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Após quase meio século, o sul da Bahia voltou a fazer parte das políticas de desenvolvimento.

Rosivaldo Pinheiro | rpmvida@gmail.com
Estamos no dia da eleição. É o momento final para observar alguns pontos sobre a decisão que teremos que tomar nesse domingo, 3 de outubro de 2010.
Antes de tudo, é preciso que cada um de nós tenha em mente que a nossa vida e o nosso futuro dependem da política. O preço do combustível, o funcionamento dos postos de saúde e das escolas, a segurança pública… Seu voto e a sua participação têm a força de determinar, por exemplo, se os serviços públicos podem funcionar bem ou não.
É fundamental avaliar com todo cuidado e atenção, pensar e repensar, procurar saber a vida e a história dos candidatos antes de votar. Não desperdice a oportunidade de eleger um bom representante.
Talvez algumas pessoas não se deem conta da igualdade do voto. O ato de votar põe no mesmo plano e nivelamento ricos e pobres. Não podemos negligenciar esse momento sob pena de colocarmos em risco o nosso futuro. O futuro dos nossos filhos e das próximas gerações. Pense nisso!
Nesse momento, há muitos nomes e números sendo apresentados a você. Quem são essas pessoas? De onde elas vêm? Quantos conhecem os problemas de nosso povo e, principalmente, quantos já fizeram alguma coisa para resolver esses problemas? Qual o modelo de gestão ao qual eles estão vinculados? Historicamente quem são seus parceiros? Como seus partidos ou representantes se comportam no poder? São perguntas que você precisa fazer.
Quero mais uma vez ressaltar que, após quase meio século, o sul da Bahia voltou a fazer parte das políticas de desenvolvimento. A inauguração do Gasene, a chegada do complexo intermodal (Porto, Aeroporto, Ferrovia e ZPE) e a rodovia Camamu/Itacaré são parte deste esforço de integrar a nossa região ao processo de desenvolvimento econômico brasileiro.
Precisamos nos fazer respeitados e esse respeito só será alcançado se elegermos representantes vinculados com as nossas lutas. Região forte é região com representatividade política.
Precisamos fortalecer a Universidade Estadual de Santa Cruz – Uesc, lutar pela criação da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSULBA), contra a privatização da Emasa, pelo fortalecimento da lavoura cacaueira, pela construção da barragem do Rio Colônia, pelo sistema de tratamento de esgoto, pela despoluição do Cachoeira, entre outras. Precisamos buscar o fortalecimento econômico e o desenvolvimento da região cacaueira. Necessitamos adotar um conjunto de ações que nos permita construir a região metropolitana do sul da Bahia.
Enfim, acredito que possamos continuar lutando para que o Brasil e a Bahia continuem se desenvolvendo, com distribuição de renda e combate à miséria.
Só você pode fazer a diferença.
Rosivaldo Pinheiro é economista.

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João Carlos Oliveira
Hoje, 3 de outubro, dia da grande festa da democracia brasileira, os 135 milhões de eleitores escolherão, por meio do voto direto, quem ocupará os cargos de presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. Exercerão, portanto, o direito plena da cidadania.
Numa breve análise da campanha presidencial, podemos afirmar que o grande embate político aconteceu entre os projetos do PT e do PSDB:
1. Os petistas, tendo como candidata à presidência a ex-ministra Dilma Rousseff, apoiada pelo presidente Lula e apresentando como principal base de sustentação a aprovação de seu governo; e
2. Os tucanos, com o candidato José Serra, associado à imagem neoliberal de Fernando Henrique Cardoso.
Ainda no páreo, destaca-se a candidata Marina Silva, do PV, com seu discurso ambientalista. Por fim, há de se considerar a participação do candidato Plínio, que apresentou propostas de cunho socialista que, temperadas por sua experiência e esperança, contribuíram para quebrar a imagem até então dura do PSOL.
Vale registrar que a grande dificuldade da oposição tucana ao projeto do PT foi o de não encontrar o “lugar de fala” contra o Governo Lula, em função dos elevados índices de aprovação popular do presidente (80%), associado ao seu inquestionável carisma.
Aproximando-se do final das campanhas, as pesquisas apontam remota possibilidade de segundo turno para o cargo da presidência, em razão do percentual de intenção de voto alcançado pela candidata do PT.
No tocante ao Estado da Bahia, especula-se que a fatura será decidida no primeiro turno, já que a provável vitória de Jaques Wagner foi construída com base no projeto republicano, não só atraindo bases carlistas, bem como tratando todos os prefeitos sem distinção de cor partidária ou corrente política.
Portanto, as eleições na Bahia se dão sem o confronto personalizado entre Carlismo x Anti-Carlismo. Ou seja, sem a “Síndrome do Flamengo” (a favor ou contra).
A grande disputa eleitoral acontecerá na briga pelas duas vagas ao Senado, entre Lídice (PSB), Pinheiro (PT) e César Borges (PR).
Na Região Cacaueira, analisando suas duas principais cidades, Itabuna e Ilhéus, diagnosticamos que, na Terra Grapiúna, teremos poucos lances políticos. Destacamos, entretanto, a postura do prefeito Capitão Azevedo (DEM), que optou pela “decisão de não decidir” apoio à candidatura dos governos federal e estadual, contribuindo para o enfraquecimento de novos atores políticos, a exemplo de Coronel Santana (PTN) e Augusto Castro (PSDB).
Quanto a Ilhéus, teremos algumas surpresas. Certamente não repetiremos o “Efeito Pipa”, mas teremos, num contexto figurado, o fenômeno “Bebê no Colchão”, que, consequentemente, dificultará a reeleição de políticos nas esferas federal e estadual da Terra dos Sem Fim de Jorge Amado.
Nasce uma nova geopolítica com a festa da democracia – Eleições 2010.
João Carlos Oliveira é analista político, professor da Uesc e diretor técnico da Compasso Pesquisa e Consultoria.

