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professor júlio c gomesJulio Cezar de Oliveira Gomes | advjuliogomes@ig.com.br
A forma como tratamos aos animais, segundo afirmam alguns, diz muito de nós, do que somos realmente. E ao que me parece, isto ocorre tanto do ponto de vista pessoal quanto em uma perspectiva histórica e coletiva.
Nós humanos, durante milênios, tivemos uma convivência muito estreita com os animais, que faziam parte desde nosso dia a dia, pois muitos viviam tão próximos a nós que era impossível conceber a vida sem eles. Somente nos últimos dois ou três séculos, em virtude da urbanização e do progresso tecnológico, os animais deixaram de fazer parte de nosso cotidiano.
Imprescindíveis à nossa vida em tempos passados, fornecendo carne, leite, transporte, tração, vestimenta (couro), instrumentos (ossos e chifres) e mais uma infinidade de utilidades, os animais eram tanto nossos amigos como nossos vilões, pois as feras ainda povoavam as florestas, enchendo de perigo real e de terror as mentes humanas.
Quanto a nós, historicamente, sempre oscilamos, no tratamento para com eles, entre os gestos de amor e a mais impiedosa crueldade.
Se por muito tempo os animais e a natureza foram, em regra, o inimigo a ser vencido, na atualidade esta concepção revela-se não só descabida, mas desastrosa.
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professor júlio c gomesJulio Cezar de Oliveira Gomes | advjuliogomes@ig.com.br

Jesus foi caluniado e tentado, para que, acusando-o, o pudessem matar, como na ocasião em que lhe perguntaram se deveriam pagar impostos com a moeda romana.

Torço, sinceramente, para que Jesus tenha vivido uma noite de amor carnal sob as estrelas. Não se trata de diminuí-lo, nem de desejar que sua natureza humana se sobrepusesse à grandeza de seu espírito. Não é isso, absolutamente.
Jesus foi homem em todos os sentidos. Foi parido e nasceu em meio a uma viagem, sob as precaríssimas condições existentes em sua época. Sua família teve de fugir e refugiar-se por anos a fio em terras distantes, porque o rei dos Judeus, Herodes, ordenou a matança dos primogênitos do sexo masculino, o que segundo a bíblia efetivamente ocorreu naquela localidade. Assim, Jesus não se entendia como pessoa, mas já carregava o fardo das perseguições políticas e do poder sem limites que os maiorais de seu tempo detinham.
Sem ser de família rica, Jesus e seus familiares trabalhavam a cada dia para garantir seu sustento, e em uma época na qual os filhos seguiam o ofício dos pais, decerto que ainda menino ele tanto ajudava aos genitores quanto aprendeu – na prática do trabalho duro – a ser marceneiro, tal como seu pai.
Jesus sofreu toda a sorte de injustiça, acusações, incompreensões e agressões morais e físicas possíveis. E o pior, sofreu-as injustamente.
A pregar em sua cidade (ou aldeia) natal, Nazaré, foi discriminado e desacreditado, o que o levaria a dizer eu ninguém é profeta em sua própria terra. Saiu de lá quase fugido, para evitar que ocorressem confrontos que poderiam levá-lo à morte antes do devido tempo.
Por todos os lugares onde pregou, os poderosos, sobretudo os Judeus como ele, o viam e tratavam como uma ameaça à Religião Judaica e aos seus privilégios de econômicos e políticos, inerentes às altas funções de sacerdote monopolizada por aquelas abastadas famílias.
Em virtude disto Jesus foi caluniado e tentado, para que, acusando-o, o pudessem matar, como na ocasião em que lhe perguntaram se deveriam pagar impostos com a moeda romana, o que o levou, num rasgo de inteligência e profunda sabedoria, a dizer que se deveria dar a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.
Finalmente, quando os sacerdotes conseguiram prendê-lo em Jerusalém, após sofrer pérfida traição por parte de Judas – e qual de nós humanos não traiu nem foi traído? – Cristo veio a ser espancado, interrogado sob violência, condenado, torturado e executado, mesmo sendo inocente quanto às acusações a ele imputadas.
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manuela berbert3Manuela Berbert |manuelaberbert@yahoo.com.br

Desconhecem o nosso mercado, a nossa cultura e até as capitais dos nossos estados. Desconhecem inclusive o nosso perfil.

