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MBerbertManuela Berbert | manuelaberbert@yahoo.com.br

 

Entre os votos vendidos e os votos comprados, tenho a leve impressão de que todo mundo estava mesmo era aguardando o palhaço Tiririca avisar que pior do que está, ainda fica!

 

O país parou para assistir a mais um espetáculo circense filmado na Capital. Da Câmara dos Deputados, lugar criado e pensado para abrigar representantes do povo, um teatro de horror foi transmitido por quase todas as emissoras do país. Centenas de homens agradecendo a Deus por estarem ali em uma data tão especial para a democracia brasileira, e a grande maioria dedicando seu voto às famílias. Pelo sim, pelo não, se gritar “pega o comprometido com o povo” não fica um, meu irmão!

Os nossos representes viraram a piada de um país inteiro. Seria cômico se não fosse tráfico, claro. Em tempos de Whatsapp e a astúcia do povo sendo mais ágil que os passos dados por eles para concentrarem suas bocas sujas naquele microfone, o que não faltou foram bordões e imagens difamatórias circulando entre a população.

Personagens desacreditados: é assim que eles são vistos. Como se não bastasse aquilo tudo, a notícia de que o marido de uma Deputada, que teria dedicado o seu voto à honestidade dele naquela tarde-noite, teria acordado com representantes da Polícia Federal na porta de sua residência ainda nas primeiras horas da manhã da segunda. Seria lamentável se não fosse tão imundo.

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erick maiaErick Maia | erickmaia13itb@gmail.com

Parece que o alto escalão do PC do B no governo municipal está fazendo a “cabeça” do prefeito Claudevane Leite para entregar a Emasa à iniciativa privada. Apesar de negar em público, o prefeito já teria decidido lançar edital para concessão privada dos serviços de água e esgoto no começo de maio.

Na transação, a nova empresa de saneamento estaria livre de débitos da Emasa, sendo deslocada para a fazer outros serviços públicos no âmbito da prefeitura. Ou seja, limpar a área para a nova empresa e dar um “golpe” nos fornecedores, clientes e funcionários da Emasa, pois não contaria mais com a sua arrecadação e passaria a depender de recurso do orçamento municipal.

Os que comandam esse processo de privatização acreditam fielmente que essa transação pode render bons frutos ainda esse ano. Faltando poucos meses para eleição municipal e fim do próprio governo, as negociações estão a todo vapor. Esquecem, contudo, que isso é de uma irresponsabilidade e de uma incoerência extrema, justamente daqueles que historicamente lutaram contra a privatização da água no município.

É bom destacar que essa não é a posição do partido PC do B, que já indicou ser contra e até sugeriu que o município fizesse uma parceria com o governo do estado, através da Embasa, proposta considerada controversa que precisa de maior aprofundamento.

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(4) Luiz      ConceiçãoLuiz Conceição | jornalistaluizconceicao2@gmail.com

 

Vivíamos anos de chumbo, depois de mais uma quartelada no país em nome do combate à corrupção e do comunismo e em defesa da família e de Deus! Mas o “santinho” com a foto do então candidato do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) fazia referências à sua insana luta em favor do direito das pessoas a uma vida digna e à Democracia que a todos iguala, sem privilégios.

 

Ainda bestializado com a pândega sessão da Câmara dos Deputados de 17 de abril de 2016, Dia da Infâmia da Democracia brasileira, que aprovou por mais de dois terços dos votos – 367 favoráveis, 137 contrários e 7 abstenções – a abertura de procedimento para interrupção de mandado da Presidenta da República, Dilma Rousseff, não me deixei corromper pelo sentimento afrontoso do medo. Antes de me deprimir com tão vergonhoso resultado da votação, procurei avaliar a que nível de representação chegamos em parte do parlamento!

Imerso nas lembranças de lutas de inúmeros brasileiros, muitos cuja vida foi de perseguição, massacres e mortes, lembrei-me do primeiro voto em uma eleição proporcional a um Deputado Federal, em 1978. Não entendia como um candidato sertanejo, destemido e corajoso poderia pleitear votos, 14 anos depois de ter sido encarcerado 50 dias, no Quartel do Barbalho, em Salvador. E também vítima do escarnio dos seus detratores da então conhecida direita.

Não o conhecia, é verdade. Mas a estrondosa votação que obteve – 120 mil votos – demonstrou o acerto daquela opção. Mesmo que nada soubesse de política partidária. Aliás, vivíamos anos de chumbo, depois de mais uma quartelada no país em nome do combate à corrupção e do comunismo e em defesa da família e de Deus! Mas o “santinho” com a foto do então candidato do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) fazia referências à sua insana luta em favor do direito das pessoas a uma vida digna e à Democracia que a todos iguala, sem privilégios.