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José Nazal
Quando visitamos os arquivos que guardam os números das últimas três eleições gerais – Presidente, Governador, Senador, Deputado Federal e Estadual da Comarca de Ilhéus, ocorridas em 2006, 2002 e 1998, podemos encontrar muitas informações que servem de indicativo para os números que serão apresentados hoje, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iniciar a divulgação dos resultados e que tem a conclusão prevista para as primeiras horas da madrugada de segunda-feira.
Segundo os números, o eleitorado ilheense cresceu 6,5% de 1998 para 2002; daí para 2006 o crescimento foi de 11,6% (quase o dobro da taxa anterior); e de 2006 para 2010 a taxa de crescimento voltou ao patamar de 6,4%. A Comarca Eleitoral de Ilhéus tem hoje 129.878 eleitores cadastrados nas duas Zonas Eleitorais: 25ª e 26ª.
A média da abstenção dos últimos três pleitos eleitorais – 1998, 2002 e 2006 – foi de 28,5%, sendo que no ano de 1998 alcançou o patamar de 35,8%. Se essa alta abstenção, que tem se repetido espaçadamente a cada pleito, tornar a ser alcançada podemos afirmar que menos de 100 mil eleitores se apresentarão para cumprir a exigência legal de votar.
Confira a votação para Presidente:

ELEIÇÃO DE 1998 VN % s/VV
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 24.413 46,89
LUIZ INACIO LULA DA SILVA 18.867 36,24
CIRO GOMES 6.504 12,49
ENEAS CARNEIRO 1.227 2,36
OUTROS 1.056 2,03
ELEIÇÃO DE 2002

LUIZ INACIO LULA DA SILVA 40.678 57,12
ANTHONY GAROTINHO 15.746 22,11
CIRO FERREIRA GOMES 8.493 11,93
JOSÉ SERRA 5.980 8,40
JOSÉ MARIA DE ALMEIDA 295 0,41
RUI COSTA PIMENTA 23 0,03
ELEIÇÃO DE 2006
LUIZ INACIO LULA DA SILVA 54.562 63,55
GERALDO ALCKMIN 21.341 24,86
HELOÍSA HELENA 6.921 8,06
CRISTOVAM BUARQUE 2.655 3,09
OUTROS 379 0,44

Todos os anos aparecem candidatos que não tem nenhum compromisso com a cidade ou mesmo com a região e conseguem obter alguns votos, a partir de apoio de outros políticos ou por amizade pessoal. São os apelidados de “Candidatos Copa do Mundo”. As tabelas abaixo mostram o número de candidatos que pleitearam vaga na Câmara Federal e na Assembléia Legislativa e que conseguiram votos em Ilhéus, comparados com os de Ilhéus, Itabuna e região.

