Rosemberg diz que visita de Jerônimo é importante para a economia baiana
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Por unanimidade, a Assembleia Legislativa da Bahia aprovou, hoje (12), a prorrogação da agenda internacional do governador Jerônimo Rodrigues na China. O mandatário baiano, assim, poderá integrar a comitiva presidencial. A permanência do chefe do executivo no exterior, por mais de 15 dias, precisava ser submetida ao parlamento, mas já era prevista em função da mudança na agenda do presidente Lula, mês passado, que não viajou por motivo de doença.

O líder da Maioria na Casa, deputado estadual Rosemberg Pinto (PT), falou da aprovação, sobretudo para a atração de novos investimentos. “Em apenas 100 dias de atuação dos governos estadual e federal, o mundo inteiro olha para o Brasil de uma forma diferente, voltando a ser sinônimo de oportunidade para os setores industriais e de infraestrutura. A economia começa a reagir com a queda dos juros e inflação, fruto da esperança e das expectativas com as políticas sociais que estão sendo retomadas e com o compromisso de acabar com a fome no país”, avalia.

Maria Vitória, que estava grávida, foi morta com filha no colo || Reprodução TV Santa Cruz
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A Polícia Civil procura um homem suspeito de matar a ex-companheira a tiros e facadas, em Canavieiras, no sul da Bahia. Uma criança de 3 anos, que é filha da vítima e estava no colo da jovem no momento do crime, foi baleada.

De acordo com a polícia, o crime foi praticado na noite de segunda-feira (10), na Vila Goiabeira, zona rural do município.

A vítima foi identificada como Maria Vitória Souza Barbosa, de 18 anos, que estava grávida de quatro meses.

Segundo informações da Polícia Civil, Maria Vitória morreu no local do crime. Já a criança, foi levada para o Hospital Regional Costa do Cacau (HRCC), em Ilhéus, e de lá para o Hospital Manoel Novaes, em Itabuna, que é especializado em atendimento pediátrico. O estado de saúde dela não foi divulgada.

O suspeito do crime tem passagens pela delegacia por crimes que vão de tráficos de drogas a homicídio. Com informações da TV Santa Cruz. Atualizado às 17h57min.

Geraldo Júnior faz elogios ao prefeito Augusto Castro (PSD)
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No comando interino do Governo da Bahia durante a viagem do governador Jerônimo Rodrigues à China, o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) está à frente da apresentação do Programa Bahia Sem Fome à sociedade baiana. O ato mais recente da campanha foi em Itabuna, nesta terça-feira (11), com a presença do prefeito Augusto Castro (PSD), a quem Geraldinho fez elogios e agradecimentos.

– [Quero agradecer] ao prefeito que nunca nos deixou, que tem uma marca social do seu Governo. Não há um só dia que Augusto Castro não me ligue ou ao governador Jerônimo Rodrigues para o encaminhamento [de demandas de Itabuna e região]. Você é um orgulho pra essa cidade, pra Bahia e para o nosso Governo. Obrigado pela sua sensibilidade com o povo baiano – disse o governador em exercício.

PARA AUGUSTO, BAHIA SEM FOME VAI POTENCIALIZAR AÇÕES SOCIAIS EM ITABUNA

Ainda no palco do Teatro Candinha Doria, que sediou o evento desta terça-feira, o prefeito Augusto Castro (PSD) disse ao PIMENTA que o Programa Bahia Sem Fome chega para ampliar as ações de combate à fome no município. Ele enumerou as medidas da Prefeitura de Itabuna nessa área.

– Desde o início do nosso mandato, lançamos um programa social muito forte em Itabuna. Lançamos o auxílio municipal no início do Governo. Tivemos a enchente [em 2021] e entregamos o auxílio emergencial de R$ 3.500,00 para 4.200 famílias. Conseguimos manter os nossos equipamentos do Cras e o Programa Comida na Mesa em evidência. Na Semana Santa, entregamos 40 toneladas de peixe mais o kit Semana Santa. No Natal, da mesma forma. Nós temos um programa de entrega mensal de cestas básicas a mais de duas mil famílias – declarou Augusto.