Como toda colunista ou jornalista, recebo inúmeros emails de empresas e assessoria de imprensa diariamente. Costumo observar, pelo título, se estou de fato interessada naquele assunto, e vou descartando aos poucos, como imagino que a maioria dos profissionais devam fazer.
Recentemente o seguinte tema chamou a minha atenção: “Modelo representa o estado de Fortaleza em nova campanha de Pantene.” Respondi de imediato ao erro grosseiro, lembrando ao remetente que Fortaleza não era o estado, e sim a capital do Ceará. A pífia resposta de que teria sido apenas um errinho de digitação me entristeceu. Não, não foi uma falha na digitação, mas um erro de conhecimento e reconhecimento que se expande e abraça o mercado de comunicação brasileiro: o descrédito com o Nordeste.
A assessoria de imprensa e a publicidade são braços do marketing, um conjunto de atividades dirigidas para satisfazer as necessidades e desejos do consumidor. O Nordeste, que ocupa mais de 18% do território nacional, possui uma população superior a 50 milhões de consumidores. Se o marketing da P&G, dona de marcas líderes no mercado como a Pantene, tem tanto interesse em nos envolver em suas campanhas e ações, porque não investe no mercado regional para realizá-las?
Vocês já pararam para analisar quantas empresas com sedes e filiais nas nossas terras são comandadas “a cabresto” por setores de marketing e agências de publicidade do eixo Rio-São Paulo? Desconhecem o nosso mercado, a nossa cultura e até as capitais dos nossos estados. Desconhecem inclusive o nosso perfil, já que elegeram uma modelo cearense para nos representar “vendendo” um shampoo na versão LISO EXTREMO.
Manuela Berbert é jornalista, publicitária e colunista do Diário Bahia.

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Bob Fernandes

Dilma cai 6 pontos no Datafolha, de 44% para 38%. Governo e oposição podem ler isso como deve ser lido, ou optar pelo autoengano.
Aécio Neves (PSDB-MG) e Eduardo Campos (PSB-PE) têm o que comemorar. Por ora, no quintal da vizinha. Dilma caiu, mas segue com folga na dianteira. Aécio e Campos, estacionados, com 16% e 10%.
Já o governismo pode culpar os institutos de pesquisa, ou render-se aos fatos. Forjado também por boatos, mas ancorado em fatos reais, fato é que há um clima de pessimismo, de insatisfação, no ar.
Inútil culpar apenas a oposição, a mídia, e boatos tornados fatos. Basta ouvir o que se diz no próprio governismo; e o que não se diz, o silêncio dos que deveriam comunicar, falar pelo governo.
A CPI da Petrobras, se vier, nasce de erros do governo. Se vier solteira, será palanque devastador para a oposição. E confissão de fracasso na política de alianças: uma maioria que se transmuta em minoria.
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marco wense1Marco Wense

Cabe aos senhores pré-candidatos à presidência da República a espinhosa tarefa de provar que suas legendas, no caso o PT de Dilma, o PSDB de Aécio Neves e o PSB de Eduardo Campos, não têm culpa no cartório.

