O jornalista e bacharel em Direito Ederivaldo Benedito, Bené
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Os afrodescendentes são cidadãos e devem agir e serem vistos como tal. Não são seres inferiores nem superiores, mas a história e o sofrimento dos seus antepassados precisam e devem ser reconstruídos e reconhecidos em todas as camadas da sociedade para que possamos reduzir as desigualdades e promover a tão almejada justiça social no país.

 

Ederivaldo Benedito

Neste 20 de novembro – que lembra os 329 anos do assassinato de Zumbi dos Palmares – é momento propício para uma reflexão sobre a trajetória e a condição dos afrodescentes brasileiros. Também a primeira vez em que o Dia da Consciência Negra é feriado nacional, após o presidente Lula sancionar, em 21 de novembro do ano passado, o projeto de lei n.º 3.268/2021, que cria a data. A proposta, de autoria do senador Randolfe Rodrigues, do partido Rede do Amapá, teve 286 votos favoráveis, 121 contra e duas abstenções.

Há décadas, a data é feriado em seis Estados brasileiros – Mato Grosso, Rio de Janeiro, Alagoas, Amazonas, Amapá e São Paulo. Segundo levantamento da Fundação Cultural Palmares, ela é comemorada em, pelo menos, 1.260 municípios. A sanção do presidente fez com que a data se tornasse feriado nacional.

Um dos principais líderes negros do período Brasil Colônia, Zumbi dos Palmares, batizado como Francisco, é considerado o maior líder quilombola da América Latina, além de criador do Quilombo dos Palmares, complexo com 20 mil habitantes, localizado na Serra da Barriga, no município de União dos Palmares, em Alagoas. Ele incentivou a fuga de escravos e liderou a resistência contra a escravidão.

Segundo historiadores, Zumbi nasceu livre em Palmares, mas um padre o escravizou aos seis anos, chegando a servir à missa e aprender latim. Aos quinze anos, retornou ao quilombo, onde se tornou o Guerreiro Zumbi.
Em 1694, uma expedição portuguesa destruiu o quilombo. Em 1695, após uma emboscada, Zumbi acabou capturado e decapitado. Sua cabeça foi exposta em praça pública. Zumbi dos Palmares é considerado um símbolo de resistência dos negros à escravidão no Brasil.

A data tem um grande significado para todo o povo brasileiro, porque consciência negra – ideia extraída dos movimentos sociais que lutam contra o racismo, o preconceito e pela igualdade racial no início das décadas de 70 e 80 – é muito mais que o orgulho da cor da pele negra. Simboliza luta, resistência e a consciência de que a negritude não é inferior, nem superior, e que o negro tem seu valor e seu lugar na sociedade.

Significa, também, respeito e direitos a todos os seres humanos, e nos leva a imaginar e fazer, em foz alta, inúmeras indagações, consideradas pertinentes:

Se o Brasil é o país com a maior população negra fora do continente africano e, de acordo com o IBGE, somos mais de 110 milhões de pessoas espalhadas nos seus 26 Estados e no Distrito Federal, por que pouco se sabe sobre a história negra nesta Terra de Santa Cruz de contribuição e formação da sociedade brasileira?

Por que – se o 20 de novembro é uma data que, além de homenagear o líder na época dos quilombos, surgiu como uma iniciativa de gerar reflexão para as questões raciais no país, fortalece mitos e referências históricas da cultura e trajetórias negra nesta terra, trazendo referências para lideranças atuais – ainda hoje os nossos presídios estão abarrotados de pretos e pardos, as ruas cheias de pedintes negros e as taxas de desemprego são lideradas por pessoas pretas?

Por que 136 anos após a abolição da escravatura, oficialmente em 13 de maio de 1888, o negro continua numa posição inferior na sociedade brasileira?

Por que durante o século XIX, a irmandade negra do Rosário dos Pretos das Portas do Carmo, em Salvador, sobreviveu quatro séculos – a maior parte do tempo sob a escravidão – contribuindo para a afirmação dos negros e da cultura negra na Bahia, organizando a resistência, lutando em favor da libertação dos escravos, preservando a cultura afro e mantendo unido o povo de origem africana?