Nascido em Feira de Santana, o brasileiro Francisco José Pinto dos Santos, mais conhecido como Chico Pinto, continua vivo e proferindo inflamados discursos na memória daqueles que defendem o atual Estado de Democrático de Direito e no coração de muita gente que odeia a traição e os traidores desse ideal. Certamente, o parlamentar irrequieto e autêntico, teria morrido novamente, mas dessa vez sem a glória que viveu no seu tempo, depois que a legenda e os políticos que o sucederam fizeram tombar as bandeiras que sempre defendeu.

Que pena que a juventude, os estudantes e as pessoas que foram às ruas protestar contra o descalabro do golpe institucional contra a Democracia não lhe conheçam a História. Senão, saberiam como se comporta um líder de massas, um democrata por excelência e um Cidadão de honestidade à toda prova.

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ricardo ribeiroRicardo Ribeiro | ricardo.ribeiro10@gmail.com

 

De qualquer maneira, a sessão da tarde/noite de domingo foi um momento educativo, uma oportunidade rara na qual expressiva audiência teve a chance de conhecer melhor o esgoto da política.

 

De que matéria certos políticos são feitos? De que planeta eles são? Uma análise séria precisa ser realizada para se entender comportamentos como o de grande parte do parlamento brasileiro, tão “bem” representado pelo Sr. Eduardo Messias Cunha.

No comando da sessão que julgou a admissibilidade do processo de impeachment, Cunha foi chamado de ladrão, golpista, gângster, bandido e outros adjetivos vexatórios para quem sabe o que é passar vexame. Não para ele, que assimilava impávido cada ofensa, como se fosse dotado de um conversor mental que abrandasse o sentido de cada palavra.

Cunha é, definitivamente, um caso de estudo. Não só ele, mas – como se viu no domingo – boa parte da patuleia que ocupa a Câmara dos Deputados. Gente que vive em outra dimensão, alheia aos problemas reais, ao mundo de verdade. Elementos que parecem não se preocupar com a opinião pública nem se importar com o papel ridículo que representam.

Como não têm vergonha própria, resta-nos a vergonha alheia ao constatar quem são nossos representantes. Eles detêm mandato outorgado pelo povo para legislar e tratar de assuntos cruciais para o país, mas nem de longe demonstram o mínimo estofo moral para desempenhar tal papel.

De qualquer maneira, a sessão da tarde/noite de domingo foi um momento educativo, uma oportunidade rara na qual expressiva audiência teve a chance de conhecer melhor o esgoto da política. Antes, o desinteresse da plateia deixava os mequetrefes à vontade para cometer barbaridades.

Que o asco geral despertado no domingo não desestimule novos recordes de audiência para sessões do Parlamento. Só assim, expostos à luz do sol, submetidos ao crivo popular e ao escárnio, é possível que aqueles seres um dia sintam despertar um sentimento que ainda desconhecem. De repente, no dia em que eles descobrirem o gosto amargo da vergonha, aí sim o Brasil dará um passo de verdade no caminho da mudança.

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WENCESLAU1Wenceslau Júnior | wenceslauviceprefeito@gmail.com

 

Muitos, a exemplo da Globo, Cunha, Moro, Temer e outros abutres, estão conscientes do desserviço que prestam à Nação, mas alguns pequeno-burgueses desavisados embarcam nessa onda por pura ignorância de não conhecer a história de como se deram os Golpes Militares aqui na América Latina.

 

A tentativa de Golpe, disfarçado num processo de impeachment sem base legal, longe de configurar-se na irresignação das elites derrotadas pela quarta vez consecutiva nas urnas, tem um claro interesse da principal potência internacional em barrar uma alternativa de alteração da correlação de forças na ordem geopolítica mundial.

Se fizermos uma breve análise dos últimos acontecimentos no mundo – as guerras pelo controle da produção de petróleo e controle da economia, a reação política da “nova direita” à consolidação de alternativas de modelos adotados nos países emergentes que destoam da receita neoliberal prescrita pelo FMI e a perspectiva de consolidação dos BRICS como um novo órgão internacional -, perceberemos que a ação do juiz Sergio Moro, da Rede Globo e das elites entreguistas brasileiras faz parte de um novo plano de dominação norte-americana.