Não à toa que estudos apontam um crescente descrédito na classe política: apenas 3% dos brasileiros acreditam que deputados e senadores representam e defendem os interesses da sociedade.
O pior é que tudo caminha para uma situação preocupante, já que os homens de bem se afastam do processo político como o diabo da cruz. Sem falar no desabafo popular de que “todo político é ladrão”.
O duelo entre quem quer permanecer no poder e quem quer tomar o poder é de uma baixaria inominável. O debate de ideias cede lugar para acusações mútuas de corrupção.
Fazendo uma alusão ao pega-pega entre petistas e tucanos, o jornalista Miguel Martins lembra que a rinha entre o PTB de Getúlio Vargas e a UDN de Carlos Lacerda resultou em duas décadas de uma ditadura que nos tirou do trilho da modernidade.
A preocupação agora é com a eleição presidencial, com a política nacional mergulhada em um “mar de lama”. A disputa assentada na criminalização da política, em um pilar “que fez, faz e sempre fará mal à democracia”.
Mas abrir mão da apuração dos fatos em nome de uma eleição civilizada, deixando os larápios do dinheiro público sem punição, é alimentar a impunidade, que fez, faz e sempre fará mal à democracia.
Que sejam todas elas instaladas: CPI da Petrobras, com a compra da refinaria de Pasadena no Texas (EUA), CPI do Metrô de São Paulo, com as licitações fraudulentas, e a CPI do Porto de Suape (PE).
Cabe aos senhores pré-candidatos à presidência da República a espinhosa tarefa de provar que suas legendas, no caso o PT de Dilma, o PSDB de Aécio Neves e o PSB de Eduardo Campos, não têm culpa no cartório.
A dureza da lei não é só para os descamisados.

Ex-presidente Lula ao lado da presidente Dilma Rousseff.
Ex-presidente Lula ao lado da presidente Dilma Rousseff.

PLANO B
Só os incautos e desinformados continuam achando que o plano B do PT é uma invencionice da oposição para enfraquecer a candidatura da presidente Dilma Rousseff (reeleição).
O plano B, que é Luis Inácio Lula da Silva como candidato, se tornando imbatível e ganhando a eleição logo no primeiro turno, já foi comentado aqui em duas oportunidades.
Com efeito, o plano B se fortalece na medida em que a presidente cai nas pesquisas de intenção de votos. Dilma só será candidata se não houver nenhum risco do PT perder o comando do cobiçado Palácio do Planalto.
O GATO COMEU
Um grupo de vereadores está fornecendo uma recompensa de R$ 3 mil para quem oferecer alguma informação sobre o sumiço de três respiradores pulmonares do Hospital de Base.
A curiosidade fica por conta de como os R$ 3 mil foram divididos, se algum edil deu mais do que o outro. Se o grupo fosse de 21, com todos dando a mesma quantia, caberia R$ 142,85 para cada.
Marco Wense é articulista do Diário Bahia.
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Robinson AlmeidaRobinson Almeida

O povo, assim como tem direito aos serviços de educação e saúde, também tem direito à informação. Era preciso, para mudar de verdade, produzir políticas públicas voltadas para o setor.

Estes sete anos e três meses de gestão do governador Jaques Wagner, período em que fui responsável pela comunicação social, foram de aprendizado e realizações. À frente, vejo novos desafios. Porém, é o olhar para trás que me mostra qual caminho seguir.                             
A tarefa do governador era e continua sendo imensa: de um lado, mudar a cultura política, democratizar a Bahia; do outro, atender ao clamor das urnas e desenvolver o estado com inclusão social.  E, assim como ele tinha que implantar uma nova forma de governar, minha missão, parte integrante da dele, foi desenvolver uma nova forma de comunicar. Nos dois casos, os paradigmas existentes não serviam aos nossos propósitos.
Tudo tinha que ser criado, inventado. A nova hegemonia precisava se estabelecer com a afirmação dos valores e signos da nova gestão, com suas prioridades econômicas e sociais, com sua vinculação orgânica ao projeto nacional. A decisão estratégica que conceituou o projeto continua atual até hoje: Bahia, Terra de Todos Nós.
A produção das notícias de governo deve atender sempre ao imperativo legal e ético de prestação de contas à sociedade. A relação com os meios de comunicação, indispensáveis para as informações chegarem a todos, foi estabelecida na absoluta defesa da liberdade de imprensa. Nesse ambiente, a busca do contraditório, do equilíbrio na cobertura das pautas do governo, se tornou um desafio permanente.
Tendo sempre como matéria prima a verdade, foram produzidas ações publicitárias de grande repercussão. O “agora tem, tem, tem” embalou as realizações do governo. A campanha de depoimentos espontâneos de gente do povo consolidou a marca social de um governo que faz mais para quem mais precisa. Quem não se lembra de Dona Enedina, alfabetizada aos 100 anos? Nesse caso, a publicidade baiana foi premiada nacionalmente.
Para democratizar a Bahia, teríamos que inovar e produzir uma comunicação democrática. Sob esse novo olhar, a comunicação não podia ser tratada apenas nas dimensões de notícia, publicidade e propaganda. O povo, assim como tem direito aos serviços de educação e saúde, também tem direito à informação. Era preciso, para mudar de verdade, produzir políticas públicas voltadas para o setor.
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professor júlio c gomesJulio Cezar de Oliveira Gomes | advjuliogomes@ig.com.br

