Gérson Souza presidindo o Legislativo de Itabuna
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Gérson Souza é daquelas personalidades que nascem de 100 em 100 anos e que vêm à terra com a finalidade de servir, tornar o mundo melhor com sua colaboração e dos amigos que o cercam.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Walmir Rosário

Tabelião do Cartório do 1º Ofício de Itabuna (registro de pessoas e casamentos), Gérson Souza era uma das pessoas mais influentes nas instituições da cidade, pela dedicação com que tratava as obrigações assumidas. E no futebol não era diferente. Na seleção de Itabuna era considerado um dirigente insubstituível e que conduziu o selecionado ao hexacampeonato baiano de amadores.

Gérson Souza era homem de aceitar desafios, inclusive no futebol. Em 1947, época de poucas estradas e veículos, chefiou a delegação da Seleção de Itabuna na partida contra a Seleção de Valença. E não era fácil, pois as estradas eram péssimas e o transporte disponível era a carroceria de caminhão. Após 12 horas de viagem venceram, e a partida seguinte seria contra Santo Amaro, em Salvador, porém o campeonato foi cancelado.

Daí pra frente Gérson Souza não deixou mais a Seleção de Itabuna e foi um partícipe importante na criação do Itabuna Esporte Clube, o primeiro time profissional da cidade, em 1967. Mas até chegar lá, o “Marechal do Hexa” esteve presente em todos os momentos, simplesmente apoiando ou coordenando a seleção amadora, bem como a equipe de profissionais, sempre com bastante sucesso e determinação.

Com a bondade que fazia o afago quando necessário, era capaz de tomar decisões mais duras que o momento exigisse. E não precisava alteração, bastava uma conversa de pé de ouvido que tudo se acertava. Sua argumentação convencia, mesmo nos momentos mais cruciais. Sabia como ninguém motivar diretores, jogadores e comissão técnica, com palavras simples, porém bem colocadas.

Na última partida para a conquista do hexacampeonato, Gérson Souza não titubeou ao suspender uma das maiores estrelas da seleção, o ponteiro-esquerdo Fernando Riela, por não ter permanecido concentrado com os demais jogadores. Numa conversa franca entre ele, o técnico Gil Nery e Fernando, expôs os prejuízos do comportamento e os riscos de sua atitude. Resolveu arriscar e os itabunenses comemoraram o título.

Provavelmente, o sucesso da Seleção de Itabuna tenha sido a convocação de uma base permanente, com substitutos à altura. Craques não faltavam em Itabuna e muitos ainda ficavam de fora desta super equipe. Porém Gérson Souza não conseguia ver um craque de outra cidade jogar, que não o convencesse a vir fazer carreira no brilhante futebol de Itabuna. Na maioria das vezes dava certo.

Um desses “convocados” por Gérson Souza foi Albertino Pereira da Silva, o goleiro Betinho, que trouxe – junto com Zelito Fontes – de São Félix para Itabuna, primeiro para o Janízaros, e depois para o Itabuna Esporte Clube. Betinho se notabilizou ao participar de uma partida jogando pela Seleção de Ilhéus contra o Santos. Pela sua atuação, foi levado por Pelé para o time da Vila Belmiro, mas devido ao seu comportamento não fechou um vantajoso contrato.

Em 1970, com a renúncia do presidente do Itabuna Esporte Clube, o time entrou em decadência, e mais uma vez Gérson Souza se dispõe a colaborar com o amigo Gabriel Nunes, que condicionou presidir o Itabuna com a sua participação. Das cinzas, o Itabuna ressurge com um plantel sem grandes estrelas, mas conscientes do que poderiam fazer para dar a volta por cima.

Apesar do descrédito de muitos, o Itabuna ganhou o segundo turno e se sagrou vice-campeão baiano. Não fossem as forças poderosas do extracampo, por certo teriam alcançado o primeiro lugar. Graças à união e credibilidade dos dirigentes junto aos torcedores, o time conseguiu os recursos necessários para participar dos jogos, com o apoio pessoal da torcida, mesmo nas partidas mais distantes.

Gérson Souza é daquelas personalidades que nascem de 100 em 100 anos e que vêm à terra com a finalidade de servir, tornar o mundo melhor com sua colaboração e dos amigos que o cercam. Encarar os desafios era uma de suas especialidades. Desprendido, coordenava e secretariava instituições com a maior naturalidade, debatendo e assumindo responsabilidades para si e o seu grupo.

E a responsabilidade com que traçava planos e projetos transmitia segurança em todos os segmentos da sociedade civil, que abraçavam suas ideias, tornando uma causa em comum de Itabuna. Era impossível a ausência de Gérson Souza nos projetos sociais. Sempre procurado pelo Executivo, Legislativo – do qual foi presidente –, Judiciário e líderes da sociedade, solicitando seus experientes conselhos para novos empreendimentos.