Alguns podem afirmar que “isso é discurso de comunista”, mas demorei bastante a escrever esta contribuição para o debate, pois tenho responsabilidade acadêmica e jamais faria um discurso panfletário ante um tema tão importante para o futuro da nação.

O Encontro dos BRICS no ano de 2014, em Fortaleza, é um marco importante para a reação norte-americana. Nele, além de assinar acordos bilaterais sobre cooperação nas áreas cientifico-tecnológica, da educação, militar e comercial, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul tomaram uma decisão que feriu de morte e ameaçou a hegemonia dos EUA na esfera mundial: a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD).

O banco nasceu com capital de US$ 50 bilhões para financiar obras de infraestrutura em países em desenvolvimento, e, mais recentemente, o Arranjo de Contingência de Reservas (ACR), com recursos na ordem de US$ 100 bilhões, com o objetivo de socorrer os países emergentes em “risco de quebrar”.

Essas iniciativas libertariam, de uma vez, esses países das garras do FMI e outros órgãos de financiamento hegemonizados pelos EUA, que impõem aos países que têm negócios como eles uma receita de política macroeconômica que, na maioria das vezes, vão de encontro aos interesses destes próprios países. Como exemplo, o receituário neoliberal e a ideia de estado mínimo imposta por décadas aos países da América Latina e de outros continentes que eles insistem em tratar como colônias.

Outro aspecto importante que moveu a gana dos americanos foi a descoberta do pré-sal. Não tenham dúvidas de que esse ataque destrutivo à imagem da empresa, com o pretexto de combater a corrupção que todos sabem que existe há muito tempo, teve como objetivo real a destruição das grandes empresas brasileiras que desenvolveram expertise nas áreas das engenharias, abrindo mercado para as multinacionais que, inclusive, sofreram derrotas em disputas comerciais com várias empresas genuinamente brasileiras.

Os avanços das ideias conservadoras em vários países da América Latina, a exemplo da Argentina, Equador, Peru, Venezuela, entre outros, as sanções aplicadas pelos EUA à Russia em virtude do caso da Ucrânia e as guerras aparentemente por causa de intolerância religiosa no oriente médio têm, todos esses fatos, o dedo podre e maldito daqueles que hoje representam para o mundo o que já representou o Império Romano, a jornada de Napoleão e o Nazi-fascismo conduzido por Hitler e Mussolini.

Barrar o Golpe travestido de impeachment não significa apenas manter a ordem democrática, o respeito à vontade dos 54 milhões de brasileiros que votaram em Dilma, mas, sobretudo, barrar as garras das ave de rapina norte-americana, que nunca aceitou a ideia de que nós, latino-americanos, temos a capacidade de sermos donos do nosso próprio destino.

Muitos, a exemplo da Globo, Cunha, Moro, Temer e outros abutres, estão conscientes do desserviço que prestam à Nação, mas alguns pequeno-burgueses desavisados embarcam nessa onda por pura ignorância de não conhecer a história de como se deram os Golpes Militares aqui na América Latina.

O buraco é muito mais embaixo do que os inocentes, massa de manobra, que induzidos pela mídia, pensam que combatem a corrupção, mas se aliam ao maior corrupto que a República já viu, para derrubar uma presidenta que nunca cometeu crime ou respondeu a um processo sequer.

Não vai ter golpe!

Wenceslau Júnior é vice-prefeito de Itabuna e professor de Direito da Uesb.

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(4) Luiz      ConceiçãoLuiz Conceição | jornalistaluizconceicao2@gmail.com

 

O poder só pode ser transferido pelo voto universal e direto e não por tentativas torpes e execráveis. Chega de a classe política transformar o processo legislativo em uma cafua.

 

A despolitização de parte de nossos concidadãos, a negativa da Política por outra parte imaginando que, distante, vive no Eden, o analfabetismo político e a avidez descarada pelo poder da maioria dos políticos nos levou a esse labirinto digno de um conto de Machado de Assis, se vivo estivesse. Desde o nascimento da República, fato tão bem narrado pelo jornalista e escritor Laurentino Gomes, no livro 1889, o povo brasileiro continua bestializado com os rumos do país. Não participa diretamente e apenas assiste.

Parece que o tsunami que vivemos na política nacional, acontece do outro lado do globo, no sudeste asiático.  É preciso que as pessoas acordem para a pantomina engendrada maliciosamente no Congresso Nacional, cujo desfecho para o bem ou para o mal teremos no horário nobre da TV. Aliás, a mídia brasileira beira o ridículo, para dizer o mínimo, ao desbordar da neutralidade jornalística e se bandear quase que inteiramente para o lado contrário à sensatez. Poder político se ganha no voto! Aos olhos do mundo, o Brasil passa vergonha!