Há um Brasil que chora, cotidianamente, por um dilúvio de sangue que jorra das capitais e do interior deste país.

Para uns, golpe. Para outros, revolução. O fato é que há cinquenta anos um movimento militar arrancou o presidente João Goulart do Palácio do Planalto e impôs àquele Brasil um governo composto por uma estranha junta militar.
O resto da história, já se sabe. O regime de exceção se impôs pela força das armas e da máquina governamental por vinte e cinco longos anos, até que sob a pressão da imensa maioria dos brasileiros pelo fim da Ditadura, foi eleito, de forma indireta, um presidente civil, em 1985; e depois promulgada a Constituição de 1988, pondo fim ao Período Militar.
Entretanto, o que há de novo neste aniversário de 31 de março de 1964 não é a comemoração dos militares, que sempre a fizeram, de forma mais ou menos ostensiva, mas um clamor pela volta dos militares ao poder, que ecoou fortemente por todos os meios de comunicação.
Causa estranheza que em um Brasil muito mais desenvolvido economicamente, muito mais escolarizado e com chances de ascensão social infinitamente maior do que as que existiam na década de 1960, 70 e 80, este clamor tenha sido ouvido. Mas foi.
Penso mesmo que, se o povo não aderiu ao apelo do retorno à Ditadura, foi justamente por esta compreensão de que a vida melhorou, e muito.
Porém, o mesmo povo que se recusou a aderir à Marcha da Família também se recusa a defender o regime democrático, em uma clara demonstração de desprestígio da democracia junto àqueles que mais deveriam defendê-la: o povo.
Observo, especialmente, que o discurso de que a Ditadura assassinou cruelmente seus opositores – e assassinou de fato – não comove mais às pessoas. Por que será?
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Durval Filho - diretor da Biblioteca Afrânio Peixoto - Foto Walmir Rosário (1)Durval Pereira da França Filho | dumaestro11@hotmail.com
 

Embora na história de cidades tradicionais como Canavieiras, Ilhéus e Itabuna não haja registro de mulheres assumindo o Executivo Municipal, por força do voto direto, a Bahia tem um histórico de lutas pela igualdade de direitos entre os gêneros.

