Laiza Vitória, de 7 anos; Robério Lima Saldanha; Rosângela Sandanha da Silva; Samuel de Lima Silva; Yan Allyab Celestino de Lima. Laiza Vitória era moradora de Ubatuba. As demais vítimas era moradores de São Sebastião.

Moradores do litoral norte de São Paulo recebem doações || Foto Defesa Civil de SP

O Fundo Social de São Paulo (Fussp)  e a Coordenadoria Estadual da Defesa Civil distribuem, nesta terça-feira (21), 7,5 toneladas de doações de itens de ajuda humanitária às vítimas dos temporais que castigaram o litoral norte no final de semana. Os insumos foram recolhidos no primeiro dia de doações da campanha organizada pelo órgão

O Fundo Social de São Paulo ampliou as possibilidades de doação às vítimas da tragédia no Litoral Norte. Agora, além de donativos como alimentos não perecíveis, água mineral e roupas limpas e em bom estado para uso, os interessados também podem fazer depósitos, transferência ou PIX para auxiliar as famílias desalojadas ou desabrigadas, por meio de duas contas do Fussp.

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Estrutura montada para folia que não tomou conta da Soares Lopes || Foto Julio Gomes
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Penso que em um município litorâneo, com destaque cultural e onde o turismo tenta ser atividade econômica relevante, a Prefeitura não tem o direito de deixar de fazer Carnaval.

Julio Gomes

2023 ficará marcado, para Ilhéus, como o ano do Carnaval que existiu sem nunca ter existido.

Explico o aparente paradoxo: não houve anúncio prévio de que haveria Carnaval em Ilhéus. Quando me refiro a divulgação prévia, não falo da publicação das atrações poucos dias antes do evento, mas de assegurar, meses antes, para a iniciativa privada, para as agências de turismo, para os órgãos oficiais de promoção ao turismo e para o Governo do Estado que haverá Carnaval e, quanto aos dois últimos, pedir com a devida antecedência o apoio para sua realização.

Porém, mesmo sem prévio aviso, vimos, às vésperas da festa, algumas alusões a algo que os gestores de nosso município chamaram de Carnaval Cultural, ressuscitando um nome que foi utilizado pelo ex-prefeito Jabes Ribeiro em suas gestões, com algum sucesso naquela ocasião, já que se fazia vários palcos temáticos e se contratava artistas regionais para animar a festa. Mas, desta vez, só o nome foi copiado, e tristemente mal copiado.

A chama do Carnaval, sem dúvida, continua viva no coração do povo de Ilhéus, e os diversos blocos que, valentemente, desfilaram deram prova disso. Porém, o Poder Público municipal, mais uma vez, não fez sua parte: não contratou atrações, não divulgou a festa, não manteve nenhum outro atrativo (como feira de turismo, parque de diversões ou outro qualquer) e deu continuidade à precária limpeza urbana que há muitos anos caracteriza nossa cidade até mesmo em suas áreas centrais.

É certo que alguns setores do serviço público municipal, como Sutram, Limpeza Urbana e Guarda Municipal, estiveram presentes nos eventos de rua, porém isso é o apoio para que o Carnaval ocorra, mas isso não realiza a festa, não faz o Carnaval em si.

Enquanto as poucas atividades carnavalescas começavam em Ilhéus em torno das 19h para se encerrar no máximo às 22h30, assistíamos pela TV e demais meios de imprensa o Carnaval – este, sim, com letra maiúscula – acontecendo de verdade em Itacaré e em Porto Seguro. E se estes dois municípios fazem, por que Ilhéus não faz?

Penso que em um município litorâneo, com destaque cultural e onde o turismo tenta ser atividade econômica relevante, a Prefeitura não tem o direito de deixar de fazer Carnaval, e um Carnaval que preste, com boas atrações, estrutura, segurança e bons resultados econômicos e sociais para todos.