Ano CÂMARA FEDERAL Qtde Votos %
1998 Candidatos Ilhéus, Itabuna e Região 8 36.464 75,27
Candidatos de outras regiões 101 11.983 24,73
2002 Candidatos Ilhéus, Itabuna e Região 10 35.285 53,03
Candidatos de outras regiões 107 31.254 46,97
2006 Candidatos Ilhéus, Itabuna e Região 9 45.315 58,71
Candidatos de outras regiões 180 31.868 41,29
Ano ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Qtde Votos %
1998 Candidatos Ilhéus, Itabuna e Região 25 31.123 71,13
Candidatos de outras regiões 247 12.635 28,87
2002 Candidatos Ilhéus, Itabuna e Região 20 47.973 75,16
Candidatos de outras regiões 289 15.851 24,84
2006 Candidatos Ilhéus, Itabuna e Região 15 65.732 86,36
Candidatos de outras regiões 327 10.384 1364

Alguns candidatos tiveram apoio explícito de lideranças políticas locais e, por já terem obtido votos em pleitos anteriores, será mais fácil identificar e quantificar a votação transferida. Segundo dizem alguns ‘especialistas políticos experimentados’ um líder consegue transferir aproximadamente 30% dos seus votos para outros candidatos. Vamos conferir a veracidade desta ‘regra’ depois do resultado confirmado.
Espero que saibamos exercer nossa cidadania, escolhendo candidatos compromissados com os nossos problemas, com nossos pleitos. Candidatos que não sumam da cidade e só apareçam para pedir novamente nosso voto.
Uma última curiosidade: em 1998 o então candidato a Deputado Federal, Jaques Wagner obteve 23 votos em Ilhéus. Conforme mostram os números, de lá para cá melhorou muito!

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Luís Sena |lucaseri.pai@gmail.com
“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”. Bertolt  Brecht(1898/1956).

O texto acima foi escrito há muitos anos, e ainda serve como reflexão, principalmente em tempos de eleição. No dia 03 de outubro vamos eleger presidente, governador, senadores, deputados federais e estaduais. Está bem clara a distinção entre as proposituras que disputam os cargos de presidente e governador.

Verifique as diferenças nos projetos que estão disputando e os resultados que poderão advir por conta de decisão não pensada. Analise o histórico de cada candidato, em que time da política atua. Mesmo que você não seja um filiado, tome partido em defesa da sua posição, com argumentos plausíveis e principalmente atentos porque “a política é para atender à coletividade e não às necessidades meramente pessoais”.

Precisamos qualificar as nossas representações no Senado, na Câmara dos Deputados e na Assembléia Legislativa, elegendo candidatos comprometidos em melhorar as condições de vida do nosso povo, fazendo avançar mais ainda o nosso projeto de construção de uma nação sem excluídos, democrática e soberana.

Não basta só votar. É necessário, no dia-a-dia, acompanhar e exigir da classe política a prestação de contas da sua atuação. E se você decidir ir mais adiante no cumprimento do exercício da cidadania, filie-se e milite no partido político de sua identificação ideológica. O meu partido está à disposição. Dia 3 de outubro, vote livre e consciente.

Luis Sena é diretor do Sindicato dos Bancários de Itabuna e Região, professor e ex-vereador em Itabuna.

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Ailton Silva

Fiquei mais impressionado ainda com a quantidade de gente que acredita no que é espalhado pela internet sem saber de quem ou de onde partiu a “informação”.