 
No contexto das discriminações existentes entre os seres humanos, é possível que uma das mais antigas seja contra as mulheres. Desde priscas eras, porém, a luta pelos direitos da mulher tem sido uma constante, seja através de correntes filosóficas, seja por meio de segmentos religiosos, como o cristianismo primitivo, por exemplo.
Os movimentos em defesa dos direitos iguais para homens e mulheres, que começaram de forma tímida no final do século XIX, a partir das décadas de 1960/1970 ganharam forças capazes de impactar as sociedades ocidentais. Essas forças foram se tornando mais efetivas, tanto no campo da cultura como no campo do direito, principalmente com relação aos direitos políticos (votar e ser votado), direito à autonomia, direitos trabalhistas etc.
Na constituinte da República (1890-1891), um projeto favorável ao voto feminino foi derrotado pelos positivistas que consideravam a atividade política desonrosa para a mulher. Contudo, a História do Brasil está repleta de ações de mulheres que se destacaram pela resistência a toda e qualquer forma de opressão.
Para efeito das nossas considerações, colocamos em evidência mulheres baianas, a começar com Maria Felipa de Oliveira, escrava da ilha de Itaparica, no Recôncavo Baiano, mulher guerreira, em todas as acepções do termo, que liderou os baianos em lutas decisivas pela independência, em 1823.
De igual maneira, a abadessa Joana Angélica de Jesus (1761-1822) e Maria Quitéria de Jesus Medeiros (1792-1853): a primeira, de Salvador, tornou-se a protomártir da independência; a segunda, de Feira de Santana, foi a primeira mulher brasileira a integrar uma unidade militar no país. Embora muitas mulheres baianas tenham lutado pela independência do Brasil, essas três entraram para a história como símbolos da luta que culminou no Dois de Julho.
Trinta anos depois, em 1852, foi criado o Jornal das Senhoras, divulgador das primeiras bandeiras em defesa dos interesses femininos. E nesse universo, merece realce o nome de Ana Justina Ferreira Nery (1814-1880), de Cachoeira, patronesse das enfermeiras do Brasil, função na qual atuou de forma marcante na Guerra do Paraguai (1864-1870).
Em 1887, foi graduada a primeira médica do Brasil, a gaúcha de Rio Grande, Rita Lobato Velho Lopes (1866-1954), pela antiga Faculdade de Medicina da Bahia. E em 1891, a Ordem dos Advogados do Brasil, a contragosto, admitiu o registro de Myrtes Gomes de Campos (1875-1965), fluminense de Macaé, o que fez dela a primeira mulher brasileira a exercer a profissão de advogada.
Mas somente em 1922, cem anos depois da luta de Maria Felipa, foi criada a Federação Brasileira para o Progresso Feminino, pela bióloga paulista Bertha Lutz (1894-1976), o que inspirou Amélia Augusta do Sacramento Rodrigues (1861-1926), de Santo Amaro da Purificação, escritora, professora e poeta, a organizar as mulheres na Bahia.
Nessa época, em Canavieiras, as jovens professoras Isbela Freire e Anadília Costa já formavam fileira em defesa do voto feminino, antiga reivindicação que se tornou vitoriosa em 1932, quando o Código Eleitoral garantiu o direito de a mulher votar e ser votada. E em 1935, a advogada Maria Luiza Bittencourt, de Salvador, foi eleita primeira deputada baiana para a Assembleia Constituinte.
Raimunda Maria Vargens Cidreira (1920-1985) foi a primeira mulher a ocupar um lugar na Câmara Municipal de Canavieiras (1951-1955), fato só repetido 35 anos depois, quando Denyse dos Santos Reis Carvalho foi eleita para a legislatura de 1989 a 1992. Outras vieram a seguir.
Em Belmonte, Dejanira Rezende de Souza foi a única prefeita eleita (1959-1963) naquele município até o momento.
Namir Oliveira Mangabeira e Silva, em Itabuna, foi também a única mulher a ocupar (interinamente) a chefia do Executivo Municipal (05.09.1966-03.10.1966). Maria Rita de Almeida Fontes foi a primeira mulher a ocupar uma cadeira no Legislativo de Itabuna, embora de forma indireta, no governo de Ubaldino Brandão (1948-1951), sendo sua atuação no período de 1950-1951, porque o titular da cadeira fora nomeado para administrar o então distrito de Buerarema. Algumas outras vieram depois.
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Reajuste da passagem Ilhéus