Segundo o prefeito, em breve, o Governo Municipal anunciará a reabertura do Restaurante Popular. “Licitação já está em curso”.

Geraldo Júnior discursa na apresentação do Bahia Sem Fome em Itabuna || Foto Pimenta
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Há 20 anos, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia acabado de completar cem dias de seu primeiro mandato, a promulgação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 047/2003 incluiu a alimentação na lista dos direitos sociais previstos no sexto artigo da Constituição. Naquele ano de 2003, a cidade piauiense de Guaribas foi escolhida para o lançamento do Programa Fome Zero.

De acordo com a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan), em 2004, 9,50% dos brasileiros passavam fome. Demorou uma década para o Brasil reduzir esse percentual abaixo de 5% (4,70%), critério da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) para retirar um país do Mapa da Fome.

A trajetória dessa estatística começou a regredir em 2015 e, em 2022, o Brasil já submetia 15,50% de sua população a algum nível de insegurança alimentar. No final do ano passado, tínhamos 33 milhões de compatriotas com fome. Parte considerável dessa multidão de famintos está na Bahia, conforme alertou o governador em exercício Geraldo Júnior, Geraldinho (MDB), nesta terça-feira (11), na apresentação do Programa Bahia Sem Fome, no Teatro Candinha Doria, em Itabuna.

“Se vocês observarem [os dados da Rede Penssan], são 33 milhões de brasileiras e brasileiros, são 2 milhões de baianas e baianos no Mapa da Fome. A pesquisa constatou que, na Bahia, nós temos 12,9% da população vivendo em situação de fome extrema”, declarou.

Números da fome no Brasil, segundo pesquisa da Rede Penssan || Foto Pimenta

O governador em exercício afirmou que, antes de se aliar ao grupo liderado pelo PT na Bahia, não havia despertado para a necessidade urgente do enfrentamento dessa mazela social. “Não tenho nenhuma cerimônia pra dizer que aprendi o conceito de fome quando tomei a decisão política de estar nesse grupo liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, disse. Conforme Geraldo, o estado será referência nacional nessa luta. “Vamos dar o exemplo para o Brasil”.

BALANÇO

Geraldinho fez um balanço das duas primeiras semanas do Bahia Sem Fome. Até hoje, o programa arrecadou 226 toneladas de alimentos e distribuiu 180 toneladas. No evento em Itabuna, o Grupo Atakarejo anunciou a doação de outras 50 toneladas.

Segundo o governador em exercício, há longo caminho a ser percorrido. “Esse não é um programa apenas do Governo do Estado, é uma problemática de todos os baianos e brasileiros, e a sociedade civil de todos os territórios está convocada a participar do Bahia Sem Fome”, conclamou.

A solenidade reuniu veículos de imprensa, empresários, políticos e representantes do terceiro setor do Território de Identidade Litoral Sul. Além do governador em exercício, participaram o secretário estadual de Comunicação, André Curvello; a secretária de Infraestrutura Hídrica e Saneamento, Larissa Moraes; o coordenador do Bahia Sem Fome, Tiago Pereira; o prefeito Augusto Castro (PSD); e parlamentares.

Ministro Lewandowski deixa STF após 17 anos || Foto Fernando Frazão/ABr
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O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), deixa hoje (11) o cargo, após ter antecipado em um mês sua aposentadoria. Ele completa 75 anos em 11 de maio, data em que seria aposentado compulsoriamente.

Lewandowski deixa o gabinete com um acervo de 780 processos, que devem ser herdados por seu sucessor. A partir desta terça-feira (11), cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicar um novo nome para a cadeira do ministro. Quando anunciou sua aposentadoria, o ministro disse não ter feito indicações a Lula.

Não há prazo para a nova indicação. Lula embarca nesta terça para a China, de onde retorna no próximo domingo (16). Em café da manhã com jornalistas no início do mês, o presidente disse “não ter pressa” para fazer a indicação. “A escolha do substituto dele [Lewandowski] será feita por mim no momento que eu achar que tenha que fazer”, afirmou.