Nos últimos dois meses, tornei-me um “cidadão muito importante”. Não ganhei um prêmio ou fiquei milionário (olha que tenho tentado a sorte quase toda a semana!). Ah, também não pense que fui promovido a qualquer coisa. A verdade é que os simpatizantes dos candidatos me descobriram. Ainda não descobriram você?
Tenho recebido uma média de 25 spams por dia. Praticamente todas as mensagens são de partidários de alguns candidatos atacando outros.
São “informações” sobre os presidenciáveis e políticos de Pernambuco a Rio Grande do Sul, dentre alguns estados que só conheço pelo noticiário e graças às aulas de Geografia e História.
Porém, o que me surpreendeu não foi essa descoberta de que sou um “cidadão importante”, mas as idiotices, imbecilidades e baixarias que os simpatizantes de algumas candidaturas são capazes de produzir.
Fiquei mais impressionado ainda com a quantidade de gente que acredita no que é espalhado pela internet sem saber de quem ou de onde partiu. Muitas pessoas com as quais tenho contato vendem as “informações” sem nenhuma contestação, como se elas fossem verdades absolutas.
As “informações” ganham força até em alguns veículos de partidários regionais. Na terça-feira, 28, fui a uma vidraçaria para fazer orçamento de um box, quando, de repente, o gerente da loja comentou comigo sobre uma frase que um dos candidatos (as) à presidência da República teria dito e foi publicado em um jornal local.
Disse para ele que eu era jornalista, estava acostumado com campanhas eleitorais e que seria um absurdo alguém ter dito aquilo, por mais arrogante e burro que fosse.  Ele e outras pessoas que estavam no local, começaram a achar que eu era partidário do dito candidato (a) que falou a suposta frase.
Mais tarde, conversando sobre eleições, um amigo meu (universitário) puxou conversa: “você leu o que fulano de tal afirmou?”. Eu, dissimulando para ter certeza de que iria ouvir aquela bobagem dele, respondi não. “Fulano (a) de tal disse que nem Jesus (a) o faz perder as eleições”.
Então, perguntei onde ele leu aquilo. “Vi há pouco na televisão”, foi a resposta do meu interlocutor. Perguntei em qual canal. Ele acabou confessando que alguém tinha lhe dito aquilo.
À noite, estava eu assistindo ao telejornal quando uma amiga minha liga e disparou: “Você viu como candidato (a) tal está arrogante?” Eu, que já estava esquecido dos embates anteriores, respondi: “estou sabendo não”.
Minha amiga mandou: recebi um e-mail dizendo que meu candidato (a) disse que nem Deus tira a vitória dele (a). “Só por isso, vou mudar o meu voto”. E assim bateu o martelo para o próximo domingo.
E eu, que achava que muitos universitários que conheço valorizassem a palavra ceticismo e fossem votar baseado nas suas convicções, já estou pensado em reler todas as teorias sobre campanhas eleitorais e enquadramento da mídia que estudei na faculdade e no período pós-formatura.
Mas só penso em fazer isso depois da leitura legal sobre os spams que não param de chegar no meu e-mail. Ah, eles não vão influenciar meu voto. Nem o (a) candidato (a), em momento algum, falou aquela asneira publicada em jornal local e também reverberada pela internet.
Ailton Silva é jornalista, produtor e redator do Jornal das Sete e editor de A Região.

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Walmir Rosário

Hoje, as decisões tomadas na Câmara são decididas nos porões do Centro Administrativo, mais exatamente na Secretaria da Fazenda.



Volta e meia a Câmara de Itabuna desce às profundezas do ridículo e se atrela ao Poder Executivo sem nenhuma cerimônia. Nesta terça-feira (28), os vereadores receberam determinação de votar, sem nenhum atraso, o projeto do Código Tributário neste mesmo dia, sem qualquer aviso prévio.
Era uma ordem emanada do todo-poderoso Carlos Burgos e o presidente Loiola se esforçava para cumprir. O ocorrido foi mais um fato ridículo patrocinado pelo presidente do Legislativo, e somente não seguido à risca porque não contavam com a “teimosia” do vereador Claudevane Leite (Vane do Renascer), relator do projeto, que ainda não tinha elaborado o seu relatório.
De cara, Vane não se submeteu aos caprichos do Poder Executivo, cujo representante, o secretário da Fazenda, Carlos Burgos, foi a plenário, e tal como um feitor, passou a cobrar a celeridade requerida por ele dos nem tão ilustres edis. O relatório será apresentado na quinta-feira, quando os “carneirinhos”, pacificamente, cumprirão as ordens do “pastor”.
Melhor seria chamá-los [os vereadores] de lobos travestidos de carneiros, haja vista a fantasia que ora vestem. Hoje, como é de conhecimento público, as decisões tomadas na Câmara de Itabuna são decididas nos porões do Centro Administrativo, mais exatamente na Secretaria da Fazenda, local que serve de esconderijo ao presidente Loiola.
A Câmara de Itabuna nunca foi “uma Brastemp”, mas em cada mandato é respeitada por alguns de seus membros. Numerá-los, aqui, ficaria difícil e poderíamos cometer alguns esquecimentos. Mas, nos últimos tempos, não poderemos deixar passar “em branco” nomes como Orlando Cardoso, Edmundo Dourado, Ramiro Aquino (por pouco tempo), dentre outros, que nunca transigiram nos seus princípios, embora se mostrassem bons negociadores políticos.
Hoje, temos alguns vereadores do mesmo naipe, Vane e Wenceslau são dois deles. Com isso não quero dizer que os demais não exerçam seus mandatos com dignidade, mas estão abertos a negociações políticas sem alguma observância aos princípios partidários ou a interesses pessoais. Isto é fato e nunca vi nenhum deles negar.
Os vereadores de Itabuna não dão demonstração das responsabilidades por eles assumidas junto aos eleitores e sequer respeitam a Constituição Brasileira, que em seu artigo 2º confere como cláusula pétrea, a independência entre os poderes. E nossa lei magna vai além ao conferir outras seguranças, a exemplo da estipulada no artigo 29, VIII, que concede “inviolabilidade dos vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município”.
Na Câmara de Itabuna os papeis se inverteram e é o Poder Executivo quem faz o papel de fiscalizador. E mais deplorável: tal como uma boiada, os vereadores se encaminham docemente ao matadouro. Vale o imediato, o interesse pessoal, as migalhas jogadas pelo dono do palácio aos esfomeados, que vão entremeando novos favores com a prestação de novos serviços.
Depõe, ainda, contra a Câmara e seu presidente, que os últimos três meses do vereador Clóvis Loiola na Presidência ficarão marcados pela subserviência ao Executivo. É deveras triste para um vereador cujo primeiro mandato, e talvez o último, veio acompanhado de um forte apelo das camadas mais carentes da sociedade. Isso, acaso a CEI ou o TCM não carimbe sua gestão com um rótulo ainda pior.
Walmir Rosário é jornalista, advogado e editor do site Cia da Notícia.

