Ana Karen fala sobre os rumos do novo PCBR
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A quadra do Sindicato dos Bancários, no Centro Histórico de São Paulo, recebeu o 17º Congresso Extraordinário do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário. Foi também o ato de fundação do PCBR, criado por militantes que deixaram o PCB após o racha de julho de 2023. Ao PIMENTA, a professora Ana Karen, do Comitê Central do partido nascido no início deste mês, falou das resoluções do Congresso e do horizonte político do organismo.

Médica e professora da Universidade Estadual de Feira de Santana, na Bahia, Ana esclarece que não haverá disputa pela legenda do PCB, mas o novo partido reivindica a trajetória centenária do movimento comunista nacional e internacional. “Consideramos fundamental ter em mente toda a história que já atravessamos e construímos dentro do País, apontando os acertos e erros, bem como refletindo sobre ela para traçar, também, novos caminhos”.

Um dos elementos chaves do Congresso, afirma, foi a leitura de que há uma guerra inter-imperialista em desenvolvimento, com a atuação da Rússia na Ucrânia, por exemplo. Segundo Ana Karen, seria equivocado enxergar na Rússia contemporânea os antigos aliados soviéticos. Com base em uma categoria analítica que atribui ao pensador brasileiro Ruy Mauro Marini (1932-1997), ela vê o país do leste europeu e a China como forças sub-imperialistas, que expandem seu capital para disputar recursos humanos e naturais em países como o Brasil.

Outra posição tirada do Congresso, acrescenta, é a de que o PCBR buscará fazer jus à definição de partido marxista-leninista, com liberdade de crítica e unidade de ação, elementos que, segundo a professora, se perderam no PCB:

– No PCB, apontávamos processo intenso de burocratização, com giro à direita das principais direções, que vinham impondo um conjunto de federações no Brasil. Ou seja, ao invés de termos um partido nacional, capaz de olhar as diversas nuances do País e de se projetar enquanto organismo inserido na classe trabalhadora, tínhamos uma disputa entre comitês regionais. Cada um queria fazer de determinado jeito, muito ligado a um certo caciquismo, com uma briga mais para estar na direção do que para formar um organismo nacional centralizado.

REVOLUÇÃO

O PCBR também nasce como partido de oposição ao Governo Lula, mas à esquerda, observa Ana Karen. Ela concorda com a avaliação de que, nos últimos 35 anos, o pensamento liberal dominou o campo das esquerdas, sob a liderança do Partido dos Trabalhadores, e aponta o caminho para recolocar a revolução no horizonte da ação política:

– [Precisamos estar], cada vez mais, inseridos e lado a lado com a classe trabalhadora nas suas pautas imediatas. Por exemplo, como estão os preços dos alimentos? Como está hoje o acesso ao SUS? Estamos falando de uma classe trabalhadora que acessa o SUS. O Governo está propondo e ponderando atacar os pisos [constitucionais] da saúde e da educação. Se hoje já temos dificuldades, imagina se esses pisos forem quebrados?

Abaixo, assista à entrevista completa.

2 respostas

  1. Espero que quando chegar nas Ofertas de Cargos, não eudeusem os Ladrões do Erário Público por todo Brasil, nos Partidos de aluguel que surgem a cada dia para dividir o imoral Roubo aos impostos do povo, batizado de FUNDO PARTIDARIOS ONDE CADA CHEFE DE PARTID9 DESVIAM MAIS DE 3.000.000, PARA SUA CAMPANHA, ENQUANTO O CANDIDATO INICIANTE MALMENTE RECEBE 10 PACOTES DE SANTINHOS.

  2. Esta senhora, como todo bom comunista de carteirinha, acusa o imperialismo americano, mas não cita a busca pela ditadura do proletariado que motivou a revolução russa, que descambou no grande império soviético.
    E hoje a guerra satélite entre Ucrânia e Rússia, nada mais é do que a dominação territorial de uma área da antiga União Soviética, em que a Rússia tenta afastar do seu quintal os seus algozes do ocidente.
    Em resumo: comunista trabalha a dialética com novas roupagens e palavras enfeitadas, para conduzir o mundo para o precipício da escravidão estatal, focada no materialismo humano que mede a felicidade na mesma linha dos liberais que juram combater.
    Inclusive, precisam muito das políticas liberais e amorais para chegar à finalidade.

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