Até o momento, o único nome citado publicamente por Lula foi o do advogado Cristiano Zanin, que o defendeu nos processos da Operação Lava Jato. Nas últimas semanas, intensificaram-se as pressões e campanhas por outros cotados, em especial uma mulher, preferencialmente negra. Lula, contudo, tem rejeitado assumir qualquer compromisso sobre o perfil do indicado.

Antes de assumir, o indicado pelo presidente deverá ser sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e depois ser aprovado no plenário da Casa, por maioria absoluta (41 votos).

CARREIRA

Com a saída do Supremo, Lewandowski deverá voltar a advogar e focar na carreira acadêmica, segundo contou a jornalistas. Ele é formado pela Universidade de São Paulo (USP), mesma instituição pela qual se tornou mestre e doutor e na qual leciona desde 1978.

Sua passagem pelo Supremo, onde chegou em 2006 por indicação do próprio Lula, ficou marcada pelo chamado garantismo, corrente que tende a dar maior peso aos direitos e garantias dos réus em processos.

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Erasmo, primeiro à esquerda, marcou sessão e cancelou evento sem aviso e justificativa
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Um estudo da Organização Não-Governamental Acari sobre segurança alimentar e nutricional apontou a existência de 53 mil famintos em Itabuna, o mais populoso município da região sul da Bahia. Pelo estudo, conclui-se que 1 a cada 4 itabunenses vive em situação de extrema pobreza e não tem o que comer ou, pelo menos, não faz as três refeições diárias.

Os dados foram apresentados a várias autoridades de Itabuna e, também, ao governador Jerônimo Rodrigues. O estado lançou, no mês passado, campanha de combate à fome na Bahia.

O assunto segurança alimentar está na pauta do brasileiro, mas não encontrou espaço na Câmara de Vereadores de Itabuna.

Há cerca de um mês, o presidente da Casa, Erasmo Ávila (PSD), acompanhado do vereador Diego Pitanga (PT), recebeu comitiva integrada por servidores federais, advogados, pastores e entidades para a discussão da segurança alimentar e nutricional em Itabuna.

Naquela reunião no dia 13 de março, no gabinete da presidência, Erasmo reconheceu a necessidade de discussão do tema, além de proposta de unificação de ações e projetos de combate à fome. “E elaborar um plano de ação conjunto para garantir alimentação adequada às populações vulneráveis”, afirmou ele, conforme divulgado pelo próprio legislativo (confira aqui).

A presidência da Casa definiu o dia 29 de março para debate da fome em Itabuna em sessão especial. A surpresa ocorreu no dia marcado. Sem dar nenhuma explicação e sem aviso prévio, conforme entidades, a presidência da Casa cancelou a sessão. A diretoria-executiva da ONG Acari, sustenta que a sessão havia sido confirmada. O cancelamento não recebeu, até a tarde desta segunda-feira (10), uma explicação sequer por parte de Erasmo Ávila.

REVOLTA E INDIGNAÇÃO

O cancelamento da sessão gerou revolta e “causou uma grande indignação em todos os representantes das entidades” envolvidas na pauta. O cancelamento se deu e ocorre num “momento em que se busca a união e a unificação das ações de combate à fome no município e a elaboração de um plano conjunto para garantir alimentação adequada a todos”.

À queixa dos envolvidos na pauta levada à Câmara, some-se o que eles consideram como “forma desdenhosa” pela qual “o presidente do Legislativo local discutiu o assunto e tratou os presentes às duas reuniões”. Erasmo, conforme relatos, teria duvidado do número de pessoas que passam fome em Itabuna, por exemplo.

OUVIDOS PELO PALÁCIO DE ONDINA

Se o debate não recebeu o tratamento devido no principal gabinete do prédio do Espaço Cultural Josué Brandão, na Beira-Rio, a preocupação da entidade encontrou eco no Palácio de Ondina, em Salvador. Governador em exercício da Bahia, Geraldo Júnior (MDB) vem a Itabuna nesta terça-feira (11) para falar das ações de combate a fome no município e no estado.

O encontro será no Teatro Candinha Doria. Dele participará o prefeito Augusto Castro e o secretário estadual de Comunicação, André Curvello. O governador Jerônimo Rodrigues não estará no evento devido a compromissos na China, onde está há cerca de 10 dias em missão para atração de negócios para a Bahia.