A partir de frágil e politiqueira denúncia para abertura de um pedido de impeachment, que completa a irracionalidade dos que não souberam perder com altivez a eleição presidencial de 2014, há duas semanas se vive um Big Brother, onde a TV não mostra o que acontece sob edredons. A vingar a desforra, passaremos mais tempo ainda com essa sensação nefasta que nos aprisiona. A sociedade como um todo está apreensiva, temerosa de que oportunistas acedam a chama que pode incendiar o país, tido e havido como de um povo ordeiro e pacifico.

Como insculpido na Constituição Cidadã de 1988, no parágrafo único, do artigo 1º, todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente. Portanto, o poder só pode ser transferido pelo voto universal e direto e não por tentativas torpes e execráveis. Chega de a classe política transformar o processo legislativo em uma cafua, onde os mais espertos fazem tratativas em benefício próprio ou de grupos, sem votos, em desrespeito à maioria que nas urnas fez sua opção política soberana. Não se pode defenestrar o governante por subjetividades e gostos pessoais.

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ricardo ribeiroRicardo Ribeiro | ricardo.ribeiro10@gmail.com

 

Se levarmos em conta a seriedade, a qualidade moral e a folha corrida dos faxineiros, não há dúvida de que essa limpeza não irá muito longe.

 

Em meio aos chatíssimos bate-bocas virtuais dos grupos de WhatsApp, uma amiga (por sinal, esta bonita loira do artigo logo abaixo) fez uma pergunta intrigante, com indisfarçável ironia: “o que vocês vão fazer na segunda-feira, quando a corrupção tiver acabado no Brasil?”. Como é fácil perceber, ela se referia ao day after, à segunda-feira após uma possível aprovação, pela Câmara dos Deputados, do relatório que recomenda o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A pergunta, cuja resposta obviamente já se sabe, reflete o sentimento de que todo esse processo não afeta a raiz do problema. Basta ver o fundamento do pedido de impeachment: as pedaladas fiscais (supostos empréstimos tomados pelo governo junto aos bancos oficiais, o que é proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal) e decretos referentes às metas fiscais que foram baixados sem anuência do legislativo, o que outras gestões fizeram sem maiores sobressaltos.

Motivos bastante prosaicos, para não dizer questionáveis, diante do que paira nesse momento de Lava Jato, prisões de magnatas, propinas milionárias sendo reveladas diariamente após cada fase da operação, que pode mudar radicalmente o modo como se relacionam, desde antanho, os políticos e o grande capital. Este, sempre sedento pelos favores do Estado, e aqueles, viciados e dependentes do pagamento pelos ditos favores. No mundo da política é assim: uma mão lava a outra, mas nunca deixam de estar imundas.

Tais relações indevidas não são nenhuma jabuticaba, pois existem no Brasil e no mundo todo. Aqui, porém, sempre encontraram campo fértil na absurda permissividade com os larápios de colarinho branco, o que aparentemente começa a diminuir. Claro que para muitos a proatividade do juiz Sérgio Moro tem endereço certo, mas é plausível que o efeito colateral da operação venha a ser um despertar geral da sociedade para o fato de que, com o nível de corrupção existente nessas terras, o Brasil continuará a ser “o país do futuro” ad infinitum.

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MBerbertManuela Berbert | manuelaberbert@yahoo.com.br

 

O que a gente acompanha daqui, senhores, é uma briga de egos por cargos e poder. Um salve-se quem puder descarado, de homens e mulheres eleitos por nós para governar e nos representar…”

 

Tem sido triste e desgastante acompanhar os noticiários, jornais e blogs nos últimos tempos.  Brasília, capital federal do país, deixou de ser a cidade das soluções do Brasil para ser a cidade dos problemas do mesmo. Construída no Século XX para acolher os homens teoricamente éticos e políticos da nossa democracia, virou o cenário principal de uma roubalheira coletiva e deslavada, jogada na cara do povo diariamente sem nenhuma vergonha.

A educação brasileira pede socorro, com anos letivos se iniciando em maio e muitos deles sendo cancelados por sua inviabilidade. A crise no SUS é gritante, com uma tabela extremamente defasada, chegando a pagar menos de dez reais por um atendimento médico. O Nordeste amarga uma crise hídrica que beira o ridículo, mantida pelos governantes como “palanque de campanha”, onde muitos deles sobem com suas caras lisas, a cada quatro anos, para prometer soluções. O índice de desemprego segue crescendo dia após dia, enquanto a autoestima do povo segue ladeira abaixo, com a inflação gritando nas filas dos supermercados.