Mas o que vimos? Blocos populares desfilando no peito e na raça enquanto o Poder Municipal dava de si o mínimo e sempre de forma desorganizada, algo simbolizado na estrutura montada para absolutamente nada em frente ao Cine Santa Clara, na Avenida Soares Lopes.

Se há redenção, ela é dos pouquíssimos servidores da limpeza urbana que, munidos apenas com vassouras e carros de mão, tentavam heroicamente retirar da Praça Castro Alves (da Irene), nesta Terça-Feira (21), a sujeira, as garrafas e o lixo ali acumulados desde domingo à noite, último dia em que houve festividades, pateticamente suspensa pelos gestores municipais sob a alegação de que fortes chuvas poderiam ocorrer. Mas, quem conhece mais a vida sabe que é apenas uma forma de fugir ao vexame público.

São tristes retratos do retumbante fracasso de nosso Carnaval, que pôde ser visto também ontem (20) à noite, quando milhares de pessoas vieram para a Avenida Soares Lopes e, decepcionadas, encontraram o que o atual governo municipal lhes preparou: nada, absolutamente nada!

O Carnaval 2023 só não foi pior do que aqueles que não foram feitos, como tantas vezes aconteceu devido ao descompromisso com o turismo e a renda de nossos gestores anteriores. Mas, entre os que aconteceram, foi, sem dúvida, o pior da história de Ilhéus.

Julio Cezar de Oliveira Gomes é graduado em História e em Direito pela Uesc.

Lojas Americanas tem dívidas de mais de R$ 40 bilhões || Foto Ana Paula Ragazzi
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Desencadeada pela descoberta de dívidas estimadas em R$ 43 bilhões, a recuperação judicial das Lojas Americanas enfrenta a suspeita de ser o maior escândalo da história do capitalismo brasileiro. O caso, segundo especialistas, aponta as limitações da legislação atual, que pouco distingue crises comuns de empresas em dificuldades financeiras geradas por gestões fraudulentas.

Os principais gargalos, segundo advogados e juristas especializados em direito empresarial, dizem respeito a dificuldades em separar a responsabilidade de maus administradores e controladores da atuação dos funcionários. Eles também citam a falta de mecanismos eficientes para proteger acionistas minoritários e pequenos fornecedores.

Mestre em direito empresarial e cidadania, o advogado Alcides Wilhelm, com atuação em reestruturação de negócios, fusões e aquisições e direito tributário, diz que o caso das Lojas Americanas se tornou uma exceção entre os processos de recuperação judicial.

“Em tese, a recuperação judicial é um processo onde os credores são chamados a ajudar a empresa no reerguimento. O caso das Americanas acaba sendo sui generis, uma exceção. A gente ainda não pode afirmar 100%, mas tudo indica que a empresa entrou em dificuldade mediante fraudes, com demonstrações contábeis que não espelhavam a realidade. Isso é diferente de uma empresa em crise por causa da disparada do dólar ou de decisões erradas de negócios”, diz Wilhelm.

O advogado defende mudanças na legislação para que, em caso de fraude comprovada, os administradores ou controladores sejam responsabilizados como pessoas físicas, com a empresa mantendo as atividades. “Precisaríamos ter uma legislação que punisse os maus empresários, em vez da empresa”, destaca.

“Nesses casos, o dono seria afastado da administração, perderia o controle dela, o Judiciário colocaria um administrador judicial para continuar as operações e pôr a companhia à venda. Ela cobre todos os prejuízos que causou. Se sobrar dinheiro, o ex-proprietário recebe. Seria uma forma de punir os maus empresários com a perda do negócio”, explica.

Segundo Wilhelm, se essas mudanças valessem, as empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato teriam as atividades preservadas, com apenas os executivos sendo punidos e milhares de empregos sendo preservados. “As Lojas Americanas são uma empresa grande, com importante função social. A separação entre as pessoas físicas que cometeram irregularidades e a empresa seria o ideal para preservar as atividades”, avalia.

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