Um fenômeno histórico está ocorrendo nesse momento, e deverá se refletir, em breve, na forma como se dão as relações das pessoas com os serviços públicos. Uma verdadeira corrida pela carreira na área pública, por meio de concursos, está formando, aos poucos, um país de empresas estatais fortes e uma maior qualificação no setor.
Essa é a opinião do empresário Tarik Fontes Neto, dono de três das mais famosas franquias no ramo de preparação para as carreiras pública (Academia do Concurso Público), jurídica (Damásio de Jesus) e no campo da diplomacia (Clio). Todas, claro, baseadas em concursos públicos, e assentadas no Complexo Jurídico Damásio de Jesus, localizado na avenida Aziz Maron.
“Antes, para ingressar no serviço público, valia mais o Q. I. – o famoso quem indica. Hoje, o postulante deve estar bem preparado para exercer a função a que se dispõe. Isso vai gerar uma maior qualificação do pessoal e, consequentemente, melhores serviços para a população”.
Mas o caminho rumo ao paraíso da estabilidade profissional e aposentadoria integral é feito de muitas pedras. Não basta estar preparado – milhares ao seu lado estarão também, e todos de olho em sua vaga. “Por isso, dizemos que não basta estudar. Tem que ser um estudo focado na aprovação, aliando uma série de fatores”. Clique no link abaixo e leia o texto completo.
NILTINHO TÁ DOIDÃO
Armando Nuvem (Com os pés no chão e a cabeça no sobrenome)
Quem diria, Niltinho entrou na puberdade e está virando homem. Modulando a voz, tenta gritar, sai fino e o mancebo se irrita, quebra tudo. O chilique dura uma eternidade e pensam que ele está ficando doido. A mãe levou ao hebiatra, que diagnosticou, sem examinar direito: são os hormônios!
O menino passa horas no banheiro e sai com cara de dopado. A mãe, coitada, não dorme de preocupação, mas o médico disse que o remédio é o tempo.
Na última crise, Niltinho chegou ao ponto de quebrar todos os discos do NX Zero, sua banda favorita, e botou os amigos pra fora do quarto. Mais estranho é que o garoto agora anda pela casa de venda nos olhos, como se brincasse de cabra-cega.
O pai não acredita nessa história de hormônio. Desconfia que Niltinho ficou doidão após ter passado o Ano Novo com um amigo boliviano numa rave em Morro de São Paulo.
Aquele piercing no mamilo esquerdo não era um bom sinal…
***
MOTORZÃO
Os engenheiros da Ferrari se assanharam com a história do vereador itabunense que diz ter um motor dentro do próprio si. Querem estudar o funcionamento da “máquina” para adaptar a tecnologia aos carros da escudeira italiana na Fórmula 1. Acham que pode dar samba ou até uma tarantela.
O melhor de tudo é que o motor é “totalflex”.
***
CURIOSO
Um conhecido anda maluco para descobrir a identidade secreta da Jararaca Ensaboada do Ousarme Citroian. Fiquei intrigado com a curiosidade e acabei desvendando o motivo de tanto interesse: é que o “nick” desperta estranhos desejos no sujeito.
Ele não quer descobrir a serpente… Quer escondê-la!
***
Ô POVINHO
Itabuna é uma cidade dividida e isso explica em parte o motivo pelo qual o filme sobre a vida do presidente Lula não emplacou tanto por aqui.
A razão é simples: 50% dos itabunenses torciam para que o protagonista morresse no final.
***
TARJA PRETA
Por falar em torcida, os papa-jacas estão de dedos cruzados para que cortem o suprimento de Rivotril na farmacinha básica do capitão. Em Ilhéus, a falta do tranquilizante produziu um tsunami político de consequências imprevisíveis, mas muita gente acredita que é impossível ficar pior do que estava.
Vale o mesmo para os vizinhos.
***
SECA BRABA
Com tanto tempo sem chuva, o itabunense já começa a se lembrar daquele ex-presidente da Emasa que, durante uma longa estiagem, sugeriu à clientela o providencial recurso de tomar banho com uma garrafa pet.
Se a coisa continuar do jeito que está, logo o Alfredo Melo sai com alguma ideia semelhante. Para alegria daquele radialista correligionário, que pode até ficar sem tomar banho, mas não abre mão da descarga diária no homem da Emasa.