O que a gente acompanha daqui, senhores, é uma briga de egos por cargos e poder. Um salve-se quem puder descarado, de homens e mulheres eleitos por nós para governar e nos representar, mas que estão lá correndo de um lado para o outro, fazendo e desfazendo alianças, preocupados com o local onde podem salvar sua própria pele de possíveis condenações, e não em salvar o país da crise que enfrentamos.

Nada referente ao bom andamento coletivo é debatido e solucionado. Só roubos escandalosos e em gigantescas proporções são questionados e até defendidos. Pararam o país para veicular uma novela suja e de gosto duvidoso. É triste, mas o impeachment sendo consolidado ou não, a moeda de troca de quem fica e de quem sai é a dignidade do povo brasileiro, deveras jogada na lama.

Manuela Berbert é colunista do Diário Bahia.

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Cel artigo 2016Celina Santos | celinasantos2@gmail.com

“É tiro??? Ou bomba?”. Quem vive em Itabuna, frequentemente, se depara com tal dúvida. O estampido ouvido há pouco foi de um tiro? Ou seriam apenas aquelas bombas chatinhas que os garotos soltam para dar susto em alguém? Além disso, é comum escutar a sirene do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), cuja ambulância segue em disparada para uma vida ser salva.

Em boa parte das situações, portanto, é mesmo um disparo – ou uma sequência deles. Estamos no início de abril e já foram registrados aproximadamente 50 assassinatos em 2016. Não é novidade que a maioria das vítimas é ligada ao uso e/ou tráfico de drogas, mas também são crescentes as mortes decorrentes de assaltos. Quando o ladrão diz o imperativo “Perdeu!”, muitas vezes não se perde apenas o celular, a carteira, o carro, a moto. Encerra-se ali o direito de respirar.

Acontece a qualquer hora, em qualquer bairro. As vítimas dos crimes impostos pelo tráfico têm o mesmo perfil: jovens, entre eles meninos, que se julgam homens, porque empunham uma arma. Aliás, são os nossos homens-bomba! Assim como aqueles recrutados pelo Estado Islâmico, entregam corpo e alma à “Vida Loka” tatuada como “carteira de identidade”. No caso dos usuários, escravos dos 15 minutos da alucinação proporcionada pela “pedra” – até a morte.

Em geral, as pessoas minimizam essas mortes, dizendo que se trata apenas de “vagabundos”. Todavia, nem sempre se pensa que o crack e a arma potente chegam às mãos do traficante de “pequeno” porte, porque tem alguém poderoso que facilita a engrenagem do comércio bilionário dos entorpecentes. Como a própria polícia reconhece, não basta prender acusados e apreender armamentos e drogas, se as leis favorecem a corriqueira impunidade.

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Efigênia OliveiraEfigênia Oliveira | ambiente_educar@hotmail.com

Setembro passou, outubro e novembro/ já estamos em dezembro, meu Deus, o que é de nós? (…) Sem chuva na terra, descamba janeiro, depois fevereiro, o mesmo verão (…). Apela pra março que é o mês preferido/ do santo querido Senhor São José/ Mas nada de chuva, tá tudo sem jeito (…).

O lamento épico na voz do sanfoneiro Luís Gonzaga descreve exatamente a situação atual do sul da Bahia, cujo clima em nada se assemelha ao sertão nordestino. Em crise hídrica desde agosto de 2015, que registrou um inverno de poeiras de chuva, adentramos abril de 2016 sem sinais claros de que em breve mataremos a saudade de um banho de chuveiro com água insípida. Além do banho salgado e limitado, toalhas e roupas lavadas com essa água propiciam prejuízos, ao organismo humano, e aos outros organismos vivos.

Nesse cenário, Itabuna parece ser a cidade mais castigada de todas da região: falta d’água, violências várias, lixo jogado a esmo nas ruas, odor fétido por toda parte; ilhas de calor que concentram altas temperaturas, em decorrência de devastada cobertura vegetal na área urbana e entorno; concentração de gases nocivos à saúde e alta infestação de doenças provenientes do aedes.

Os rios da Bacia do Leste e bacias circunvizinhas, impossibilitados estão de matar a sede de ecossistemas e populações que vão do sul ao extremo sul do estado, todas elas atingidas pela seca persistente e atípica. Os municípios e suas respectivas sedes e comunidades regionais se encontram no mesmo problema, sem solução em curto prazo, mas estão livres da água salgada.