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Ailson Oliveira | ailsonoliveira@hotmail.com

Mesmo com o crescimento de Paulo Souto a essa altura da campanha, o quadro na Bahia ainda é de estabilidade

É grande a confiança dos candidatos que não estão bem nas pesquisas realizadas pelos institutos IBOPE, DATAFOLHA e VOX POPULI de ir para o segundo turno, sob o argumento de que é possível ocorrer uma virada e lembram a eleição de Jaques Wagner para Governador da Bahia.
Para os que acreditam em mudança de cenário eleitoral e insistentemente dizem que o Ibope errou grosseiramente, informo que as pesquisas, do Ibope, indicavam crescimento de Wagner e queda de Paulo Souto desde quando foram definidas oficialmente as candidaturas.
Quando João Durval era pré-candidato, tinha 11%, Wagner apenas 7% e Paulo Souto 63%, segundo o Ibope.
Na pesquisa de 27 de julho, Souto aparecia com 56% e Wagner com 13%. Em 14 de agosto, Souto 52% e Wagner 16%. Em 11 de setembro, Souto 50% e Wagner 26%. Em 20 de setembro, Souto 48% e Wagner 31% e no dia 30 de setembro, véspera da eleição, Souto aparecia com 51% e Wagner com 41%. Como a margem de erro foi de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, haveria possibilidade de segundo turno. Na ocasião, o Ibope ouviu 2.002 eleitores. O levantamento foi registrado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sob o número 24209/2006.
No dia da eleição, o Ibope fez pesquisa de boca de urna e o resultado foi Wagner com 49% dos votos válidos e Paulo Souto com 43% dos votos válidos. Átila Brandão (PSC) apareceu com 4%, Rosana Vedovato (PSL), com 1%, Antônio Albino (PSDC), com 1%, Hilton Coelho (PSOL), com 1%, Antônio Eduardo (PCO) com 1% e Tereza Serra (Prona), com 0% dos votos válidos.
Como a margem de erro era de dois pontos percentuais para mais ou para menos, o Ibope não garantiu a eleição de Wagner no primeiro turno, embora isso poderia acontecer de fato.
Os dados apresentados revelam que pesquisa é tendência devido ao crescimento de Wagner e estagnação de Paulo Souto e é momento, porque com a possibilidade de segundo turno, por certo, cresceu a impolgação da militância petista e aliados de Wagner, bem como, fez alguns eleitores (que votaria em Souto porque pensavam que a eleição já estava decidida), a pensar e mudar o voto. Isso se explicaria a vitória no primeiro turno.
Mesmo com o crescimento de Paulo Souto a essa altura da campanha, o quadro na Bahia ainda é de estabilidade se considerarmos que os resultados estão dentro da margem de erro da pesquisa. Mas como a vantagem não é muito grande, não custa coisa alguma sonhar acordado.
Ailson Oliveira é professor de Filosofia na Uneb

