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ricardo artigosRicardo Ribeiro | ricardo_rb10@gmail.com
 

Essa intenção de “surfar na onda” deve ser observada com cautela, pois não há sintonia de objetivos. Enquanto uns lutam para mudar o país, as aves de rapina querem no máximo mudar governos, sem alterar nenhuma estrutura.

 
O movimento que tomou conta das ruas e das redes sociais no Brasil já é vitorioso. Sua conquista mais expressiva foi ter inserido a discussão política no cotidiano do brasileiro. De repente, os frufrus do Facebook deram lugar a um intenso debate sobre o país, seus problemas e a urgência na promoção de avanços sociais que têm sido postergados para um futuro que nunca chega.
Na quinta-feira, 20 de junho, o povo confirmou sua força ao derrubar o horário nobre da TV Globo, empresa que nasceu na ditadura militar, alimentou-se dela e, ao longo de sua história, tem sido forte aliada do conservadorismo. No dia seguinte, a presidenta da república falou em cadeia de televisão, reconhecendo a força dos protestos e afirmando que está atenta às vozes democráticas das ruas.
Vitória, sem dúvida alguma, embora nenhum dos grandes objetivos tenha sido alcançado, haja vista que a redução das passagens de ônibus foi apenas o estopim de uma revolta que tem motivação muito mais abrangente e complexa. A exigência é de mudança geral na política, na forma de exercê-la sem efetiva participação popular, com mandatos que não representam a quem deveriam e são utilizados para o culto do poder pelo poder, e naturalmente pelo dinheiro.
Não é à toa que o povo não se sente representado pelos políticos de um modo geral, assim como pelos partidos. Há uma aversão às lideranças, o que justifica a horizontalidade das manifestações, livres, sem comandantes definidos, embora a tendência natural seja a de que num segundo momento alguns líderes apareçam, principalmente na hora de negociar com o outro lado. Será necessário muito cuidado nesta etapa, já que a transformação de um movimento libertário em algo mais orgânico traz riscos, sobretudo o de novas crises de representatividade.
De qualquer forma, o movimento é fantástico por inaugurar um novo parâmetro na relação entre povo e governos no Brasil. Cada um dos jovens que “saíram do Facebook” e, conscientemente, tomaram as ruas para defender melhoria dos serviços públicos, mais respeito e uma política renovada, não é mais a mesma pessoa. Tornou-se um cidadão que não aceitará mais passivamente a gestão pública dissociada dos verdadeiros interesses populares.
Não é à toa que a maioria dos políticos está com dificuldade para entender o clamor das ruas. Eles cobram uma pauta específica e clara, pois não conseguem ou preferem não discernir que o real desejo é de uma ampla mudança nas estruturas desse país. São políticos que estão há tanto tempo cuidando de seus próprios interesses menores que se mostram totalmente despreparados para compreender o verdadeiro sentido das manifestações do povo.
Outros tentam utilizar e se apropriar do clamor popular, o que se viu não apenas com as bandeiras de partidos buscando sem sucesso infiltrar-se nas manifestações, mas com o oportunismo de legendas como o PPS, em programa partidário na televisão. Essa intenção de “surfar na onda” deve ser observada com cautela, pois não há sintonia de objetivos. Enquanto uns lutam para mudar o país, as aves de rapina querem no máximo mudar governos, sem alterar nenhuma estrutura.
Do blog Página em Construção

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cel foto artigoCelina Santos | celinasantos2@gmail.com

Muitas são as razões para que cada brasileiro se sinta representado no ato de protestar – e motivado a engrossar o coro do descontentamento. Obviamente que de forma pacífica, para tornar ainda mais legítima a indignação.

