O Tribunal do Júri acatou provas apresentadas pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) e condenou o motorista José Orlando Dias Moura a 47 anos e nove meses de prisão pelo assassinato de sua sogra, a idosa Hilda Quirino dos Santos, e pela tentativa de feminicídio contra a sua então companheira, Selma Maria Barbosa Soares. O condenado também tentou matar o sobrinho de Selma, Luís Eduardo Barbosa Soares. Os crimes ocorreram em Gongogi.
De acordo com a sentença, os crimes foram agravados por meio cruel, idade da vítima e por tratar-se de feminicídio. A Justiça levou em conta ainda o histórico de violência do acusado em relação a sua esposa. Foi determinado que José Orlando Dias comece a cumprir a pena, imediatamente, em regime fechado.
Os crimes foram cometidos em 16 de maio de 2015, quando, segundo investigações as quais o PIMENTA teve acesso, José Orlando Dias incendiou a casa onde estavam a sogra, a companheira e o sobrinho dela. A promotora de Justiça Thaiana Rusciolelli Souza explica que, no dia do crime, Selma teve uma discussão com o então seu esposo.
A discussão foi ouvida por Luís Eduardo, que morava na casa ao lado, no Bairro Novo, em Gongogi, onde estava com a outra vítima, Hilda dos Santos, mãe de Selma. Eles encontraram José Orlando Dias com um galão de gasolina, espalhando pela casa e próximo a Selma, ameaçando-a de morte. O sobrinho teria tentado tomar o líquido das mãos do homem enfurecido e a sogra se colocou ao lado da filha.
Luís Eduardo ainda chegou a retirar José Orlando Dias da casa, mas ele retornou e ateou fogo no imóvel. Luís Eduardo e Selma conseguiram sair, mas Hilda, então com 79 anos, não escapou e morreu no incêndio. O condenado conhecia a família da vítima há mais de 30 anos. A acusação foi sustentada pelo promotor de Justiça Luís Eduardo Souza e Silva, e a sessão presidida pelo juiz George Barboza Cordeiro.