Adélia nasceu em Itabuna, como nasceram Antônio Olímpio e Jabes Ribeiro. E essa identidade territorial não lhe tira a legitimidade do pertencimento e nem sua trajetória tão presente em Ilhéus.
Maurício Maron
A pré-candidata a prefeita de Ilhéus, Adélia Pinheiro, nasceu em Itabuna e com apenas seis dias veio morar em Ilhéus, onde os pais já viviam. Passou a infância no Pontal, no Centro e na Conquista. Começou o Jardim de Infância no Vovó Isaura, na Cidade Nova. Estudou o maternal na Escola Perpétua Marques. Ingressou no Colégio Piedade até concluir o 1° ano científico. No Colégio Vitória fez até o terceirão.
Saiu temporariamente de Ilhéus em 1982 para cursar medicina na UFBA.
Não existia este curso em outro lugar na Bahia.
Adélia foi atleta da seleção ilheense de vôlei.
Estudou, formou, voltou. Tornou-se professora da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), reitora por dois mandatos e, convocada pelos governos de Rui Costa e Jerônimo Rodrigues, foi servir à Bahia. Dois dos seus três filhos nasceram em Ilhéus. O terceiro só não, por que foi prematuro e ela precisou, por segurança, ser transferida para Salvador. Pena que não existia o Materno-Infantil que ela, como secretária, cuidou tão bem.
Feita essa linha do tempo, é, portanto, inaceitável e mesquinho que os seus opositores políticos e setores da imprensa ligados a eles, a tratem como uma “pessoa de fora e sem identidade com Ilhéus”. Adélia nasceu em Itabuna, como nasceram Antônio Olímpio e Jabes Ribeiro. Ou como nasceu João Lyrio em Itapé ou Herval Soledade, em Salvador. Adélia nasceu em Itabuna, como nasceu Valderico Reis, em Ibirataia. E essa identidade territorial não lhe tira a legitimidade do pertencimento e nem sua trajetória tão presente em Ilhéus.
Trabalhei em vários estados do Brasil. E foi em Itabuna onde vivenciei o desagradável protesto pelo fato de um prefeito da época ter contratado “uma pessoa de fora” para sua assessoria. Esse “estrangeiro” era eu, numa cidade onde os meus antepassados ajudaram a construir.
Acho isso de uma imensa pequenez quando numa campanha o assunto prioritário a ser debatido é outro. O fato de não ter nascido numa cidade, não diminui a história de uma pessoa ou o vínculo que você ao longo de uma vida inteira conseguiu construir com ela.
É como li uma certa vez: os laços afetivos que vamos fazendo durante a jornada da vida são, muitas vezes, mais firmes que nós apertados.
Maurício Maron é jornalista.
Respostas de 11
Excelente texto. Parabéns!!!
Prefeito bom e nascido em Ilheus é o Jabes Ribeiro que só empregava os filhos dos falidos coronéis do cacau, e que não têm nenhuma obra que o represente.
E Mãe e filho que só fizeram obras para ele e os amigos.
Só Observo, Jabes nasceu em Itabuna
É verdade na quela época quanto hoje a saúde em Itabuna era e é melhor, espero que Adélia venha modificar …
Muito bem… Jorge Amado não nasceu em Ilhéus, mas é considerado um filho ilustre da nossa cidade …
Primoroso o texto do Mauricio. Há que se sepultar essas idiossincrasias para não dizer burrice mesmo entre Ilhéus e Itabuna e vice-versa. Não há como correr: todos somos filhos amados ou não da velha Capitania de São Jorge dos Ilheos. O resto, é periférico.
Ótimo texto, de todos os candidatos, sem dúvidas, ela é a mais preparada pra assumir a cidade.
Meus filhos nasceram em um Hospital de Itabuna e vieram Com dois dias para Ilhéus onde vivemos, mas sabemos que são Ilheenses…
Com a renovação da politica de Ilhéus, dando basta às figurinhas carimbafO FUTURO será bem melhor.
A renovação da politica de Ilhéus passa por um jovem, que residem em ILHÉUS e conhece o território suas nuances e necessidades.
Com O jovem Valderico, haverá renovação.
O FUTURO será bem melhor.
Quanta bestagem!
Em tempos atuais, esse tipo de fala que tenta desqualificar uma pessoa é exemplo de anacronismo e ignorância. O mesmo vale para quem quer desqualificar jornalistas, nesse caso algo cobra diploma, quando a legislação brasileira compreende e respeita a trajetória de vida dos profissionais do jornalismo.
Adélia Pinheiro é itabunense/grapiunense, então parabéns para ela.
E parabéns para todos nós profissionais do jornalismo com ou sem diplomas.
O importante na vida é o amor que temos e expresamos. O resto é resto.