OUTRO LADO

O site buscou ouvir a versão do presidente da Casa, Erasmo Ávila, sobre os motivos para o cancelamento da sessão especial sem nenhum aviso prévio. Foram feitas ligações para o telefone celular da presidência por três vezes, mas não houve êxito na ação.

Ato será liderado pelo governador em exercício Geraldo Júnior || Foto Pimenta
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O governador em exercício Geraldo Júnior, Geraldinho (MDB), vem a Itabuna, nesta terça-feira (10), às 10h, para apresentar a estratégia do Programa Bahia Sem Fome no Litoral Sul do estado. O ato será no Teatro Municipal Candinha Doria e contará com a presença do secretário estadual de Comunicação, André Curvello; do prefeito Augusto Castro (PSD); e do coordenador do programa, Tiago Pereira.

O Bahia Sem Fome é tocado pela Coordenação-Geral das Ações Estratégicas de Combate à Fome e mobiliza diversas secretarias e órgãos de Estado, sociedade civil e empresarial, movimentos sociais e religiosos.

Decisão foi tomada em assembleia da categoria || Foto Adusc
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Professores da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), em Ilhéus, decidiram paralisar suas atividades, por 24h, na próxima quarta-feira (12). A decisão foi tomada em assembleia, na terça-feira (4). Segundo a Associação dos Docentes da Uesc (Adusc), essa é uma forma de cobrar ao Governo do Estado a abertura de diálogo com a categoria, que está em campanha salarial.

De acordo com o Sindicato, que citou dados do Dieese, os professores das quatro universidades estaduais da Bahia acumulam perda salarial de 53,33%, considerando a inflação acumulada nos últimos oito anos. Nesse período, o Estado concedeu apenas um reajuste de 4%, em 2022, acrescido de reposição escalonada.

Ainda conforme a Adusc, o escalonamento violou o Estatuto do Magistério Superior, e a reposição de 4% sequer cobriu a inflação do ano passado. Além disso, acrescenta a entidade, o Estado impôs aumentos da contribuição previdenciária dos servidores.

MOBILIZAÇÃO

O movimento dos educadores da Uesc é articulado com a mobilização dos docentes das demais universidades do Estado. No dia 12, a categoria fará ato unificado na Secretaria da Educação da Bahia, em Salvador. Na véspera, haverá panfletagem e café da manhã coletivo no campus da Uesc.

Política de repressão a drogas atinge mais jovens negros, segundo pesquisadora || Foto Agência Brasil
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Daniel Mello || Agência Brasil

Mulheres presas acusadas de tráfico de drogas são na maioria negras e com poucas oportunidades de estudar, diz a pesquisadora Dina Alves que analisa as condições de mulheres encarceradas.

“A política de drogas é instrumento de extermínio da juventude negra. Porque são jovens e são negras. São mulheres que nem sequer tiveram a oportunidade de acessar a universidade”, enfatiza.

Para a pesquisadora, a forma como está estabelecido o combate aos mercados ilícitos de drogas é uma maneira de perseguir populações sem oportunidades. “Se as mulheres negras que estão encarceradas compõem o mesmo perfil de mulheres negras fora do sistema prisional que estão desempregadas, que são mães com mais de um, dois ou três filhos, que exercem função muitas vezes de subemprego – de empregada doméstica, de babá, de faxineira ou de vendedoras ambulantes – elas já estão em um lugar de vulnerabilidade”, aponta.

PERSEGUIÇÃO A NEGRAS E PERIFÉRICAS

Essas mulheres são atingidas ainda, segundo Dina, pela forma como as ações que têm como pretexto o enfrentamento ao tráfico de drogas são direcionadas a determinadas comunidades.

“As mulheres que são acusadas de tráfico com penas muito severas sobre os seus corpos, não exerciam nenhuma função de gerência no microtráfico de drogas. Muitas estavam no varejo ou exerciam um lugar de aproximação ao que se chama de tráfico. Porque elas já moram em comunidades criminalizadas como lugar de produção do tráfico”, acrescenta.