***
APRESENTAÇÃO
Sem querer me comparar Armado com meu falar Tenho Nuvem na certidão Moqueca com pimenta aprecio
Com Agulhão, o pai ou o filho
Esses tronchos versos dedilho
“Pru mode” me apresentar
Cruzamento de cacau com jaca
Já apertei mão de paca
Estudei com Cavaná
Sou bravo, valente e certeiro
Faço justiça com a mão
Mas não sou um justiceiro
Sou chegado a um cafuné
No mais só colo macio
E chamego de uma “mulé”
***
PITADINHAS
Amiga deste escriba está deprimida após ter cometido um ato inconsequente: liberou o acesso do namorado ao seu Orkut *** Oportunidade: importante prefeitura da região oferece vaga para secretária, com bom salário e regalias *** Decano do colunismo social sul-baiano anda em cólicas porque o novo gerente do banco não quer lhe atender *** Alô, novos candidatos a blogueiro sem muita intimidade com o vernáculo: procurem o Odilon Pinto *** Prefeitura de Ilhéus pode mudar o nome da Ponta da Tulha para Ponta da Faca.
Semana que vem tem mais…
Na última sexta-feira, 8, o secretário de Agricultura de Itabuna, Marcelino Oliveira, deu ultimato ao comerciante Jeferson Dourado: ele teria 72 horas para desocupar dois boxes alugados no condomínio Centro Comercial, apesar de pagar religiosamente em dia pelo uso dos imóveis.
A história começa em meados de agosto. Jeferson alugou os boxes 38 e 39, na rua D do centro comercial, a central de abastecimento de Itabuna. O plano era fazer do local o supermercado da família, aproveitando a estrutura mais ampla que a utilizada até hoje em outro ponto do condomínio (o que não foi possível devido ao impasse).
Os dois imóveis eram antes utilizados como posto da Polícia Militar, lembra Jeferson. “É a primeira vez que recebo notificação, por escrito”, diz. O comerciante acrescenta que “o secretário ameaçou retirar tudo e jogar na rua”.
A situação gerou diversos tipos de comentários no centro comercial. Alguns deles dizem respeito à arbitrariedade do secretário e aos interesses que estariam por trás da ação intempestiva. Marcelino teria dito ao próprio Jeferson que poderia entrar com ação contra o comerciante por “ocupação indevida”. O espaço está aberto para esclarecimentos.
Outubro está bem ali. E aumenta ainda mais a agonia do prefeito de Itabuna, Capitão Azevedo (DEM).
É que o homem prometeu apoio a tanta gente candidata a governador, deputado federal e deputado estadual, e está chegando a hora da onça beber água.
A lista de namorados é longa. Começa com Jaques Wagner, Geddel Vieira Lima, Paulo Souto, Luiz Argôlo, Roberto Brito, Félix Mendonça Jr., Paulo Magalhães, ACM Neto, Fábio Lima, Gilberto Santana, Augusto Castro e termina em Renato Costa…
Não se engane, leitor-eleitor. Se a corrida pelo apoio do ‘hômi’ é grande, imagine o desespero de Azevedo com essa proximidade das eleições de 2010…
Qual será a saída do “Don Juan” político? Afinal, depois de tanto namorar com um e com outro, Azevedo terá que definir com quem vai casar nestas eleições de 2010.
Essa é pra quem curte a mais baiana das misturas: música, sol e alegria – e muita água, dentro e fora das piscinas. Um show ao vivo com o cantor Memé dará início, na manhã desse domingo, ao Projeto Verão 2010 do Itabuna Esporte Clube.
A programação envolve, também, sorteios de três cadernetas de poupança para sócios (adimplentes) e de brindes oferecidos pela Morena FM. Também será marcada pelo início da liga de vôlei de areia nas quadras do clube.
“Ao longo desse verão, diversos eventos serão realizados, todos os domingos, aqui na sede social do Itabuna. Sempre com som ao vivo e muita descontração”, afirma a administradora do clube, Raphaelle Costa.
“As verdadeiras paixões dele são o PMDB e o ministro Geddel Vieira Lima”
Alisson Mendonça, numa entrevista exclusiva ao Pimenta (confira aqui), em agosto do ano passado, falando do coração de Newton Lima, prefeito de Ilhéus e ao qual o petista pode se aliançar pelos próximos dias. Newton prometeu apoio eleitoral a Jaques Wagner em 2010. Na entrevista, o vereador também avalia o mandatário ilheense: “é vacilante e fraco”.