Por que durante o Brasil-Colônia, na Bahia, em Pernambuco e no Rio dme Janeiro, existiam as “juntas” – associações criadas com o fim de formar uma poupança em dinheiro para empréstimo aos escravos que se encontravam em dificuldade financeira ou precisassem comprar carta de alforria – foram fundamentais para que muitos deles não caíssem na mendicância quando perdiam as forças para trabalhar?

Por que as “juntas” eram presididas por um líder que cuidava de guardar e anotar as quantias depositadas e retiradas, e seus membros se reuniam, geralmente aos domingos, para retirar e depositar dinheiro e discutir negócios, e no século XIX os negros de ganho que trabalhavam na zona portuária da cidade do Rio de Janeiro, inclusive carregadores de café, também se reuniam em torno de associações com o fim de promoverem a liberdade de seus membros?

Por que no período escravocrata, organizados e unidos, os negros lutavam incessantemente pela compra das cartas de alforria, conseguida também por algum parente do escravizado que esperava ser libertado, pelo próprio escravizado ou por alguma pessoa livre com a qual o escravizado manteve contato, e hoje, apesar do avanço tecnológico, do acesso à escola e aos meios de comunicação, e da inserção social essa união e organização não é tão evidenciada na luta contra o preconceito social que impera no país?

Por que o negro ainda é discriminado e alvo de preconceito racial na Bahia, um Estado brasileiro com grande concentração de pretos e afrodescendentes?

Por que discriminação racial contra negros na terra onde nasceu o Brasil, assim como em outras regiões onde há uma grande população negra, é resultado de um longo histórico de racismo estrutural enraizado na sociedade?

Por que, nestes quase um século e meio, na Bahia a herança da escravidão e a persistência de preconceitos raciais ainda contribuem para a discriminação e exclusão do povo preto em diversos aspectos da vida cotidiana, como acesso a emprego, Educação, Saúde e Justiça?

Por que, em todo território nacional, a falta de políticas públicas efetivas e a perpetuação de estereótipos negativos em relação aos negros também contribuem para a manutenção da discriminação racial?

Por que a sociedade brasileira, apesar de tantas lutas, ainda não conseguiu promover, de forma efetiva, a conscientização e o combate ao racismo estrutural, à discriminação e ao preconceito racial, bem como a implementação duradoura de políticas de inclusão e de igualdade para que todos os cidadãos possam viver em uma sociedade mais justa e igualitária?

Por que o candomblé – religião de matriz africana que foi trazida para o Brasil pelos escravizados durante a época da colonização, e que não segue os padrões impostos pela sociedade dominante – é tão discriminado e alvo de preconceito no pais, em especial, na Bahia?

Por que, no limiar da metade da segunda década do Século XXI, a sociedade brasileira ainda se ocupar em colocar como pauta de discussão acadêmicas e políticas o racismo estrutural – um problema historicamente enraizado, que se manifesta de diversas maneiras, como discriminação no mercado de trabalho, acesso limitado à educação de qualidade e à violência policial – e perpetua a posição inferior do negro em nosso meio?

Por que a maioria absoluta dos negros no Brasil vive em situação de pobreza e tem acesso limitado a oportunidades econômicas e sociais, e a desigualdade de renda e o acesso desigual a recursos vêm contribuindo, ao longo de décadas, para a manutenção da posição inferior do negro na sociedade?

Por que, apesar dos avanços legais e políticos para combater a desigualdade racial no Brasil, ainda há uma lacuna na implementação efetiva de políticas públicas que promovam a igualdade de oportunidades para negros e brancos, e a falta de políticas afirmativas e a perpetuação de estereótipos e preconceitos contribuem para a manutenção da posição inferior do negro na sociedade brasileira?

