Balaio de flores para a Rainha do Mar || Foto Flávio Rebouças
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Os povos de terreiro de Ilhéus se movimentam para celebrar o Dia de Iemanjá, neste domingo (2), com festas na Maramata (Nova Brasília), Litorânea Norte e Praia do Cristo. As celebrações terão cortejo, procissão e música ao vivo. Nos três locais, a alvorada de fogos está marcada para as 5h.

Na Nova Brasília, às 10h, será a vez da Roda de Baianas. O cortejo marítimo está marcado para as 16h. A partir das 17h, a comunidade assistirá aos shows de Marcos Paulo, Pierre Onassis e Banda Afrodisíaco.

A Litorânea Norte recebe, às 9h, o Xirê do Candomblé, seguido da procissão marítima, às 16h, e dos shows de Samba de Treita, Andinho e Fusca Virado, a partir das 17h. Já na Praia do Cristo, o Xiré será mais cedo, às 7h, com entrega de oferendas. A festa continua com banho de cheiro, às 12h, e o cortejo de presentes, às 17h.

Praia do Malhado será um dos palcos das homenagens a Iemanjá || Foto Maurício Maron/JBO
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As praias do Cristo, do Malhado e da Maramata recebem os festejos dos povos de terreiro de Ilhéus para Iemanjá, na próxima sexta-feira, 2 de fevereiro. Na Avenida Litorânea, a programação vai se concentrar nos arredores da Sereia, escultura do artista plástico Goca Moreno, a partir das 5h. No Cristo, a celebração começa às 7h, com a queima de fogos do Terreiro Ilê Axé Logunedé.

As apresentações de Q’Delícia, Capricho Oficial, Gordo do Pagode, Paulinho Xoxó, DJ Lukas Horus e Léo Mattos vão ditar o ritmo da festa na Praia do Cristo. Já a Litorânea terá shows de Raneychas, Samba de Treita, Tony Canabrava, Pegada do Samba e Top Gan. No Malhado, a celebração é promovida pelos terreiros Ilê Axé Ballomi, de Pai Toninho; e Sutão das Matas, de Mãe Cíntia, em parceria com o professor Emenson Silva.

CORTEJO

Um dos momentos mais esperados do Dia de Iemanjá é a partida dos barcos em cortejo, levando os presentes da Rainha do Mar. No Cristo, a saída será às 13h, e na Litorânea, às 15h30min. A programação da festa da Maramata ainda não foi divulgada.

A Prefeitura de Ilhéus assegura apoio aos eventos, com serviços de infraestrutura, saúde, segurança, transporte, iluminação e limpeza.

Escultura de Iemanjá diante de navio turístico atracado no Porto de Ilhéus || Foto Julio Gomes
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Por que não se avisou aos turistas dos navios que hoje é Festa de Iemanjá? Por que não os trouxeram para vê-la? Por que o melhor de nossa cultura, de nossas raízes, ficou oculto e invisível?

Julio Gomes

Dois de fevereiro é Dia de Iemanjá, e na Bahia é dia de festa no mar. Quem trabalha, assim como eu, tem que estar no local do trampo, do batente. Mas, existe o horário do almoço, quando às vezes é possível escapar com alegria e brevidade para ir saudar a Rainha das Águas!

A primeira parada é no Pontal, próximo ao Morro de Pernambuco. Que saudades de minha amiga Mãe Laura! Me consola um pouco saber que a Praça da Maramata agora tem seu nome, em justa e merecida homenagem à nossa querida ialorixá. Creio que, em espírito, de alguma forma, ela se faz presente naquele local. Corro o ramo com água de cheiro e lá vamos para o Malhado, onde também há festejos na beira do mar.

Já em frente ao Barravento Praia Hotel o trânsito foi desviado e Avenida Litorânea é só nossa e do sol de verão de uma hora da tarde. Próximo à praia do Marciano, há um grande palco e muitas barracas em volta, vendendo bebidas e comidas, muitas delas de origem africana. Ali encontro um toldo maior ainda, onde o Povo de Santo dança, toca e festeja Iemanjá.

A alegria me toma de vez! Reencontro amigos, sinto o vento quente do dia e o sol da Bahia no corpo enquanto a festa continua, com a presença de lindas baianas, jovens ou mais maduras, e os sons, ritmos e cheiros que trazem felicidade. Não é preciso deixar de ser cristão para ter carinho, respeito e admiração pelos deuses da África e de todos os povos. Queiramos ou não, Deus é um só!

Homens e mulheres de terreiros de Ilhéus na Festa de Iemanjá || Foto Julio Gomes

Ainda no Malhado, vejo que Ilhéus recebe neste mesmo dia um grande navio de cruzeiro, daqueles cheios de turistas brasileiros e/ou estrangeiros, que buscam novidades no acanhado Centro de nossa cidade, sempre precário, quase sempre malcuidado, sem atrativos e quase sem opções de visita e de cultura para os turistas. Mas, observo que nas duas festas, no Pontal e no Malhado, só vemos os ilheenses, só o Povo de Terreiro e aqueles que, como eu, sentem felicidade por estar ali, juntos.

Penso que Iemanjá há de perguntar: por que o povo do navio não vem me ver? Será que esse povo branco de outras terras não gostaria de me conhecer, de ver minha cultura africana, indígena, baiana, de se misturar com o meu povo? Será que não ficariam felizes por ver nossa alegria, nossas flores, ouvir nossos atabaques, ver nossas roupas e danças?

Penso nos rostos decepcionados dos turistas no Centro de Ilhéus, olhando com aquela expressão de é só isso que tem aqui?, retornando para os navios cheios de expectativas não satisfeitas.