O dito aqui não é novidade, porém nada se diz do que passa a população ribeirinha do Almada, ao longo do trecho banhado pelas marés, até a estação de tratamento da Emasa em Castelo Novo. Não somente humanos, mas plantações, criações, fauna, flora e ictiofauna são afetadas pela água salgada que adentra o rio e afluentes, quase sem vida, atingindo severamente essas populações. Um tipo de invasão que lembra um pouco a tragédia de Mariana, uma vez que ambas as situações deveriam ter sido evitadas ou minimizadas.

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celina santosCelina Santos | celinasantos2@gmail.com

 

A realidade de Itabuna traz um recorte ainda mais grave. A cidade ouve há mais de 20 anos a promessa de que uma barragem no rio Colônia iria corrigir o já irregular abastecimento de água.

 

Uma espécie de antiprofecia se cumpre no sul baiano, porque a região do mar enfrenta uma seca semelhante à do sertão. A população vê os rios, cujas nascentes não foram preservadas, secarem. Enquanto isso, a peregrinação por um balde de água é cercada de absurdos que fazem dos cidadãos – e do poder público – vítimas e vilões de um filme indesejável, mas real.

O “sul”, como é chamado no restante do estado, lamentavelmente, amarga o mesmo dissabor experimentado com a crise do cacau. Na linha do Titanic (“ninguém afunda esse navio”), imperou por aqui a ideia de que nada abalaria a produção do “fruto de ouro”. E não havia um “plano B”. Da mesma forma, ocorreu com a chuva.

Acreditou-se que a água seria para sempre farta, que “São Pedro” abriria as torneiras, tal como nos tempos dos “atoleiros” nas estradas. A exemplo do que houve com a cacauicultura, não foi elaborado um plano alternativo para compensar uma eventual escassez hídrica. A situação afeta um grande número de cidades, a ponto de ser decretado “Estado de Emergência” em muitas delas.

Contudo, a realidade de Itabuna, maior município sul-baiano, traz um recorte ainda mais grave. A cidade, com cerca de 220 mil habitantes, ouve há mais de 20 anos a promessa de que uma barragem no rio Colônia iria corrigir o já irregular abastecimento de água, impulsionar a vinda de indústrias etc. O assunto, certamente, integrou o programa de vários candidatos a prefeitos, deputados e governadores.

Ocorre que, agora, os tanques dos bairros nobres ficam vazios na maior parte do mês; algo, até então, mais frequente na periferia. E o pior: a água chega com 32 vezes mais sal do que o mínimo aceitável para consumo humano. O orçamento das famílias, por sua vez, pode ficar 32 vezes mais alto. Afinal, é preciso pagar pelo líquido inadequado e também por galões de água supostamente própria para ser ingerida.

Esperamos que a obra da barragem, reiniciada neste momento em que a crise arrastou o problema para cima do tapete, não encontre, novamente, entraves no sombrio universo das licitações. Porque, na prática, é inadmissível ver uma cidade de médio porte depender apenas da chuva para haver água a ser distribuída. É, no mínimo, arcaico demais para o “pós-moderno” século 21.

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LeilaArrudaLeila Arruda | leila.arruda@kroton.com.br

 

O que se é necessário colocar em pauta, na escolha ou ao seguir a profissão, é que o profissional, atual ou o do futuro, precisará adaptar-se às leis do mercado, às novas tecnologias, que, a cada dia, tem tomado proporções inevitáveis, porém úteis. Outra pauta a ser informada também é que “para os bons, sempre há lugares”

“Ah, eu sou jornalista”!

É bem neste momento que a cabeça da pessoa lhe visualiza de terno, sentado à banca do Jornal Nacional, com os braços tipicamente posicionados como âncora, Fátimas Bernardes, Willians Bonners ou qualquer outro repórter de externa fazendo matérias sobre os assuntos da cidade.

Esquecem da realidade que o Jornalismo como profissão abre um leque de possibilidades para quem decide seguir este caminho. E que, talvez, a última escolha do jovem que decide entrar neste mercado seja a de apresentador de telejornal.

De tudo é possível extrair notícia, se bem pautada, se bem escrita, se bem apurada e muito bem confirmada com aquele depoimento que faz com que a notícia se torne fatídica. Isso veiculada em TV, rádio, revista, site, impresso, boletim, mural, blog ou onde quer que se deseje publicar. Apenas de uma notícia estruturada já se pode aparecer diversos profissionais especializados e segmentados para cada veículo, porém todos jornalistas.