Reúne Ilhéus
Ano de eleição, prefeito com alta rejeição, pressão dos empresários (que também são políticos), todo procedimento sem transparência, desde a licitação até a auditoria, sem qualquer participação da sociedade civil.
O movimento Reúne Ilhéus, ainda no auditório da Justiça Federal, teve a oportunidade de ter uma conversa com o responsável pela auditoria da FIPE – Fundação Instituto de Pesquisa Econômica, o Professor André, que reafirmou que “o tempo não foi suficiente para se estabelecer análises mais rígidas e detalhadas sobre o transporte coletivo como um todo”, deixando claro que inevitavelmente pode ter sido induzido a reproduzir em dados os anseios do sistema.
Há cerca de uma semana antes da Audiência na Justiça Federal, as empresas ingressaram com pedido de aumento e, na oportunidade, o prefeito Jabes Ribeiro afirmou que esperaria o resultado da auditoria realizada pela FIPE, ficando outra dúvida, o resultado já não estava pronto? O relatório foi concluído em 3 dias?
A formatação do preço se dá através de uma profunda análise do IPK – Índice de Passageiros por KM. Porém, os documentos entregues por Jabes Ribeiro ao movimento Reúne Ilhéus, no ano passado, não dispunha da quilometragem total dos ônibus por mês. Desse modo, não se pode estabelecer o IPK, consequentemente o preço da tarifa.
Para completar, numa ação na justiça (processo 967442-6/2006), o relatório final do perito acerca do transporte de passageiros urbano de Ilhéus é que a tarifa do ônibus é calculada com base na metodologia nacional da GEIPOT, que entrou em desuso e não leva em consideração o fator quilometragem, logo, o discurso de que a cidade possui grandes distâncias em algumas linhas, o que encarece a tarifa, é uma inverdade.
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Gilson Nascimento -Gilson Nascimento | gnpj10@hotmail.com

Pela placa, através do sistema Renavam, a pedido da delegada plantonista, identificamos como proprietário da moto um cidadão de nome Welton.

Amigos, mais uma vez não poderia me calar diante de um acontecimento que muitos julgam ultrapassados, outros julgam irreais e outros ate julgam banais.
Imaginem a cena: Um agente de trânsito de Itabuna, no exercício de sua função, legalmente constituído pelo Código de Trânsito Brasileiro, faz sua ronda diária, a fim de coibir os abusos e as infrações nas vias do centro de Itabuna.
De repente, esse agente flagra motocicleta, importada, estacionada em local proibido pela sinalização. Então passa a realizar os procedimentos administrativos que o Código de Trânsito Brasileiro lhe obriga a adotar.
Ao iniciar a lavratura do Auto de Infração, papel constitucional a ele atribuído, o Agente é abordado pelo suposto proprietário da moto, de forma violenta, ríspida, grosseira, racista e irracional, dizendo: “NÃO FAÇA ISSO SEU NEGRO IMUNDO. VOCÊ SÓ ESTÁ MULTANDO MINHA MOTO PORQUE TEM INVEJA E NUNCA TERÁ CONDIÇÕES DE COMPRAR UMA MOTO DESSAS”.
Isso aconteceu em Itabuna, na última quinta feira, na Avenida do Cinquentenário, na frente de várias testemunhas. O Agente de Trânsito se dirigiu até a delegacia local, acompanhado de várias testemunhas, comerciantes, comerciários e gente do povo de Itabuna que, de forma voluntária e cidadã, se prontificaram para ajudar a denunciar o crime de racismo.
Pela placa, através do sistema Renavam, a pedido da delegada plantonista, identificamos como proprietário da moto um cidadão de nome Welton. Gostaria de dizer ao Sr. Welton que quem utiliza de argumentos racistas para justificar seus erros é um pobre de espírito, que não merece ser considerado cidadão brasileiro, já que somos fruto da miscigenação de vários povos (preto, branco, índio e etc).
Espero que a OAB, Ministério Público, entidades de classe, clubes de serviços e toda sociedade em geral se manifestem, e cobrem das autoridades, rigor e rapidez, para que crimes e criminosos dessa natureza sejam banidos de nossa sociedade.
Gilson Nascimento é subtenente da PM e chefe da 5ª Ciretran (Itabuna).

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josé januárioSoldado Neto | netto_felix74@hotmail.com

Tema controverso, e que cresce a cada dia, é a limitação jurídica do agente de segurança pública, principalmente o Policial Militar. Por fazer parte desse contexto social, o militar tem seus direitos tolhidos no tocante à valorização profissional.

