Geraldo Simões questiona política de alianças petistas na Bahia
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Uma coisa é certa: o descarte de candidaturas pela força do governo vai deixar traumas e um sentimento de que Jerônimo abandona os companheiros de primeira hora.

 

Geraldo Simões

O governador Jerônimo está prestes a tropeçar em uma armadilha, por conta de uma avaliação equivocada da profundidade de algumas questões políticas, próprias de um Estado tão grande e diverso quanto a Bahia. Falo, por exemplo, da forma simplista com que trata a questão das eleições municipais.

Falta um pouco de exercício para encontrar o molejo que a Bahia requer, para não dizer uma cintura mais flexível. Jerônimo acha, por exemplo, que é possível simplificar o processo político para essas eleições municipais a tal ponto que a solução de todos os seus problemas se resume a uma ideia de retribuição automática de apoio recebido em 2022.

Faz isso ignorando a real política dos 417 municípios baianos.

Ora, se é assim tão simples, o que fazer onde mais de uma liderança o apoiou em 22? E onde entre os que o apoiaram haja mais de um “da base”? Ou, onde algum da base esteja em disputa com alguém de seu partido? A base vale mais do que o próprio partido? Se vale, qual desses dois tem maior probabilidade de continuar no projeto da reeleição dele – Jerônimo – e de Lula, em 2026?

Há, claro, outras variantes. Em Itabuna, por exemplo, o prefeito esteve na campanha do governador, mas ostenta uma rejeição de 70%. Só que há os companheiros do PT, que entraram na campanha quando Jerônimo tinha apenas 3% de intenções de voto. E, entre estes, há quem também esteja em pré-campanha. O que o governador faz? Simplesmente cancela as candidaturas?

Vejamos outros números. Nas eleições para governador, o PT tinha apenas 32 prefeituras, 7% do total de municípios, portanto pouca gente “sentada na cadeira”, como diz o governador. O objetivo então é reduzir ainda mais as prefeituras petistas? E o PT, tem que achar isso positivo? Me parece uma tese que enfraquece o partido e o próprio Jerônimo Rodrigues como candidato em 2026.

O desleixo com candidaturas petistas foi uma prática adotada pelo então governador Rui Costa, o que nos relegou à redução de 94 prefeitos do PT para 32; de 14 deputados estaduais, para 9; e de 10 federais, elegemos apenas 7. Embora se possa dizer que ainda assim Jerônimo se elegeu em 2022, não é demais lembrar que o feito foi possível devido ao fenômeno Lula, conforme dito pelas pesquisas ao longo da campanha.

Uma coisa é certa: o descarte de candidaturas pela força do governo vai deixar traumas e um sentimento de que Jerônimo abandona os companheiros de primeira hora. Para quem busca uma reeleição por coalizão este não é um sentimento positivo para se começar um diálogo político.

O governador Jerônimo tem a importante missão de dar continuidade ao projeto do Partido dos Trabalhadores de transformar a Bahia. Queremos nosso estado liderando o Brasil em diversos segmentos e para isso não nos é permitido cometer erros estratégicos, nem na política nem de gestão.

Geraldo Simões é ex-deputado estadual e ex-deputado federal e ex-prefeito e pré-candidato a prefeito de Itabuna.

4 respostas

  1. Esses políticos oportunistas acham que meu voto é de cabresto? Eu tenho ideologia, não sou ignorante política. Pela primeira vez na minha história, anularei meu voto. E espero que os petistas que pensam como eu, façam o mesmo!

  2. Em vez de choramingar com seu mimimi mal escrito e ajambrado, o ex-deputado Geraldo Simões deveria olhar as pegadas que deixou para trás desde 2002, quando formou coalizão com forças progressistas para derrotar o atraso do cumismo em que aliás se tornou no presente, mesmo não se chamando Fernando.

    Destroçou a unidade progressista com seu projeto pessoal, vaidoso e familiar – nas eleições de 2008 e 2012 perdeu com sua dona patroa. Na eleição de deputados ungiu seu primogênito pelo PSL e deu com burros n’água. Ora, quem mais errou? Quem destrói sonhos e unidade em torno de projetos comuns ou quem na vaidade e medo se deixa levar pelas conversas e ameaças de alcova?

    Em vez lágrimas de crocodilo, deveria comprar fardos de lenços. Quem sabe, assim, consolando os seus então amigos fiéis e companheiros de jornada abandonados ao longo da caminhada, enriqueça e esqueça de vez a política que não se faz com o eu, sozinho. Mas, junto como amigos, companheiros e se transforma em realidade.

    1. Faço minha todas a suas palavras, vc fez um excelente resumo do fim da carreira de Geraldo que parecia bem mais promissor que isso.

  3. Foi um equivoco partidário deixar Geraldo fora da eleição de Itabuna. O PT na cidade esta em estagio de encolhimento do ponto de vista eleitoral, logo não foi uma boa ideia deixar o seu maior líder fora de uma disputa. Era um momento de buscar o fortalecimento do partido e demarca espaço no cenário estadual. O Pt foi rifado por alguns militantes petistas com a colaboração do atual prefeito que nem do partido é, compraram e filiaram militantes em troca empregos terceirizados. Quem conhece a política de Itabuna sabe que isso tem tudo pra dar errado. PAULO VIEIRA (ALÔ MEU POVO)!!! Vieirameirelesconsultoria@gmail.com

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