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Leonardo Boff | do site Vermelho
Sou profundamente pela liberdade de expressão em nome da qual fui punido com o “silêncio obsequioso” pelas autoridades do Vaticano. Sob risco de ser preso e torturado, ajudei a editora Vozes a publicar corajosamente o “Brasil Nunca Mais”, onde se denunciavam as torturas, usando exclusivamente fontes militares, o que acelerou a queda do regime autoritário.
Esta história de vida me avaliza fazer as críticas que ora faço ao atual enfrentamento entre o Presidente Lula e a midia comercial que reclama ser tolhida em sua liberdade. O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de ideias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o Presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factóide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta.
Precisamos dar o nome a esta mídia comercial. São famílias que, quando veem seus interesses comerciais e ideológicos contrariados, se comportam como “famiglia” mafiosa. São donos privados que pretendem falar para todo Brasil e manter sob tutela a assim chamada opinião pública. São os donos de O Estado de São Paulo, de A Folha de São Paulo, de O Globo, da revista Veja, na qual se instalou a razão cínica e o que há de mais falso e chulo da imprensa brasileira. Estes estão a serviço de um bloco histórico assentado sobre o capital que sempre explorou o povo e que não aceita um Presidente que vem desse povo. Mais que informar e fornecer material para a discusão pública, pois essa é a missão da imprensa, esta mídia empresarial se comporta como um feroz partido de oposição.
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Assim como Gilson Nascimento – o secretário da Administração, que ameaçou deixar o governo Azevedo -, o chefe de gabinete Ivan Montenegro também ensaiou a saída e até exibiu publicamente o “roteiro”, durante almoço do GAC (Grupo de Ação Comunitária de Itabuna), mas acabou não indo aos finalmentes. Cada um com suas razões.
Nascimento tem pretensões políticas e acredita que a permanência na Secretaria lhe seja favorável. Montenegro não tem projeto político, mas quedou-se aos argumentos do prefeito. Ou, caso prefiram, caiu no conto da carochinha.
Azevedo tem dito, para acomodar os demissionários, que as coisas em sua gestão irão mudar em breve, a partir de uma alegada reforma administrativa. Diz que as mudanças ocorrerão ainda este ano, mas não exatamente em que momento. Certamente após as eleições, que já estão à porta.
O problema é que, pelo menos até o momento, tem existido uma distância abissal entre palavras e atitudes do prefeito. Mas a esperança é a última… Ou melhor, a esperança ainda não morreu para Gilson Nascimento, Ivan Montenegro e alguns outros membros do governo municipal.
Paciência!

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Walmir Rosário | ciadanoticia@ciadanoticia.com.br
Usada e abusada nos períodos eleitorais, a BR-415 volta a ser a “bola da vez” desta eleição. Entra ano e sai ano, e sua duplicação é prometida pelos governos Federal e Estadual. Agora, não há diferença na forma e conteúdo, a não ser nas investidas dos políticos e técnicos do Governo do Estado para referendar a promessa.
Anunciam a vinda do presidente Lula a Ilhéus para lançar a pedra fundamental da Ferrovia Oeste-Leste, e a Itabuna para assinar o edital da duplicação da BR-415, pela margem direita do Rio Cachoeira. O anúncio chega às raias do ridículo, expondo o presidente à zombaria, pois sequer as licenças ambientais foram concedidas. A não ser que tenha havido uma “liberação geral e irrestrita da esculhambação”, em que não creio.
Copiando a mesma estratégia astuciada por Antônio Carlos Magalhães, a turma do Derba faz projeto, maquete e ilustrações em três dimensões e ainda manda equipes de topografia se deslocar, pra cima e pra baixo. Inovaram, é verdade, pois se ampliaram as ações com o uso de novas tecnologias, como a computação gráfica.
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Paulo de Freitas
Lembra-me sempre um espirituoso amigo, daqueles que afirma perder o amigo, mas não perder a piada, que a verdade é algo deveras importante para ser dita a todo o momento e por qualquer um. Se assim ocorresse, ela – a verdade -, não teria valor algum.
Sou obrigado a reconhecer que a máxima, quando transportada para certo microcosmo da realidade social, sobretudo em época de Comissão Especial de Inquérito (CEI) vivida pela nossa Câmara Municipal e de campanha eleitoral majoritária, parece ser cada vez mais correta.
Não me tomem, senhores leitores, por puritano, cabeçudo, intransigente ou qualquer outro adjetivo dos que se atribuem a alguém quando querem lhe diminuir ou arrefecer as convicções. Afinal, quem nunca contou uma mentira? Mesmo que “inocente”, como dizem por aí.
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Daniela Galdino

Ao lado das candidaturas hereditárias, as nada discretas candidaturas de alcova despontam no cenário político baiano. Com a diferença de que essa segunda modalidade é mais, digamos, “democrática”.