Como marco nesse processo, a pesquisadora destaca a promulgação da lei de drogas de 2006, que estabeleceu penas mais duras às pessoas acusadas de tráfico. Essa mudança, na visão de Dina, faz parte de um recrudescimento da repressão a nível global que aconteceu a partir da década de 1990.

“Desde que a lei foi promulgada, a gente vê um alarmante crescimento de mulheres encarceradas sob a justificativa que são perigosas traficantes de drogas”, diz. “De 2000 a 2016, se a gente for fazer esse recorte, foi um crescimento de 525% – encarceramento de mulheres.”, acrescenta.

O fato dessas prisões atingirem, na grande maioria, pessoas negras, é, na avaliação da pesquisadora, um reflexo do racismo que descende do regime escravocrata brasileiro, que vigorou legalmente até 1888. “Se existe uma perseguição histórica contra negros e indígenas no Brasil, a gente tem que enxergar e compreender o sistema de justiça criminal como um dos braços mais expressivos do Estado de extermínio dessa população.”

SEM CONDENAÇÃO E SEM ESTUDO

Dados do Sistema de Informações do Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça (Sisdepen) apontam que, em junho de 2022, estavam nas prisões brasileiras 45,5 mil mulheres. Dessas, pelo menos 29%, cerca de 13,2 mil, não tinham condenação.

As informações relativas ao perfil racial e a escolaridade só abrangem 33,3 mil das encarceradas. Nessa amostragem, o número de analfabetas, que totalizam 675, supera daquelas que tem curso superior (661). Há ainda 1,5 mil que são alfabetizadas, mas não frequentaram o ensino regular e 13,8 mil que não concluíram o ensino fundamental.

Dina alerta que é preciso ter cuidado ao fazer análises a partir das informações fornecidos pelo Poder Público, que tem sido, segundo ela, um dos principais violadores de direitos dessas populações. “A gente não pode confiar nos dados que o Estado produz sobre as suas próprias violações”, afirma.

Por isso, em seus trabalhos, ela tem optado por ouvir diretamente as pessoas afetadas. “Existem outros dados que devem também ser considerados que são as narrativas que se produzem dentro do sistema prisional, a narrativa das mulheres”, ressalta. Essas escutas embasaram o espetáculo de Dança Rés, montado pela Corpórea Companhia de Corpos em 2017.

INDULTO E DESENCARCERAMENTO

A socióloga e cofundadora da Iniciativa Negra por uma Nova Política de Drogas, Nathália Oliveira, defende que seja feita uma inflexão na forma como o Estado brasileiro lida com a questão das drogas.

“A gente pode ter neste ano um bom indulto de mulheres. Muitas dessas mulheres são presas por baixas quantidades, são vítimas do tráfico de drogas, não necessariamente apenas agentes de violência, como é colocado pela mídia”, diz ao defender que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva promova uma anistia a mulheres presas por acusações de tráfico a partir do indulto presidencial. É costume que na época de Natal o presidente conceda perdão a grupos de pessoas condenadas.

Esse gesto poderia, na opinião de Nathália, ser um indicativo de mudança na atual política de drogas. “Nós precisamos desenvolver uma relação pacífica com a indústria que envolve a produção, circulação e consumo de substâncias em geral. Uma relação racional do ponto de vista da nossa sociedade. Isso é fundamental. Não faz sentido a gente ficar investindo o nosso orçamento público em uma agenda de morte em vez de investir em uma agenda de garantia de direitos”, ressalta.

A secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, Martha Machado, diz que o Ministério da Justiça não deve atuar pela mudança na atual legislação sobre o tema. “Essas decisões devem ser resolvidas ou pelo STF [Supremo Tribunal Federal] ou pelo legislativo”, diz. O ministério promoveu em março um seminário sobre os impactos da política de drogas na população feminina e lançou um edital, com inscrições até 21 de abril, para apoiar grupos que trabalham com essas pessoas.