É notória nos meios de comunicação a insatisfação geral dos militares baianos em relação a plano de carreira, interstício de promoções, salários, cursos de qualificação e a tão esperada extinção do Estatuto Policial Militar, introduzindo em seu lugar um Código de Ética Policial Militar mais objetivo, moderno e, acima de tudo, que tenha como premissa a proteção da Dignidade da Pessoa Humana nos órgãos policiais.
O primeiro passo para a formação de uma sociedade é o fortalecimento e controle jurídico da sua Polícia. Isso demonstra a evolução humana, deixando a época da barbárie e outorgando ao poder público o uso legítimo e exclusivo da força e da coação como forma de controle social, garantindo a ordem pública.
O crescimento assustador da insegurança no país fez surgir debates e personagens antes nunca visto em seminários destinados para área de segurança os quais eram restritos a Chefes/Comandantes das Polícias, Juízes, Promotores e Gestores Públicos. Percebeu-se que a complexidade é mais abrangente, sendo necessário um conjunto de ações estatais envolvendo educação de qualidade, saúde preventiva, investimentos em áreas de risco e descontrole social.
Mas tema controverso, e que cresce a cada dia, é a limitação jurídica do agente de segurança pública, principalmente o Policial Militar. Por fazer parte desse contexto social, o militar tem seus direitos tolhidos no tocante à valorização profissional.  O seu regulamento interno molda-o para a servidão, colocando-o em situação de subcidadania perante o Estado, à sociedade e às Leis. Isso vem refletindo fortemente no meio militar, fazendo crescer discussões sobre a desmilitarização das PMs, unificação das polícias estaduais, carreira única e salário nacional unificado.
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Valéria Ettinger1Valéria Ettinger | valeria@emancipe-se.org

O meu aplauso porque a luta dessas mulheres não se resume em um único dia, em um momento, no qual a celebração ressoa como um presente de consolação pela condição de ser mulher.

Depois da enxurrada de comemorações para as mulheres de Atenas, as Amélias, as mulheres centopeias, as mulheres caranguejos, as mulheres por serem, simplesmente, seres do sexo feminino. Aplaudo de pé as mulheres invisíveis.
Aquelas mulheres que morreram queimadas por melhores condições de trabalho;
As mulheres que foram espancadas, abortadas, execradas e mortas nas lutas pela democracia;
As mulheres que são levadas de suas famílias, desde cedo, para serem escravas ou serem abusadas sexualmente;
As mulheres que tem seu clitóris retirado porque não foi dado as mulheres o direito de sentir prazer;
As mulheres que são vendidas como se fossem objeto comercial;
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manuela berbert3Manuela Berbert | manuelaberbert@yahoo.com.br

Não aquela mulher submissa, mas aquela que adora escutar a sua opinião também. Aquela que pondera em voz baixa, mas gargalha quando contam a sua piada favorita.

Permita-me ser mulher. Não uma mulher qualquer, permita-me ser única. Permita-me ser independente e carente ao mesmo tempo. Permita-me querer o mundo num dia e ousar trocá-lo por um abraço apertado no outro. Permita-me ser tímida e voraz ao mesmo tempo, numa única frase. Permita-me.
Permita-me ser mulher. Não aquela mulher submissa, mas aquela que adora escutar a sua opinião também. Aquela que pondera em voz baixa, mas gargalha quando contam a sua piada favorita.
Permita-me ser mulher e menina numa mesma roupa, numa mesma mesa de bar, num mesmo dia. Uma inconsequente nas nossas aventuras na praia, e a mais sensata de todas as mulheres quando sentada numa mesa de reuniões. Permita-me.
Permita-me ser mulher. Permita-me escrever o que sinto e depois apagar, falar bobagens para depois me arrepender, cantarolar Maria Bethânia até chover, dançar loucamente numa pista de dança com você. Permita-me ser eu todos os dias e prometa gostar da mulher que habita em mim. Permita-me ser mulher e entenda o que nem eu mesma consigo entender. Ordeno e suplico, apenas permita-me.
A todas as mulheres do mundo, permitam-se!
Manuela Berbert é publicitária e colunista do Diário Bahia.