Há poucos dias fiz circular um texto no qual apresentava o meu primeiro critério para a eliminação de candidatos nas eleições de 03 de outubro. Na oportunidade, fui categórica ao afirmar que abomino as candidaturas hereditárias. Agora volto à cena não para negar o já dito, mas para apresentar o meu segundo critério de eliminação: abaixo as candidaturas conjugais!
Poderia ser uma piada, mas não é. Ao lado das candidaturas hereditárias, as nada discretas candidaturas de alcova despontam no cenário político baiano. Com a diferença de que essa segunda modalidade é mais, digamos, “democrática”. Afinal, pode ser encontrada em coligações diferentes, unificando, em torno da estratégia do “vote em meu cônjuge/minha consorte”, figuras políticas da direita, da pseudoesquerda e do centro (se é que ainda se pode trabalhar com essas categorias separadamente).
No âmbito dos partidos com histórico de enfrentamento à direita, muitos quadros já foram limados em nome da imposição conjugal. Quando isso começou a ocorrer – claro, ao lado de outras posturas antidemocráticas –, a pseudoesquerdice floresceu.
Ditas essas coisas é bom prestar atenção que, na modalidade das candidaturas conjugais, por vezes o mote é o investimento no “novo” associado ao discurso de gênero, “potencializando” a participação da mulher na política.
No entanto, basta uma rápida análise para que o (e)leitor perceba o engodo discursivo, até porque muitas dessas candidatas encenam uma fala sem voz, já que a apresentação de propostas e justificativa para a candidatura é verbalizada por seus esposos, maridos, cônjuges, “companheiros”.

Bonecas/os e ventríloquos esperam que o eleitor não reclame, afinal, tem-se o dito popular para ensinar que “em briga de marido e mulher não se mete a colher.

Nesse emaranhado político acho desnecessário citar nomes. Com os nomes ofuscados e a provocação do debate, a nossa curiosidade fica acentuada e, inevitavelmente, como (e)leitores – condição que ultrapassa o caráter de meros votantes -, passamos à identificação das candidaturas que se enquadram em tal perfil.
Nas candidaturas conjugais o (e)leitor atento também irá perceber uma estratégia de “ventriloquia” protagonizada por experientes lobos cinzentos para se perpetuar no poder e imaginário eleitoral. O caráter “inovador” e mais útil, obviamente, reside na utilização da fidelidade conjugal em substituição à fidelidade partidária.
E se após o pleito, já com a eleição garantida, houver algum desentendimento entre as partes, bonecas/os e ventríloquos esperam que o eleitor não reclame, afinal, tem-se o dito popular para ensinar que “em briga de marido e mulher não se mete a colher”.
Eu defendo que nós, (e)leitores, passemos a combater o desenvolvimento desses tentáculos conjugais na política. Até porque, com a ascensão das candidaturas de alcova, os  lobos cinzentos experimentam a sensação de ocupar vários espaços ao mesmo tempo, utilizando as figuras (sem autonomia) dos cônjuges como suas devidas extensões.
Isso nada tem a ver com militância política, mas com o desejo de conter adversários dentro das próprias legendas e, como não poderia deixar de ser, a necessidade e o incontrolável desejo de reter o poder. Psicanálise pouca é bobagem…
Daniela Galdino é doutoranda em Estudos Étnicos e Africanos – UFBA, professora da rede pública e professora visitante da Uneb.

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Ricardo Ribeiro | ricardoribeiro@pimentanamuqueca.com.br
Já se vão alguns anos que o município de Itabuna, em articulação com os governos do estado e federal, firmou compromisso com o Projeto de Humanização de Cidades. Em resumo, compreendia uma série de ações para tornar esta urbe mais aprazível, organizada, menos opressora e desagradável aos sentidos.  Emfim, mais humana.
A despeito dos compromissos, reconheço com inevitável tristeza que a nossa centenária Itabuna continua profundamente desumana. As ruas são sujas e maltratadas, o patrimônio histórico é desprezado, a cidadania é achincalhada, o rio é poluído, o som ultrapassa os decibéis permitidos em qualquer local e horário. Às favas o respeito!
Itabuna é uma cidade onde se buzina muito e se pensa pouco no coletivo. Cada um acha que tem mais direito que o outro, seja no trânsito, nas filas ou nas repartições. O poder público não organiza nem planeja. Ao contrário, executa suas ações em resposta às demandas imediatas, de afogadilho, no grito.
O resultado é uma cidade que não garante o bem-estar das pessoas. Não existem boas áreas de lazer, as praças são poucas e abandonadas. Nota-se claramente que não há um tratamento prioritário para a questão da qualidade de vida, expressão usada a três por dois nos discursos e publicações oficiais.
A desatenção com algo tão importante atinge as famílias, principalmente aquelas que têm crianças. Sou obrigado a mencionar novamente o guri aqui de casa, que protesta todos os finais de semana contra a falta de diversão. Quer sair para a rua, correr num parque, se sentir livre como toda criança deseja. Mas onde?
Numa tarde de domingo, combinamos sair para um passeio de bicicleta, eu e ele. A cidade tem um trecho ridículo de “ciclovia” em somente uma avenida, de modo que a voltinha se transforma em temível aventura na mesma pista em que circulam carros e motos. Confesso que, após 10 minutos de pedalada apreensiva, desisti do passeio e ordenei meia-volta, preocupado com o risco de um acidente. Nessas horas a criança, que não tem a exata noção do perigo, fica indignada.
É uma pena que o “governar pensando nas pessoas” nunca tenha passado de promessa vazia em Itabuna. Administrá-la com foco no ser humano implicaria em proporcionar espaços públicos de lazer e convivência, como existem em tantas outras cidades. Algumas até menores, mas certamente mais aprazíveis.
Não é à toa que num feriado prolongado, como esse de 7 de setembro,  muitos itabunenses procuram se refugiar em outros lugares para reduzir seus níveis de stress. Quem fica é obrigado a suportar a incômoda companhia do tédio.
A todos, um bom feriado!