Segundo Marta, a secretaria tem feito ações para reduzir o número de mulheres presas acusadas de tráfico. “A gente já tem uma lei que não penaliza o usuário. A gente entende que tem muito o que fazer para evitar os vieses de aplicação dessa lei. Trabalhar junto às audiências de custódia. Existe uma experiência exitosa no CNJ [Conselho Nacional de Justiça] de fomentar as audiências de custódia, de melhorar a qualidade, de trabalhar na porta de entrada do sistema de justiça criminal, auxiliando o juiz”, diz.

As audiências de custódia são o momento em que as pessoas presas em flagrante são ouvidas por um juiz para averiguar a legalidade ou necessidade daquela pessoa ser mantida privada de liberdade. Nessa ocasião, o magistrado pode optar por liberar o acusado ou determinar medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, em substituição à prisão.

“Então, a gente tem como modelo de ter uma rede psicossocial de profissionais – psicólogos, assistentes sociais, pessoas ligadas ao sistema de saúde que, por exemplo, atendem essa pessoa antes do encaminhamento ao juiz e conseguem fazer um laudo que ajude o juiz. O laudo pode mostrar mais claramente se a pessoa é usuária ou traficante. Nessa separação a gente acha que isso é muito importante”, acrescenta a secretaria.

Dina Alves defende a adoção de uma agenda ampla de desencarceramento e de reconhecimento dos erros cometidos pela política instituída até aqui. “Um dos primeiros passos é reconhecer essa memória escravocrata, que é póstuma na memória e na existência das instituições. Reconhecer a formação política, com perspectiva racial para a sociedade. Mas, principalmente, eu acho que o cárcere precisa ser aberto na sociedade. A gente precisa falar sobre a desmilitarização da polícia como agenda urgente. E também políticas de desencareramento. Que as políticas de desencarceramento sejam efetivas.”

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O professor Júnior Brandão deixou a Secretaria de Educação e assumirá a Pasta da Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps), após articulação do prefeito Augusto Castro (PSD) que oficializou a entrada do PCdoB no Governo. O partido indicou a professora Adriana Tumissa para a Secretaria de Educação.

Antes de assumir a SEMPS, o professor Josué Brandão Júnior foi titular da Secretaria de Governo, de janeiro de 2021 a maio de 2022, e da Secretaria Municipal da Educação, onde passou a liderar o processo de reforma e requalificação de 90 unidades escolares da Rede Municipal de Ensino e a criação Escola Municipal João Rodrigues da Silva, no Bairro Pedro Jerônimo, processos iniciados com a advogada e professora Janaína Araújo.

Nova secretária de Educação de Itabuna, Adriana dos Santos Souza Tumissa é pedagoga, professora efetiva da rede estadual desde 2001. Ela é pós-graduada em Comunicação Social e foi gestora do Ciso-Estadual no período de 2016 a 2020.

Conforme Sesau, pendências foram sanadas e Samu não parou
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O enfermeiro Cyomar de Mattos Dias e a médica Joanne Souza, coordenadores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), afirmam que médicos plantonistas contratados pela Secretaria de Saúde de Ilhéus (Sesau) vão paralisar suas atividades, a partir desta quarta-feira (5), devido à falta de pagamentos referentes aos meses de janeiro, fevereiro e março deste ano. A informação está na Comunicação Interna (CI) nº 041/2023, dirigida ao secretário de Saúde do município, André Cezário. O PIMENTA teve acesso ao documento.

Segundo os coordenadores, os médicos com pagamentos atrasados foram contratados como pessoas jurídicas e alegaram que a Sesau tem conhecimento dos atrasos.

“Sendo assim, comunico que os médicos efetivos plantonistas da escala diária de hoje dia 04/04/2023 não têm disponibilidade de continuar o serviço no dia posterior, pois os mesmos estão em plantão em outras unidades e instituições”, diz o trecho final da Comunicação Interna, emitida nesta terça-feira (4).

Comunicação Interna dirigida à Sesau

OUTRO LADO

O PIMENTA entrou em contato com o secretário André Cezário para obter posicionamento da Sesau a respeito da CI. “Não estamos e nem ficaremos sem médicos”, afirmou o gestor, hoje (5), em mensagem de texto ao site.

