Café da Chapada Diamantina obtém selo de Indicação Geográfica (IG) do INPI || Foto Seagri/Divulgação
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Das mais promissoras regiões do país no cultivo de café, a Chapada Diamatina, na Bahia, acaba de obter, do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) o reconhecimento de Indicação Geográfica (IG) com Denominação de Origem (DO). Reivindicado pela Aliança dos Cafeicultores da Chapada Diamantina, o reconhecimento aponta a qualidade e as características únicas do café da região baiana.

Estudos das universidades Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e Federal da Bahia (UFBA) confirmam que fatores como altitude, temperatura e orientação da encosta onde os cafezais são cultivados, combinados com práticas pós-colheita tradicionais, são determinantes para a qualidade do café da Chapada.

De acordo com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) a DO “Chapada Diamantina” abrange 24 municípios da Mesorregião Centro-Sul Baiano (veja relação abaixo). Os cafés dessa região, todos da espécie Coffea arabica L., destacam-se por suas notas sensoriais exclusivas, como acidez cítrica, ser encorpado e possuir retrogosto prolongado.

MELHORES CAFÉS DO MUNDO

Cafés processados ​​por via seca (natural) da Chapada frequentemente atingem resultados superiores a 85 pontos na metodologia da Specialty Coffee Association (SCA), competindo em pé de igualdade com os melhores cafés colombianos e etíopes.

“Essa conquista é um orgulho para a Bahia e um reconhecimento ao trabalho incansável dos cafeicultores da Chapada Diamantina”, afirma o secretário da Agricultura da Bahia (Seagri), Wallison Tum. “A IG consolida a Bahia como um polo de produção de café de alta qualidade e abre novas perspectivas para o setor, impulsionando a economia local e fortalecendo a marca Café da Bahia no mercado nacional e internacional”.

Gestora de Projetos do Sebrae em Seabra, Amanda Teixeira vê o reconhecimento como resultado de parceria sólida de produtores e órgãos como o próprio serviço de apoio a micro e pequenas empresas. “Esse reconhecimento aumenta a visibilidade do café da região, atraindo o olhar de consumidores e investidores para esse ‘cantinho da Bahia’, que possui um terroir incomparável”, assinala.

FÓRUM

Para promover o desenvolvimento regional da produção de café e outras culturas, a Seagri, em parceria com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), está organizando curso de Indicação Geográfica (IG). A capacitação, que contempla funcionários públicos e secretarias do Estado da Bahia, busca fortalecer o conhecimento sobre as IGs e impulsionar o registro de novos produtos baianos com essa classificação.

Para Wallisson Tum, o Fórum Baiano de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas é uma instância fundamental para apoiar o estudo e o registro de novas IGs no estado da Bahia. Atualmente, o estado possui um vasto potencial para novas indicações, com aproximadamente cinquenta potenciais novas IGs levantadas em estudos de universidades baianas.

A formação ocorrerá durante a 33ª edição da Fenagro, uma das maiores feiras agropecuárias do país, que também abrigará a reunião do Fórum Brasileiro de Indicações Geográficas. A Feira vai de 28 de novembro a 8 de dezembro, no Parque de Exposições de Salvador.

MUNICÍPIOS ABRANGIDOS

A IG do café da Chapada Diamantina abrange os municípios de Abaíra, Andaraí, Barra da Estiva, Boninal, Bonito, Ibicoara, Ibitiara, Iramaia, Iraquara, Itaeté, Jussiape, Lençóis, Marcionílio Souza, Morro do Chapéu, Mucugê, Nova Redenção, Novo Horizonte, Palmeiras, Piata, Rio de Contas, Seabra, Souto Soares, Utinga e Wagner.