Tempo de leitura: 2 minutos

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) preparava-se para conceder entrevista à Rádio Itatiaia, no Palácio do Planalto, na manhã desta quarta-feira (22), a Polícia Federal prendia o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, suspeito de corrupção passiva, advocacia administrativa, prevaricação e tráfico de influência no caso conhecido como Bolsolão do MEC.

O presidente comentou a prisão. “Eu peço a Deus que ele não tenha problema nenhum, mas se tem algum problema, a PF tá agindo, tá investigando e é um sinal que eu não interfiro na PF, porque isso aí vai respingar em mim, obviamente, né? O que eu disse pra você? Eu tenho 23 ministros, mais uma centena de secretários, mais de 20.000 cargos em comissão. Se alguém faz algo de errado, pô, vai botar a culpa em mim? Pô, 20.000 pessoas. Logicamente, a minha responsabilidade é afastar e colaborar com a investigação”, declarou.

MILTON RIBEIRO CITOU “PEDIDO ESPECIAL” DE BOLSONARO EM GRAVAÇÃO

A permanência do pastor Milton Riberio no Ministério da Educação (MEC) tornou-se insustentável quando a Folha de S. Paulo divulgou trecho de uma conversa dele com prefeitos e religiosos, em março passado.

“Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar. Não tem nada com Arilton [Moura]. É tudo com o Gilmar. Está entendendo, Gilmar?”, disse Milton Ribeiro na gravação.

Após a resposta de Gilmar, que estava no recinto, o então ministro emendou. “Por que ele [Gilmar]? Porque foi um pedido especial que o presidente da República fez pra mim sobre a questão do Gilmar”. Clique aqui para ouvir a gravação obtida pela Folha.

Milton Ribeiro foi preso em Santos, no litoral paulista. O ex-ministro será levado para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde passará por audiência de custódia ainda hoje (22).

Deixe aqui seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *