“DECIDI DEIXAR O NOME CIRCULAR”, DIZ JABES SOBRE VOLTA À CENA ELEITORAL DE ILHÉUS

O ex-prefeito Jabes Ribeiro (PP) está de volta ao jogo eleitoral ilheense. Apesar de residir em Salvador, intensificou as visitas à Princesa do Sul, onde tem participado de eventos públicos e reuniões políticas. Recentemente, esteve no Chocolat Festival e prestigiou a posse da professora, pesquisadora e escritora Tica Simões na Academia de Letras de Ilhéus. De estilo comedido nas redes sociais, Jabes também aumentou sua presença nelas, especialmente nas datas representativas para a história da cidade. No horizonte, as eleições de 2024.

– A pedido dos meus companheiros de partido em Ilhéus, tomei a decisão de deixar meu nome circular no processo eleitoral, andar. Não decidi ser candidato a nada, mas deixar o meu nome à disposição para uma análise. O partido achou que era importante, além do nome de Cacá Colchões, que é o presidente do partido e um companheiro querido, também deixar meu nome – explicou Jabes Ribeiro ao PIMENTA, por telefone.

O objetivo, afirma, é posicionar o Progressistas numa avaliação conjunta com os demais partidos que, hoje, se opõem ao Governo do prefeito Mário Alexandre, Marão (PSD). “[Isso] Para que, lá na frente, nós decidamos qual será a melhor chapa, prefeito e vice, para fazer o enfrentamento nas próximas eleições. O que existe é isso”.

Ele também se ocupa das tarefas de secretário-geral do PP na Bahia. “Trabalho aqui, em Salvador, mas estou sempre em Ilhéus. Então, estou me movimentando, até para a gente verificar melhor como é que fica esse quadro das eleições municipais do próximo ano”.

DESPEDIDA

Ao PIMENTA, Jabes Ribeiro também falou do professor Soane Nazaré de Andrade, que faleceu no mês passado. “Soane foi a grande liderança da edificação e consolidação do ensino superior no sul da Bahia, desde a Faculdade de Direito de Ilhéus na década de 1960, passando pela Fespi, até o ensino público e gratuito da Uesc. Uma pessoa de extremo valor, vocacionada para o ensino. Sonhava e transformava os sonhos em realidade”, resume o ex-prefeito.

Depois de colaborar com o segundo e o terceiro mandato de Jabes, Soane candidatou-se a prefeito em 2004. “Apoiei ele candidato a prefeito, dando a Ilhéus a oportunidade de ter uma pessoa com um currículo fantástico, sobretudo em educação, na questão ambiental, mas Ilhéus preferiu escolher Valderico [Reis]”, recordou.

DESPEDIDA 2

Quando o ex-prefeito Antônio Olímpio faleceu, no dia anterior ao da morte de Soane, Jabes Ribeiro perdeu não um amigo, mas o maior adversário político, que lhe impôs, em 1992, a única derrota nas cinco vezes em que disputou a Prefeitura de Ilhéus. Era a sucessão do ex-prefeito João Lyrio (1937-2010), eleito com o apoio de Jabes em 1988.

O progressista atribui a derrota ao desempenho do aliado no Governo e à união dos adversários da época em torno de Antônio Olímpio. “Juntou Antônio Carlos [Magalhães], todo mundo com ele. Me deixaram sozinho com meu grupo. Aí, meu amigo velho, o cacete comeu, porque me colaram a João Lyrio. Mesmo assim, perdi por uma diferença pequena de votos. Tanto que, em 1996, voltei e derrotei o candidato de Antônio Olímpio, Roland Lavigne, com mais de 20 mil votos de frente”.

Após fazer retrospectiva das disputas contra Antônio Olímpio, Jabes disse que os confrontos nunca descambaram para golpes abaixo da linha da cintura. “Preciso registrar que os embates foram muitos. A luta era dura, viu? Não tinha moleza. Era muita pancada na luta política, mas sempre tivemos uma relação pessoal civilizada. Nos saudávamos e conversávamos. Não havia, digamos, aquela coisa do ódio. Era uma luta política natural, em um campo republicano e civilizado”.