A Copa das Confederações segue com todas as bilionárias pompas exigidas pela Fifa, mas as imagens que ganharam o mundo são outras: o “país do samba e do futebol” mostra que já não cabe simplesmente “quebrar” e “descer até o chão” ou aplaudir os geniais dribles de Neymar. Porque essa é a nação da fantasia.
Na vida real, os brasileiros decidiram – com protestos a se agigantar por todas as regiões – que passou o tempo do show alienado de corpos sensuais sem qualquer tipo de questionamento. O grito de “vem pra rua, vem” revela a necessidade sufocada de subverter a dita ordem, para fazer os governantes verem que não cabemos mais na moldura do “lugar dos sonhos”.
Entre as tantas cenas emblemáticas dos protestos, teve especial notoriedade a de milhares de manifestantes ocupando a marquise do suntuoso Congresso Nacional. Ao tomar aquele espaço, aonde era proibido ir, o grupo parecia provar o quão hipócrita é o discurso da democracia. Afinal, o “povo”, ao menos até então, não exerce qualquer influência antes de serem tomadas as decisões mais relevantes.
Os policiais, que tantos excessos cometeram em nome de um suposto dever, certamente sabem que o efeito moral nada tem a ver com bombas atiradas sobre a multidão. Esse efeito se traduz, sim, em forma de salário digno – coisa que a maioria dos cidadãos não recebe. Manter a ordem é ver atendimento decente nos hospitais e postos – onde hoje costumam faltar até lençóis e esparadrapos.
Respeito aos cidadãos seria ver que o Estado investe para oferecer uma Educação (com E maiúsculo), ao contrário da falta de professores e de material didático suficiente para tais profissionais desenvolverem um trabalho de qualidade.
Moral é ter contrapartida de melhoria no serviço quando o transporte fica mais caro; é ver elevadores de acessibilidade funcionando de verdade, e não como meros enfeites. Mereceria até aplausos constatar que os passageiros não precisam mais se espremer depois de amargar filas enormes à espera dos coletivos.
Motivo para festa seria a liberdade de ir e vir, como apregoa nossa Constituição, sem o pavor diário de perder a vida sob a mira de um revólver. Bonito seria testemunhar uma efetiva punição para aqueles que fazem escoar milhões pelo ralo da corrupção. E não assistir à vergonhosa tentativa de tirar do Ministério Público o direito de investigar e denunciar desvios.
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Valéria Ettinger1Valéria Ettinger | valeria@emancipe-se.org
 

E o povo brasileiro assim o fez, quebrou os grilhões, saiu da jaula está retomando a sua liberdade de ser povo, de viver em uma democracia, de exigir o que lhes é de direito.

 
Há cerca de 10 dias escrevi um artigo falando sobre a sociedade do medo. A sociedade que se retrai, que não se une em propósitos coletivos e, assim, deixa ser vilipendiada por uma minoria de oportunistas e de demagogos que se utilizam das falácias políticas, do poder institucional e dos mecanismos de convencimento, mentirosos e sórdidos, para manterem a massa presa a diversos grilhões.
Grilhões que, desde muito tempo, já tinham sido anunciados por Rousseau em seu livro o contrato social, quando disse: “O homem nasce livre e por toda parte geme agrilhoado; o que julga ser senhor dos demais é de todos o maior escravo”[…] Mas, seguindo adiante Rosseau afirmou: […] enquanto um povo é forçado a obedecer, e obedece, faz bem, e melhor ainda se, podendo sacudir o jugo o sacode; pois, recuperando a liberdade pelo mesmo direito com que lha extorquiram, ou ele tem o direito de retomar, ou ninguém o tinha de lha tirar”. (Capítulo I – objeto do primeiro livro).
E o povo brasileiro assim o fez, quebrou os grilhões, saiu da jaula está retomando a sua liberdade de ser povo, de viver em uma democracia, de exigir o que lhes é de direito, de se fazer ouvir e poder dizer: “eu sou o titular do poder dessa Republica que se chama Brasil”.
Um som de não aguento mais, de que quero algo melhor. Um som que une jovens, adultos, velhos, brancos, negros, mulheres, heteros, homos, que une todas as tribos. Um grito de solidariedade que ecoa dos que estão lutando por direitos imediatos, por direitos que são do seu dia a dia e do seu cotidiano, mas também um grito daqueles que entendem que viver em sociedade é lutar junto, é lutar amplamente, é lutar pelo que é meu, pelo que é teu e pelo que é nosso.
Oportunistas sempre aparecerão, querendo se beneficiar ou querendo desconstruir um movimento legítimo, mas esses não podem minar o sentimento e o desejo que se extrai dessa multidão que se espalhou do Oiapoque ao Chui e que todos nesse momento, até os mais incrédulos, duros e individualistas, estão se questionando: que Brasil quero para mim e para os meus?
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walmir rosárioWalmir Rosário | wallaw1111@gmail.com

O brasileiro está cansado de ser tratado com desdém quando precisa dos serviços de saúde, educação, moradia digna e com toda a infraestrutura necessária, e ainda ouvir que não existem recursos suficientes para tanto.

