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Diante da dificuldade de muitos para lidar com a frustração e a relação direta desse sentimento com a ansiedade no Enem, listamos algumas sugestões que podem ser úteis nesses momentos. Confira:

Carolina Loureiro

A terapia ajuda a ter equilíbrio emocional, trabalhar a autoestima e evitar que o estresse e a ansiedade prejudiquem o desempenho nos estudos. A psicoterapia pode amenizar a pressão para que a vivência do vestibular não seja traumática, pois, por meio do autoconhecimento, o estudante desenvolve habilidades que podem auxiliá-lo no manejo dos seus próprios conflitos.

Devido à pressão psicológica causada pelos impactos da pandemia de Covid-19 em diferentes aspectos da vida da população, o Ministério da Saúde realizou uma pesquisa sobre a saúde mental do brasileiro. Os resultados apontaram a ansiedade como o transtorno mais presente durante os cenários de crise. Na preparação para o ENEM, a situação é bem semelhante.

Geralmente, esses quadros surgem em situações novas e em eventos que geram muita expectativa. Principalmente para os mais jovens, o momento do vestibular chega carregado de incertezas. Por ser uma fase de mudanças significativas, comumente surgem dúvidas, medo e insegurança, que levam à frustração, depressão e ansiedade.

Porém, até mesmo os estudantes bem preparados podem ser dominados pela ansiedade de não passar. Além do peso da responsabilidade de encarar um processo seletivo concorrido, a competição com amigos e colegas — e a expectativa dos pais e professores — também contribuem para elevar os quadros de instabilidade psicológica.

Sentir essa pressão faz parte do processo, pois os estudantes estão preocupados com a resposta que darão aos familiares e à sociedade. Assim, é preciso buscar alternativas que fortaleçam a saúde emocional deles. Nesse momento, é importante fazê-los perceber que não estão sozinhos e que, caso não alcancem o resultado esperado, novas oportunidades virão.

Devido ao grau de complexidade das provas, o estudante se torna apreensivo em relação à concorrência, sobretudo, em cursos que exigem pontuação alta e universidades públicas mais conceituadas. Todavia, ter certa preocupação com o exame é normal, mas não se pode permitir que a autocobrança provoque crises de ansiedade que levem aos desequilíbrios emocionais.

Quando isso acontece, o candidato não consegue a concentração necessária para se manter focado nas disciplinas mais difíceis e a rotina fica comprometida. Por conseguinte, isso pode atrapalhar gradativamente o rendimento dele ao longo do processo e comprometer a performance no dia da prova.

Para controlar essa situação e evitar problemas assim ao longo da trajetória de preparação para o ENEM, o ideal é conversar com os pais sobre as eventuais dificuldades e sentimentos gerados pela autocobrança. Igualmente relevante é ter a consciência de que é preciso respeitar as limitações e projetar expectativas mais realistas quanto à aprovação.

A organização dos estudos e o planejamento são fundamentais para atingir o sucesso da preparação para o ENEM. Os estudantes devem elaborar um cronograma de acordo com o grau de dificuldade de cada disciplina e o tempo disponível para os estudos. Manter a organização ajuda a evitar o esgotamento mental e os riscos que ele representa para a saúde integral.

Porém, quando essa situação sai do controle, alguns sinais que indicam a necessidade de buscar ajuda profissional se tornam mais evidentes. Nessas circunstâncias, o cansaço mental e o desânimo não devem ser vistos como sinônimos de fracasso, mas como indicativos de que pode ser necessário ter mais organização e disciplina para não comprometer os resultados.

Confira, agora, como reconhecer as evidências de esgotamento mental

Apatia e irritabilidade;
Episódios de depressão;
Isolamento e fobia social;
Desinteresse pelos estudos;
Insônia ou excesso de sono;
Alergias e alterações na pele;
Mau funcionamento do intestino;
Queda drástica no desempenho escolar;
Medo de fazer provas e simulados do ENEM;
Falta de apetite, excessos na alimentação e compulsão por doces;
Crises de ansiedade, acompanhadas de falta de ar, tontura, taquicardia e dor de estômago.

O vestibular é um dos grandes fatores de desequilíbrio da saúde mental dos participantes. A avaliação psicológica foi centrada em ansiedade, depressão, estresse, comprometimentos das habilidades sociais e desesperança. (Clique em leia mais, abaixo e confira a íntegra do artigo.)

Juntos, esses fatores geram uma sensação de impotência e de desânimo como resposta emocional imediata ao que, aparentemente, não saiu como o esperado. Tal sentimento é conhecido como frustração e costuma surgir mediante expectativas não alcançadas. Normalmente, a frustração vem acompanhada de raiva, o que traz ainda mais prejuízos à saúde emocional.

No pós-ENEM, muitos candidatos ficam frustrados mesmo antes da liberação dos resultados. Entretanto, vale frisar que o momento exige calma e paciência para avaliar melhor as possibilidades. Além do mais, aprender a praticar a tolerância à frustração é um dos requisitos mais relevantes ao bem-estar psicológico.

Por tal razão, é preciso tratar a ansiedade e buscar alternativas mais favoráveis à superação desses desafios. Tão importante quanto treinar provas e simulados é exercitar habilidades mentais positivas para reduzir as dificuldades de lidar com a frustração e melhorar o desempenho nos estudos.

Diante da dificuldade de muitos para lidar com a frustração e a relação direta desse sentimento com a ansiedade no Enem, listamos algumas sugestões que podem ser úteis nesses momentos. Confira:

Otimize o tempo e tenha cuidado com o mau uso das redes sociais;
Mantenha firme os seus objetivos, mas evite criar expectativas muito altas;
Pratique atividade física para relaxar, produzir endorfinas e outras substâncias “do bem”;
Adote uma postura mais tranquila e veja como isso contribui para o bem-estar mental nos momentos difíceis;
Seja consciente de que as novas experiências da vida são excelentes oportunidades de aprendizado e de crescimento;
Desenvolva a resiliência, uma virtude essencial para lidar com os imprevistos e superar os objetivos mais desafiadores;
Tente substituir a raiva e a frustração por sentimentos positivos e use isso como força para se preparar melhor no próximo ano;
Lembre-se de que a frustração é um sentimento momentâneo, e que deve ser visto como um processo de aprendizagem ao longo da vida.

Por fim, tenha em mente que o alcance de bons resultados requer a aplicação de práticas de autocuidado durante a preparação para os processos seletivos. Uma das alternativas mais eficazes que a psicóloga Carolina loureiro diz que a busca de um acompanhamento profissional: além de minimizar os impactos da relação entre ansiedade e ENEM, ajuda a manter a motivação necessária até a tão sonhada aprovação.

Carolina Loureiro é neuropsicóloga, especialista em avaliação psicológica e orientação vocacional.

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