A Secretaria Municipal de Saúde divulgou nota sobre o problema. Segundo a pasta,  não procede a informação de que os profissionais estavam há três meses sem salários. “Ocorre que a prestação de serviços médicos entre as empresas e a administração pública é feita mediante contrato e dentro dos prazos legais para pagamento”, diz a nota.

A Sesau também afirma que os pagamentos foram feitos hoje e que o funcionamento do Samu não foi interrompido. “O atraso, de 20 dias, se deu por questões administrativas com alguns médicos que desempenham a função como PJs. A Sesau acrescenta que é imprescindível estar com a documentação regularizada e manter os impostos em dia para efetivação do pagamento, caso contrário, o repasse ficará pendente, ocasionando atrasos”, acrescenta o comunicado da gestão.

Governo quer atrair R$ 120 bilhões para saneamento básico || Foto Agência Brasil
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assina, nesta quarta-feira (5), em cerimônia no Palácio do Planalto, dois decretos que regulamentam o setor de saneamento do país. O objetivo é destravar e atrair R$ 120 bilhões em investimentos públicos e privados para universalizar os serviços de água e esgoto até 2033.

Os decretos regulamentam a Lei 11.445/2007, alterada pela Lei 14.026/2020, que define as diretrizes para o saneamento no país. A norma estabelece que os serviços devem garantir abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais de forma adequada à saúde pública e à proteção do meio ambiente.

Entre as mudanças está o fim do limite de 25% para a realização de Parcerias Público-Privadas (PPP) pelos estados. “Com isso, busca-se ampliar a participação da iniciativa privada e atrair novos investimentos para o setor”, explicou a Presidência, em comunicado.

Segundo o governo, a medida vai beneficiar 29,8 milhões de habitantes, que residem em 1.113 municípios. Pelas regras atuais, esses municípios tiveram seus contratos com os prestadores estaduais declarados irregulares e, portanto, não poderiam contar com verbas federais para buscar a universalização.

“Os ajustes trazidos pelos novos decretos permitirão que 1.113 municípios voltem a acessar recursos de saneamento básico do governo federal para que cumpram a meta de universalização, dando nova oportunidade para que empresas estaduais possam comprovar sua capacidade econômico-financeira de realizar os investimentos”, diz o comunicado.

FISCALIZAÇÃO RIGOROSA

O governo ressalta que todos os processos de comprovação e regularização terão uma “rigorosa fiscalização”. “As agências reguladoras vão acompanhar o cumprimento das metas com transparência. Os que não cumprirem as metas serão impedidos de receber recursos públicos”, destacou o comunicado.

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Segundo Bernadete, obra de distribuição de água deveria ter sido entregue há seis meses
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A ialorixá Bernadete Souza (PSOL) reivindica a conclusão das obras que levarão água potável aos moradores do distrito de Banco do Pedro, na zona rural de Ilhéus. Segundo ela, originalmente, o fim do trabalho estava previsto para setembro de 2022. “Prometeram entregar antes das eleições”, disse Bernadete ao PIMENTA, nesta terça-feira (4).

Liderança do Assentamento Dom Helder Câmara, Bernadete afirma que a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) e a Companhia de Engenharia Ambiental e Recursos Hídricos da Bahia (Cerb) são responsáveis pelas obras, que estão paradas. “Após a enchente, canos instalados se soltaram e ficaram em cima das pedras, abandonados”, denuncia.

Embasa e Cerb não informaram à comunidade quando os trabalhos serão concluídos, lamenta Bernadete. Enquanto isso, crianças, adultos e idosos têm apenas uma forma de acesso à água em Banco do Pedro, o uso de cisternas, que submete a população ao contato com microrganismos danosos à saúde.

“As cisternas são construídas nos quintais. Como Banco do Pedro não tem saneamento básico, o risco de contaminação da água é sempre grande, é uma realidade”, conclui.

OUTRO LADO

Canos da rede estão abandonados, segundo Bernadete

Ouvido pelo PIMENTA, o coordenador regional da Cerb, Luís Alberto Sellmann, afirmou que a Companhia já concluiu sua parte do empreendimento e, agora, cabe à Embasa terminá-lo e iniciar a distribuição da água.