Na década de 1960 – ainda no século passado – a loja Grauçá Modas promovia uma interessante campanha publicitária em Ilhéus e Itabuna. Dizia a peça mais ou menos assim: “Baixamos as calças para você”. Essa campanha foi veiculada no rádio, serviços de som e peças impressas em cartazes e jornais. Foi uma das grandes sacadas de Antônio Badaró naquela época e que serve muito bem para ilustrar o Brasil de hoje.
Pois bem. Cerca de 50 anos após, os brasileiros estão indo em direção contrária à promoção por demais criativa de Badaró para a loja Grauçá Modas vender mais. De forma soberana, vão às ruas para exigir: “Levanta as calças, Brasil”. É a maior manifestação pública cidadã realizada no Brasil depois da “Campanha das Diretas Já” e do “Fora Collor”, todas com a vontade de recolocar o Brasil nos trilhos. E sem vender a dignidade e a alma.
A maior lição que deveremos tirar dessas manifestações é que não queremos continuar com o atual modelo corrupto de governar, concedendo nossa autonomia à Fifa. Rasgamos a Constituição Cidadã, jogamos nossas leis na lata do lixo para que possamos participar de uma Copa do Mundo, restabelecendo o modelo ufanista para colocar o futebol, esporte maior de nossa mania em detrimento das nossas necessidades mais prementes.
O que o brasileiro mostra nas ruas é que o aumento no preço das passagens dos transportes público foi apenas o fio da meada de um sistema que opera nas trevas. Toda a transparência se limita apenas tão somente às altas esferas do poder públicos e aos donos das empresas. No meio, para referendar as ações, um conselho municipal de transporte (geralmente), que dá o aval necessário à política de aumento de preços.
Acredito que os protestos contra o aumento nos preços das passagens dos transportes urbanos das cidades e regiões metropolitanos tenha sido apenas um pano de fundo para o povo “botar o bloco nas ruas”. Numa estratégia de marketing, o povo foi instigado, compareceu e, aos poucos, o movimento foi ganhando proporções gigantescas. Sem os partidos políticos, é claro, pois estão metidos até o pescoço neste mar de corrupção.
O brasileiro quer o futebol como mania nacional, mas que a Copa das Confederações e a Copa do Mundo sejam realizadas dentro das possibilidades do nosso bolso. Ora, se antigamente gritávamos palavras de ordem contra entregar nossa autonomia ao famigerado Fundo Monetário Nacional (FMI), cujos protestos eram alimentados com as frases de efeito ditas pelos ainda então partidos de esquerda: “Fora FMI”.
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ricardo artigosRicardo Ribeiro | Página em Construção

Com toda a sua quilometragem nas artes da política, o velho Malvadeza sabia que parar um show do Chiclete para comunicar a chegada da gestora municipal deixaria o público indignado. Não deu outra.

Lá nos idos da década de 90, Lídice da Mata era prefeita de Salvador e decidiu comparecer à Festa do Interior, na noite em que o Chiclete com Banana animava o evento. Já era madrugada quando a socialista chegou, acompanhada por Domingos Leonelli, e o coordenador fez a gentileza de mandar um locutor interromper o show para anunciar as ilustres presenças. Como não poderia deixar de ser, o que se ouviu nesse momento foi uma estrondosa e ensurdecedora vaia contra o casal de políticos.
A sacanagem da história é que todo o lance foi articulado por uma raposa chamada Antônio Carlos Peixoto de Magalhães, que por telefone “solicitou” a deferência à prefeita só para ter o prazer de vê-la passar pelo constrangimento. Com toda a sua quilometragem nas artes da política, o velho Malvadeza sabia que parar um show do Chiclete para comunicar a chegada da gestora municipal deixaria o público indignado. Não deu outra.
Embora se diga que política é a arte de ocupar espaços, há momentos em que o político deve primar pela discrição, sobretudo quando não se é a atração principal. Dilma Rousseff, na abertura da Copa das Confederações, talvez não tenha observado este mandamento e por isso foi saudada por sonoros apupos.
Lógico que a presidente deveria ter ido ao estádio, mas o melhor seria aparecer da maneira mais discreta possível, ficado lá na tribuna de honra, onde fatalmente seria descoberta pelas câmeras. Uma ou duas aparições breves, presença marcada e pronto. Para quê participar de solenidade que nenhum torcedor quer ver, já que todos estavam ali com a única finalidade de assistir ao jogo? Com todo respeito aos pensadores do Planalto, ACM não teria feito melhor.
Apesar de ter hoje, mesmo em queda, uma aprovação maior que a de Lula no mesmo período do mandato, Dilma tem um estilo diferente, o que a deixa pouco à vontade em um estádio de futebol.E do jeito que os ânimos no país andam inflamados, talvez nem Lula fosse poupado das vaias do Mané Garrincha.
Dilma já confirmou que vai à final da Copa das Confederações, no Maracanã, mas foi aconselhada a não fazer discurso nem a aparecer no telão do estádio. Se ela tivesse conversado com a hoje senadora Lídice da Mata, teria tomado mais cuidado já na estreia.
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Manu BerbertManuela Berbert | manuelaberbert@yahoo.com.br

Democracia é um regime em que o poder de tomar importantes decisões políticas está, direta ou indiretamente, com os cidadãos, e nós precisamos mesmo acreditar nessa força.