Por que, ativistas e educadores, militantes e pesquisadores, líderes do movimentos sociais e professores, pais de alunos e parlamentares aliados, estudantes e políticos do campo progressistas não organizam e, unidos, constroem uma frente ampla nacional com o objetivo de sensibilizar a sociedade e pressionar os governos estadual e federal na luta pela inclusão de negros, em especial os pobres, nas instituições de ensino superior públicas e privadas, nos serviço público e no mercado de trabalho – por meio do cooperativismo, do associativismo e do empreendedorismo coletivo – possibilitando, dessa forma, empoderamento e mobilidade social para população afro-brasileira?

Por que as organizações e movimentos que defendem a causa não chegam – unidos e organizados – junto aos organismos competentes e aos governamentais locais e aos parlamentares ligados a esta terra e apresentam um projeto viável de implantação, no sul da Bahia, de núcleos coletivos de Educação, visando à capacitação de professores da rede municipal de ensino, para que estes disseminem a cultura afro-brasileira nas escolas públicas da região?

Por que até o momento não foi colocado em prática, de forma dinâmica, plena e eficiente, em nosso meio, o programa de capacitação de docentes, que objetiva disseminar a cultura afro-brasileira nas escolas públicas, e a proposta que contempla a Educação étnico-racial nas unidades educacionais públicas municipais, por meio da meta estabelecida pelo Plano de Educação da Secretaria de Educação, e de acordo com a Lei n.º 10.639 de 2003, que fala sobre o ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Africana?

Fala-se muito em reparação e em ações afirmativas, mas é preciso que as ações sejam efetivamente ações. Se a exclusão é cotidiana, a luta pela inclusão também. Durante esta semana da data, diversas atividades foram realizadas, assim como palestras, cursos, seminários, oficinas, audiências públicas, entrevista e passeatas. Mas entendemos que o discurso deve se tornar prática e, diariamente, recriamos, reconstruirmos, resgatarmos, contarmos a outra historia do Brasil.

Em síntese: o 20 de novembro não pode nem deve ser apenas num dia, porque as questões e os problemas que pretos e pardos enfrentam são constantes, diuturnos. Os afrodescendentes são cidadãos e devem agir e serem vistos como tal. Não são seres inferiores nem superiores, mas a história e o sofrimento dos seus antepassados precisam e devem ser reconstruídos e reconhecidos em todas as camadas da sociedade para que possamos reduzir as desigualdades e promover a tão almejada justiça social no país.

Ederivaldo Benedito é jornalista, radialista, bacharel em Direito, historiador, escritor, graduando em Teologia e pós-graduando em História e Cultura Afrobrasileira.

Câmara aprova Dia da Consciência Negra como feriado nacional || Fernando Frazão/ABr
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A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira (29) o projeto de lei que torna o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, feriado nacional. O texto já tinha sido aprovado pelo Senado e, agora, vai à sanção presidencial. Pelo projeto, a data será chamada Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.

Foram 286 votos a favor, 121 contra e duas abstenções. Atualmente, a data é feriado em seis estados – Mato Grosso, Rio de Janeiro, Alagoas, Amazonas, Amapá e São Paulo – e em mais de 1.000 cidades por meio de leis municipais e estaduais.

A data é uma homenagem a Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, morto em 1695, e símbolo de resistência contra a escravidão.

“Zumbi dos Palmares foi um homem que conseguiu manter a chama viva, ardente em nossos corações, nas nossas veias, nas nossas almas, que fez com que esse Brasil pudesse reconhecê-lo como herói da pátria brasileira. Não herói dos negros, é herói da pátria brasileira. Não é apenas um feriado qualquer, é uma história do Brasil”, disse a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), que falou em nome da bancada governista.

IGUALDADE RACIAL

A relatora Reginete Bispo (PT-RS) disse que a data servirá para aumentar os esforços de combate ao racismo e de promoção da igualdade racial. “Talvez pareça a muitos uma iniciativa menor, meramente simbólica. Mas não o é. Porque símbolos são importantes. São datas alusivas ao que o país considera mais relevante em sua história”, disse.