Segundo o coordenador, originalmente, a obra foi delegada à Cerb, mas, antes mesmo de encaminhar o material para o início da execução, a empresa descobriu a existência do compromisso da Embasa de prover o abastecimento de água em Banco do Pedro. “Então, fizemos um ajuste do modelo Cerb para o modelo Embasa e executamos a obra”, relata. Ainda conforme o gestor, a mudança foi informada à comunidade, que consentiu.

A Cerb, acrescenta Luís, fez toda a parte de construção civil e instalou os quatro reservatórios e as redes adutora e de distribuição de água, além das ligações das residências e um módulo de tratamento de água. Com a mudança de modelo, conclui Luís Alberto, a Embasa vai ampliar o sistema de tratamento e instalar os hidrômetros nos imóveis para iniciar a operação do sistema.

Também contatada pelo PIMENTA, a assessoria da Embasa ficou de emitir nota de esclarecimento sobre o protesto de Bernadete Souza e o andamento da obra em Banco do Pedro. A resposta não foi enviada até o fechamento desta matéria.

Nome de Fernando (à esq.) é proposta por Israel para a nova rodovia || Fotos Divulgação e ZéDrone
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A nova ligação Ilhéus-Itabuna, a BA-649, deverá ser batizada de Rodovia Fernando Gomes Oliveira, caso a Assembleia Legislativa e o governo baiano aceitem a indicação do vereador Israel Cardoso (Agir), de Itabuna. A sugestão deverá ser feita pelo legislativo ao governador Jerônimo Rodrigues.

Fernando Gomes foi o principal nome da política sul-baiana. Ele faleceu em 24 de julho do ano passado (relembre aqui). Na indicação, Israel enfatiza que o político a ser homenageado foi deputado federal por duas vezes e prefeito de Itabuna por cinco mandatos.

– A indicação reconhece as importantes contribuições que esse grande político proporcionou para o desenvolvimento da região. As administrações dele deixaram um legado de obras e ações que mudaram a cara da cidade de Itabuna – afirma Israel em seu projeto.

INVESTIMENTO DE R$ 195 MILHÕES

A nova ligação Ilhéus-Itabuna está em construção desde dezembro de 2021. A obra, iniciada no governo de Rui Costa, hoje ministro da Casa Civil do Governo Lula, tem custo estimado de R$ 195 milhões. A ligação, no curso direito do Rio Cachoeira, deverá ter extensão de 17,9 quilômetros e ligação com a atual rodovia, a BR-415, por meio de 4 pontes – das quais uma começou a ser construída.

A obra é executada com recursos do Governo da Bahia, por meio da Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinfra), tendo à frente o Consórcio SVC/Paviservice. A construção da rodovia está dentro do cronograma, mas a construção de pontes sofreu atraso devido à cheia registrada no final do ano passado. A previsão é de entrega da obra em janeiro de 2024, mas o atraso na execução das pontes deve adiar a entrega. No vídeo abaixo, feito por Zédrone, confira andamento da obra.

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Da bancada de sustentação e do mesmo partido do prefeito Augusto Castro, Erasmo Ávila (PSD) foi à tribuna do Legislativa, nesta segunda-feira (3), para cobrar o retorno do estacionamento rotativo na região central de Itabuna, a Zona Azul.

Afirmando que representava o comércio, o vereador fez apelo ao prefeito Augusto Castro, além da Secretaria da Fazenda. “A gente precisa retornar urgente a Zona Azul. É um apelo que a cidade faz, essa licitação está meio complexa, mas eu preciso de uma resposta para que Itabuna retome a organização do nosso trânsito. A Zona Azul gera emprego, gera receita para o município, não tem por que não fazer o dever de casa”, disse.

Antes de fazer cobranças, o presidente da Casa massageou o prefeito. Agradeceu por ter atendido a pedidos de obras de macrodrenagem, saneamento e pavimentação. “O prefeito está atendendo alguns pedidos nossos; claro que não dá para tudo de vez. Tem ruas que não passava máquina há quase 20 anos. Então, a comunidade está muito contente”, disse.