Três coisas me deixaram perplexa ao acompanhar o manifesto contra o aumento das tarifas em São Paulo: inicialmente, a quantidade de pessoas que se aglomerou nas principais vias da cidade. A segunda, e não menos importante, ver as matérias frias de algumas emissoras, criticando a manifestação e alegando que a “baderna” estava se dando por apenas e míseros R$ 0,20 (vinte centavos). A terceira foi ver a imagem da jornalista da Folha, Giuliana Vallone, após ser atingida no olho.
Segundo Paulo Moreira Leite, em matéria na Istoé, a população foi obrigada, desde o último aumento, a gastar pelo menos R$ 2.304,00 por ano. Isto, vale ressaltar, se a pessoa se deslocar apenas duas vezes por dia pela cidade de São Paulo, onde ocorreu a maior manifestação até então. A impressão que tenho é que há uma reação começando a tomar forma no país e isso é menos sobre passagem e mais sobre tomar posição. Há um acúmulo de excessos, e uma hora ou outra vai explodir.
Não sou comunista, não sou socialista, nem a favor de uma revolução. Porém, confesso que me vi de fato torcendo pelo despertar do brasileiro ao assistir a uma manifestação daquele tamanho por um direito justo e legal. A verdade é que está indigesto ver o governo nos fazer engolir taxas, impostos e inflação, enquanto gasta com programas assistencialistas que fazem do pobre um refém do seu poder. Está indigesto ver o nosso salário não chegar ao final do mês, ver o SUS de cuia nas mãos, enquanto bilhões são gastos em propagandas e estádios para a Copa. Não dá para fechar o olho, como aconteceu com a jornalista que cobria o manifesto, para uma baderna coletiva dessas.
Democracia é um regime em que o poder de tomar importantes decisões políticas está, direta ou indiretamente, com os cidadãos, e nós precisamos mesmo acreditar nessa força. Até porque hoje, quando precisamos de qualidade em qualquer área ou serviço, ele tem que sair do nosso bolso. Abre o olho, Brasil!
Manuela Berbert é jornalista, publicitária e colunista do Diário Bahia.

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helenilson-chaves1Helenilson Chaves

Tanto no caso das dívidas do cacau como da invasão de propriedades rurais por supostos indígenas, falta-nos capacidade de organização e a chama que marcou os nossos pioneiros, sempre prontos a encarar as adversidades.

Hoje eu me vi comemorando o perdão das dívidas da lavoura cacaueira, tão injustas quanto impagáveis, já que são frutos de erros absurdos e de orientações equivocadas quando do surgimento da vassoura de bruxa e seus efeitos devastadores.
No sonho, evidentemente eu era africano e não sul-baiano e brasileiro.
Quando acordei, brasileiro e sul-baiano, amante dessa terra, me dei conta de que o mesmo governo brasileiro que perdoou dívidas de países africanos, tem sido implacável com uma região que tanto contribuiu com a economia da Bahia e do Brasil e que há duas décadas atravessa a pior crise de sua história.
Longe do confortável mundo dos sonhos, vivemos uma triste realidade em que nos faltam lideranças efetivamente comprometidas nos falta capacidade de mobilização, a ponto de sensibilizar as autoridades. Décadas de individualismo, um dos mais perversos subprodutos do cacau, parecem ter tirado a nossa capacidade de união.
E, sem união, não se vai a lugar nenhum.
Vejamos o caso dos produtores do Mato Grosso, que tiveram suas propriedades, adquiridas de forma legítima, invadidas por indígenas. Eles se mobilizaram, protestaram, reivindicaram e com isso a presidenta Dilma Rousseff teve que conter a política da Funai, claramente favorável a demarcações de terras que não respeitam critérios técnicos e desafiam o bom senso.
No Sul da Bahia, o que vem ocorrendo é um verdadeiro absurdo, com famílias que ocupavam legalmente suas terras e delas tiram o sustento, sendo expulsas por supostos tupinambás, que não raro usam da violência para invadir propriedades, amparados por um relatório da Funai.
Trata-se de um documento típico de burocratas que desconhecem a realidade regional e teimam em impor uma reserva que, se demarcada, trará enormes prejuízos socioeconômicos para a região, além de criar um clima hostil, de consequências imprevisíveis.
Tanto no caso das dívidas do cacau como da invasão de propriedades rurais por supostos indígenas, falta-nos capacidade de organização e a chama que marcou os nossos pioneiros, sempre prontos a encarar as adversidades.
Uma letargia que está cobrando a conta. E ela vem na forma de desesperança e estagnação.
Talvez tenhamos alguma coisa a aprender com os africanos…
Helenilson Chaves é presidente do Grupo Chaves.

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Valéria Ettinger1Valéria Ettinger | valeria@emancipe-se.org

Para enfrentar as ameaças globais precisamos de mais exércitos, mais serviços secretos e a suspensão temporária da nossa cidadania.