Para os deputados contrários, a declaração de feriado prejudica setores da economia e a data deve ser estipulada por assembleias estaduais e municipais, como é atualmente. “No mês de novembro já temos muitos feriados, isso teria de ser decisão das câmaras municipais”, argumentou o deputado Professor Paulo Fernando (Republicanos-DF).

Desde 2003, as escolas passaram a ser obrigadas a incluir o ensino de história e cultura afro-brasileira no currículo. Em 2011, a então presidente Dilma Rousseff oficializou o 20 de novembro como Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.

“VITÓRIA EXPRESSIVA”

À Agência Brasil, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, celebrou a aprovação do projeto. Para ela, simboliza a importância da luta dos movimentos negros para a história do Brasil.

“É uma vitória expressiva e simbólica para o povo brasileiro. As datas comemorativas e feriados nacionais guardam e revelam valores que são importantes para uma nação, e ter o Dia da Consciência Negra uma data de luta dos movimentos negros, tendo sua vitória reconhecida, é de grande valor para a construção da memória deste país”.

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Elton OliveiraElton Oliveira | srelton@hotmail.com

 

Um bom exemplo de quebra de paradigma é a eleição de Barak Obama à presidência dos Estados Unidos da América (EUA). Quando ele anunciou sua pretensão de se tornar candidato, a maioria das pessoas não o levou a sério.

 

A mais célebre representante da Geração “Y” é a mais jovem ganhadora da história do Prêmio Nobel da Paz, a paquistanesa Malala Yousafzai, que ganhou em 2014 o prêmio ao lado do indiano Kailash Satyarthi, de 60 anos. A paquistanesa de 18 anos é ativista dos direitos das mulheres e meninas para terem amplo acesso à educação.

Malala ficou mundialmente conhecida após ter sobrevivido a uma tentativa de homicídio empreendida pelo grupo radical talebã, porque queria frequentar normalmente aulas em uma escola. A palavra de ordem da Geração “Y” é o “Ativismo”. Neste presente artigo, trataremos de como os pertencentes à tribo “Y” compreendem Liderança.

Assim definimos a Geração “Y”: como sendo os nascidos após o ano de 1978, conhecidos como a geração da Internet. Imediatistas, buscam significados para a vida, são focados em valores éticos, valorizam o aprendizado e as relações sociais. Conferem relevância insubstituível à velocidade e agilidade. São “multitarefas” e conseguem ouvir música, assistir à TV digital, ler notícias na internet, responder às redes sociais e ainda são capazes de captar uma conversa ao redor.

Também, a Geração “Y” inovou a maneira de se fazer marketing. Não são fiéis a marcas, convivem em tempo integral com instrumentos virtuais e consideram a novidade muito mais importante do que a necessidade. Substituem os livros pelos computadores, preferencialmente móveis. A internet é tão comum para a Geração “Y” quanto as bancas de jornais, bibliotecas e sebos eram para as gerações que a precederam.

Pensando um pouco nas eleições de 2016 e no primeiro voto de muitos integrantes da Geração “Y”, além da utilização do aplicativo de celular Whatsapp que caiu nas graças desse nicho de eleitores. A pergunta que não quer calar é como a Geração “Y” pensa liderança. Num passado recente, ser um líder era algo tão simples quanto a definição do Dicionário Aurélio para a palavra: “chefe e/ou guia”. Ou ainda, do Dicionário Houaiss: “indivíduo que tem autoridade para comandar ou coordenar outros”.

As definições de liderança citadas acima se referem ao modelo aprendido por aqueles de nós que têm mais de quarenta anos. Um modelo que nos foi apresentado na infância pelos nossos pais, a quem chamávamos de senhor e senhora os quais temíamos desobedecê-los e não nos atrevíamos a questionar.

O mesmo modelo pode ser encontrado, também, no relacionamento com os professores e, mais tarde, com os gestores que tivemos no começo da trajetória acadêmica e profissional. Por tudo isso, para nós, liderança tornou-se algo que poderia ser traduzido como “manda quem pode e obedece quem tem juízo”.