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Walmir Rosário | ciadanoticia@ciadanoticia.com.br
Aos poucos vou me acostumando com as propostas apresentadas pelos candidatos no rádio e na TV. Não preciso nem mesmo prestar atenção nos cargos para os quais pretendem se eleger. Nem precisa, não vou mesmo votar neles, mas, pelo menos, vou anotando os absurdos “vomitados” durante o horário eleitoral gratuito, “herança maldita” que nos foi deixada pelo regime militar, num rompante de abertura.
Só que, naquela época, um dos ministros, mais precisamente o da Justiça, dizia, no rádio, jornal e na TV, não ter nada a declarar. E não tinha mesmo, quer dizer, pelo menos para que pudéssemos ouvir. Caso teimasse em dizer, não seria conteúdo para todos; teríamos que tirar os menores e as mulheres da sala, por serem impublicáveis os assuntos.
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Daniela Galdino

As velhas raposas afirmam contribuir com a formação de novos quadros, mas, para isso, lançam mão de “alianças genéticas”, delegando aos seus filhos e netos a tarefa de levar à frente o cajado do seu “legado político”.

Na Bahia das eleições de 2010, para um (e)leitor atento, ao serem analisados os materiais de campanha, provavelmente a máxima que impera, seja: “em nome de meu pai”. Obviamente eu não me refiro aos candidatos vinculados a grupos cristãos neopentecostais.
Basta um mínimo de esforço, uma gota do exercício de leitura crítica dessa enxurrada de imagens eleitorais, para que se perceba o investimento no “novo”, estratégia experimentada por velhas raposas do cenário político.
Bem, essa aparente oxigenação do quadro político esconde, em verdade, uma estratégia de se manter no poder. Trocando em miúdos, estou fazendo referencia à profusão de “juniores” e “netos” que caracteriza o atual cenário eleitoral e se espraia pelas candidaturas a Deputado Federal, Deputado Estadual e – é preciso prestar muita atenção – à Suplência do Senado.
Em nome de uma atuação política a longo prazo, as velhas raposas afirmam contribuir com a formação de novos quadros, mas, para isso, lançam mão de “alianças genéticas”, delegando aos seus filhos e netos a tarefa de levar à frente o cajado do seu “legado político”.
As “alianças genéticas” são úteis em dois sentidos: podem desviar a atenção dos possíveis candidatos com ficha suja, e também podem servir para caracterizar os bonecos de luxo que irão encenar com base nos comandos de ventríloquos altamente experientes.
Resta a nós, (e)leitores, o exercício de rememoração. Afinal, algumas raposas, agora transmutadas na “ventriloquia”, já protagonizaram, em passado recente, manobras radicais nos quesitos desvio de verbas públicas, sucateamento da educação, esquemas de propina e outros fatores antidemocráticos.
Mas, como disse, o investimento no “novo” contribui também para alimentar o cidadão com imagens pretensamente revigorantes, provavelmente para, como sobremesa, servir, em taças delicadas e porções adequadas, o esquecimento. Esquecimento esse que, claro, vai permitir às raposas a permanência no imaginário eleitoral – tudo regado a campanhas caríssimas, e com o toque de “qualidade” dos marketeiros.
Considerando essas questões todas já tenho uma certeza para o dia 03 de outubro: vou utilizar critérios para a eliminação de candidatos. E o meu primeiro critério será: não às candidaturas hereditárias. Quem conhece a história política baiana entende bem o que estou dizendo…
Daniela Galdino é doutoranda em Estudos Étnicos e Africanos – UFBA, professora da rede pública e professora visitante da Uneb.