Há também aqueles que desejam emaranhar o seu conhecimento como colaboradores assessores de imprensa, que dão uma pitada de aventura à sua profissão quando necessitam gerenciar uma crise na mídia, protegendo a marca para a qual ele trabalha. Ou até mesmo aqueles que preferem mostrar, por meio de imagens, estáticas ou não, também os que se unem ao mercado publicitário e administrativo, encaminhando o seu conhecimento profissional para a área de fortalecimento de marcas ou marketing institucional.

Deve-se considerar que houve uma tentativa de destruição da profissão com a queda do diploma em 2009, mas, o mais esperto do mercado, conseguiu utilizar isso em seu favor, já que danos causados por uma notícia jornalística não poderiam ser evitados por um diploma e, além disso, liberdade de expressão é um direito de todos e não destes profissionais que têm o dever de dizer o caso como ele é.

O que se é necessário colocar em pauta, na escolha ou ao seguir a profissão, é que o profissional, atual ou o do futuro, precisará adaptar-se às leis do mercado, às novas tecnologias, que, a cada dia, tem tomado proporções inevitáveis, porém úteis. Outra pauta a ser informada também é que “para os bons, sempre há lugares”.

Um feliz dia do Jornalista para o “fazedor de notícia” que hoje é notícia!

Leila Arruda é jornalista e integra o marketing da Unime-Itabuna.

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suicaLuiz Carlos Suíca

É difícil ver a estrada com fumaça ou com neblina, nesses casos é preciso se manter equilibrado e alerta. Assim temos atravessado a crise política e econômica brasileira, iniciada em 2015. E no momento de definição a respeito do impedimento, o povo e os movimentos precisam de uma nova atitude. Muitos são os debates internos do PT desde que me filiei, há 20 anos, e digo para todos que muito me orgulho em ter sido forjado por este partido, que foi um instrumento para que lideranças negras e populares pudessem implementar uma nova política, com mais atenção às periferias, cito a presença de Benedita da Silva, Vicentinho, Valmir Assunção, Senador Paim, Marina Silva, Lula e o próprio Rui Costa, como políticos que tiveram acessão dos movimentos de base.

Outro ponto fundamental no PT é a democracia interna. O único partido na história recente do Brasil que possui mecanismos consolidados – mesmo com suas eventuais falhas – de consulta direta ao filiado. Sem falar que sempre foi um partido de debate. Um espaço que reúne uma diversidade de tendências e setores sociais e profissionais, que compõem o PT e participam em diversos congressos, encontros, escolas de formação e grupos setoriais.

Desde o ascenso governamental, muitas questões internas se colocaram, especialmente a forma prática de lidar com a autonomia na relação entre partido, movimentos sociais, parlamento e governo. A tese majoritária que tem sido vitoriosa ao longo das gestões de Lula e início de Dilma apontou para garantir a unidade no PT, por meio da defesa irrestrita ao governo, apostando na ideia de que o ciclo de crescimento do partido estaria assegurado no arco de alianças forjado por Lula do primeiro para o segundo governo. Essa tese à época foi refutada por frentes como a Esperança Vermelha, porém, foi vitoriosa nos fóruns internos e nas práticas governamentais e da direção partidária ao longo dos anos.

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josé januárioJosé Januário Neto

O que devemos fazer é pressionar os deputados estaduais a fiscalizar os gastos do Estado da Bahia, exigir mais investimentos na área de Segurança Pública e envio imediato em caráter de urgência do novo estatuto PM para assembleia Legislativa do Estado e aceleração das promoções dos militares baianos.

O Projeto de Lei Complementar de número 257 visa, segundo intenção do Governo Federal, conter gastos excessivos, reequilibrar de maneira orçamentária, tributária e fiscal as contas dos Estados e do Distrito Federal.

O projeto estabelece o alongamento das dívidas dos entes federativos por mais vinte anos – de 2027 para 2047 – e com o BNDES por dez anos. Esse disfarce financeiro transferirá as dívidas de âmbito estadual para a União sob pontos condicionantes celebrados por termo contratual regido pelo Projeto de Lei Complementar 257, o qual interfere de maneira negativa nos direitos e garantias dos servidores públicos concursados e de carreira, denominados efetivados.