Marco Wense
A relação entre a Câmara de Vereadores e o prefeito, aí simbolizando os poderes Legislativo e Executivo, tem que ser assentada no respeito mútuo, na harmonia e imprescindível independência.
Quando os poderes começam a desprezar os elementares ensinamentos de uma boa convivência democrática, enveredando-se para a política do toma-lá-dá-cá, acende-se o sinal vermelho.
No frigir dos ovos, como sempre acontece, termina o eleitor-cidadão-contribuinte pagando um alto preço pela irresponsabilidade e a insensatez dos senhores homens públicos.
O mínimo que se pede ao prefeito de Itabuna, Capitão Azevedo, e ao vereador Clóvis Loiola, presidente do Parlamento municipal, é a compreensão de que o diálogo, o bom senso e a civilidade são ingredientes indispensáveis no relacionamento entre os poderes.
Que o ano de 2010 ilumine a consciência e o juízo dos políticos. Que seja um ano de política e não de politicagem.
PESQUISA
Uma pesquisa para deputado federal, na vizinha e irmã cidade de Ilhéus, realizada entre os dias 15 e 16 de dezembro de 2009, foi publicada pelo conceituado blog do Gusmão.
A surpresa ficou por conta de ACM Neto, que ficou na primeira colocação com 16,8%. “Para ele que não tem nenhum vínculo com a cidade, nenhum serviço prestado, realmente é uma surpresa”, diz o blog.
A votação de ACM Neto é a prova inconteste de que o carlismo está vivo. É uma forma de homenagear o ex-senador Antonio Carlos Magalhães através do voto. Não tem outra explicação.
Raimundo Veloso (PMDB) vem logo atrás com 14%. O ex-prefeito de Itabuna, Geraldo Simões (PT), é o terceiro colocado com 10,9%. Veloso e Simões são fortíssimos candidatos (reeleição).
O ex-presidente estadual do PT, Josias Gomes, aparece com apenas 0,6%. Uma lamentável surpresa, já que algumas lideranças do petismo de Ilhéus esperavam um resultado melhor, perto de cinco pontos percentuais.
ACM Neto na frente de Raimundo Veloso, como diz o ditado popular, é de “lascar o cano”. Raimundo Veloso é o mais legítimo e autêntico representante do povo de Ilhéus.
Marco Wense é articulista do Diário Bahia.
A denúncia de uma correntista do Bradesco levou a polícia a desarticular um esquema implantado por bandidos para roubar clientes da agência da praça Siqueira Campos (praça Adami), ontem à noite, em Itabuna.
Pelo menos dez elementos ocupavam a área de caixas eletrônicos da agência e inseriam colas, metais e fios de nylon nos caixas para “fisgar” os depósitos dos clientes.
A ação dos bandidos ocorreu entre às 19h e 20h de ontem. Uma cliente, D.T., estranhou que o caixa não havia ‘puxado’ totalmente o envolope do depósito. Apesar disso, um comprovante foi emitido.
O envelope com os valores seria resgatado pelos bandidos logo após D.T sair da agência (não só ela, como outras possíveis vítimas).
A ‘casa caiu’ após a quase-vítima acionar a polícia militar. A quadrilha ainda tentou introduzir uma espécie de “chupa-cabra” nos caixas utilizados para saques, localizados à direita de quem entra na agência da praça Adami. Os depósitos são feitos em lado oposto.
A cliente conseguiu recuperar os valores que seriam furtados pelos bandidos. O material usado para o golpe foi recolhido para ser periciado no Complexo Political de Itabuna. Em caso de depósito, o cliente deve observar se o envelope foi totalmente “puxado” pela máquina para evitar surpresas.
P.S.: Desesperada ao perceber a ação dos bandidos, a cliente D.T. acionou o serviço de telemarketing do Bradesco. O atendente aconselhou a correntista a retornar a agência bancária no próximo expediente bancário, na segunda-feira. Ela resolveu, então, acionar a polícia. Do contrário, ela e mais outros clientes seriam lesados.
Três pessoas da mesma família morreram na manhã deste sábado, 9, numa colisão entre um Gol (JRF 2726) e uma carreta (JSM 3706), no km 654 da BR-101, a cerca de 20 km de Itapebi (584 km de Salvador), extremo sul da Bahia.
Os ocupantes do Gol, André Anderson Costa, 33, que dirigia o veículo, Carina Fernandes Vasconcelos de Meirinho Araújo, 31, esposa do motorista, e o filho do casal, Andrey Anderson Fernandes Araújo de Meirinho, de 3 anos, morreram na hora da colisão.
