Pedro e sua mãe, Ana Maria Cruz: ativista foi executado a tiros
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A diretora executiva da Anistia Internacional no Brasil, Jurema Werneck, reivindicou, ao Ministério Público do Estado da Bahia, posicionamento sobre o inquérito do assassinato do ativista político Pedro Henrique Santos Cruz Sousa, de 31 anos, executado a tiros em 2018, no município de Tucano, no nordeste da Bahia. A representante da AI fez a cobrança ao procurador-geral de Justiça, Pedro Maia Souza Marques, chefe do MP-BA, nesta terça-feira (16), durante reunião em Salvador.

A Polícia Civil encerrou o inquérito e indiciou três policiais militares pelo crime, Sidiney Santana, Bruno Montino e José Carlos Dias. Segundo as investigações, teriam sido eles os três homens que, na madrugada de 28 de dezembro de 2018, invadiram a casa de Pedro e executaram o ativista com vários tiros.

Ainda conforme o inquérito, os assassinos foram antes à casa do pai de Pedro, José Aguiar de Souza, e o obrigaram a revelar o endereço do filho, que morava na mesma rua. A namorada de Pedro dormia com o companheiro e presenciou o crime. Segundo a TV Bahia, que teve acesso ao inquérito, a testemunha afirmou aos investigadores que os três autores do crime são os policiais militares Sidiney Santana, Bruno Montino e José Carlos Dias. Ela teria reconhecido as vozes dos indiciados.

Encerrado o inquérito, é dever do Ministério Público decidir se vai ou não apresentar denúncia contra os indiciados. Segundo o órgão de controle externo, o posicionamento ainda depende da conclusão de exames periciais. Já o Departamento de Polícia Técnica da Bahia afirma que todas as perícias solicitadas foram concluídas e entregues ao MP.

CAMINHADA DA PAZ

Pedro Henrique morava em Salvador, mas, a partir de 2012, passou a visitar seu pai com mais frequência em Tucano. Desde essa época, denunciou abusos atribuídos aos policiais. Para ele, sua aparência, com cabelo rastafari e tatuagens, levou os PMs a iniciarem uma série de abordagens violentas e despropositadas.

Num desses episódios, foi parar em um hospital e acusou os servidores de agressão. A mãe de Pedro, Ana Maria Cruz, que morava em Salvador, chegou a pedir que o filho interrompesse as visitas a Tucano. Porém, ele decidiu fixar residência na cidade. A Caminhada da Paz, ato político idealizado por Pedro, nasceu para cobrar o fim da violência policial em Tucano. Com G1.

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