Nesta quarta-feira (4), o Tribunal do Júri da Comarca de Ilhéus condenou Edivan Moreira da Silva, o “Van de Moreira”, a 13 anos de prisão em regime fechado. Os jurados aceitaram a tese apresentada pelo Ministério Público Federal. Para o MPF, Edivan Moreira assassinou o indígena tupinambá e agente comunitário de saúde Adenilson Silva Nascimento, conhecido como Pinduca, de 55 anos.
Edivan Moreira foi punido ainda por balear Zenaildes Menezes Ferreira, esposa da vítima. O homicídio e a tentativa de assassinato ocorreram em maio de 2015, na comunidade de Sapucaeira, na estrada que liga Ilhéus a Una. Edivan Moreira está detido no Presídio Ariston Cardoso, em Ilhéus. O advogado de defesa informou que irá recorrer da punição.
De acordo com as investigações, o assassinato foi motivado por disputa de terra. O desentendimento entre Edivan e Adenilson começou, segundo o MPF, em 2013, durante uma manifestação promovida em Buerarema. O clima teria azedado de vez após a retomada da Fazenda Boa Esperança. Os índios expulsaram da propriedade um agricultor, sogro do irmão de Edivan.
EMBOSCADA
Em 2015 Adenilson Silva e Zenaildes Ferreira sofreram uma emboscada quando retornavam para casa. O casal seguia a pé, com os três filhos, quando sofreu uma emboscada. Ele foi atingido com vários disparos e morreu no local. Zenaildes Ferreira, que estava com a filha de um ano no colo, foi atingida com um tiro na perna e caiu por cima da criança.
Zenaildes Ferreira ainda foi baleada nas costas. O projétil atravessou o tórax e alojou-se no braço da vítima. A mulher fingiu-se de morta e os atiradores desistiram de fazer novos disparos. Ela disse que três pessoas encapuzadas participaram do ataque e informou ter reconhecido Edivan Moreira como um dos criminosos.