Eles seguiam em direção a Eunápolis, e a carreta em direção contrária. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a colisão pode ter ocorrido porque o motorista do Gol teria cochilado ao volante ou fez a curva, para a esquerda, na mão contrária.
O motorista do Gol era gerente de vendas da Elo, empresa de Vitória da Conquista do ramo de distribuição de alimentos. André Anderson tinha saído de Ilhéus, por volta das 4h, para uma reunião com vendedores – o acidente foi por volta das 8h30min.
A CASA DE DYLAN, BURDON E AGNALDO
É incerta a origem do clássico folk A casa do sol nascente, que teria chegado à América via colonos ingleses. The house of the rising sun é gravada desde 1933, por diversos artistas. O mais famoso arranjo, cantado por Eric Burdon, do The Animals, foi inspirado num show de Nina Simone (festejada vocalista de jazz), que cantou a The house antes de Bob Dylan (foto).
E FRED JORGE CRIOU CELLY CAMPELLO!
No auge do sucesso, em 1965, a música teve uma versão no Brasil, gravada por Agnaldo Timóteo. Como costuma ocorrer com as versões, a letra em português (de Fred Jorge) nada tem a ver com a americana, aliás, bem chinfrim. A original fala de uma casa de tolerância, ambiente barra pesada, um lugar impróprio para menores; já Fred Jorge, pelo vozeirão de Timóteo, diz: “A casa dos meus sonhos/ é feita de ilusão/ e vive sempre cheia de amor/ amor e solidão…”. O texto poético é pífio, mas, pelo menos, não chega a tirar o sono do juiz de menores. E vendeu feito pão quente em fim de tarde.
CAMÕES E A LÍNGUA TORTURADA
O escritor Hélio Pólvora (foto), faz tempo, já chamava a atenção para a diferença entre falar e dizer: muitos falam (ou escrevem), mas poucos dizem. E Hélio, bem aparelhado ensaísta, cronista e contista/novelista tem a crítica literária nacional a atestar que ele sabe… dizer – e o disse em muitos livros e artigos de jornal.
SEM ARROGÂNCIA OU PRECONCEITO
“Um jornalista tem que escrever tão bem quanto um romancista”, prega a filóloga Dad Squarisi. Obviamente, jornalistas não precisam ter a desenvoltura dos ficcionistas (há quem diga que o jornalismo é só uma forma de subliteratura), mas são, igualmente, guardiões da linguagem: precisam perder a arrogância, o preconceito contra a gramática e, mais do que isso, ler os bons autores. Fazer isso não é ser sofisticado, mas reconhecer que tem responsabilidades com o leitor e com a língua em que se comunica.
O GOVERNADOR E O LUGAR-COMUM
Luiz Viana Filho era intelectual e político, filho de intelectual e político. Em 1968 (plena ditadura militar a que, aliás, ele serviu com denodo), estava – como governador “biônico” da Bahia – para assinar um decreto sobre o abastecimento de água, quando se deparou com a expressão “precioso líquido”. Recusou-se a assinar, sublinhou a heresia, escreveu ao lado “isto é mau português!” e devolveu o documento ao secretário. Biógrafo de Rui Barbosa e membro da Academia Brasileira de Letras, Luiz Viana Filho detestava lugares-comuns. “Mas gostava da ditadura”, diriam os maldosos.
ganhou valor agregado:
está deveras gostoso,
depois que ficou salgado!…
PRECIOSO LÍQUIDO, SEM SAL
<h3 style=”padding: 6px; background-color: #0099ff;”><span style=”color: #ffffff;”>E FRED JORGE CRIOU CELLY CAMPELLO!</span></h3>
<div style=”padding: 6px; background-color: #0099ff;”><span style=”color: #ffffff;”>No auge do sucesso, em 1965, a música teve uma versão no Brasil, gravada por Agnaldo Timóteo. Como costuma ocorrer com as
Em novembro de 2009, a produção industrial da Bahia avançou 3,9% em relação a outubro do mesmo ano, registrando a quarta taxa positiva consecutiva. Em relação a novembro de 2008, a taxa é de 4%.
O resultado da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, analisada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento, sinaliza claramente um processo de recuperação da atividade industrial. Informações do Política Livre.