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marivalguedes2Marival Guedes | marivalguedes@gmail.com

 

Uma estudante da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) atravessava a Avenida Amélia Amado quando uma motorista, ao invés de reduzir, aumentou a velocidade do veículo. Não satisfeita, berrou: “sai da frente, negra descarada”.

 

Uma das principais notícias da semana foi a queixa registrada em uma delegacia de polícia do Rio de Janeiro pela atriz Taís Araújo, contra autores(as) de comentários racistas na internet.

Ela disse que presta depoimento porque sabe que o seu caso não é isolado, acontece com milhares de outras pessoas negras no país. Tem razão, ainda são, vergonhosamente, vários os casos.

Há poucos dias uma mulher chamou um vendedor de “macaco” no Shopping Barra, em Salvador. A notícia se espalhou rapidamente no local, várias pessoas foram à porta da loja e ela se escondeu num provador. Foi detida pela PM e vaiada.

Aproveito o mês em que se comemora o Dia da Consciência Negra para relembrar dois fatos já relatados neste blog. Primeiro é a denúncia do ambientalista e artista itabunense Walmir do Carmo, em Londrina, sobre um médico que o ironizou por ser negro.

Walmir chamou a polícia e ele recebeu voz de prisão. O irmão do criminoso reagiu: “era só o que faltava, meu irmão ser preso por causa de um preto”, vociferou sem sequer atentar para o fato de o comandante da PM ser negro. Foi preso.

Em Itabuna uma estudante da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) atravessava a Avenida Amélia Amado quando uma motorista, ao invés de reduzir, aumentou a velocidade do veículo. Não satisfeita, berrou: “sai da frente, negra descarada”.

A vítima, valente militante de esquerda, saiu em disparada para alcançar a agressora e conseguiu no próximo sinal. Aproximou-se ofegante e desferiu um tapa na cara em sincronia com um desabafo: “descarada é você, cachorra vagabunda”.

Voltando ao caso de Tais Araújo, a internet permite que pessoas se escondam atrás do computador, muitas vezes covardemente com perfis falsos ou pseudônimos, para cometer crimes ou ataques mentirosos e desrespeitosos. Talvez não saibam que podem ser desmascarados. E punidos.

Marival Guedes é jornalista e escreve crônicas aos domingos no Pimenta.

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A professora Ivete Sacramento vem a Itabuna neste domingo, a convite da Academia de Letras de Itabuna (Alita) e do Terreiro Ilê Axé Ijexá Orixá Olufon, dirigido pelo escritor e babalorixá Ruy Póvoas, para participar das comemorações do Dia da Consciência Negra.

A palestra da professora, que integra uma ampla programação, a partir das 16 horas do domingo (com apresentação de diversas manifestações artísticas, textos dramatizados, música e outras), terá como tema “Literatura e consciência negra no Brasil”, na Rua Getúlio Cargas, 642, no bairro Santa Inês.

De acordo com a presidenta em exercício da Alita, Sônia Maron, a parceria da academia com o Ilê Axé Ijexá “representa o reconhecimento da diversidade cultural, além um alerta para a importância dos valores africanos em nossa formação”.

Para o professor e babalorixá Ruy Póvoas, o terreiro de candomblé “é um espaço onde é possível outra interpretação do universo e da vida, nem melhor nem pior do que o paradigma ocidental, mas outra interpretação”.

Ivete Sacramento é mestra em Educação e, ao assumir a Universidade do Estado da Bahia (Uneb), foi a primeira reitora negra do Brasil. Ela é responsável pela implantação, de forma pioneira, na Uneb, do sistema de cotas para afrodescendentes. Com mestrado em Montreal/Canadá, Ivete Sacramento, que exerceu o magistério em Ubaitaba, é detentora de vários prêmios, pela sua militância em favor da inclusão social dos negros e descendentes.