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professor júlio c gomesJúlio Cezar Gomes | advjuliogomes@ig.com.br
 

Não fazer um carnaval local e popular é, na verdade, uma jogada de marketing para passar uma falsa imagem de austeridade, tal como cortar o cafezinho servido nas repartições para mostrar contenção de despesas. Pura balela.

 
Começou no sábado à noite, e não na sexta-feira, como sempre foi de costume nos carnavais de Ilhéus. Mesmo assim, de forma tímida, vacilante, sem nenhuma decoração específica. Mas o povo veio, embora em pouca quantidade. E foi bom, deu para pular carnaval até 1 ou 2 horas da madrugada, horário em que a última banda encerrou a apresentação.
A segunda noite teve um público melhor, embora nada que lembrasse os grandes carnavais de Ilhéus. É importante dizer que, de fato, este carnaval com bandas locais ou, no máximo, regionais, sem renome na mídia, em nada se compara àqueles que já tivemos em Ilhéus, com bandas e artistas nacionalmente conhecidos. Mas valoriza os artistas de nossa cidade, e talvez por isso muitos deles se apresentam dando o melhor de si.
Na terceira noite já havia uma quantidade de pessoas digna de um carnaval. Os blocos afros, marca do carnaval de Ilhéus, infelizmente se apresentaram muito juntos. Ficou a impressão de que o show proporcionado por estas importantes agremiações poderia ser melhor aproveitado. Mas estavam presentes os elementos que caracterizam um carnaval: presença e alegria popular, e blocos diversos. Ao fim dos shows no palco, uma tremenda chuva alagou completamente a Avenida Soares Lopes. Ninguém controla a natureza.
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Ricardo RibeiroRicardo Ribeiro | ricardorib@outlook.com
 

O peemedebista diz que não pleiteia nenhuma outra candidatura que não a de governador, descartando de bate-pronto a postulância ao Senado. Paulo Souto nada diz e segue – como diria Paulinho da Viola – tal qual “velho marinheiro, que, durante o nevoeiro, leva o barco devagar”.

 
O Carnaval chega ao fim e as oposições baianas atravessaram o circuito da folia sem definir quem irá puxar o bloco. Nem estava previsto que tal anúncio viesse a ocorrer, portanto não há que se falar em quebra de expectativa.
Aliás, ocorreu tudo dentro de um samba-enredo já bem conhecido. Do PMDB, um Geddel afoito como sempre, sem titubear e afirmando que sai do Carnaval mais candidato do que nunca; do DEM, um Paulo Souto sisudo, tenso e circunspecto, sem dizer se vai ou se fica, se quer ou se não quer.
Fala-se que ACM Neto sempre quis Paulo Souto e lhe deu a preferência. Até que este declinou da candidatura,  vindo depois a aceitá-la como obrigação partidária. Porém, a esse ponto Geddel já havia se habilitado a ocupar o posto do aliado vacilante e desde então uma nuvem de conflito paira sobre a unidade das oposições.
O peemedebista diz que não pleiteia nenhuma outra candidatura que não a de governador, descartando de bate-pronto a postulância ao Senado. Paulo Souto nada diz e segue – como diria Paulinho da Viola – tal qual “velho marinheiro, que, durante o nevoeiro, leva o barco devagar”.
Pode haver algo calculado nessa atitude low profile, talvez uma intenção de demonstrar sobriedade, quem sabe um quê de maturidade e sabedoria. No entanto,  às vezes aparenta certa falta de vontade, enquanto esta sobra em Geddel e ele não esconde. Muito pelo contrário.
Não se sabe se isso terá alguma influência na definição de uma candidatura, mas o fato é que, na vitrine do Carnaval, o PMDB aproveitou melhor o espaço para expor seu produto.
Ricardo Ribeiro é advogado.