O meia Robson Luiz, que já atuou pelo Bahia, Vasco da Gama e Santa Cruz, e mais recentemente teve passagem pelo futebol mexicano, é o mais novo reforço anunciado pelo Itabuna Esporte Clube para o próximo campeonato baiano.
A contratação foi confirmada pelo presidente do Azulino, Ricardo Xavier. Segundo ele, a novidade já é fruto da parceria firmada entre o Itabuna e o ex-dirigente do Vitória, Jorge Sampaio.
Leandro Afonso | www.ohomemsemnome.blogspot.com
O começo de Lula, o Filho do Brasil (idem – Brasil, 2009), de Fábio Barreto, lembra um faroeste: muito de imagens em busca de expressividade e auto-suficiência, pouco ou nada de diálogo. Até a longa apresentação dos créditos remete, com boa vontade, a Era uma vez no Oeste (1968), de Sergio Leone. Com essa atmosfera, o tom caricato e maniqueísta do início ainda soa como possível integrante de um mundo palpável, que pode existir na tela – e somente nela. O porém é que depois da primeira fala, e da primeira ação mais grosseira, esse mundo passa a ser outro. Não é o dos rostos e expressões em primeiro plano como uma forma de estilização e ritmo, mas sim a súplica – com frases prontas – pela sua lágrima; ou, no mínimo, pela sua admiração pela história do personagem.
Nesse ponto, inclusive, está provavelmente o maior problema do filme: o que está na tela é sempre menos forte do que está por trás dela. A vida de Lula que passa pelo projetor é a mesma conhecida pela maioria, com a diferença de que, filmada, ela tem seus percalços sublinhados pelo roteiro, pelo tempo dado a eles, e pela trilha sonora. É uma maneira de fazer melodrama, não há dúvidas, mas esse melodrama, pelo que chega à tela, peca não apenas pela repetição do mesmo – a história conhecida –, mas também (principalmente) pela gordura.
Em O Pianista (2002), Roman Polanski filma uma queda de maneira frontal e seca, sem soar apático e sem sublinhar o ato – específico mas apenas mais um dentro de todo o horror do holocausto. Em Lula, Fábio Barreto filma uma cena quase idêntica, como se ela (não a sua natureza, mas ela em si, como um acontecimento único), fizesse parte de um top-5 dos maiores absurdos da história humana – o que só pode ser aceito por um ingênuo de história e de cinema.
Lula – bom diferenciar o filme do personagem – sustenta sua parte melodramática nessas catástrofes, sentidas na pele ou presenciadas por ele, mas sua parte histórica de construção de indivíduo está, muito e infelizmente, nos diálogos. Por mais que talvez, salientando o talvez, a transição do Lula com tendências burguesas para o sindical tenha sido feita de forma tão simplória, ver isso filmado dessa maneira soa até menos reducionista que preguiçoso.
Não dá pra cravar, contudo, que Lula é um desastre completo. Curiosamente, uma cena forte também é, como a abertura, curta e marcada pelo silêncio. Nela, um militar chega onde Lula se encontra, no mesmo instante em que o hoje presidente assiste a um companheiro ser espancado pela polícia. Lula basicamente não abre a boca, o pano de fundo e os olhares dizem muito mais do que eles com palavras – e falam muito mais a respeito do período. É simples, e a tensão está ali.
Infelizmente, todavia, as duas sequências são exceções. E o resto é engodo do mais de um mesmo sustentado nunca pelo filme, mas pelo tema. Da busca pelas emoções, que nunca alcançam o nível de um bom cinema de lágrimas (choro de biografado não conta), até a abrangência megalomaníaca de toda a vida de alguém tão marcante em “apenas” 130 minutos. Que terminam, curiosamente, com o presidente em segundo plano – como o cinema em todo o tempo.
Ps óbvio, mas importante: o texto é uma crítica sobre o filme, não sobre o presidente.
Lula, o Filho do Brasil (idem – Brasil, 2009), de Fábio Barreto
Direção: Fábio Barreto
Elenco: Rui Ricardo Dias, Glória Pires, Juliana Baroni, Cléo Pires
Duração: 130 minutos
Projeção: 1.66:1
8mm
Freud
Christoph Waltz, premiado ano passado em Cannes pelo que fez como o Coronel Hans Landa em Bastardos Inglórios, interpretará Sigmund Freud no próximo filme de David Cronenberg (A Mosca, Marcas da Violência) – o The Talking Cure. Freud, esperto como é, não vai querer explicar nada; vai é assistir.