No âmbito militar, os policiais baianos possuem prerrogativas, direitos e valores diferenciados dos servidores civis, tais como escalonamento vertical na carreira (promoção) durante a sua vida laboral em atividade no Estado; gratificações diferenciadas através de símbolos atuando em chefia/comando que são incorporadas ao salário; diárias, horas extras; CET – Condição Especial de Trabalho; Adicional Noturno; Auxílio Alimentação; Horas de Ensino; Bolsa de Estudo; auxílio fardamento; Tempo de Serviço; Contagem em dobro da Licença Prêmio não gozada; Mandato Eletivo como contagem de tempo para reserva renumerada e sem prejuízo para promoção (caso retorne para atividade); Cursos de Aprimoramento e Aprendizagem profissional como multiplicadores e gerenciadores de Segurança Pública (Curso de Formação de Oficiais, CAS-Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos, Curso de Sargentos, Cabos e Soldados Policiais e Bombeiros);

Então, delimitaremos nosso discurso para a segurança pública ostensiva. É de notório saber que o serviço militar preventivo, repressivo e de salvamento, realizado pela Polícia e Corpo de Bombeiro Militar, exige qualificação continuada e esforço físico e mental do agente em sua atuação profissional.

São ações, operações em locais inóspitos, condições de trabalho extremado e diferenciado devido à natureza jurídica laboral durante trinta anos ininterruptos e sobre constante pressão no tocante ao regime disciplinar militar, superando o vigor físico e mental do início de carreira tendo como sequelas o estres, dependência química e o alcoolismo, doenças diversas e deficiência motora em decorrência de confrontos armados deixando vários policiais aleijados.

Com advento dessa nova Lei serão dois anos de total desvantagem inflacionária sem reajustes e aumento de contribuição na alíquota previdenciária, ou seja, não terá aumento salarial, porém contribuirá a mais para o Funprev.

Sem edição de leis que façam a progressão na carreira, isso trará enorme prejuízo, temos um Estatuto Militar esperando envio, votação e sancionamento do Governador para garantirmos evolução antes nunca vista dentro da PM-BA.
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Karoline VitalKaroline Vital | karolinevital@gmail.com

 

Com paciência, sensibilidade e técnica, conseguimos desenvolver “conversores” entre as linguagens dos autistas e dos neurotípicos (os supostos normais).

 

Achei legal que vários programas da TV aberta investiram na abordagem do Dia Mundial de Conscientização do Autismo, neste 2 de abril. Porém, uma coisa me incomoda muito quando falam sobre Transtornos do Espectro Autista (TEA), como são tecnicamente classificados os casos de autismo: o autista vive como se tivesse seu próprio mundo. É uma leitura tão superficial quanto as matérias miojo dos jornalísticos que, em três minutos, têm a missão de nos alimentar sobre um tema tão complexo.

A cor azul escolhida para o Dia Mundial de Conscientização do Autismo é porque a síndrome é quatro vezes mais comum entre meninos que meninas. Mas no meu caso, meu mundo foi colorido de azul por uma garotinha: minha filha. E, seguindo a inspiração para seu nome, Amélie tem mostrado quanto esse mundo é fabuloso!

Gente não nasce com manual de instruções. Mesmo assim, tentamos encontrar padrões no comportamento para pregar um rótulo na criatura. Fulano é inteligente, sicrano é preguiçoso e beltrano é esforçado. E assim, como um dom concedido pelas fadinhas boas ou a maldição lançada pela bruxa Malévola, ficamos estigmatizados por uma característica que se manifesta diante de uma determinada situação. Por isso, o modo que as pessoas com TEA reagem ao mundo é incompreendido pela maioria da população. Não é que se tranquem ou se isolem num universo privado, mas sim o jeito que encontram para responder aos estímulos que recebem.

Geralmente, em casos não tão severos, é possível perceber sinais de autismo por volta dos dois anos e foi assim com Amélie. Percebi que ela falava, mas não conversava. Às vezes agia como se fosse surda, pois nem sempre respondia aos nossos chamados. Era inquieta e resistia a seguir convenções sociais. Mas Amélie nos olhava nos olhos, brincava com os brinquedos como qualquer outra criança, era carinhosa e muito curiosa. Nunca convulsionou, não era agressiva e nem se machucava de propósito.

Apesar de não conversar, seu vocabulário era amplo, surpreendendo a fonoaudióloga numa consulta. É que os Transtornos do Espectro Autista possuem diversas intensidades, podendo ser leves, moderados ou severos. Mas, depois de uma real avaliação psicológica, tivemos o diagnóstico, que não foi grudado como um rótulo eterno, mas como uma condição que pode ser trabalhada. E esse trabalho não é para “normalizar” ela e sim para melhorar sua qualidade de vida, a fim de que ela se faça entender e desenvolva mecanismos para compreender os outros.

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