ESCREVER NÃO É TRABALHO, É PASSATEMPO
Milton Rosário, integrante de qualquer lista, por menor que seja, dos melhores jornalistas de sua geração (além de ser gente de excepcional qualidade), me contou esta. Certa vez, o pai do poeta Telmo Padilha (foto) virou-se para o autor de Girassol do espanto e, olho no olho, o chamou à terra: “Meu filho, deixe esse negócio de escrever e arranje um trabalho decente, pois literatura não dá camisa a ninguém”. Telmo persistiu e obteve reconhecimento nacional, o que não invalida a lição de que intelectual, para ganhar uma camisa nova, precisa suar (e muito!) a antiga. Não temos tabela de preços nem sindicato como proteção – e escrever, diz o senso comum, não é trabalho, é passatempo.
JORNALISTA É QUEM VIVE DO JORNALISMO
“GANHARÁS O PÃO COM O SUOR DO TEXTO”
JORNALISMO DO DIFUSO E DO IMPALPÁVEL
PARA O BEM OU PARA O MAL, EIS O HÍFEN
Não há dúvida: a maior armadilha de nossa ortografia é o hífen. A depender do caso, ele é bem-vindo e bem-visto. É o hífen é do bem, digamos. Mas quando surge sem ser “convidado”, causa mal-estar e mau humor, deixa o leitor mal-humorado, faz o texto mal-amado, sugere que quem o escreve é mal-educado (mal-afortunado, em termos de língua culta). Aí, é o hífen do mal. Às vezes, ele é bendito, bem-visto, benquisto, benfeitor e bem-querido; noutras, é malnascido, malcuidado, malcriado, mal-ajambrado, mal-afamado, malvisto e, portanto, contra-indicado. É o contra-exemplo da boa construção.
GOVERNO MUDA GRAMÁTICA PORTUGUESA
O VEÍCULO DÁ SUA OPINIÃO NO EDITORIAL
CAVALO COM CHIFRES E COBRA COM ASAS
Se o prezado leitor (ou a prezada leitora!) concluiu que não se assina editorial, parabéns. Não se assina porque, se assinado, vira artigo “comum”, a espelhar a opinião do signatário, não mais do veículo. Editorial “assinado” se define com uma palavra de nossa língua culta pouco utilizada por nós, mas corriqueira em Portugal: contrafação – que vem a ser fraude, disfarce, fingimento, imitação, falsificação, e por aí vai. Editorial “assinado” é tudo isso (e mais alguma coisa), mas editorial não é. Será, mudando da língua erudita lusitana para a popular brasileira, um cavalo com chifres. Ou uma cobra com asas.
ROBERTO MARINHO E O EDITORIAL ASSINADO
Há tempos, o Jornal Nacional costumava, numa noite sim e na outra idem, antecipar o que O Globo publicaria no dia seguinte, como “o editorial do jornalista Roberto Marinho” – na foto, à direita do general Figueiredo. No afã de agradar ao chefe (ou, quem sabe, por ordem do mesmo), violentavam-se as regras e se desserviam as novas gerações de redatores. Essa contrafação (!) durou até quando apareceu no JN alguém com juízo e pôs cobro à farsa – ou Doutor Roberto se cansou da brincadeira. O fato é que este morreu e, para nosso alívio, resolveu, em definitivo, o problema. “Editorial do jornalista Roberto Marinho”: nunca mais.
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(O.C.)
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Recusar a exigência do diploma para o exercício do jornalismo é o mesmo que rebaixar essa área profissional, mais que os próprios jornalistas. Não desmerecendo outros profissionais, não-diplomados, o jornalismo requer mais que técnica, mas conhecimento nas diversas áreas, pois um jornalista mal formado ou sem formação alguma não tem muito a acrescentar para nossa sociedade.Vejo que os “jornalistas” de Itabuna não são éticos.Nenhum tem moral para falar de ninguém.Vejo o caso de Eduardo Anunciação e Ediney Bonfim.São éticos? Apenas uma palavra.Não.