De onde vem o medo? Para que o medo? Quem projeta esse medo? Por que temos medo? Para quem direciona o nosso medo e quem está ganhando com o medo e o que se perde com o medo?
São perguntas que tenho me feito nos últimos tempos. Primeiro, por observar que estamos nos transformando em uma sociedade de paranoicos, obsessivos e doentes e em uma sociedade construída com base em um não pode, não posso e não devo. Somos uma sociedade que se diz livre, mas está presa a diversos grilhões.
Esses grilhões se manifestam em todos os campos da vida: familiar, religiosa, política, social e econômica. São grilhões alimentados por um medo que pereniza os conflitos, que estabelece a individualidade, que propaga uma ideologia e que promove a destruição. Vivemos em uma era extremista que se pauta na autopreservação e nas verdades absolutas.
Essa ideologia dos polos divergentes e, em conflito, nos coloca numa posição de dominados, por que a verdade imperativa passa a intervir no meu modo de ser, de viver e de agir. Então, por conta dos medos, criam-se estereótipos, modelos únicos e estabelecem os padrões de vida e poder. E aí passamos a viver dos generalismos, todo político é ladrão, todo negro é bandido, todo homoafetivo é pervertido, tenho que ser magra para ser amada, tenho que ter muito dinheiro para ser feliz, ganhar dinheiro sem esforço é o melhor caminho, dentre outros.
Vejo uma sociedade que não inclui, que é egoísta, que não escuta, que não compartilha, que é permissiva, que gosta de ver a degradação humana. Basta verificar quais os programas de maior audiência na televisão, os de crime, os reality show e as novelas nas quais os vilões e as vilanias são os piores.
Uma sociedade que não participa, que não se une, que não se constrói em redes de solidariedade, que não se integra em suas diversas verdades para garantir uma interconectividade ou interdependência de interesses, habilidades, funções, distribuições, aproximações e afetos. Uma sociedade de homens que não colocam suas crenças nas incertezas, mas se prendem em um nó possessivo e difícil de ser desatado ou transformado.Leia Mais
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claudio_rodriguesClaudio Rodrigues | aclaudiors@gmail.com

Elegemos, no último pleito, um prefeito de fato, mas não de direito. O prefeito Claudevane Leite, recebeu os votos, assumiu a prefeitura, mas quem manda é o Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

Na década de 80 a Rede Globo de televisão exibiu um dos maiores sucesso da teledramaturgia brasileira, se não o maior, a novela Roque Santeiro, escrita por Dias Gomes e Aguinaldo Silva. A história se passa na cidade fictícia de Asa Branca, em algum lugar que reúne características e personagens de diversas regiões do Brasil.
O coroinha Luiz Roque Duarte, conhecido como Roque Santeiro por sua habilidade em modelar santos, morreu ao defrontar os homens do bandido Navalhada, logo após seu misterioso casamento com a desconhecida Porcina. Santificado pelo povo, que lhe atribui milagres, tornou-se um mito e fez prosperar a cidade ao redor da sua história de heroísmo.
Só que Roque não está morto, e volta à cidade, ameaçando pôr fim ao mito. Sua presença leva ao desespero o padre Hipólito, o prefeito Florindo Abelha e o comerciante Zé das Medalhas, principal explorador do santo. Mas o maior prejudicado é Sinhozinho Malta, o todo-poderoso fazendeiro do lugar, que vê ameaçado o seu romance com a “viúva” Porcina, que nunca foi casada com Roque e sempre viveu à sombra de uma mentira articulada por Malta. Mentira institucionalizada para fortalecer o mito e tirar vantagens pessoais.
Florindo Abelha era um grande “pau mandado”, prefeito de fato, mas não de direito, quem ditava as ordens na prefeitura de Asa Branca era o coronel Sinhozinho Malta. Abelha só dizia amem para as decisões do coronel. Faço essa viagem no túnel do tempo, para chegar ao atual momento por que passa Itabuna. Elegemos, no último pleito, um prefeito de fato, mas não de direito. O prefeito Claudevane Leite, recebeu os votos, assumiu a prefeitura, mas quem manda é o Partido Comunista do Brasil (PCdoB).
A demissão do médico sanitarista Humberto Barreto, da diretoria de Planejamento da Secretária de Saúde, atendendo às ordens do PCdoB, mostra que temos um prefeito sem pulso, que não têm as rédeas da administração e, a exemplo do prefeito da ficção Florindo Abelha, segue piamente as ordens dos Comunas.
O prefeito abriu mão de um homem de caráter e índole ilibados, profissional altamente competente e com serviços prestados a Itabuna, por que o partido de “sua base” resolveu colocar interesses partidários acima dos interesses da coletividade, na busca do poder pelo poder, por defender que os fins justificam os meios.
Se o prefeito Claudevane Leite fizesse valer o poder que os eleitores lhe conferiu através do voto, e mantivesse o diretor de planejamento da Saúde, o vice-prefeito Wenceslau Júnior e os demais cururus, sob o comando de Davidson Magalhães, teriam mesmo coragem de romper com o prefeito e deixar os cargos que detêm no município e que tanto adoram?
Prefeito, o poder é para ser exercido. Quem não sabe fazer uso dele, corre o risco de se transformar num Florindo Abelha. E fazer de Itabuna uma Asa Branca.
Cláudio Rodrigues.