Por que não se avisou aos turistas dos navios que hoje é Festa de Iemanjá? Por que não os trouxeram para vê-la? Por que o melhor de nossa cultura, de nossas raízes, ficou oculto e invisível?

Balaios com flores e outras oferendas para a Rainha do Mar || Foto Julio Gomes

As barracas estavam ali, o palco estava armado, os terreiros presentes, só faltaram os turistas que também animariam a festa, movimentariam o comércio e teriam contato com uma Bahia como eles nunca viram, que jamais pensaram que existisse daquela forma tão original e tão linda.

Nós estávamos com Iemanjá, mas queríamos compartilhar nossa cultura e nossa alegria com mais pessoas.

Julio Cezar de Oliveira Gomes é graduado em História e em Direito pela Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc).

Fotos de Marcos Souza, Marcos Japu, captam a expressividade de quem cultua, preserva a tradição de um povo
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Poderia ser muito bem uma série de “fotos que falam”. A expressividade, a tradição, a força das religiões de matriz african e a cultura baiana reveladas em cliques de Marcos Souza, o querido e talentoso Marcos Japu.

As belas imagens foram capturadas por Japu nesta terça-feira, 2 de fevereiro, Dia de Iemanjá, em Itacaré, no sul da Bahia, terra do turismo de aventura, abençoada pela natureza, de maravilhosas praias e também formada pelo povo quilombola, de tão rica história.

No semblante, história de vida e preservação das tradições || Foto Marcos Souza Japu

Abaixo, e no Instagram do Pimenta, confira a sequência de fotos que podem dar start numa bela exposição.

Festa em homenagem a Iemanjá em Ilhéus é apenas simbólica
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É apenas simbólica a tradicional homenagem à Rainha das Águas em 2021 em Ilhéus. Devido à pandemia da Covid-19, a festa em homenagem a Iemanjá ocorre sem o grande cortejo. Os terreiros de candomblé da cidade rendem as honrarias simbolicamente, com os rituais de costume no interior das casas e entrega dos balaios, mas sem aglomerações.

Integrada ao calendário turístico e cultural de Ilhéus, a iniciativa é apoiada pela Prefeitura. Os devotos devem seguir os devidos cuidados e prevenção com o uso de máscara, álcool em gel e distanciamento social. “Esse ano, infelizmente, devido a pandemia, não realizamos o grande cortejo e festa de Iemanjá”, disse pai Toninho do Ilê Axé Ballomi.

Na zona norte o balaio fundamental vai sair do terreiro com os presentes, a oferenda e o prato de Iemanjá. “No próximo ano, com a graça de Deus e de Iemanjá, possamos fazer uma belíssima festa em agradecimento por nossa vitória sobre a doença e tudo o que vamos conquistar ao longo de 2021. Paz e saúde para todos nós”, completou Toinho.

Mãe Laura Sandoiá, do Ilê Guainia de Oiá, bairro do Pontal, explicou que as obrigações de Iemanjá serão arriadas no terreiro, onde são feitos os balaios, sem aglomeração, e, no dia 8, domingo, no barco, serão colocados os presentes para a homenageada. “Que todo mundo tenha fé. A vacina chegou e vamos ficar fortes para no ano que vem estarmos na praia fazendo essa festa maravilhosa”, disse Mãe Laura, que também agradeceu ao prefeito Mário Alexandre e a todos que colaboram.

Apesar do momento difícil, afirma o prefeito Mário Alexandre, Marão (PSD), a cultura continua viva no município, mas que deve ser manifestada sem aglomerar, respeitando a segurança das pessoas, com a devida proteção contra o coronavírus. “Com fé em Deus, no próximo ano, teremos uma bela festa com um grande cortejo, como de costume. Mas, por enquanto, não podemos aglomerar. Vamos continuar nos cuidando, prevenindo a doença e fazendo as práticas religiosas sem aglomeração”, disse Marão.

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Nativos, religiosos e turistas se misturam nas homenagens a Iemanjá || Divulgação
A programação da festa de Iemanjá no sábado (2) acontece em dois lugares em Ilhéus, na Maramata (Nova Brasília), das 8h às 19h, e na Avenida Llitorânea Norte (Malhado), das 8h às 22h. O festejo é um dos mais populares do ano e atrai moradores, religiosos de matriz africana e turistas. Os dois eventos são organizados pelos terreiros de candomblé, em parceria com as secretarias de Turismo e Esporte (Setur) e de Cultura de Ilhéus(Secult), que buscam fortalecer as manifestações tradicionais culturais e religiosas do município.

A alvorada de fogos saúda o Dia de Iemanjá nas primeiras horas do dia. A partir das 8 horas, no caramanchão, estrutura montada para receber as oferendas, próximo a Universidade do Mar e da Mata (Maramata), na Nova Brasília, reúnem-se adeptos do candomblé para homenagens à divindade. Cânticos em louvor ao orixá, apresentação de grupos de samba de roda e capoeira, como o Samba de Treita, rezas e banhos de água de cheiro são realizados ao longo do dia. O encerramento culmina com a procissão marítima, quando diversas embarcações saem para entregar as oferendas, em alto mar.

No bairro do Malhado, as comemorações serão na Avenida Luiz Eduardo Magalhães (Litorânea Norte), especificamente nas proximidades da Escultura da Sereia. Em meio ao ritual, os adeptos da religião de matriz africana dançam, rezam e benzem com água de cheiro, devotos e turistas. Durante a tarde, a partir das 15h, grupos musicais afro se revezam com as apresentações de bandas locais no minitrio elétrico. Ao fim da tarde, o cortejo leva as oferendas e a imagem do orixá até a embarcação, que seguirá rumo ao alto mar.