Na imprensa política itabunense, formada quase 100% por “jornalistas” práticos (sem formação em jornalismo), a análise feita pelos próprios “jornalistas” sobre o trabalho dos “colegas” é feita de forma empírica, sem qualquer embasamento teórico. Também é comum um culto à indolência da parte dos que não possuem diploma de jornalismo. Numa interpretação distorcida, muitos dos que não sentaram nos bancos acadêmicos afirmam que diploma de jornalismo não serve para nada. Boa parte dessa turma sempre faz vestibular de jornalismo para a Uesc todo ano. Tomara que passem. Irão se qualificar e ver que estavam enganados.
Pedro, eu respeito tudo o que dizes, embora não concorde 100%. Primeiro, acho leviandade tua afirmar que “os jornalistas de Itabuna não são éticos” porque a generalização é injusta. Há, sim, jornalistas éticos, assim como existem em quantidade expressiva os não-éticos, pústulas e salafrários. Aliás, como em todo segmento profissional.
Segundo ponto: não sou defensor do diploma, mas do conhecimento e da sabedoria, na mais sublime acepção dessas palavras. Entendo que o diploma deve ser valorizado, mas não servir como instrumento de uma reserva de mercado para os que cursaram a Faculdade de Jornalismo.
O próprio mercado e a sociedade podem fazer a seleção natural, ao filtrar o que presta e o que não presta. Essa briga entre diplomados e práticos será eterna, até que todos entendam que o lugar ao sol não está reservado a nenhuma das duas categorias. O lugar está reservado para os bons.
Aliás, é altamente medíocre esse debate. Ele interessa particularmente a jornalistas que se graduaram, mas permanecem frustrados por não ter uma boa situação profissional. E, se não têm, é na maioria das vezes porque são incompetentes, irascíveis ou de caráter ruim. Defeitos que não tem diploma capaz de remover.
Senhor Juca, vc poderia citar quais são os jornalistas éticos de Itabuna?
Se são éticos e bons profissionais por que nunca sairam de Itabuna para trabalhar em jornais de circulação nacional, HEIN?
Pedro Alves
Senhor “Pedro Alves”, pelo tom ressentido e argumentos incoerentes, percebo que o senhor não se chama Pedro, mas sim Paulo… E o sobrenome começa com a letra “C”. O senhor é um tolo por achar que o profissional só seria ético se saísse da região para trabalhar fora. Além de uma estupidez sem tamanho, isso é totalmente provinciano.
Retiro-me da discussão, pois há limite para tudo. Até para a imbecilidade!
Hummm… acho que aqui em casa tem uma jornalista que não é jornalista!
Sou favorável ao diploma para jornalista e contrário à exigência deste, e já que entramos nessa discussão, vai um recado: Pedro, a Uesc não oferece graduação em Jornalismo.
Limita-se ao Curso de Comunicação Social. Este curso não habilita em jornalismo. Tenho “n” colegas que fizeram concursos públicos e não poderiam trabalhar na área se não procurassem urgentemente ter graduação em Jornalismo.
Aprofundo a discussão sugerindo ao reitor da UESC, sr. Joaquim Bastos, que ofereça curso de GRADUAÇÃO EM JORNALISMO.
Caro Juca, vc está enganado.Sou jornalista profissional e sou favorável ao diploma para jornalista.Portanto, tome cuidado com que o senhor esvreve.Não julgue para não ser julgado.Conheço bem Itabuna.E ninguém aí tem moral para falar de ninguém.Portanto, evite falar mal das pessoas que vc nunca conviveu ou conhece.Pense nisso! Jornalista ético não difama.Seja original, seu nome é Juca mesmo?…
Jornalista em Londres
O jornalista Paulo Caminha, graduado em Jornalismo e com Mestrado, agora está em Londres, quando busca maiores conhecimentos e pesquisas em seu Doutorado. É mais um baiano brilhando e com sucesso alcançado. Parabéns ao amigo e profissional.(Por Xavier Ladeira, jornalista).