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zacariasJosé Zacarias | jzacarias12@hotmail.com

Faz um mês meu time obteve uma estrondosa vitória sobre seu rival, e hoje no meu bairro ocorreu mais um assassinato e a minha vizinha reclama que a Escola Municipal onde seu filho estuda continua em greve. A cidade da paz prometida não apareceu.

Domingo estive eufórico, alegre, contente, extravasei, fui às ruas, saí gritando, empunhando a bandeira de meu time. O mundo seria diferente a partir dali. Meu time foi campeão.
Na segunda seguinte, passou a euforia. Voltei a realidade e percebi que minha vida continuava como antes, teria que pagar a mensalidade da escola para minhas filhas, as contas de água, luz, telefone (inclusive do celular), tudo na mesma rotinha com valores que ganhava antes do meu time tornar-se campeão.
Já se passou uma semana da vitória de meu time, os preços dos alimentos continuavam a subir, o tomate encareceu, a farinha encareceu etc. Se vão quinze dias, da minha alegria de ter meu time campeão. O desemprego na minha cidade continua grande.
Faz um mês meu time obteve uma estrondosa vitória sobre seu rival, e hoje no meu bairro ocorreu mais um assassinato e a minha vizinha reclama que a Escola Municipal onde seu filho estuda continua em greve. A cidade da paz prometida não apareceu.
Um ano já se foi da data que meu time foi campeão. Ele irá disputar a Copa Libertadores da América (a propósito, meus companheiros continuam presos na Bolívia) e sinto-me orgulhoso não só de torcer para meu time campeão, mas também de ser brasileiro, que terá alguns dos melhores estádios de futebol do mundo, nos quais serão gastos milhões e milhões de dólares.
E, já passados vários meses do título de meu time, vejo que a violência na minha cidade aumentou, que o consumo de crack atingiu também a zona rural; a seca assola meu Estado, como a muito não atingia, e o governo pouco fez em obra pra prevenir as suas consequências da estiagem.
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Regina FlorêncioRegina Florêncio | reginaflorencio@hotmail.com

Ato falho ou não, ficou claro que nem ele acredita na cura gay. Mas a declaração de humanidade dele me tocou. De fato, somos humanos e complexos.

O Projeto de Decreto Legislativo nº 234/11, de autoria do deputado federal João Campos (PSDB-GO), que propõe mudanças na resolução 1/99 do Conselho Federal de Psicologia, é de fazer corar qualquer cidadão brasileiro que tenha o mínimo de sensatez e respeito aos direitos humanos.
A tentativa de golpe é simples: trata-se da suspensão da aplicação do parágrafo único dos Artigos 3º e 4º da Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 1/99, que estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da orientação sexual. Destaco aqui o artigo 2º do referido projeto:
“Fica sustada a aplicação do Parágrafo único do Art. 3º e o Art. 4º, da Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 1/99, que estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da orientação sexual.”
De acordo com os defensores daquilo que ficou conhecido como “Cura Gay”, o objetivo da intentona é restabelecer o direito constitucional à liberdade de expressão dos psicólogos. Porém, foi exatamente na defesa dos direitos da pessoa que o CFP adotou a resolução que virou alvo de ataques dos deputados da bancada evangélica. É importante conhecer o pensamento do Conselho. Aqui você encontra a resolução na íntegra (http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/1999/03/resolucao1999_1.pdf).
O que fazer quando aparentemente existem dois princípios constitucionais conflitantes? A resolução do Conselho Federal de Psicologia cerceia os direitos de expressão e liberdade de seus profissionais? Analisado com cautela, o princípio constitucional reivindicado pelo deputado João Campos não é aplicável.
A resolução do Conselho Federal de Psicologia é um reflexo do que já era consenso para importantes órgãos internacionais. Em 1990, a Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) aboliu o termo “homossexualismo” e o retirou da lista de doenças mentais. Foi um grande avanço no sentido de resguardar a sociedade de práticas terapêuticas equivocadas, preconceituosas e discriminatórias.
O profissional de psicologia não pode contrariar determinações de órgãos oficiais e ferir princípios éticos ao oferecer tratamento ou “cura” para uma patologia que não existe. Como a sociedade brasileira poderá confiar neste profissional, caso o projeto em questão seja aprovado?
A proposta é um retrocesso jurídico, político e histórico. Está na contramão das lutas pelos direitos humanos. Desde 1991 a Anistia Internacional considera a discriminação contra homossexuais como violação de direitos humanos. A Constituição Brasileira, no seu Art. 3º, determina que é responsabilidade do Estado brasileiro promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade ou quaisquer outras formas de discriminação. E o bom senso, que não é regulamentado por nenhum órgão oficial, aconselha que haja respeito aos direitos individuais.
A bancada evangélica considera a homossexualidade “pecado” a partir de valores morais definidos por suas convicções religiosas. A sociedade tolera e compreende esta postura como um direito à liberdade religiosa. Mas os “felicianos” do Congresso não querem apenas respeito!
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robenilson torresRobenilson Torres

É preciso que o prefeito não aprove este aumento e mostre que está do lado do povo que o elegeu e não a serviço do capital , devendo solicitar não a planilha de custos, mas sim a planilha de lucros das empresas.