Cléo
Ainda quero ver Cléo Pires, no cinema, numa atuação em que ela simplesmente não sorria. Acho que pode dar muito bom – embora também ache que devo ser exceção; ou ingênuo, se acreditar que isso pode acontecer.
Filmes da semana:
- O Pecado Mora ao Lado (1955), de Billy Wilder (***1/2)
- Manhattan (1979), de Woody Allen (***1/2)
- Rosetta (1999), de Jean-Pierre e Luc Dardenne (***1/2)
- 4. Lula, o Filho do Brasil (2010), de Fábio Barreto (Cinema do Museu) (**)
- 5. Sherlock Holmes (2009), de Guy Ritchie (Multiplex Iguatemi – Cabine de imprensa) (**)
- A Aventura (1960), de Michelangelo Antonioni (****)
- Segunda-feira ao Sol (2002), Fernando León de Aranoa (**)
Top-10 dezembro – não contam os dessa semana:
10. É Proibido Fumar (2009), de Anna Mullayert (***)
9. Atividade Paranormal (2007), de Oren Peli (***)
8. Uma Mulher é uma Mulher (1961), de Jean-Luc Godard (***)
7. Crash – Estranhos Prazeres (1996), de David Cronenberg (***1/2)
6. Instinto Selvagem (1992), de Paul Verhoeven (***1/2)
5. Polícia, Adjetivo (2009), de Corneliu Porumbiu (***1/2)
4. Ervas Daninhas (2009), de Alan Resnais (****)
3. A Bela Junie (2008), de Christophe Honoré (****)
2. Abraços Partidos (2009), de Pedro Almodóvar (****)
1. O Poderoso Chefão Parte II (1974), de Francis Ford Coppola (****1/2)
______________
Leandro Afonso é comunicólogo, blogueiro e diretor do documentário “Do goleiro ao ponta esquerda”
Essa semana o Pimenta publicou nota sobre o golpe da saidinha bancária em Itabuna, dando conta de que uma empresária foi assaltada em R$ 4 mil, depois de sacar os valores que seriam utilizados para pagamentos de funcionários e fornecedores.
O leitor que se identifica como o coronel PM Costa Jr, Comandante de Policiamento da Capital, do estado do Pará, viu a notícia e mandou o seguinte comentário, em que sugere ações que aplica em seu estado e que poderiam ser utilizadas em Itabuna (confira aqui o vídeo no You Tube):
Prezado leitores.
Sugiro que dêem uma olhada naquilo que estamos fazendo aqui em Belém para proteger os clientes de bancos.
Sou coordenador do programa SEGURANÇA CIDADÃ, do Governo do Pará e acredito que as medidas adotas aqui sirvam para qualquer lugar do meu país.
Confiram:
http://saibadascoisas.blogspot.com/2009/12/banpara.html
Atenciosamente,
Cel PM Costa Jr, Comandante de Policiamento da Capital
Parece que os detentos de Itabuna resolveram, por conta própria, solucionar o problema da superlotação da cadeia. Seguindo esse suposto planejamento, a cada semana, uma leva resolve deixar para trás a vida de aperto nas celas e parte para uma vida ao ar livre.
Senão, vejamos. Em um mês, Itabuna registra quatro fugas da carceragem do Complexo Policial – três só entre 27 de dezembro e hoje. A última foi nessa madrugada, por volta das 03h30min. Foram 15 presos que, utilizando o mesmo modus operandi das outras inúmeras fugas – a já famosa teresa – ganharam o teto e depois o mundão. Segundo a Polícia Militar, tomaram “rumo ignorado”.
Eis a relação: Alessandro Oliveira Tavares; Paulo Roberto Silva Santos; Diego Oliveira dos Santos Maia; Israel Santos Galvão; Alexandro Evangelista dos Santos; Crispim Santos de Jesus; Sinval Sena dos Santos; Bruno Viera Sales; Melques Levi de Souza Barbosa; Geovane Liberalino dos Santos; Joilson Oliveira Santos; Jefferson Bastos Brito; Alan Marques de Oliveira; Cristiano Reis Santos; e Bruno Yuri Silva Araújo.
Uma curiosidade: o detento Melques Levi de Souza Barbosa foi preso na quinta-feira (7), acusado de ter matado, na madrugada daquele mesmo dia, com uma facada no peito, sua ex-companheira Bárbara Brandão. Nem deu tempo fazer novas amizades nem se ambientar ao que poderia ser seu novo lar por muito tempo.