Sabia encarar os compromissos com muita seriedade sem ser sisudo. Ao contrário, a alegria de Gérson Souza era inebriante e contagiava os que conviviam com ele. Daí, trabalhavam com afinco até atingir os objetivos em plenitude e comemoravam as vitórias com a mesma intensidade. Gérson Souza é daquelas figuras ímpares, sempre lembradas com carinho pelo que fez em vida, deixando saudosos os que ainda choram seu desaparecimento.

Walmir Rosário é radialista, jornalista, advogado e autor d´Os grandes craques que vi jogar: Nos estádios e campos de Itabuna e Canavieiras, disponível na Amazon.

Mulheres grapiúnas são homenageadas com entrega de Comenda
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Celina Santos

Da trabalhadora rural à médica, com elegância e sorriso no rosto. É a descrição das mulheres homenageadas com a Comenda Otaciana Pinto, na noite de 03 de maio, em Itabuna. A honraria, entregue pela Câmara, trouxe ao palco do Teatro Candinha Doria o perfil de 42 representantes de batalha e vitória. A seguir, uma primeira parte.

Uma das homenageadas na sessão solene foi a ex-vereadora e líder política Neide Oliveira, indicada pelo vereador “Piçarra” (Solidariedade). “Essa homenagem traz à tona que as mulheres podem mais sim! Podem se inserir no contexto de participação em todos os segmentos”, definiu ela.

Apresentada por Adão Lima (PSB), a trabalhadora rural do Ribeirão Seco, Lucidalva Carvalho, é também conselheira num time de futebol feminino. “Ajudo a comunidade no dia-a-dia”. Adão também indicou a jornalista Aracelly Romão, que define: “É uma satisfação gigante fazer parte desse grupo de mulheres tão empoderadas”.

MAIS COMENDADORAS

Já a deputada estadual Soane Galvão (PSB), homenageada pelo vereador Júnior do Trator (PMN), demonstrou sentir a responsabilidade ampliada. “Fico muito honrada, motivada; vamos continuar lutando para efetivar serviços públicos para nossa região”.

A vereadora Wilma de Oliveira (PCdoB) tornou comendadoras a professora Rute Menezes e a comerciária Amanda Santos, ambas sindicalistas. “É uma honra para todas nós, porque Otaciana Pinto foi professora. A educação é a mola mestra de transformação de uma sociedade”, disse Rute.

Laureada por Ricardo Xavier (Cidadania), a secretária de Infraestrutura e Urbanismo, Sônia Fontes, assim agradeceu. “Essa honraria foi uma surpresa e um presente. Tenho um sentimento de mais responsabilidade; acredito ser exemplo para outras mulheres”.

“É muito bom ser reconhecida como mulher proativa, no mercado de trabalho, fazendo um trabalho diferenciado na educação”, disse a gestora escolar Adriana Aparecida Santos, indicada pelo Pastor Francisco (Republicanos).

Agradecendo a todos que contribuíram com 19 anos de Educação no Trânsito, a professora Elessandra Bispo aproveitou a data para falar do que entende bem. “Esse momento abre mais uma campanha ‘Maio Amarelo’”. Ela recebeu a comenda das mãos de Cosme Resolve (PMN).

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Parte da fachada do prédio histórico destruído neste domingo.
Parte da fachada do prédio histórico destruído neste domingo (Fotos José Carlos Barreto).
Operários caminham pela Ruffo Galvão após prédio ser destruído.
Operários caminham pela Ruffo Galvão após demolição.

Um dos maiores patrimônios arquitetônicos de Itabuna, o casarão do engenheiro e ex-deputado estadual Gutemberg Amazonas, falecido em 2009, foi completamente demolido neste domingo, 30. O prédio situado na praça Manoel Leal, centro, chamava a atenção pela imponência.

Nos últimos três anos, o município sul-baiano tem perdido suas principais referências arquitetônicas, a exemplo da primeira sede do Banco do Brasil, também na mesma praça, e o prédio do Colégio Divina Providência, na Rua São Vicente de Paulo.

Confira fotos de José Carlos Barreto, que, com tristeza, flagrou as cenas de destruição de parte da história de Itabuna. Uma empresa da área de construção civil pretende transformar o local em estacionamento privativo.

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Parte da fachada do prédio histórico destruído neste domingo (Rosa Penza).
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Os itabunenses terão, nesta sexta-feira, 10, uma oportunidade de  ouro para conhecer um pouco melhor a história de sua cidade. Ela é contada nos documentários “Nos trilhos do tempo”, dirigido por Raquel Rocha, e “Do cinquenta ao centenário – o que conta uma avenida”, de Ana Luísa Coimbra, Leonardo Bião e Poliana Alves.
O primeiro filme destaca a antiga ferrovia que existiu na região até meados do século passado, cujos trens substituíram o lombo de burro no transporte do cacau. O outro narra a evolução da Avenida do Cinquentenário, a principal de Itabuna.
Os dois documentários serão exibidos sexta-feira, a partir das 20 horas, no Centro de Cultura Adonias Filho, com entrada franca.