Na condição de titular no Conselho Municipal de Transportes de Itabuna (Representando o segmento discente – DCE/UESC) e, diante das recentes informações sobre a aprovação do imoral reajuste da tarifa de ônibus em Itabuna eis que chamo a atenção para algumas importantes observações:
O Diário Oficial da União publicou na última sexta-feira (31/05) a Medida Provisória 617, que zera as alíquotas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) pagos por empresas de transporte coletivo urbano. A desoneração desses impostos para as empresas de transporte coletivo visa, principalmente, a redução do valor das passagens. É mais uma das iniciativas do governo para combater a inflação e baratear o uso de bens e serviços popular.
Mesmo após a publicação destas medidas que teriam que ser uma formar de aliviar o bolso de quem precisa andar de transporte coletivo, presenciamos uma manobra que coloca Itabuna (como sempre) na contramão. De uma forma absurda, na última segunda-feira (03/05) o Conselho Municipal de Transportes aprovou o aumento da passagem.
charge tarifa de ônibus facebookÉ importante registrar que de todas as entidades representativas presentes na reunião do Conselho este conselheiro que ora vos escreve foi o único a manifestar indignação contra o reajuste, apresentar uma proposta, contrapondo e, por conseguinte, ter sido o único voto contrário ao aumento da passagem.
Nesta reunião, que tinha como pauta somente análise da planilha de custos e o início das discussões referentes ao valor da tarifa, foi apresentada pelos empresários do setor uma planilha de custos incompleta, numa primeira análise. Pois a planilha de custo da forma que foi disponibilizada ao Conselho não significa transparência. Porque sem os documentos, sem as informações do fluxos de caixa, sem as notas fiscais que discriminam os valores reais e as marcas dos insumos adquiridos pelas empresas não é possível afirmar que está tudo correto.
O mais estranho é que, sem nenhuma análise técnica, sem nenhuma discussão na Câmara e sem a discussão da sociedade civil organizada, inclusive das entidades ali representada pelos conselheiros, foi quase unanimidade a aprovação pelo reajuste da passagem.
Meu clamor é que não fiquemos passivos diante desta situação, pois, por mais que nem todos sejam usuários de transporte coletivo, o trabalhador assalariado é quem vai pagar a conta pela omissão do poder público, que não oferece uma suficiente contrapartida como uma boa malha viária, fiscalização dos serviços e da infraestrutura das frotas, revisão do contrato de concessão e abertura de processos licitatórios e também de uma sociedade que protesta timidamente, mas aceita tudo isso, pelo menos a nível local.
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Karoline VitalKaroline Vital | karolinevital@gmail.com

Penso que as ações diárias são mais eficazes, têm um poder de convencimento muito maior sobre os contrários, pois são provas concretas de que aquilo que é defendido com tanto fervor funciona na prática e harmonicamente com a sociedade como um todo.

