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O Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura (DSV/MAPA) ainda não decidiu o destino do cacau importado da Costa do Marfim com insetos vivos. Um lote de cerca de 4 mil toneladas de cacau, importado pela Nestlé em Itabuna, continua retido. A presença de insetos foi detectada por fiscais federais durante inspeções fitossanitárias e de qualidade das amêndoas no Porto de Ilhéus.

Desde que o País passou a importar amêndoas secas de cacau, há 13 anos, esta é a primeira vez que se tem o registro de pragas. A descoberta dos insetos aconteceu nove meses depois de o ministério ter publicado a Instrução Normativa 47/2011, o que levanta a suspeita de produtores de cacau de riscos de contaminação. Neste momento, a lavoura cacaueira está se recuperando do ataque da vassoura-de-bruxa no final da década de 80.

Os fiscais não sabem dizer se os insetos podem causar danos econômicos graves ou se teriam apenas “pegado carona” nas sacas do cacau africano, o que reflete fracasso da inspeção na origem. Desde a IN 47/2011 que “afrouxaram” os controles, principalmente quanto à reutilização da sacaria vinda de países como Gana, Costa do Marfim e Malásia. Pela norma anterior, a sacaria era incinerada.

No mesmo navio, outras seis mil toneladas de cacau atenderam aos requisitos da IN nº 47/2011 e a Cargill assinou o termo de depositária, o que não a isenta de fiscalização quanto à fitossanidade e das exigências da classificação.