Em tempos atuais, Bolinha e sua turma não se limitariam a um simples cartaz pregado na porta de seu clubinho com a frase “menina não entra”. Para reforçar sua aversão à companhia das garotas, provavelmente ele e seus coligados fariam placas e marchariam pelo bairro, com alguém berrando seus ideais a bordo de um trio elétrico.
E, para reforçar ainda mais sua filosofia de vida, o Clube do Bolinha realizaria essas caminhadas anualmente, procurando superar a adesão de simpatizantes das edições anteriores, conquistar apoio de alguma celebridade para legitimar a causa e um político para assegurar recursos a fim de deixar a manifestação ainda mais grandiosa e aproveitar o ensejo para uma autopromoção.
Hoje em dia é assim. Não basta participar de um clube, igreja, ou qualquer tipo de agremiação. Para mostrar a força de seu grupo social é preciso encher as ruas, fazer muito barulho, causar engarrafamentos, sujar as ruas com panfletos e demais materiais de divulgação e tentar arrumar uma “pontinha” do poder público para bancar a manifestação do pensamento de um grupo comum. E, é claro, sobrepujar aqueles que pensam diferente, demonstrando alto poder de mobilização, contabilizado nas matérias do dia seguinte divulgadas em meios de comunicação cuja parceria foi especialmente financiada ou coagida por algum peixe grande envolvido na organização do evento.
Honestamente, não acredito que marchas e paradas disso ou daquilo sirvam efetivamente para quebrar preconceitos, conscientizar e promover a cidadania da maneira que apresentam em seus discursos. Quem tem aversão ao grupo organizador da iniciativa dificilmente vai aderir ao movimento. Boa parte dos participantes não corporativos é neutra ao assunto, é do “tanto faz como tanto fez”. Se jogam na multidão para se incluir no fovoco e só. Nada além disso.
Acredito que ideias precisam ser defendidas diariamente e aqueles que têm preconceito contra algo ou alguém devem ser convencidos através de testemunhos positivos habituais daqueles que levantam alguma bandeira. Penso que ações agressivas como as marchas e as paradas são semelhantes ao caso da cidade que decidiu remover uma baleia morta encalhada na praia explodindo o imenso cadáver. Quem não conhece a história ou assistiu ao vídeo, imagina o que aconteceu. Um estrondo imenso seguido de uma chuva de pedaços da baleia sobre os que assistiam a ação. Ao invés de resolver o problema de uma maneira mais lenta e eficaz, retirando o bicho apodrecido por partes, optou-se por algo mais radical e grandioso, causando ainda mais dor de cabeça.
Seja na marcha para Jesus, pela paz, das vadias, contra a corrupção, da maconha ou na Parada Gay, duvido muito que a parcela de pessoas tocadas pela causa levantada seja maior que a fatia descontente com as ruas interditadas, o som alto e demais transtornos que afetam o cotidiano. Penso que as ações diárias são mais eficazes, têm um poder de convencimento muito maior sobre os contrários, pois são provas concretas de que aquilo que é defendido com tanto fervor funciona na prática e harmonicamente com a sociedade como um todo.
Karoline Vital é jornalista.

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r cardoso1Rodrigo Cardoso | rodrigaocsantos@hotmail.com

É necessário acelerar a criação da comissão com a participação dos representantes sindicais, prevista em lei, para elaborar o novo Estatuto dos Servidores Públicos do Município de Ilhéus.

Em recente audiência pública na Câmara de Vereadores, representantes dos servidores municipais debateram com o procurador-Geral do Município e o Secretário de Administração acerca da mudança do regime jurídico dos servidores, de celetista para estatutário.
É importante registrar o acerto da construção de tal momento. Essa questão que afeta milhares de famílias e estabelece um novo paradigma jurídico para reger as relações do município com seus servidores é de vital interesse para toda a sociedade ilheense, que paga a conta e necessita de serviços públicos de qualidade, que só podem ser prestados por funcionários valorizados, profissionalizados e cientes de suas responsabilidades.
Bom ver o Legislativo cumprindo a sua função de interlocutor da sociedade, superando picuinhas que acabam por distorcer ou limitar os papéis democráticos, tanto da oposição, que tem todo o direito de fiscalizar e questionar as medidas do executivo em todos os âmbitos, quanto da base-de-apoio, que naturalmente sustenta as propostas do prefeito, as aperfeiçoa no debate e propõe políticas públicas com a devida responsabilidade de auxiliar concretamente para os resultados positivos do governo, navegando além do mero jogo para a plateia.
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ricardo artigosRicardo Ribeiro | desculpemostranstornos.blogspot.com
Imitando o Professor Raimundo, eu pergunto: você já colocou a mão em uma caxirola???? Pois é, no domingo, 26, fui apresentado pessoalmente ao exótico chocalho inventado por Carlinhos Brown e que seria vendido a R$ 29,90 a unidade (50 milhões seriam colocadas no mercado!). É feito com um plástico duro, tipo aqueles brinquedinhos da Fisher Price, e tem o peso ideal para ser arremessado a longa distância.
Criada por um baiano e adotada pelo governo para embalar as arquibancadas da Copa, a caxirola foi adaptada por outros conterrâneos como arma de guerra. Simplesmente porque é adequada para as duas funções. Por esse motivo, tem sido proibida em todos os jogos após a chuva de gols seguida de tempestade de chocalho no histórico BaVi do dia 7 de abril de 2013, quando da inauguração da Fonte Nova.
Na primeira rodada do Brasileirão, pensaram em usar a caxirola na inauguração do Mané Garrincha, em Brasília, num Santos x Flamengo, despedida de Neymar. Mas o adeus ao craque, que parte para a terra das castanholas, foi sem direito a chocalho, vetado pela PM. A caxirola também está proibida na Copa das Confederações, segundo se noticia.
Lamentavelmente, a invenção baiana está fadada a ser um dosgrandes micos Fifa, mas não está só. Acompanham-na os estádios caríssimos, de orçamentos aditivados, mas já apresentando defeitos – como assentos que se soltam, vazamentos e coberturas que despencam -, o transporte público capenga, o trânsito caótico e por aí vai. A lista deverá ser grande.
Na verdade, diante do que vem por aí, a caxirola é fichinha.
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